Opinião: a construção continuada da paz

Inauguramos o novo ano com esperança de um recomeço do Governo Lula, mais experimentado e com sentido de responsabilidade sócio-ambiental no projeto macroeconômico. Mas também sob um cenário mundial sombrio de guerra e de ameaças ao ambiente. Como construir a paz num contexto tão adverso? Precisamos superar o velho paradigma cujas raízes se encontram na cultura patriarcal. Seu eixo estruturador é a vontade de poder-dominação. Esse projeto não reconhece limites: penetrou no coração da matéria e invadiu o espaço sagrado da vida.

Ele é radicalmente antropocêntrico. Só conta o ser humano em guerra contra a natureza.
Não é de se admirar que, na sua volúpia conquistadora, tenha construído o princípio da auto-destruição: montou uma máquina de morte, capaz de destruir a si mesmo e danificar grande parte da biosfera. 

Foi a vontade de poder-dominação que criou o exército, a guerra, a atual forma de Estado, a modernidade técnico-científica e a glo-balização. Que paz podemos esperar?

A paz só é possível como obra da justiça. O básico da idéia da justiça é: para cada um segundo suas necessidades (físicas, psicológicas, culturais e espirituais) e de cada um segundo suas capacidades (físicas, intelectuais e morais).

Esta paz exige reparações históricas e políticas compensatórias. Esta paz tem seu fundamento na própria natureza do ser humano. Se por um lado existe nele a vontade de poder, existe também a vontade de conviver.

O ser humano pode ser cooperativo com seus semelhantes fazendo-os aliados, amigos e irmãos e irmãs. Há culturas ainda hoje existentes para as quais é possível um trato humano e fraterno entre as pessoas e os cidadãos. As tensões e os conflitos naturais são resolvidos pelo diálogo, pela negociação e pela capacidade de cada um de assumir compromissos com todos os demais.

Dar primazia ao paradigma do cuidado e manter o da conquista, sob severa vigilância, torna possível a paz e a concórdia entre as pessoas e na sociedade mundial.

Notas

Lula Brasil

Presidente LULA, em Brasília, na cerimônia de posse para seu novo mandato (2007/2010), através de dois discursos, deixou bastante claro o perfil de segundo governo que pretende. Mantém a prioridade da política social (Bolsa família, Luz para todos, Pró Uni etc) e adota medidas arrojadas com vistas a acelerar o desenvolvimento do país, com distribuição de renda. A queda na taxa de juros, os investimentos em infra-estrutura e a valorização do salário mínimo apontam nesse sentido.

Já em SP…

Enquanto isso, o governador paulista, José Serra, o mesmo que abandonou a prefeitura de São Paulo com apenas um ano e quatro meses como prefeito, assumiu, também em 1º de janeiro, com discurso de quem já pensa na candidatura a presidente; ou seja, também não vai concluir seu governo. Ele discursou sobre temas nacionais, não disse a que veio nem o que pretende no exercício do mandato estadual. Detalhe: tanto para prefeito como para governador, Serra não apresentou um programa de governo.

Pobre sampa

A dupla Serra/Kassab à frente da prefeitura de São Paulo, aliás, nesses dois anos, tem deixado muito a desejar. Basta ver pela constante queda na qualidade do transporte público, aumento das tarifas, buracos e muita sujeira na cidade, deterioração dos CEUs, falência da saúde pública e, por último, a redução do valor do renda mínima às famílias carentes da cidade. É a visão de política social que eles têm, enquanto o presidente LULA determina o reajuste do valor do Bolsa família. 

Encontro da Juventude cutista

Com o tema “combater o neoliberalismo no estado de São Paulo, com participação da juventude na luta por trabalho digno”, a juventude cutista realiza seu segundo encontro, dia 20 de janeiro, das 9h às 17h, na sede da Central do Sindicato, rua Tamandaré, 348, Liberdade.

Os jovens trabalhadores debatem ‘o mundo do trabalho e os desafios da juventude’ e ‘os desafios da juventude na atual conjuntura’, tendo como referência o texto base: ‘juventude cutista de São Paulo, balanço e perspectivas’.

O encontro elege, ainda, os 50 delegados de São Paulo para participar do encontro nacional da juventude da CUT, bem como acontece a eleição do Coletivo estadual da Juventude CUT/SP para o triênio 2007-2010.

O período de inscrição encerra-se dia 18/01, na sede central do Sindicato, ou pelo telefone 3209 3811, ramais 216 ou 217. Critérios para participar: ser sindicalizado e ter até 35 anos.

Salário mínimo: vitória do diálogo

A CUT e demais Centrais Sindicais conquistaram uma importante vitória para a classe trabalhadora nos últimos dias de 2006. Foi o estabelecimento de uma política de valorização do salário mínimo, que será transformada em lei.

O acordo concluído estabelece que o reajuste do salário mínimo para os próximos anos será a partir do PIB (Produto Interno Bruto) cheio, mais a inflação apurada no período anterior. Outra decisão importante é com relação à antecipação da data dos reajustes: neste ano (2007), será em abril; em 2008, março; 2009, fevereiro; e janeiro, a partir de 2010.

O salário mínimo, a partir de abril de 2007, será de R$ 380,00. Esse valor supera os R$ 367 defendidos pela equipe econômica do governo e os R$ 375 definidos pela Comissão do Orçamento do Congresso Nacional. O reajuste significa, em relação aos atuais R$ 350, um aumento de 8,57%, o que representa ganho real de 5,3%.

Outra vitória das centrais sindicais é sobre a correção da tabela do imposto de renda, que ficou em 4,5% a cada ano, até 2010. Para o presidente da CUT Nacional, Artur Henrique, “trata-se de uma aposta, cujo risco reside na inflação dos exercícios seguintes ultrapassar esse limite. Há, porém, possibilidades positivas, a de a inflação continuar sob controle como atualmente, ou até mesmo baixar. A correção anual do imposto em 4,5% recairá também sobre o limite das deduções com educação e tratamentos médicos, entre outros itens dedutíveis na declaração. Um avanço, sem dúvida”.

Pode-se perguntar por que a política de valorização do salário mínimo tem prazo fixado até 2010. É que ficou acertado entre as centrais sindicais e o governo que de quatro em quatro anos será feita uma revisão da política, a partir dos indicadores sociais e econômicos que serão definidos em conjunto (governo e centrais sindicais).

“Podemos prever desde já algumas situações que surgirão no processo de revisão. Se o impacto na Previdência for positivo, a partir do aumento da arrecadação produzido pelos reajustes e pelo maior número de empregos formais, os índices de aumento vão subir. Nesse novo sistema de avaliação haverá a oportunidade de conquistarmos a participação dos trabalhadores na gestão da Previdência”, continua o presidente da CUT.

No entanto, o acordo não corresponde à proposta inicial da CUT e demais centrais, mas “é positivo pela abrangência e por termos alcançado, pela primeira vez na história, uma política de valorização do mínimo. Também abre as portas para mudanças na gestão da Previdência e constrói uma previsibilidade em torno do imposto de renda, o que ajudará os trabalhadores a se planejarem”, conclui Artur Henrique.

Convenção Coletiva

Já se encontra à disposição dos trabalhadores dos setores químicos, plásticos, cosméticos e similares a Convenção Coletiva 2006/2007. Os associados receberão em casa nos próximos dias. O caderno da Convenção poderá ser encontrado na sede central e subsedes  do Sindicato.

Sindicato ganha processo

Dedois de intensa batalha judicial, desde 1989, o juiz deu ganho de causa ao Sindicato, no processo em que representou 441 trabalhadores da empresa Grace, por conta da não aplicação do dissídio sobre o salário de seus funcionários.

Foi nomeado um perito para fazer os cálculos sobre os valores que cada trabalhador tem a receber. Já foi realizada uma assembléia com ex-funcionários e atuais da empresa para receberem sua parte.

Atenção Última convocatória: dia 20 de janeiro, 9 horas, na sede do Sindicato, para os trabalhadores da Grace que têm direito a receber, que não compareceram na primeira e nem na segunda chamada.

Campanha salarial já: agenda intensa, de lutas

Pela tradição, o 1º de abril é o dia da mentira. Mas no caso em questão, é a mais completa verdade. Os trabalhadores (as) do setor farmacêutico, que têm data-base nesta ocasião, estão, desde já, em campanha salarial. A diretoria do Sindicato definiu um planejamento de atuação que, naturalmente, conta com a efetiva participação da categoria.

Começa dia 24 de fevereiro próximo, com o “Encontro dos Trabalhadores (as) do setor farmacêutico”. O evento promove amplo debate sobre a definição das reivindicações a serem apresentadas e, principalmente, propõe um plano de mobilização e lutas, em cada local de trabalho e no conjunto da categoria.

No começo de março acontece a primeira assembléia, quando será debatida e aprovada a pauta de reivindicações a ser encaminhada ao Sindusfarma (Sindicato das Indústrias Farmacêuticas do Estado de São Paulo). A categoria também vai deliberar sobre a necessária mobilização como legítima forma de pressão para garantir suas conquistas.

Está previsto, ainda, um ciclo de debates sobre responsabilidade social das empresas do setor farmacêutico e rede de trabalhadores, sempre com foco principal na campanha salarial da categoria. Agenda proposta, sugestões apresentadas. O principal, agora, é a sua participação.

Atenção para os prazos de pagamento da PLR

A PLR (participação nos lucros e Resultados) tem prazos estabelecidos pela Convenção Coletiva dos trabalhadores, tanto do Setor Farmacêutico quanto dos demais setores (químicos, plásticos, cosméticos e similares).

Para os trabalhadores do setor farmacêutico, de acordo com a cláusula 74 da Convenção Coletiva, a segunda parcela da PLR deve ser paga neste mês de janeiro. Para as empresas que não têm programa próprio o valor mínimo da PLR é de R$ R$ 650,00.

Para os trabalhadores dos demais setores, a cláusula 73 da Convenção Coletiva estabelece que a PLR deve ser paga em parcela única até 30 de março próximo. Caso a empresa faça opção em pagar em duas parcelas, a primeira deve ser paga até dia 31 de janeiro e a segunda, até final de julho. O valor mínimo da PLR para empresas que não tem programa próprio é de R$ 462,00.

Portanto, fique atento caso os prazos não sejam cumpridos, entre em contato com um diretor do Sindicato.

Editorial: perspectivas e desafios

Ano novo, planos novos, esperanças antigas. Começamos 2007. Depois das festas, a organização do que está por fazer. Para começar, em relação à nossa categoria, temos pela frente a campanha salarial do setor farmacêutico (1º de abril) e os trabalhadores dos setores plástico, químico, cosmético e de tintas e vernizes têm a fiscalização da sua convenção coletiva recente, com a imediata busca por novas conquistas.

No conjunto, ao lado da classe trabalhadora em geral, nossos desafios são mais amplos. O debate sobre reformas trabalhista e sindical deve ser retomado em breve. Devemos nos posicionar com firmeza e consequência em defesa dos nossos direitos e conquistas, rumo à sua ampliação. Novos desafios que se colocam.

E tem mais: o segundo governo LULA começa com a apresentação de um plano de desenvolvimento do país. A favor do progresso, tudo. Mas o crescimento econômico tem que acontecer com a simultânea geração de emprego, medidas efetivas de defesa da saúde e segurança e melhor distribuição de renda. De novo somos exigidos a participar com a nossa contribuição e, principalmente, com as nossas reivindicações.

Nas questões municipal, na capital paulista, e estadual, os governos tucanos/PFL emitem sinais no sentido de reduzir as políticas sociais, abandonam a saúde pública e a educação e, na lógica do Estado mínimo, deixam de investir no transporte público, o que significa elevação de tarifa e deterioração da qualidade dos serviço. É evidente a necessidade de uma resposta para impedir as ações desse (des)governo.

E pensar que o ano tem só 365 dias. Ou seja, o tempo é curto. Há muito que fazer. Comece desde já, participe do dia-a-dia do seu sindicato de classe. Juntos, vamos debater as questões do seu interesse. Se você quiser, você pode influenciar nos rumos da sua categoria, da classe trabalhadora e da sociedade. É o exercício da cidadania com tudo que tem de direitos e deveres.

Com certeza, você quer deixar um legado para as gerações futuras. E a melhor maneira de fazer isso é através de atividades coletivas, como na marcha pelo salário mínimo (foto), muita solidariedade e companheirismo com a família e com as pessosas da sua convivência cotidiana na escola e no trabalho. É assim que se faz um Brasil melhor, o país dos nossos sonhos. Faça sua parte. Participe.

Serra começa mal e pede aumento de 89% para seus secretários!

A CUT/SP repudia a ação de José Serra que, na madrugada desta sexta-feira dia 22/12 em regime de urgência, pediu e obteve na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo o aumento de 89% nos salários de seu secretariado.

Parece que o futuro governador não compreendeu a mensagem da sociedade brasileira que reagiu de forma indignada ao aumento abusivo recentemente pleiteado por deputados federais e senadores.
A sociedade quer transparência e participação nas decisões que envolvem os gastos e investimentos públicos e, portanto, está atenta!

Queremos saber qual o critério utilizado para o reajuste solicitado por José Serra aos secretários e porque foi votado na calada da noite sem prévio conhecimento e debate público!

Queremos saber a razão do aumento salarial do secretariado ter caráter de urgência enquanto o governo PSDB/PFL sequer recebeu o movimento sindical para discutir o reajuste salarial dos funcionários públicos nos últimos doze anos.

Assim como fez na ocasião do aumento das passagens e da elevação dos salários dos parlamentares, a CUT/SP adotará medidas contra o aumento do secretariado de Serra que junto com a criação de três secretarias e 147 cargos causará um rombo de 1,7 milhão aos cofres públicos do Estado de São Paulo.

Não vamos aceitar calados mais esta atitude de descaso com a sociedade! Vamos estender a ampla participação popular no abaixo assinado impresso e eletrônico que demonstra a indignação da população com aumentos abusivos a mais esta atitude de traição com o povo de São Paulo.