Bancários rejeitam proposta patronal e engrossam dia do Basta

Os bancários rejeitaram em assembleia, ontem (8), a proposta feita pela bancada patronal que prevê reajuste de acordo com a inflação, sem ganho real.  “Incompleta e insuficiente”, definiu a presidenta do sindicato da categoria em São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva

A categoria tem data-base em 1º de setembro. Segundo a dirigente, a lucratividade do setor é gigantesca e uma proposta que não contemple aumento real não será aceita.

Os representantes dos bancários lembram que a Fenaban também não apresentou garantia contra contratações precárias, implementadas pela “reforma” trabalhista,  nem quis discutir garantia de emprego. “Vivemos um momento de golpe no país. E temos de estar preparados. É nenhum direito a menos”, afirmou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira. Os bancários permanecem mobilizados e estarão presentes no Dia do Basta, amanhã (10), ao lado de outras categorias que negociam no segundo semestre, como metalúrgicos, petroleiros e químicos.

Crise econômica e políticas de austeridade têm efeitos perversos para mulheres

As políticas de austeridade fiscal implementadas a partir do governo Temer alteraram a condição de vida do povo brasileiro, impactando de forma mais perversa as mulheres – especialmente as negras. A avaliação é da assessora do nosso Sindicato, Marilane Teixeira, que participou do  Encontro de Mulheres Sindicalistas, organizado pela Secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT São Paulo, em 2 de agosto..

Na ocasião, Marilane também divulgou o livro “Economia Para Poucos: impactos sociais da austeridade e alternativas para o Brasil”, da editora Autonomia Literária, organizado por Pedro Rossi, Esther Dweck e Ana Luíza, do qual ela participa como autora, ao lado de outros nomes.

“Quando se compara o orçamento público de 2014 ao de 2018, percebemos que algumas políticas praticamente desapareceram. No caso das políticas para as mulheres houve uma queda de mais 80%, em ações que envolvem, por exemplo, o combate à violência, que é uma política importante e que costuma ter resultados efetivos”, afirma a economista.

As decisões governamentais atingem tanto mulheres urbanas como mulheres rurais. “O orçamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário despencou de R$ 9 bilhões para R$ 1 bilhão. Além disso, os recursos para as políticas de educação infantil, que envolvem também as creches, foram reduzidos em 17% com relação ao que era destinado para esta área em 2014.” Na opinião da pesquisadora o cenário é de terra arrasada.

A economista defende que o papel do Estado seja reforçado e o do mercado seja reduzido. Para ela, abrir mão do papel do Estado significa ampliar as desigualdades de classe, raça e gênero. “Se os cortes nas políticas sociais continuarem acontecendo, num contexto de economia em crescimento, o cenário de miséria, de pobreza e de desigualdades irá piorar, principalmente para as mulheres negras que são as mais afetadas já que figuram entre os que têm o menor nível de emprego e estão entre as maiores taxas de desemprego em nossa economia”, diz.

Para Marilane, o Brasil só sairá deste cenário de retrocessos se algumas medidas forem tomadas, como por exemplo,  a revogação da Emenda Constitucional (EC) 95, que limita investimentos públicos por 20 anos no Brasil. “Precisamos, ao contrário, de uma política de elevação dos gastos sociais para ampliar os investimentos públicos e retomar a atividade econômica”, aponta a economista.

No dia 23 de agosto, às 10 horas, o Sindicato dos Químicos de São Paulo promove um debate com os organizadores e autores do livro  (Rua Tamandaré, 348).  

Dia do Basta ganha novas adesões

As frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo aderiram às mobilizações convocadas pela CUT e demais centrais sindicais para o Dia Nacional do Basta, em 10 de agosto. A decisão foi tomada na reunião entre os representantes das entidades que compõe as duas Frentes, entre elas MST, MTST, UNE, Marcha Mundial de Mulheres e Conen.

O Dia do Basta está ganhando força dia após dia. O objetivo é dizer basta de desemprego, de retirada de direitos, de privatizações, de aumentos abusivos nos preços dos combustíveis e de sofrimento para o povo brasileiro. “As frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, mais uma vez, serão protagonistas junto com as centrais sindicais nesse processo. Sei que os companheiros estarão apoiando o ato e cumprindo com seu papel decisivo”, disse o presidente da CUT, Vagner Freitas.

Papa abençoa Lula

O papa Francisco recebeu em sua residência, na manhã desta quinta-feira (2), o ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa, Celso Amorim, a quem entregou um bilhete endereçado ao ex-presidente Lula. “A Luiz Inácio Lula da Silva com a minha bênção, pedindo-lhe para orar por mim, Francisco”, diz a mensagem.

O ex-ministro dos governos Lula e Dilma, por sua vez, entregou ao pontífice uma versão em italiano do livro A Verdade Vencerá, em que o ex-presidente narra a perseguição judicial de que é vítima para tirar sua candidatura das eleições deste ano.

Segundo Amorim, o assunto principal da audiência foi a situação do ex-presidente Lula e as palavras usadas pelo papa para se referir à situação do Brasil foram ‘interesse e preocupação’.
“Ele, como se sabe, já mencionou em uma homilia como têm se passado os golpes na América Latina. Essa é uma preocupação constante do Papa e ele quis ouvir com muito interesse como se deu toda a situação no Brasil, toda a evolução política”, relatou Amorim.

*Com informações da CUT

Vox Populi: Temer é rejeitado por 83% dos brasileiros

O índice de rejeição de Temer passou de 73% para 83% entre maio e julho deste ano, revela pesquisa CUT/Vox Populi, realizada entre os dias 18 e 20 de julho.

E 69% dos brasileiros afirmam que a vida está pior depois do golpe de 2016, que derrubou Dilma Rousseff, presidenta eleita democraticamente por mais de 54 milhões de votos.

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, os resultados demonstram que o golpe não foi contra Dilma, foi para retirar direitos da classe trabalhadora, trazer de volta o desemprego, as privatizações, o arrocho salarial e o desmonte das políticas públicas de inclusão social.

Com Temer, o retrato do Brasil é a volta da miséria e da falta de credibilidade, diz Vagner. “É um país desacreditado internacionalmente”.

Temer é rejeitado de norte a sul

83% dos brasileiros reprovam o desempenho de Temer como presidente. Apenas 3% avaliam positivamente. O percentual dos que achavam Temer regular caiu de 20% para 13% entre maio e julho.

As piores avaliações estão no Sudeste, onde 71% dos entrevistados acham o ilegítimo Temer ruim ou péssimo. Em segundo lugar, aparece o Centro-Oeste e Norte, com 69%, seguido pelo Nordeste (64%), Região que mais sente saudade do Lula, e pelo Sul (62%).

Com Temer, a vida piorou

Segundo a pesquisa CUT/Vox Populi, desde que o ilegítimo Temer assumiu a presidência, em agosto de 2016, a vida piorou para 69%. Somente 6% dizem que a vida melhorou. Outros 23% avaliam que nada mudou e não sabem ou não responderam registrou 2%.

Confira a íntegra da pesquisa no site da CUT.