Gordos, magros e o Fome Zero

A Pesquisa de Orçamento Familiar (POF 2003) do IBGE é o mais completo mapeamento da situação alimentar já feito no país. Durante um ano, uma amostra representativa de domicílios foi visitada várias vezes.

Os dados mostram que brasileiros com mais de 20 anos inclui quase 3,8 milhões de pessoas com déficit de peso e outros 38,8 milhões com excesso, dos quais 10,5 milhões obesos. Os números impressionam, mas ninguém se lembrou de perguntar: e os restantes 133 milhões da população total de 175,8 milhões existente?

A mesma publicação que deu origem à divisão do país entre gordos e magros tem a resposta. E o que ela diz é que brasileiros com renda familiar inferior a um salário mínimo (R$ 200 na época da pesquisa) não consumiam sequer 1.900 kcal diárias, menos que o limite inferior recomendado. Ou seja, mais de 77 milhões de pessoas, praticamente o dobro do total de obesos, não dispõem de quantidade adequada de alimentos.

A insegurança alimentar atinge quase metade da população, se consideradas as três dimensões do conceito internacional de segurança alimentar: quantidade de alimento, qualidade nutricional e dignidade do acesso.

A verdade é que a má consciência brasileira nunca se relacionou bem com palavras como fome, pobreza e miséria. Essa indisposição contaminou o aparelho de Estado, parte da mídia e da elite, sempre refratárias em se enxergar na imagem invertida de seu privilégio. Desqualificar a decisão de implantar uma política de segurança alimentar faz parte dessa tradição.

Erradicar a fome e a insegurança alimentar é um atalho de justiça possível de alcançar, antes mesmo de corrigir a distribuição de renda num horizonte de longo prazo.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da diretoria do Sindicato

Salários e impostos em debate

Salário mínimo, finalmente, obtém aumento real próximo de 10%, enquanto a questão tributária gera polêmica ao onerar uma minoria e aliviar a maioria da população

Dois importantes temas para os trabalhadores fecharam o ano de 2004. O primeiro deles é a definição do valor do salário mínimo, que a partir de maio será de R$ 300,00. Não é o ideal, mas um salto de qualidade já que representa cerca de 10% de aumento real, o que não acontecia há vários anos.  A CUT, com a participação deste sindicato, e demais centrais sindicais foram às ruas numa grande marcha (foto) pela recomposição do valor do salário mínimo.

Em segundo lugar a questão tributária. A polêmica sobre impostos. De 1994 a 2000 o governo FHC elevou o percentual de tributos de 26% para 35, 5%. No primeiro ano do governo Lula esta carga caiu para 34,8% e segundo Bernard Appy, Secretário Executivo do Ministério da Fazenda, vai cair ainda mais de 2004 para 2005 e continuará caindo em 2006.

A revisão da tabela de imposto de renda sobre salários não atendeu ao que o movimento sindical reivindicava, mas a correção do IR negociada entre sindicalistas e governo permitiu um salto que representa ganho médio de até R$ 45,00 por mês para trabalhadores com faixa salarial de

R$ 1.500,00 a R$ 2.500,00. Os trabalhadores de baixa renda foram favorecidos com a isenção de impostos sobre alimentos. Com isso, arroz, feijão, farinha de trigo e outros produtos ficaram mais baratos.

A polêmica, no entanto, se dá na correção da  tabela de impostos sobre o chamado lucro presumido para prestadores de serviços. É um imposto oneroso de fato, que atinge, sobretudo, aos chamados profissionais liberais, que recolhem seus impostos como pessoa jurídica, ou seja, como empresa e não como pessoa física.

Assembléia Geral: Sexta-Feira (28/01) 19h, Subsede Santo Amaro

Como sempre acontece em todo começo de ano, a diretoria do Sindicato convoca os trabalhadores, em especial os sindicalizados, para a assembléia de prestação de contas e previsão orçamentária para este ano que se inicia. Isto é da sua conta, pois trata-se dos rumos de sua entidade de classe, do investimento dos seus recursos financeiros.

O Sindicato tem despesas como administração da sede e subsedes, convênios em benefício dos associados e seus familiares, salários de profissionais das áreas técnicas, administrativa e de serviços e, principalmente, o investimento nas mobilizações e lutas da categoria para garantir o avanço em suas conquistas.

Participe para saber como foi feito tudo isso ao longo de 2003 e como a diretoria do Sindicato pretende fazer para investir ainda mais neste ano.

PLR

A Convenção Coletiva estabelece que a Participação nos Lucros ou Resultados tem valor mínimo de R$ 400,00 para este ano de 2005.

A Convenção estabelece ainda que a PLR pode ser paga em parcela única ou em duas vezes. Se a empresa optar em pagar em duas parcelas, a primeira vence agora, dia 31/01/05 e a segunda em 30/07/05. No caso de pagamento em parcela única, o prazo é até dia 30 de março próximo.

Portanto, fique de olho! Fique atento, e procure saber qual será a opção adotada pela empresa onde você trabalha.

Jogos Sindicais

Vem aí a edição 2005 dos jogos sindicais promovido pela Secretaria Municipal de Esportes, através de seu Departamento de Promoções Esportivas, Lazer e Recreação. Participam do evento todos os trabalhadores, adultos sindicalizados e aposentados da categoria, masculino e feminino. O prazo de inscrições é até 28 de janeiro, na rua Pedro de Toledo, 1591. A realização do torneio está previsto para inicar-se a partir de 26 de fevereiro.

Para os jogos sindicais estão previstas as seguintes modalidades esportivas: futebol, futebol de salão, voleibol, truco, dominó, dama, xadrez, tênis de mesa, natação e provas de atletismo. Um “congresso técnico” será realizado dia três de fevereiro, no auditório do Centro Olímpico (Av. Ibirapuera, 1315), para definir datas de competições, eventuais chaves e grupos de equipes inscritas para os jogos. Para obter mais informações, ligue no Sindicato, pelo telefone 3209.3811, ramal 213

LER

O trabalhador vitima de doença profissional no exercício da profissão não poderá ser demitido e será beneficiado pelo direito à estabilidade provisória prevista em lei, pelo prazo mínimo de 12 meses, após o fim do recebimento do auxílio doença, independente de ter recebido ou não o auxílio-acidente. No caso da doença ser a LER (Lesão por Esforços Repetitivos), que pode ser constatada após a dispensa do trabalho, o trabalhador pode e deve requerer seus direitos.

Convenção Coletiva e PLR

A Convenção Coletiva, na cláusula 73, estabelece que a PLR (Participação nos Lucros ou Resultados) este ano é de R$ 400,00, no mínimo. As empresas podem pagar em parcela única que vence, neste caso, em 31/03. Na opção em duas parcelas, as datas são: 31/01 e 31/07. Portanto, fique de olho, se a empresa  onde você trabalha não fez o pagamento no dia 31/01, é sinal de que a PLR será paga em parcela única; neste caso em 31 de março próximo.

A Convenção Coletiva é instrumento importante que contém seus direitos e conquistas. Se você ainda não tem, procure com um diretor do Sindicato ou na subsede mais próxima.

8 de março – Mulheres: protestos e comemorações

As comemorações e lutas do Dia Internacional da Mulher levaram mais de 40.000 mulheres a se manifestarem na avenida Paulista e terminou na Praça da República, dentre as reivindicações: aumento do salário, acesso da mulher à terra e aos serviços de saúde, sobretudo com relação à questão delicada do aborto que a cada ano mata milhares de mulheres nas clínicas clandestinas.

Outra questão é a ampliação da representatividade da participação feminina no mundo da política e no movimento sindical. No Brasil o percentual de mulheres que participam da política é ainda muito pequeno. No Congresso Nacional a representatividade feminina chega a 9,2% na Câmara e 11,1% no senado em relação ao número de deputados e senadores.

No Sindicato a comissão de mulheres se fez presente na manifestação, e durante esta semana visitou as empresas em preparação à atividade que acontece, na sede central do Sindicato, sábado, dia 12/03, a partir das 15h, debate sobre a condição das mulheres no ramo químico. As atividades terminam com apresentação cultural, a peça de teatro Viúva de Marido Vivo, da companhia Itinerarte.

Quem decide é a categoria

Por responsabilidade dos patrões do setor farmacêutico os trabalhadores da indústria de medicamentos ainda estão sem Convenção Coletiva. Agora, como sempre acontece neste sindicato, quem decide é a categoria. Na assembléia de sexta, dia quatro, você vai tomar conhecimento da proposta patronal e aprová-la, ou rejeita-la.

A luta necessária de resistência nas empresas os trabalhadores fizeram bonito, junto com o Sindicato. As medidas jurídicas também foram encaminhadas, tanto é que o processo continua, com os patrões defendendo seus pontos de vista e o Sindicato, defendeu o que é melhor para a categoria.

Chegou o momento de avaliar a proposta patronal, o que obtivemos de avanço e conquistas, sobretudo em relação à organização da categoria, no local de trabalho. Passo importante para novas mobilizações.

A convenção Coletiva atualizada é importante instrumento de defesa dos direitos e conquistas dos trabalhadores que a categoria não pode e não deve abrir mão. Juntos, vamos debater, avaliar e tomar uma decisão. Participe!!!

Determinação e coragem

A categoria ao lado do seu Sindicato de classe, mostrou determinação e coragem ao reagir com firmeza contra a intransigência patronal do setor farmacêutico, que não assinou a Convenção Coletiva válida para toda a categoria.

Foram intensas as movimentações. Pelo lado da mobilização e luta avançamos com negociações específicas por empresas que resultaram em significativas conquistas. O sindicato patronal instaurou dissídio coletivo na Justiça do Trabalho. Foram três audiências na tentativa de um acordo satisfatório para a categoria.

Diante do impasse, a diretoria do Sindicato convoca os trabalhadores e trabalhadoras do setor farmacêutico para em assembléia avaliar os rumos da Campanha Salarial na próxima sexta-feira, dia quatro de março.

Deste processo que se arrasta desde o final de 2004 ficou claro para os patrões do setor farmacêutico que existe uma insatisfação dos trabalhadores, pois para quem garante o lucro da empresa e a produção de medicamentos que curam e salvam vidas é mais do que justo que se tenha uma Convenção Coletiva que lhes garanta salários dignos e melhores benefícios.

O bafo da múmia

Em fevereiro a mídia especializada mostrou que a venda de motos tem sido expressivamente maior que a venda de carros. Isto mostra que as motos se tornaram uma alternativa viável de transporte, e é dos mais populares. As razões são, baixo preço para aquisição, versatilidade, baixo custo de manutenção, economia de combustível.

Hoje a moto é usada no campo e na cidade. No campo é usada até para cuidar e conduzir a boiada. Na cidade é usada por empresários, trabalhadores, estudantes que não podem ficar refém dos congestionamentos nas grandes cidades, e nem do transporte público cada vez mais caro e ineficiente. Sem falar nos profissionais das duas rodas, moto boys, moto táxis, entre-gadores e outros profissionais.

O crescimento do número de motos que circulam nas cidades é evidente que chamou a atenção e logo a mídia passou a publicar matérias sobre acidentes com motos nas estradas, e nas cidades. Ora as autoridades estaduais, que mais se parecem múmias, logo se puseram a buscar uma solução para o problema dos acidentes.

Pasmem, a solução encontrada não foi melhorar as estradas com pavimentação, sinalização e iluminação e sim passar a cobrar pedágio dos motociclistas. Ora na eleição municipal Alckmim e Serra atacaram a cobrança de taxas dos motoqueiros na cidade de São Paulo. A taxa foi proposta pela prefeitura a fim de organizar o setor e garantir melhor assistência aos condutores.

Foi só passar as eleições além de privatizar mais estradas estaduais, Airton Sena, Carvalho Pinto, Tamoios e… Agora querem que as motos paguem pedágio com a desculpa esfarrapada do aumento dos acidentes. Só faltava essa.

Tirem essa múmia do Palácio dos Bandeirantes, tirem essa múmia da minha garupa, que esse bafo de tucano eu não agüento. PSDB a vida fica melhor sem você.   

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da diretoria do Sindicato.