Guedes quer trabalho precário para jovens

O ministro da economia, Paulo Guedes, quer pagar menos de um salário mínimo para os jovens que estão entrando no mercado de trabalho, com o argumento de que eles receberão qualificação profissional.

A proposta é pagar um salário de R$ 600 para o jovem trabalhar  em caráter de treinamento por um período determinado de quatro meses, de acordo com Guedes. Metade desse valor seria bancado pelo governo e a outra metade (R$300) pelas empresas que se dispuserem a contratar.

O Jornal Folha de S. Paulo apurou que o governo acena com a possibilidade de o programa se tornar permanente após a crise sanitária. “Não dá para aceitar uma iniciativa oportunista que vai  deteriorar ainda mais o mercado de trabalho” explica o secretário de Relações do Trabalho da CUT, Ari Aloraldo Nascimento

A ideia de Guedes vem na esteira da Medida Provisória que instituiria a Carteira Verde Amarela, programa do governo que propunha flexibilizar direitos, reduzindo custos de patrões a pretexto de estimular contratação de jovens de 18 a 29 anos.

A CUT é totalmente contra o plano de Guedes, que incentiva ainda mais a precarização da mão de obra jovem.

Deputados de direita querem mudar regimento para passar boiada

A Câmara dos Deputados aprovou requerimento de urgência para tramitação do Projeto de Resolução (PRC nº 35/21), que modifica diversas regras de discussão e votação de projetos no Plenário da Casa. A ideia é aprovar tudo com pressa para não dar tempo de debater e mobilizar a sociedade contra propostas que prejudicam os brasileiros.

A proposta, assinada pelo deputado Efraim Filho (DEM-PB) e outros 14 parlamentares de diferentes partidos de direita, acaba com os limites hoje estabelecidos para a Ordem do Dia, reduz tempos de falas e limita a duração de sessões não deliberativas com o objetivo de possibilitar a análise de proposições em votação.

O deputado Pedro Uczai (PT-SC) já se manifestou, preocupado com a democracia do Parlamento e com a possibilidade que o projeto abre de deputados de direita, contrários aos interesses do povo, passarem a boiada em suas propostas.  “Essa proposta não é para modernizar o Regimento Interno, é para passar o trator, é para implantar o autoritarismo”, denunciou.

“É uma proposta que fere a democracia, limita o debate e é um retrocesso no direito de expressão da minoria”, enfatizou o deputado Bohn Gass (PT-RS).

 *Com informações da CUT

 

Problemas de saúde mental se agravam na pandemia

Diversas pesquisas divulgadas recentemente mostram que os problemas de saúde mental estão se agravando durante a pandemia em decorrência do medo do desemprego e das longas jornadas daqueles que estão à disposição do patrão, seja nas fábricas ou em casa (home office).

Resultados de pesquisas sobre saúde mental

A situação de saúde mental se agrava tanto entre setores gerenciais nos locais de trabalho, e principalmente entre aquelas pessoas de ocupações médias e de chão de fábrica.

O maior problema destacado é o Burnout ( ansiedade, depressão e esgotamento no trabalho). Várias consultorias ligadas à administração de empresas constatam isso, conforme noticiado pelo Valor Econômico no último dia 07/05.

Mulheres sofrem mais

A FDC/Talenses no final de abril de 2021 constatou que mulheres, jovens e profissionais de médio escalão integram a classe de trabalhadores que mais sofreram com as incertezas trazidas pela pandemia.

As mulheres sofrem em dobro em relação aos homens ( 25,1% ante 13,1).  Na pesquisa 64% souberam que colegas pediram demissão por não aguentar as pressões do trabalho no contexto da pandemia.

As jornadas aumentaram, com dupla e tripla jornada, principalmente para as mulheres. Muitos gestores se perderam na organização de tarefas e passaram a acumular mais trabalho e a colocar mais pressão nos subordinados. O trabalho excessivo fez a maioria perder o foco de suas tarefas e a criatividade gerando mais problemas mentais.

Analistas e especialistas tiveram muito prejuízo em sua saúde mental durante a pandemia, segundo a Fundação D. Cabral.

A saúde mental entre os profissionais de Saúde tem se agravado ainda mais, conforme pesquisas da Fundação Getúlio Vargas, Escola de Saúde Pública do CE e Fiocruz, com a OPAS ( Organização Pan-americana de Saúde).

Durante a pandemia 80,2% dos profissionais do SUS tiveram sua saúde mental abalada e principalmente relataram ter medo de se infectar e de infectar os familiares. Nestas pesquisas foi constatado que as mulheres no setor de saúde foram as que mais sofreram, com tristeza, estresse e cansaço devido a exaustão, que leva ao esgotamento físico e mental.

Na pesquisa realizada pela Fetquim/UNB, com 10 casos de infectados na área química e de petróleo,  durante a primeira onda da pandemia entre maio de junho do ano passado, foi constatado também entre químicos e petroleiros o medo, a depressão e a preocupação dos mesmos em infectarem suas famílias. Leia aqui.

Saúde mental  traz prejuízo trilionário para a economia mundial

O prejuízo em decorrência dos problemas mentais entre trabalhadores e a população geral é trilionário no mundo todo. Segundo  a Organização Mundial da Saúde (OMS), este prejuízo é calculado em 1 trilhão de dólares (5 trilhões de reais), com afastamentos, doenças, tratamentos e prejuízos de modo geral.  A própria Previdência Social brasileira afirmou que de 2019 para 2020  houve um crescimento de mais de 25% por afastamentos de transtornos mentais, atingindo principalmente jovens entre 21 e 30 anos. Entre os segurados em geral, que são a metade da força de trabalho brasileira,  houve  516 mil  pedidos  de benefícios para afastamento devido os problemas de saúde mental.

O assessor de  Saúde, Trabalho e Previdência da Fetquim, Remígio Todeschini, lembra que é  fundamental discutir  junto ao governo federal a necessidade de  uma Norma Regulamentadora (NR) que dê proteção aos problemas psicossociais que os trabalhadores sofrem no dia a dia nos locais de trabalho e também no home office. Necessário também, principalmente nas grandes e médias empresas, a um serviço de atenção psicológica a todos os trabalhadores, além  da ampliação desse serviço no  SUS.

 

Artistas lançam manifesto pelo impeachment de Bolsonaro

Eles estão acostumados a levar entretenimento ao Brasil. Nas telas, palcos, museus e até na rua, para rir, chorar, curtir um som ou apenas passar o tempo. Desta vez foi diferente. Vieram para fazer um chamamento de luta contra o desastre que se abateu no país após a eleição de Jair Bolsonaro. A arma é o manifesto Artistas Pelo Impeachment, um abaixo-assinado apresentado à sociedade em uma live realizada na noite desta segunda-feira (10). O documento, lançado por mais de 2,5 mil artistas de todas as áreas da cultura no país, é aberto a todos: basta acessá-lo e preencher alguns poucos campos para atender à convocação.

O DJ Eugênio Lima foi o mestre de cerimônias e comandou a turma. A atriz Georgette Fadel entrou com a missão de ler o manifesto. Logo depois, um minuto de silêncio em homenagem aos mais de 420 mil mortos, vítimas não apenas da pandemia da covid-19, mas também de um governo que tanto fez pouco caso do crise, quanto contribuiu para que ela fosse ainda pior. A necropolítica de Bolsonaro foi lembrada o tempo todo durante as duas horas de apresentação.

Lido o manifesto Artistas Pelo Impeachment e feita a solene homenagem, Renata Carvalho foi a primeira a aparecer. Começou certeira: “Que bom que vamos começar com uma travesti. Estamos aqui por Paulo Gustavo, por todas as mães que perderam seus filhos e filhas”. Além da pandemia, ela lembrou das vítimas de chacinas e dos intermináveis escândalos envolvendo a família Bolsonaro: rachadinhas, Queiroz, cheques para a Michelle Bolsonaro, mulher do presidente, compra de deputados em alusão ao Bolsolão, crimes ambientais, mansão de R$ 6 milhões de Flávio Bolsonaro e por aí foi. “Quem mandou matar Marielle Franco e Anderson?”. Ela terminou com palavras de ordem: “Ele não, Ele nunca, impeachment já!”

Edgard Scandurra, icônico guitarrista da não menos icônica banda Ira!, lembrou que “há coisa de muitos anos apareceu um homem na televisão falando que a ditadura matou muito pouca gente, deveria ter matado mais. Depois essa pessoa foi extremamente ofensiva com os quilombolas, faz piada com as pessoas que precisam de oxigênio. Ele imita, achando que está sendo engraçado, a pessoa sufocada. Essa mesma pessoa autoriza o desmatamento de maneira indiscriminada, de uma maneira como nunca antes foi feito. Essa pessoa provoca um grande parceiro nosso que é a China, criando teorias de conspiração e uma crise internacional perigosíssima. Essa pessoa é o presidente do Brasil, talvez um dos piores seres humanos aqui deste país. Temos mais de cem pedidos no Congresso pelo impeachment desse senhor, que eu não digo o nome”.

Emoção, riso e tristeza

Talvez a fala mais emocionada tenha vindo do ator, autor e diretor Marcello Airoldi. Lembrou uma experiência própria para passar o recado. “Tem uma sala no museu do holocausto, que quando você entra, já se encontra com milhares e milhares de velas acesas. Por espelhos, vê uma sequência de velas infinitas. E cada uma dessas chamas representa uma criança que foi morta na segunda guerra mundial pelos nazistas. E a medida que você caminha, ouve o nome das mais de um milhão de crianças que foram assassinadas pelo nazismo. Você ouve o nome e vê a luz que cada pessoa representava. Nós precisamos pensar que tipo de memorial nós queremos para o nosso país. Será que a gente consegue se imaginar ouvindo mais de 420 mil nomes?”

Ailton Graça, famoso por interpretar personagens bem-humorados, citou um trecho da obra O Nome da Rosa, de Umberto Eco, para dizer que é preciso enfrentar Bolsonaro com o riso, com a arte, não se render à tristeza que ele tenta impor. “Quando o abade cego pergunta ao investigador William de Baskerville: ‘o que você realmente deseja?’ Baskerville responde: ‘Eu quero o livro grego, aquele que, segundo vocês, nunca foi escrito. Um livro que trata de comédia, que você odeia tanto quanto o riso. É provavelmente a única cópia preservada de um livro de comédia de Aristóteles. Existem muitos livros que tratam de comédia, porque esse livro é precisamente tão perigoso?’ O abade responde: ‘porque é de Aristóteles e vai fazer rir’. Baskerville pergunta: ‘o que é perturbador no fato de os homens poderem rir?’ O abada responde: ‘o riso mata o medo e sem medo não pode haver fé. Quem não teme o diabo, não precisa de Deus’”.

Matheus Nachtergaele, de tantos papéis emblemáticos no cinema e no teatro, começou usando o espaço para “declarar meu amor pelo Brasil, principalmente o Brasil que a gente vinha construindo com bastante alegria há uns vinte e tantos anos”, disse, antes de chamar de “suicida” o voto vencedor das eleições de 2018. “Eu percebo ao meu redor uma grande tristeza e uma grande insatisfação, que acontece muito antes de a pandemia chegar.” A seguir, mostrou otimismo. “Não vamos abandonar o sonho. O Brasil pode ser um lugar que vai ensinar a novidade para o futuro. Ainda pode ser. Mas se esse governo continuar, talvez não consiga mais. A devastação é muito grande”. Ele reforçou que que o manifesto Artistas Pelo Impeachment parte dos artistas, mas é um chamado para todos. “Quando mais assinaturas a gente conseguir, mais a gente vai ser ouvido.”

‘Barrar a nossa própria morte’

A jornalista Eliane Brum deixou um vídeo gravado com uma mensagem forte, encerrada com uma frase que foi lembrada por muitos que a sucederam na live: “Precisamos ser capazes de barrar a nossa própria morte”. A fala dela foi imponente do início ao fim. “Como um povo que se acostumou a morrer e se acostumou a assistir a outros morrerem, será capaz de barrar o seu próprio genocídio? A resposta que daremos é a mais importante da nossa geração”, disse. “Livros e filmes vão contar que um homem, chamado Jair Bolsonaro, executou um plano de disseminação do vírus para promover o que chamam de imunidade de rebanho. Esse extermínio já aconteceu e já matou quase meio milhão de pessoas”, acrescentou. “Se não formos capazes de barrar Bolsonaro, se barrar Bolsonaro não se tornar causa comum, em breve teremos que viver com a cabeça baixa”.

Projeto de continuidade

Já o ator Marco Ricca apareceu na cena dando um salve a todos e todas, e entrou de sola chamando a atenção para “a necessidade de tirar esse processo que está acontecendo. Há um método, sim. Não é coisa de um louquinho. Isso tem um projeto de poder que tá sendo passado diariamente. Temos que acabar com isso, porque está matando gente, matando a esperança do brasileiro, matando o futuro da nossa nação. Venho aqui apenas pedir que a gente consiga fazer as assinaturas necessárias para essa petição para forçar esse Congresso a colocar na pauta o processo de impeachment desse assassino e sua corja. É isso que precisamos. Eles são assassinos e temos que derrubá-lo. A luta é dura, mas ela é boa”.

O método visto por ele também foi notado por Denise Fraga. “Eu tenho me perguntado muito porque a gente tem aguentando tanto. O que está acontecendo com a gente?”, começou. “É tristeza”, respondeu. “É tomar na cabeça todo dia. E tem um projeto de continuidade, de um absurdo por dia. E não é conta-gotas, é pedrada, e vai nos abatendo. Então eu vou usar uma expressão muito boa que o Paulo (Betti) usou. Vamos ousar lutar? Ousar vencer? Mas para isso a gente precisa usar uma coisa que eles têm, que é continuidade”, disse.

Ela seguiu: “Esse homem está cometendo um crime de responsabilidade por dia. Ele é um criminoso desde a campanha, podia ser preso. Na nossa Constituição tem coisas para isso, porque não estão usando? Porque a gente precisa pressionar como população e falar do nosso desgosto. Eu estou sendo desrespeitada todo dia e não posso minguar, ficar em casa chorando. Eu convoco vocês”, acrescentou. “Eu preciso lutar pela minha sanidade. A questão do impeachment é por nós. Estamos afrontados, desrespeitados.”

Frases, convocações, rituais

E muitos outros se manifestaram: Ivan Lins, GOG, Sandra Nanayna, Elisa Lucinda, Malu Gali, Luis Miranda, Maria Bopp, Paulo Betti, Anna Muylaert, o ambientalista Ailton Krenak, Dira Paes. Todos, à sua maneira, foram expressando revolta, cobrando ações do Congresso Nacional e conclamando todos a participarem do manifesto Artistas Pelo Impeachment. “Peço apoio”, “divulguem”, “vamos nos unir”, “hora da raiva”, “hora de revolta”, “estamos numa guerra”, “não podemos nos acostumar com esse números”, “é muito grave o que estamos vivendo no país”, “desgoverno”, e, claro, “Fora Bolsonaro” e diversas palavras de apoio às vítimas da covid-19 no país.

Bolsonaro foi qualificado como “inominável”, “assassino”, “genocida”, “psicopata”, “ofensa pessoal”, “figura asquerosa”, “governo da morte”. O pintor Nuno Ramos resumiu: “Ele é a violência, aquilo que o político devia excluir”.

Avelin Buniacá Kambiwá, vestida com trajes típicos, reforçou a necessidade de a voz indígena ser ouvida. “Estamos sendo alvo desse genocida desde a campanha eleitoral quando ele disse que não ia ter mais um centímetro de terra indígena”. Em um pequeno ritual, com um canto forte, pediu força e coragem aos brasileiros. Preta Ferreira protestou: “Aos ricos, vacina, aos pobres, chacina”. Zeca Baleiro cantou uma canção.

Brincadeira tem hora

Teve também Emicida explicando porque é “completamente e radicalmente contra a gestão genocida de Jair Bolsonaro”. E, por isso, a favor de seu afastamento. “O estado de pesadelo contínuo que o Brasil entrou nos últimos anos faz com que a população implore por alguma humanidade de seus governantes. Esse é o tamanho da tragédia a qual todos nós estamos submersos. Por isso, e por uma série de outros fatores, que não são poucos, eu sou completamente e radicalmente contra a gestão genocida de Jair Bolsonaro. E por isso sou a favor de seu afastamento”.

O show dos artistas foi encerrado, com muito poder, por Lucas Afonso e sua poesia da quebrada matadora Brincadeira tem hora, que ganhou as redes. Para assinar o manifesto basta clicar aqui.

Estadão denuncia esquema de Bolsonaro para comprar parlamentares

O jornal Estadão denunciou a criação de um orçamento secreto com cerca de R$ 3 bilhões em emendas que beneficiam parlamentares do Centrão que defendem Bolsonaro no Congresso.

Entre os que mais conseguiram recursos do esquema está o ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP), um dos mandachuvas do “Bolsolão”, como o esquema denunciado está sendo chamado nas redes sociais.

Os parlamentares têm direito a indicar, no máximo, R$ 8 milhões, cada um, para bancar suas emendas, anualmente. O valor corresponde à metade da cota total de emendas impositivas individuais que deputados e senadores têm direito a enviar. A outra metade deve ir, obrigatoriamente, para a saúde. Essa regra vale para todos os 513 deputados e 81 senadores.

Com o Bolsolão, só Alcolumbre determinou a aplicação de R$ 277 milhões de verbas públicas do Ministério do Desenvolvimento Regional.

Alcolumbre enviou R$ 81 milhões à Codevasf, estatal sob seu controle. Os documentos ainda mostram que o senador destinou R$ 10 milhões para obras e compras fora do Amapá. As máquinas seriam destinadas a prefeituras para auxiliar nas obras em estradas nas áreas rurais e vias urbanas e também nos projetos de cooperativas da agricultura familiar no Paraná.

As reportagens do Estadão revelam ainda que ele comprou tratores e equipamentos agrícolas por valores até 259% acima do preço de referência no mercado.

O esquema atropelou pelo menos três itens da Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO):  1) a lei determina que sejam estebelecidos critérios para definição das localidades beneficiadas; 2) sejam apresentados indicadores socioeconômicos ao distribuir os recursos; e, 3) os recursos devem priorizar a continuidade de obras iniciadas.

O jornal denuncia que o esquema turbinou a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), estatal loteada pelo Centrão e criada durante a ditadura militar, que tem uma trajetória marcada por corrupção e fisiologismo.

A série de reportagens que denuncia o esquema é do  jornalista Breno Pires.

 

STF adia julgamento sobre taxa de corrreção do FGTS

O Supremo Tribunal Federal (STF) adiou o julgamento da ação que deve definir a taxa de correção do FGTS, que inicialmente, estava marcado para o dia 13 de  maio.

A ação questiona o uso da  Taxa de Referência (TR)  como  índice de correção do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Desde 1999 a TR não acompanha os índices de inflação e as perdas nos saldos dos trabalhadores são consideráveis.

Existem inúmeras ações coletivas pleiteando que a correção do saldo do Fundo de Garantia passe a ser feita com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) ou outro índice que melhor reflita as perdas decorrentes da inflação. Mas todas estão suspensas, aguardando esse julgamento do STF.

Nosso Sindicato ingressou com essa ação em 2014 e, se o STF julgar a ação procedente, todos os sócios da entidade serão beneficiados. A ação inclui sócios ativos e inativos, desde 1999, ano que a TR começou a trazer perdas na correção dos saldos do FGTS.

O que está em jogo?

Se o STF acatar a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), a taxa de correção poderá mudar e passar a ser baseada no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ou outro índice. Além de decidir o índice que será usado, o STF decidirá também quem vai receber a correção do saldo e se será retroativo ou não.

Bolsonaro agiu com intenção de espalhar o vírus, dizem senadores

A  primeira semana de trabalho da CPI da Covid deixa claro a responsabilidade de Bolsonaro na situação dramática que vive o país hoje. Bolsonaro agiu com intenção de espalhar o vírus da covid-19 para que fosse atingida a imunidade de rebanho, uma tese furada do ponto de vista da ciência.

Essa é a avaliação dos senadores Rogério Carvalho (PT-SE) e Humberto Costa (PT-PE) sobre a fase inicial de depoimentos, que contou com os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, e o atual ministro da pasta, Marcelo Queiroga.

Carvalho sublinhou que o presidente defendeu remédios sem eficácia, incentivou aglomerações, vetou o uso de máscaras para proteção contra o vírus e não buscou as vacinas para imunizar a população. O senador acrescentou que Bolsonaro continua a atrapalhar a entrega de insumos ao país por conta de acusações à China e segue a combater o isolamento social, necessário para conter a pandemia.

*Com informações da Agência Senado

Quebra de patente de vacinas avança em todo o mundo, mas Bolsonaro é contra

A decisão do presidente americano, Joe Biden, de apoiar a quebra de patentes para a fabricação de vacinas contra a Covid-19, significa um grande avanço e deve democratizar a produção de imunizantes, possibilitando que as vacinas cheguem aos países mais pobres por um preço mais acessível.

Biden mudou e seu posicionamento na Organização Mundial de Comércio (OMC) levando em consideração que a crise sanitária global pede medidas extraordinárias.  Bolsonaro, no entanto,  mantém a posição contrária à suspensão das patentes.

As ações das farmacêuticas caíram após o anúncio de Biden e espera-se forte lobby contra a quebra das patentes. O que está em jogo é o lucro absurdo das empresas.

Ao contrário da indústria farmacêutica, interessada nos lucros, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e inúmeras organizações que defendem a saúde, ao redor do planeta, comemoraram a decisão do governo norte-americano.

Bolsonaro é um dos poucos  que ainda insistem nessa postura de oposição à suspensão das patentes das vacinas contra a Covid-19.  Ele continua negando a tragédia sanitária e se mantém defendendo interesses econômicos, acima da saúde e da vida dos brasileiros. Antes dele, os governos Lula e Dilma, bateram de frente  com a indústria farmacêutica democratizando o acesso a medicamentos, caso dos genéricos e das patentes sobre medicamentos antirretrovirais contra o HIV.

Oposição fazendo diferença

O projeto de lei de autoria do Senador Paulo Paim (PT-RS), que dispensa o país de cumprir as exigências da OMC em relação às patentes, já foi aprovado pelo Senado, no dia 29 de abril.

O PL, que permite a quebra temporária de patentes de vacinas contra a Covid-19, teve 55 votos favoráveis e 19 contrários. Pela proposta, as companhias detentoras das patentes ficam obrigadas a ceder ao poder público as informações necessárias para a produção de vacinas e medicamentos usados no tratamento da Covid-19. O texto seguiu para a Câmara dos Deputados.

*Com informações da CUT

 

STF julga dia 13 de maio a correção do FGTS

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve definir no dia 13 de maio se a Taxa de Referência (TR) continuará sendo o índice usado para corrigir o saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Desde 1999 a TR não acompanha os índices de inflação e as perdas nos saldos dos trabalhadores são consideráveis.

Existem inúmeras ações coletivas pleiteando que a correção do saldo do Fundo de Garantia passe a ser feita com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) ou outro índice que melhor reflita as perdas decorrentes da inflação. Mas todas estão suspensas, aguardando esse julgamento do STF.

Nosso Sindicato ingressou com essa ação em 2014 e, se o STF julgar a ação procedente, todos os sócios da entidade serão beneficiados. A ação inclui sócios ativos e inativos, desde 1999, ano que a TR começou a trazer perdas na correção dos saldos do FGTS.

O que está em jogo?

Se o STF acatar a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), a taxa de correção poderá mudar e passar a ser baseada no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ou outro índice. Além de decidir o índice que será usado, o STF decidirá também quem vai receber a correção do saldo e se será retroativo ou não.

Cuidado com o golpe

Muitos trabalhadores estão sendo assediados por advogados que oferecem seus serviços nas redes sociais ou em panfletos distribuídos nas ruas.

Eles informam sobre as perdas da correção do FGTS e se oferecem para abrir a ação mediante um pagamento adiantado a título de honorários.

De acordo com a advogada do Sindicato dos Químicos, Elaine D’Ávila Coelho, a forma mais segura de ingressar com a ação é a coletiva e isso já foi feito pelo Sindicato.

Se o STF julgar a ação procedente, todos os sócios ativos e inativos, desde 1999, serão beneficiados.

CPI da Covid já mostra que governo e família Bolsonaro têm muito a temer

A CPI da Covid chega ao fim de seu segundo dia com a conclusão das oitivas de dois ex-ministros da Saúde do governo Jair Bolsonaro: Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Foram expostas irresponsabilidades do Planalto na condução da crise. Entre os pontos de destaque, o descaso com o vírus e o desrespeito à ciência. A postura de desdém com a saúde pública documentada na CPI coloca o presidente contra a parede. Enquanto isso, nas redes sociais, é ampla a repercussão dos depoimentos.

O escritor Marcelo Rubens Paiva resumiu as estratégias dos parlamentares durante esses dois dias. “Governistas defendem o uso da cloroquina, citam muitos especialistas, como grupo do zap (WhatsApp) do prédio. Oposição fixa o alvo na tese de imunidade de rebanho.” De fato, os senadores de base bolsonarista apelaram para uma defesa política de um medicamento comprovadamente ineficaz. Mesmo contrariados pela ciência, conforme apontaram os depoentes, eles prosseguem no mesmo ponto.

Negacionismo

A postura negacionista do governo Bolsonaro diante da covid-19 também ficou expressa por quem dá as ordens sobre políticas de saúde em seu governo. Mandetta e Teich apontaram que eram ignorados ao apontar dados científicos, como estudos que provam ineficácia e perigos de medicamentos como cloroquina e ivermectina. Mandetta chegou a expor que o presidente mantinha uma espécie de conselho paralelo sobre assuntos da pandemia. Ao invés de ouvir cientistas e o próprio ministério, ouvia seus filhos, que chegaram a participar de reuniões deliberativas.

“Não eram Darwin, Pasteur, Sabin, Oswaldo Cruz por trás das reuniões do governo durante a pandemia, mas Carlos, Eduardo Bolsonaro e o Gabinete do Ódio. Deu no que deu”, resume, novamente, Rubens Paiva.

Palavra dos cientistas

A epidemiologista e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Ethel Maciel também expôs indignação sobre os fatos levados à luz pela CPI. Ela traça um histórico dos quatro ministros que já ocuparam a pasta durante a maior crise sanitária da história do Brasil, durante o governo Bolsonaro. “Mandetta: saiu porque não tinha autonomia e por causa de tratamento sem eficácia. Teich: saiu porque não tinha autonomia e por causa de tratamento sem eficácia. (Eduardo) Pazuello: aceitou a condição de não ter autonomia e instituiu o tratamento sem eficácia e saiu por causa da CPI. (Marcelo) Queiroga: entrou por causa da CPI e está conseguindo um pouco de autonomia, mas defende o presidente como se ele sempre tivesse sido a favor das vacinas – apesar das provas”, disse.

Ainda sobre medicamentos ineficazes do “kit covid” bolsonarista, foi exposto que Bolsonaro chegou a pressionar para mudar a bula da hidroxicloroquina. A ideia do político era forçar que brasileiros tomassem o remédio contra a covid-19. Ele chegou a utilizar o Itamaraty para fazer lobby favorável a uma empresa produtora da substância. Além disso, Bolsonaro mobilizou a estrutura de farmácia do Exército para produzir estoques de cloroquina, sem conhecimento dos titulares da pasta.