Bolsonaro e Guedes são antitrabalhador

O objetivo de Bolsonaro é implantar o neoliberalismo econômico no país, ou seja: menos investimentos do Estado, menos programas sociais, menos direitos trabalhistas e mais apoio aos empresários.

A reunião ministerial do dia 22 de abril, divulgada na imprensa com autorização do (STF) Supremo Tribunal Federal deixou ainda mais claro para quem este governo trabalha.

Durante a reunião o ministro da Economia,  Paulo Guedes, se referiu aos trabalhadores informais e desempregados de forma desrespeitosa.  Ele disse que  a pandemia da Covid-19 obrigará o governo a estender por dois ou mais três meses o auxílio emergencial, mas não deveria pagar o valor de R$ 600,00 e, sim, R$ 300,00 ou R$ 200,00. E justificou a redução do valor afirmando que isso era necessário para que a população pobre não achasse que estava tudo bem e não precisaria mais trabalhar.

Para Guedes, quem não tem renda porque a economia parou é vagabundo.

Chamar os brasileiros de vagabundos faz parte da norma deste governo que acredita que os brasileiros mais pobres vão querer receber de graça benefícios sociais e não trabalhar nunca mais, complementa a professora de economia da Unicamp, Marilane Teixeira.

Demonstra uma visão meritocrata de que os indivíduos têm condições de ascender socialmente, e se eles não têm condições melhores de inserção de renda e vida não é por falta de oportunidade, eles não lutaram e não fizerem por merecer, afirma a professora.

“Para Guedes, se o povo pobre não conseguiu estudar e lutar por um emprego melhor, o problema foi deles, é por desajuste de caráter e preguiça de trabalhar. Bolsonaro e Paulo Guedes são irresponsáveis ao levar o conceito de meritocracia num país como o Brasil de sociedade desigual com brutal concentração de renda”, diz a economista da Unicamp.

*Com informações da CUT

Produção industrial cai 18,8% em abril

A produção industrial brasileira registrou queda de 18,8% no mês abril na comparação com março. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), essa é a queda mais intensa da indústria desde o início da série histórica, em 2002, e o segundo resultado negativo consecutivo, acumulando uma perda de 26,1% no período.  O número reflete os impactos do isolamento social iniciado em meados de março.

A maior queda foi na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias, que despencou 88,5%.  No mês anterior, a atividade de veículos já tinha recuado 28,0%. Em dois meses de perdas, a atividade de veículos encolheu 91,7%.

Outras contribuições negativas  sobre o total da indústria foram de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-18,4%), metalurgia (-28,8%), máquinas e equipamentos (-30,8%), bebidas (-37,6%), produtos de borracha e de material plástico (-25,8%), produtos de minerais não-metálicos (-26,4%), produtos de metal (-26,8%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-33,8%), outros equipamentos de transporte (-76,3%), couro, artigos para viagem e calçados (-48,8%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-37,5%), produtos têxteis (-38,6%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-26,0%), outros produtos químicos (-7,3%), produtos diversos (-30,6%) e móveis (-36,7%).

Na direção oposta,  o setor de perfumaria, sabões e produtos de limpeza avançou 1,3%, o setor de alimentos cresceu 3,3% e os  produtos  farmacêuticos avançaram 6,6%.

Torcidas organizadas se unem contra Bolsonaro

Pela primeira vez na história as torcidas organizadas de futebol se uniram. Torcedores conhecidos pela rivalidade estavam juntos na avenida Paulista, no último domingo (31),   para exigir democracia e para repudiar a escalada fascista no país.

A manifestação foi puxada pela Gaviões da Fiel Torcida e Democracia Corintiana, mas as torcidas de times como São Paulo, Palmeiras e Santos também participaram do ato.

Em outras seis capitais brasileiras as manifestações se repetiram: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Salvador e Vitória.

Juristas assinam manifesto contra Bolsonaro

Os principais jornais do país publicaram no domingo o manifesto intitulado “Basta!”, assinado por juristas.

Os juristas afirmam que “o Brasil, suas instituições, seu povo não podem continuar a ser agredidos por alguém que, ungido democraticamente ao cargo de presidente da República, exerce o nobre mandato que lhe foi conferido para arruinar com os alicerces de nosso sistema democrático.” Leia o manifesto na íntegra clicando aqui.

Manifestações contra o autoritarismo de Bolsonaro cresce no final de semana

O final de semana foi marcado por muitas manifestações contra o autoritarismo e as arbitrariedades do governo Bolsonaro.

No sábado o economista Eduardo Moreira lançou nas redes sociais a campanha  #Somos70porcento que rapidamente repercutiu e foi compartilhada por várias celebridades, inclusive por Xuxa Meneguel.

A ideia de Eduardo Moreira foi dar visibilidade para o número de pessoas cada vez maior que reprovam o governo Bolsonaro e transformar isso numa marca. As pesquisas mostram que apenas 30% dos brasileiros aprovam esse governo que a cada dia tem índices maiores de rejeição.

 

Morte por Covid-19 continua crescendo na periferia

Os distritos mais pobres da capital paulista são também os que registram mais mortes por Covid-19 e nem assim a prefeitura de São Paulo barrou a reabertura do comércio.

Os 20 distritos mais pobres registraram crescimento de 348% nas mortes pela infecção entre 17 de abril e 27 de maio, partindo de 474 para 2.127 óbitos. Este número representa 28,4% do total de mortes registradas na cidade no período, segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde.

As piores situações seguem sendo as dos distritos de Brasilândia, na zona norte, com 209 mortes, e Sapopemba, na zona leste, com 205. A zona sul teve crescimento significativo, com vários distritos superando os 100 óbitos no período: Grajaú (183), Capão Redondo (163), Jardim São Luís (157), Jardim Ângela (156), Cidade Ademar (151), Jabaquara (123) e Capela do Socorro (110).Na zona leste, que tem o maior número de mortes, sete distritos registram mais de 100, além de Sapopemba: Itaquera (139), Cidade Tiradentes (131), Itaim Paulista (122), São Mateus (121), Cangaíba (106), Jardim Helena (103) e Lajeado (102).

Na zona norte, além da Brasilândia, ultrapassaram as 100 mortes dos distritos: Tremembé (149), Cachoeirinha (140), Freguesia do Ó (124), Vila Medeiros (106), Pirituba (105) e Jaraguá (101).

Um dos agravantes para o enfrentamento da pandemia na periferia é essas regiões possuem menos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com um máximo de oito para cada 100 mil habitantes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda 30 para cada 100 mil. Na capital paulista, 60% dos leitos de UTI estão concentrados em três distritos: Sé, Vila Mariana e Pinheiros.

Lockdown

Para o ex-ministro da Saúde e médico sanitarista Arthur Chioro, a situação mostra a consolidação de uma “periferização” da Covid-19. Para ele, o grande desafio agora é conseguir efetivar o isolamento das pessoas contaminadas assintomáticas ou sintomas leves, que podem espalhar ainda mais a pandemia. “Nesse momento, (o mais preocupante é) a inexistência de centros de isolamento para pessoas infectadas, que vivem em situações precárias, poderem ficar esses catorze dias, à semelhança do que foi organizado na favela de Paraisópolis, por exemplo, é gritante”, afirmou.

Chioro considera urgente a decretação de lockdown em São Paulo, mas sem esses espaços de isolamento, a medida já não seria tão efetiva.

*Com informações Rede Brasil Atual

Metade dos brasileiros reprova atuação de Bolsonaro, diz Datafolha

Metade dos brasileiros reprova a atuação de  Bolsonaro no combate a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), que já infectou 438.238 pessoas e fez 26.754 vítimas fatais no país, segundo pesquisa Datafolha. O Brasil é o segundo país com mais casos confirmados no mundo e registra mais óbitos do que Rússia, Índia e Turquia.

De acordo com o Datafolha, 50% das 2.069 pessoas entrevistadas consideram ruim ou péssima a gestão que Bolsonaro faz para conter a pandemia. Em 27 de abril, o percentual de ruim e péssimo era de 45%.

Outros 27% aprovam a atuação do presidente na maior crise sanitária do século. O percentual é o mesmo de abril. Já 22% o acham que é regular.

Entre os que têm ensino superior, o percentual de ruim e péssimo atinge 62%. Já os percentuais de ótimo e bom atinge 32% entre quem ganha mais de dez salários mínimo e 41% entre empresário.

Metodologia

Por causa do isolamento social, a pesquisa Datafolha está sendo feita por telefone.

Foram entrevistados 2.069 brasileiros adultos que possuem telefone celular em todas as regiões e estados do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

A coleta de dados aconteceu nos dias 25 e 26 de maio de 2020.

São Paulo não segue critérios da OMS para flexibilizar o isolamento

O número de infectatos e mortos por coronavírus em São Paulo continua crescendo diariamente. Mesmos assim, o governo cedeu a pressão dos empresários e vai flexibilizar a quarentena a partir de 1º de junho, sem seguir os critérios da OMS (Organização Mundial da Saúde).

Veja abaixo quais são os critérios corretos para a flexibilização do isolamento, de acordo com a OMS:

  1. A transmissão da doença deve estar sob controle, com queda sustentada por um período razoável de tempo do número de novos casos.
  2. O sistema de saúde deve ser capaz de detectar, testar, isolar e tratar todos os casos e de rastrear todos os contatos de casos positivos.
  3. O risco em lugares vulneráveis, como instituições de longa permanência, deve ser minimizado.
  4. Escolas, ambientes de trabalho e outros serviços essenciais devem ter medidas preventivas bem estabelecidas.
  5. O risco de importação de novos casos deve estar sob controle.
  6. As comunidades devem estar plenamente educadas, engajadas e fortalecidas pra poderem viver um novo padrão de normalidade, com a adoção rigorosa de medidas de proteção.

 

 

Doria flexibiliza quarentena

O governador de São Paulo, João Doria decidiu flexibilizar as medidas de isolamento social na capital e iniciar a reabertura do comércio em pleno pico da pandemia, contrariando as orientações de especialistas e infectologistas.

A decisão está indo  na mesma linha do que já vinha pregando Bolsonaro, que defende mais a economia do que a vida dos brasileiros.

As UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) da capital estão com 90% ou mais de lotação e os profissionais de saúde estão trabalhando sem equipamentos adequados de proteção.

Em todo o mundo a reabertura foi planejada e só se deu com os casos de contaminação já em queda, mas por aqui a realidade é bem diferente e o país já ultrapassa a marca das 26 mil mortes.

Nesta quinta-feira (27), quando especialistas e grande parte da população de São Paulo esperavam o anúncio de bloqueio total (lockdown) em todo Estado, devido a curva ascendente de novos casos e mortes pela doença, Doria, anunciou um plano de flexibilização do isolamento.

“Um risco absurdo e absolutamente criminoso, que só atende o mercado e em 15 dias, período fundamental para sabermos o resultado de qualquer ação de combate à doença, teremos um aumento expressivo de casos e mortes pela Covid-19”, afirmou o médico sanitarista, professor universitário, vereador e presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Campinas, Pedro Tourinho.

Segundo ele, é preciso sim que os estados e municípios tenham planos de flexibilização do isolamento, mas em primeiro lugar têm que ter critérios rígidos, como orienta a OMS. Além disso, aponta ele, o sistema de saúde está próximo do limite e o razoável a ser feito no momento seria intensificar e fiscalizar rigorosamente a adesão ao isolamento.

“Seguir fortalecendo nossa capacidade de testagem, rastreamento e ampliação de leitos. Ao mesmo tempo, medidas de apoio econômico e social deveriam ser muito melhor instituídas. Mas ao que tudo indica não é isso que vai acontecer. Temo imensamente pelas nossas vidas nesse momento”, afirma.

Classificação por regiões

Tourinho disse que Doria não mostrou nenhum dado concreto para tomar esta decisão e que o segundo erro grotesco do governador sobre o plano foi a classificação das regiões do estado em diferentes níveis de vigilância, com a possibilidade da reabertura imediata de vários setores em Campinas, na capital e em outras regiões do estado.

Para Tourinho a  flexibilização foi uma concessão aos setores econômicos e é questão de classe. Segundo ele, na classe média alta a taxa de isolamento conseguiu se manter maior e os leitos privados estão mais vazios. “Pelo que parece não há preocupação com o mais pobre, porque este setor não consegue manter o isolamento porque não tem uma ajuda do Estado eficiente para ficar em casa e ainda a taxa de ocupação da UTI em hospitais públicos está em 95%”, afirma o médico.

*Com informações da CUT

O papel dos cipeiros durante a pandemia

O papel dos cipeiros ficou ainda mais importante durante a pandemia de coronavírus e, por se tratar de um assunto totalmente novo, a Fetquim (Federação dos Trabalhadores do Ramo Quimico), elaborou um manual técnico com orientações para os representantes da Cipa, do SUR, e das comissões de fábricas.

O conteúdo foi elaborado com base na experiência do assessor de Saúde e Previdência da Fetquim, Remígio Todeschini, ex- presidente da Fundacentro e ex-presidente do Sindicato dos Químicos do ABC.

O material é online e está disponível  aqui, é só clicar!