Candidatura de Lula é oficializada no TSE

A candidatura do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva foi registrada pelo PT no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nesta quarta-feira (15).  O candidato à vice-presidente na chapa de Lula é o ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. A formalização foi realizada por Haddad,  pela  presidenta do PT Gleisi Hoffmann, e pela  deputada do PC do B Manuela D’Ávila.

Às vésperas do registro de sua candidatura, Lula teve um artigo seu publicado no jornal americano The New York Times.

No artigo, intitulado “Eu quero democracia, não impunidade”, o ex-presidente lembra os anos de crescimento que o Brasil testemunhou durante seus dois mandatos. Avalia os motivos políticos que o levaram à prisão e finaliza dizendo  que não acredita que o povo brasileiro apoie a agenda elitista da direita e por isso é candidato. “Milhões de brasileiros entendem que minha prisão não tem nada a ver com corrupção, e eles entendem que eu estou onde estou apenas por razões políticas”.

 

Trabalhadores protestam em Brasília por empregos

Milhares de trabalhadores se reuniram em Brasília, nesta quarta (15) para exigir empregos, salários e direitos. O protesto foi uma continuidade do Dia do Basta, realizado em 10 de agosto, em todas as capitais do País e organizado por várias centrais sindicais e movimentos sociais.

Neste segundo semestre muitas categorias profissionais estão em campanha salarial – bancários, petroleiros, trabalhadores de correios e químicos, dentre outros.

Os trabalhadores de correios aceitaram uma conciliação no Tribunal Superior do Trabalho (TST) e vão assinar um acordo que garante a inflação do período (3,68%) e a manutenção de todas as cláusulas do acordo coletivo anterior.  A data-base dos correios foi em julho.

A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresa de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect-CUT) lembra que a categoria, enfrentou uma conjuntura desfavorável, marcada pela entrada em vigor da “reforma” trabalhista, capitaneada pelo governo Michel Temer (MDB). “Foi um processo difícil, foi nossa primeira negociação após a aprovação da reforma trabalhista”,  disse o secretário-geral da Fentect, José Rivaldo.

Os bancários, com data-base em setembro, ainda não conseguiram avançar nas negociações com os bancos.

Os químicos, cuja data-base é novembro, estão organizando a mobilização e a pauta que em breve será aprovada pela categoria para ser entregue a bancada patronal.

Mulheres geram riqueza mas não são devidamente reconhecidas e remuneradas

Qual a importância do trabalho da mulher na economia brasileira? Quais as políticas públicas necessárias para promover a autonomia econômica e pessoal das mais de 100 milhões de mulheres brasileiras? Elas têm peso cada vez na geração de riqueza do país, mas ainda não vêm suas atividades devidamente reconhecidas e remuneradas, principalmente quando o assunto é trabalho doméstico e de cuidado de idosos e crianças. Os desafios são enormes.

“Não raras são as vezes em que as mulheres são compelidas a abandonarem seus empregos para se dedicarem a um membro da família enfermo ou que necessita de cuidados, ou até mesmo fazer escolhas que permitam melhorar a conciliação do trabalho produtivo e reprodutivo”, afirma Marilane Teixeira, economista e doutora em desenvolvimento econômico e pesquisadora na área de relações de trabalho e gênero. Ela é autora do estudo “Empoderamento Econômico das Mulheres no Brasil – Pela Valorização do Trabalho Doméstico e do Cuidado”, em parceria com Nalu Faria, psicóloga e coordenadora da Sempre Viva Organização Feminista (SOF), e apoio da Oxfam Brasil.

O estudo sugere algumas propostas de políticas públicas para as mulheres envolvidas com trabalho doméstico e de cuidados, urbanas e rurais. “Dar visibilidade a esse trabalho é uma forma de reconhecer o valor do trabalho feminino para a sustentabilidade da vida humana e, portanto, uma obrigação de toda a sociedade – e não apenas do público feminino”, diz Marilane, que nos concedeu esta entrevista para falar sobre o estudo:

Quais são os principais entraves hoje para o empoderamento econômico das mulheres no Brasil?

Parte-se da constatação de que a sociedade está fundada em uma estrutura dicotômica que, além de separar as duas esferas pública e privada, hierarquiza e atribui papéis sociais diferenciados para mulheres e homens. Essa assimetria gera uma desigual repartição entre os sexos em todas as esferas da vida, e leva a um questionamento sobre os limites conceituais inerentes à definição da própria participação da força de trabalho feminina e os seus condicionamentos, marcados por práticas sociais discriminatórias que desfavorecem a integração das mulheres na estrutura produtiva, ao mesmo tempo em que reforçam o seu papel reprodutivo, fortalecendo a divisão sexual do trabalho que se expressa nos mais distintos âmbitos da vida e, no mercado de trabalho, na sua desproporcional participação em ocupaçõ es a que são conferidas características próprias, na maioria das vezes, associadas unicamente ao sexo dos indivíduos.

Neste sentido, negligenciam-se as motivações que levam as mulheres a se incorporarem nos empregos mais precários e o quanto as suas “escolhas” estão determinadas por suas condições materiais e pelos novos arranjos familiares, distantes de modelos formais e tradicionais de famílias. As mulheres são compelidas a postos de trabalho mais precários na tentativa de conciliar a atividade produtiva e reprodutiva em contextos em que não há compartilhamento das responsabilidades familiares e ausência de políticas públicas. Por outro lado, se reconhece a existência de uma relação específica entre o processo de produção e reprodução social, por meio do trabalho doméstico não remunerado, fundamental para o funcionamento de um sistema econômico que se mantém com o enorme volume de trabalho nã o pago realizado pelas mulheres e que garante a funcionalidade do sistema.

Portanto, alterar as condições em que se dá a socialização do trabalho doméstico não remunerado, por meio, do compartilhamento das tarefas de reprodução social e alterar a estrutura produtiva de forma que a produção de bens públicos seja prioridade para libertar as pessoas de determinadas obrigações, principalmente com a tarefa de cuidados, são indicações que podem contribuir para uma nova perspectiva para as mulheres.

Como o Estado pode contribuir para tornar o trabalho doméstico no Brasil mais equitativo e valorizado?

Afrontar a profunda desigualdade em relação ao trabalho doméstico e de cuidados pressupõe problematizar uma possível visão homogênea dos quatro níveis de provisão de cuidados: família, mercado, Estado e comunidade. Em particular é fundamental reforçar o papel do Estado e buscar diminuir o papel do mercado. Essa perspectiva inclusive é o que poderá contribuir para que as políticas de conciliação sejam mais efetivas para garantir um horizonte de alteração das bases da desigualdade de classe, raça e gênero.  Essa proposição está vinculava à compreensão que a lógica do mercado, de acumulação é incompatível com a lógica de colocar o cuidado no centro, como prioridade.

Para tanto há que ampliar a oferta de creches e escolas em período integral garantindo a dimensão de um projeto pedagógico que reforce a igualdade de gênero, mas que também garanta a dimensão da alimentação, elemento fundamental para diminuir as tarefas no interior das casas. Da mesma maneira é imprescindível que sejam efetivadas outras políticas públicas de saúde, por meio de redes de assistência social; a estruturação de redes de serviços de cuidados de longa duração para a população idosa; políticas de saneamento e habitação, somente em 2014 foram concedidas 3,5 milhões de unidades habitacionais, sendo 1,8 milhão para famílias de baixa renda, as mulheres representavam 80% dos contratos firmados no programa Minha Casa Minha Vida; transporte público de qualidade uma vez que são as mulheres e os jovens os principais usuários.  As evidências demonstram que quanto maior o acesso à infraestrutura melhores são as condições para a provisão do trabalho de cuidados no âmbito das famílias.

Quais as principais políticas públicas necessárias para a correta valorização do trabalho doméstico no Brasil?

Não raras são as vezes em que as mulheres são compelidas a abandonarem seus empregos para se dedicarem a um membro da família enfermo ou que necessita de cuidados, ou até mesmo fazer escolhas que permitam melhorar a conciliação do trabalho produtivo e reprodutivo. Essas responsabilidades precisam ser redimensionadas e compartilhadas com o poder público, mas para isso é necessário a construção de novos valores com menos mercado e mais cuidado com a vida humana.

Uma das políticas públicas mais importantes e que favorece diretamente as mulheres mais pobres e contribui para melhorar a sua inserção no mundo do trabalho é a oferta de creches públicas em horários compatíveis com a jornada de trabalho. Recentemente o IBGE divulgou um suplemento sobre os cuidados de crianças com menos de 4 anos de idade com base nos dados da PNAD de 2015. Os resultados indicaram que das 10,3 milhões de crianças com menos de 4 anos de idade, 74,4% não estavam matriculadas em creches ou escolas. Sendo que entre os responsáveis, as mulheres (83,8%) eram ampla maioria e, em torno de 45,0%, estavam ocupadas.

Dentre o universo de crianças nessa idade que não estavam matriculadas, 61,8% dos responsáveis manifestaram interesse em fazê-lo. O interesse crescia entre os estratos de renda de até 1 salário mínimo e 43,2% indicou que havia tomado alguma providência nesse sentido.

A política de creches é um aspecto fundamental para a condição de inserção e permanência das mulheres no mercado de trabalho. O Plano Nacional de Educação estabeleceu como Meta 1 universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 a 5 anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% das crianças de até 3 anos até o final da vigência do PNE (2024). Em 2013 a cobertura era de 23,2% dessas crianças, praticamente dobrou a oferta entre 2004 e 2013.  Somente entre 2014 e 2015 foram ofertadas mais de 1 milhão de vagas.

Entretanto, o orçamento para educação infantil sofreu uma forte redução de 2014 para 2017, passando de R$ 1.901,9 bilhões para R$ 332,3 milhões em valores nominais representa 17% dos recursos de 2014.

 

 

 

 

 

 

Artigo de Lula é publicado no jornal The New York Times

Na última terça-feira, 14,  o artigo do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, intitulado “Eu quero democracia, não impunidade”, foi publicado pelo jornal americano The New York Times. Leia abaixo, o artigo na íntegra.

 CURITIBA, Brasil – Dezesseis anos atrás, o Brasil estava em crise; seu futuro incerto. Nossos sonhos de nos transformarmos em um dos países mais prósperos e democráticos do mundo pareciam ameaçados. A ideia de que um dia nossos cidadãos poderiam desfrutar dos padrões de vida confortáveis ​​de nossos colegas na Europa ou em outras democracias ocidentais parecia estar desaparecendo. Menos de duas décadas após o fim da ditadura, algumas feridas daquele período ainda estavam cruas.

O Partido dos Trabalhadores ofereceu esperança, uma alternativa que poderia mudar essas tendências. Por essa razão, mais que qualquer outra, vencemos nas urnas em 2002. Tornei-me o primeiro líder trabalhista a ser eleito presidente do Brasil. Inicialmente, o mercado financeiro se abalou; mas o crescimento econômico que seguiu tranquilizou o mercado. Nos anos seguintes, os governos do Partido dos Trabalhadores que chefiei reduziram a pobreza em mais da metade em apenas oito anos. Nos meus dois mandatos, o salário mínimo aumentou 50%. Nosso programa Bolsa Família, que auxiliou famílias pobres ao mesmo tempo em que garantiu que as crianças recebessem educação de qualidade, ganhou renome internacional. Nós provamos que combater a pobreza era uma boa política econômica.

Então este progresso foi interrompido. Não através das urnas, embora o Brasil tenha eleições livres e justas. Em vez disso, a presidente Dilma Rousseff sofreu impeachment e foi destituída do cargo por uma ação que até mesmo seus oponentes admitiram não ser uma ofensa imputável. Depois, eu fui mandado para a prisão, por um julgamento questionável de acusações de corrupção e lavagem de dinheiro.

Meu encarceramento foi a última fase de um golpe em câmera lenta destinado a marginalizar permanentemente as forças progressistas no Brasil. Pretende-se impedir que o Partido dos Trabalhadores seja novamente eleito para a presidência. Com todas as pesquisas mostrando que eu venceria facilmente as eleições de outubro, a extrema direita do Brasil está tentando me tirar da disputa. Minha condenação e prisão são baseadas somente no testemunho de uma pessoa, cuja própria sentença foi reduzida em troca do que ele disse contra mim. Em outras palavras, era do seu interesse pessoal dizer às autoridades o que elas queriam ouvir.

As forças de direita que tomaram o poder no Brasil não perderam tempo na implementação de sua agenda. A administração profundamente impopular do presidente Michel Temer aprovou uma emenda constitucional que estabelece um limite de 20 anos para os gastos públicos e promulgou várias mudanças nas leis trabalhistas que facilitarão a terceirização e enfraquecerão os direitos de negociação dos trabalhadores, e até mesmo seu direito a uma jornada de oito horas de trabalho. O governo Temer também tentou fazer cortes na Previdência.

Os conservadores do Brasil estão trabalhando muito para reverter o progresso dos governos do Partido dos Trabalhadores, e eles estão determinados a nos impedir de voltar ao cargo no futuro próximo. Seu aliado nesse esforço é o juiz Sérgio Moro e sua equipe de promotores, que recorreram a gravações e vazamentos de conversas telefônicas particulares que tive com minha família e com meu advogado, incluindo um grampo ilegal. Eles criaram um show para a mídia quando me levaram para depor à força, me acusando de ser o “mentor” de um vasto esquema de corrupção. Esses detalhes aterradores raramente são relatados na grande mídia.

Moro tem sido celebrado pela mídia de direita do Brasil. Ele se tornou intocável. Mas a verdadeira questão não é o Sr. Moro; são aqueles que o elevaram a esse status de intocável: elites de direita, neoliberais, que sempre se opuseram à nossa luta por maior justiça social e igualdade no Brasil.

Eu não acredito que a maioria dos brasileiros aprove essa agenda elitista. É por isso que, embora eu possa estar na cadeia hoje, eu estou concorrendo à presidência. E por isso que as pesquisas mostram que se as eleições fossem realizadas hoje, eu venceria. Milhões de brasileiros entendem que minha prisão não tem nada a ver com corrupção, e eles entendem que eu estou onde estou apenas por razões políticas.

 Artigo publicado nesta terça-feira, 14, no jornal The New York Times

Unicef apura que mais de 60% das crianças e adolescentes vivem na pobreza

Seis em cada dez  crianças e adolescentes até 17 anos  vivem na pobreza, ou estão privados de um ou mais direitos, dentre os seis analisados pelo estudo  – educação, acesso à informação, água, saneamento, moraria e proteção contra o trabalho infantil.

Do total de jovens, 18 milhões (34,3%) vivem com menos de R$ 346 per capita por mês na zona urbana e R$ 269 na zona rural; 6 milhões (11,2%), são privados apenas de renda; e  12 milhões (23,1%,) além de renda insuficiente, têm um ou mais direitos negados. Outros 14 milhões não são monetariamente pobres, mas têm um ou mais direitos negados.

O levantamento é da Fundação das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e foi divulgado ontem (14).

O estudo mostra ainda que, no Brasil, entre as crianças que vivem na pobreza, seja por privação de renda ou de direitos, 13,9 mil não têm acesso a nenhum dos seis direitos analisados pelo estudo, “estão completamente à margem de políticas públicas”.

Saiba mais sobre os dados da pesquisa no site da CUT.

Depois do impeachment, trabalhadores acumulam derrotas no Congresso

Foi como se os movimentos sociais e de trabalhadores tivessem sofrido vários “7 a 1” políticos, diz o analista político Marcos Verlaine, do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), sobre as votações no Congresso depois do impeachment de Dilma Rousseff, em 2016. O instituto elaborou uma relação (confira quadro) com várias matérias aprovadas desde então – todas desfavoráveis, tendo como exemplo mais conhecido a “reforma” trabalhista, no ano passado.

Ele enfatiza a importância de se observar a escolha de representantes na Câmara e no Senado para tentar melhorar a correlação de forças, pois hoje a composição é de maioria francamente conservadora. “O mercado não perdeu mais nenhuma votação relevante naquilo que era de seu interesse”, adverte.

São dois momentos distintos, antes e depois da derrubada de Dilma, observa Verlaine. A partir do impeachment, se estabeleceu o que ele chama de “agenda do mercado” e o poder financeiro e empresarial passou a aprovar todos os temas de seu interesse. “Se ela (Dilma) se mantivesse, num contexto de negociação com o Congresso Nacional, o quadro poderia ser diferente”, diz o analista, mesmo considerando o Parlamento atual o “mais fisiológico” e de pior qualidade em sua relação com o Executivo.

Esse mesmo Congresso barrou as denúncias contra Michel Temer, o que contribuiu, segundo Verlaine, para frear outra “reforma”, a da Previdência. “Se o Temer não tivesse tido aquelas duas denúncias, poderia ter passado (a reforma), a história talvez fosse outra.” Mas o analista destaca também a mobilização dos movimentos sociais contra o projeto.

Ele avalia que os representantes dos trabalhadores têm ainda alguma dificuldade para monitorar as votações. “Por uma série de fatores, o movimento sindical não consegue acompanhar adequadamente a pauta do Congresso e desenvolver o combate a essa pauta”, diz. Verlaine cita o exemplo da tramitação do projeto de “reforma” trabalhista, quando os sindicatos buscavam interlocução com o Ministério do Trabalho, enquanto quem determinava o ritmo do debate era a Casa Civil. Além disso, em um primeiro momento, todos se concentraram na questão da Previdência e de certa forma “esqueceram” da trabalhista, que foi avançando – por ser um projeto de lei exigia menos votos do que uma proposta de emenda à Constituição (PEC).

Quando o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), declarou que a proposta de mudança da legislação trabalhista era “tímida”, houve uma espécie de senha para o mercado, diz o analista do Diap. E o relator do projeto, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), transformou o texto original, do Executivo, em um “monstrengo”, que acabou aprovado.

Houve também a agora Emenda Constitucional 95, chamada de “PEC da morte” durante a tramitação. “A emenda dialogava e dialoga com as reformas da Previdência e trabalhista, que destruiu e colocou as relações do trabalho num patamar muito difícil para o movimento sindical.”

Para Verlaine, é preciso “eleger um Congresso mais qualificado e um presidente que tenha algum compromisso com os trabalhadores”. Caso contrário, será difícil reverter a agenda conservadora. “O movimento sindical precisa ficar mais atento à eleição para o Congresso Nacional.” Atualmente, ele lista de 100 a 120 parlamentares, no máximo, mais identificados com uma pauta progressista. Apenas um quinto do Parlamento.

Mesmo a “reforma” trabalhista não foi resultado de uma “canetada”, como o analista chegou a ouvir de um dirigente. “Desde a revisão constitucional que o mercado vem tentando alterar as relações de trabalho a seu favor. O mercado acompanha a pauta do Congresso pari passu. O movimento sindical não consegue fazê-lo.” Outubro pode ser este momento.

 

Livro debate candidatura Lula

Na próxima quarta-feira, 15 de agosto, às 19 horas, será lançado o livro “Vontade Popular e Democracia: Candidatura Lula?”, no  auditório do Sindicato dos Químicos (Rua Tamandaré, 348, Liberdade).

O lançamento contará também com uma mesa de debates com a participação do ex-ministro Eugênio Aragão, que é um dos organizadores da obra, ao lado de Gabriela Araújo, Wilson Ramos Filho e José Francisco Siqueira Neto.

Também já confirmaram presença o professor Aldo Fornazieri e o escritor Fernando Morais.

 

 

Químicos protestam nas fábricas e na Paulista

Os trabalhadores do setor químico fizeram protestos hoje (10) nas principais fábricas da categoria. Depois se juntaram a outras categorias, na avenida Paulista, para protestar contra o corte de direitos, o arrocho salarial e os desmandos do governo Temer.

O dia foi de protestos em todo o país e nas principais categorias de trabalhadores, principalmente nas que negociam salários no segundo semestre.  Caso dos bancários, metalúrgicos, petroleiros e químicos, dentre outros.

“Os trabalhadores já perceberam no bolso a volta da inflação e o arrocho salarial.  O salário não está mais chegando ao final do mês. Quem está desempregado enfrenta uma situação ainda pior. As vagas com carteira assinada sumiram do mercado.  A precarização e os baixos salários já são uma realidade”, avalia Edson Passoni, secretário Jurídico do Sindicato.

Mulheres da IndustriAll Global Union iniciam projeto de gênero na Argentina

As mulheres da América Latina e Caribe, representantes das afiliadas a IndustriAll Global Union, iniciaram neste início de agosto um projeto de gênero regional em Buenos Aires, Argentina.

O Projeto formativo será de três anos, realizado em parceria com a organização Union to Union. Entre os temas abordados estão:  igualdade de gênero; desafios das mulheres frente à indústria 4.0; plano de ação frente aos novos desafios; campanha contra a violência e eleição de 40% de mulheres na direção da IndustriAll Global Union.

Ontem (8), a delegação brasileira se juntou às mulheres  argentinas na Plaza Mayo, em Buenos Aires,  na luta pela legalização do aborto.

A presidenta da CNQ e diretora do nosso Sindicato,  Lucineide Varjão, comentou: “Acompanhamos as manifestações durante todo o dia e vibramos muito pela votação favorável à nossa luta, o que infelizmente não aconteceu.   A cidade amanheceu tomada de mulheres, em sua grande maioria jovens, vindas de todos os lugares”.

A votação no Senado argentino começou ontem, mas foi concluída só hoje.

O Senado argentino rejeitou por pequena margem a proposta de regularização do aborto no país. A prática permanece então proibida por lei na Argentina.

Químicos articulam campanha salarial 2018

Os trabalhadores do setor químico, com data-base em 1º de novembro, já estão organizando a campanha salarial 2018.  As reuniões com outros sindicatos que negociam conjuntamente e fazem parte da Fetquim (Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico) já começaram. “Estamos alinhando uma pauta conjunta e a prioridade é garantir direitos e repor a  inflação com ganho real”, explica Deusdete José das Virgens, diretor do Sindicato e secretário de Administração e Finanças da Fetquim.

A inflação no último período subiu muito.  A estimativa para a data-base dos químicos é de  4,16%, de acordo com o IBGE.   “O país está em recessão e o desemprego só aumento, fruto do desgoverno de Temer.  Nós sabemos que os patrões irão endurecer na hora de negociar um reajuste na casa de 5% ou mais”, avalia Osvaldo Bezerra, coordenador do Sindicato, por isso estaremos junto com outras categorias nos mobilizando nesta sexta (10 de agosto).

Na opinião do sindicalista, só  a mobilização dos trabalhadores pode reverter esse quadro. “No segundo semestre grandes categorias estão em negociação. Unindo esforços e ganhando as ruas podemos virar esse jogo”, avalia Bezerra.