Centrais sindicais preparam novas manifestações para 20 de setembro

A CUT e as demais centrais sindicais definiram o dia 20 de setembro como Dia Nacional de Mobilização em Defesa da Previdência.  O objetivo é convergir com o dia internacional de lutas ambientais, em defesa da Amazônia e do clima e ampliar as bandeiras como as lutas por direitos, em defesa da previdência, da educação, da soberania e contra as privatizações.

 

O governo Bolsonaro deve colocar a reforma da Previdência em votação em segundo turno no dia 10 de outubro.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, esteve em Brasília para participar da Audiência Pública sobre “Previdência e Trabalho” e declarou que a classe trabalhadora continua na luta e que acredita numa virada.

Vagner pontuou que o Senado não pode se limitar ao papel de homologador do que os deputados decidem. “Cabe ao Senado Federal aprofundar e refazer o debate que vem da Câmara porque, segundo a Constituição, esta Casa tem função de revisora e não de um cartório de homologação”.

 

Vagner chamou a atenção para os efeitos negativos para a economia e a perversidade com as viúvas, que, pelo que foi aprovado na Câmara não terão direito a pensão integral deixada pelo marido. “O que foi feito na reforma da Previdência na Câmara dos Deputados arrebenta a economia deste país e é um assalto ao bolso do trabalhador brasileiro e das pensionistas”, concluiu.

Grito dos Excluídos ganha apoio dos trabalhadores

A classe trabalhadora, convocada pela CUT e demais centrais, vai se juntar às mobilizações do 25º Grito dos Excluídos que acontece todos os anos no dia 7 de setembro. “Este sistema não vale! Lutamos por justiça, direitos e liberdade” é a palavra de ordem.
“Estamos unidos em uma agenda de mobilizações para derrotar este projeto de reforma da Previdência  que está tramitando no Senado nas ruas e no Congresso Nacional. Vamos nos somar ao Grito dos Excluídos porque entendemos que a luta nas ruas também é fundamental”, disse o Secretário-Geral da CUT, Sergio Nobre.
“A CUT e as outras centrais já estão se organizando para 20 de setembro, em todo o país, um dia de mobilização nacional em defesa da aposentadoria, educação, do patrimônio público, da Amazônia e do emprego”, ressalta Sérgio.

Químicos debatem pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2019

Com data-base em 1º de novembro, os trabalhadores da categoria química se reúnem em assembleia na sexta-feira, dia 13, às 19 horas, para aprovar a pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2019. A assembleia será na sede do Sindicato (Rua Tamandaré, 348).
Nos últimos dias foram realizadas diversas reuniões internas e um seminário na Fetquim (Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico), que coordena a campanha, com o objetivo de discutir o momento econômico e político e apontar as necessidades da categoria para esta campanha.
A negociação deste ano envolve só as cláusulas econômicas, uma vez que as sociais foram renovadas no ano passado por dois anos. 
O coordenador- geral do Sindicato, Hélio Rodrigues, lembra que o momento é bastante conturbado e que a união dos trabalhadores é fundamental para garantir o sucesso das negociações. “A econômica do país está estagnada e é lógico que os patrões vão usar esse argumento para tentar enfraquecer as negociações”, adverte.

Reforma da Previdência está no Senado. É hora de pressionar os senadores

A reforma da Previdência passou na Câmara, mas essa não é a última instância. Ela ainda precisa passar por duas votações no Senado. Portanto, é hora de pressionar os senadores de cada Estado.

São Paulo tem três senadores: José Serra (PSDB), Mara Gabrilli (PSDB) e Major Olímpio (PSL).  “Se os trabalhadores de cada Estado se concentrarem em pressionar os seus respectivos senadores, todos juntos conseguiremos barrar essa reforma que é nefasta para o trabalhador e, ao contrário do que o governo diz, não elimina as distorções do sistema previdenciário”, diz Hélio Rodrigues, coordenador-geral do Sindicato.

A CUT (Central Única dos Trabalhadores) criou o site napressao.org.br com a lista de todos os senadores. O sistema é simples, basta selecionar o Estado, clicar no nome do senador e escolher como quer mandar a mensagem: por WhatsApp, e-mail, Facebook e/ou Twitter. O sistema dispara automaticamente uma mensagem pedindo que o senador vote contra essa reforma.

“A união de todos pode reverter esse quadro. Os ataques do governo ao trabalhador e ao movimento sindical são diários. Não podemos nos calar diante de mais essa reforma que irá jogar os idosos na miséria e acabar com qualquer perspectiva de uma aposentadoria digna para o trabalhador brasileiro”, avalia Rodrigues.

Acesse o site napressão.org.br e envie o seu protesto para os  três senadores de São Paulo.

Ataque à Previdência atinge os direitos fundamentais, afirmam especialistas

O Ministério Público Federal (MPF) e o coletivo Direitos Humanos, Centralidade do Trabalho e Marxismo (DHCTEM), da Universidade de São Paulo (USP), realizaram na tarde desta quarta-feira (28) o simpósio “A Reforma da Previdência Social na Perspectiva dos Direitos Humanos”.

O evento debateu o texto aprovado na Câmara dos Deputados e em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. A intenção foi abordar o texto da reforma previdenciária sob várias perspectivas, incluindo as questões de gênero, orientação sexual, etnia e pessoas com deficiência, além das perspectivas econômica e fiscal, relações de trabalho e também sob o ponto de vista constitucional.

Para o procurador regional da República e coordenador do seminário, Walter Claudius Rothemburg, o direito à Previdência é superior a qualquer outro, inclusive ao direito à propriedade. “A Previdência faz parte do pacto que construímos em 1988 (com a Constituição Federal em vigor). Tirar esse regime (previdenciário) da órbita constitucional, a desconstitucionalização das normas, é comprometer a identidade da Constituição.”

Segundo sua interpretação, a Constituição de 1988 “funda” o Estado democrático de direito brasileiro e tem sua centralidade nos direitos fundamentais pontos fundamentais do pacto de 30 anos atrás. “Mexer com isso é atingir a centralidade dos direitos fundamentais. A Previdência é o núcleo desse conceito.” Rothemburg afirmou que delegar normas previdenciárias inerentes a esses princípios a leis ordinárias ou complementares, como a reforma está fazendo, é chamado há 200 anos de “fraude” na França.

A procuradora regional Eugênia Gonzaga apontou que, com a reforma, tornam-se ambíguos os direitos de pessoas com deficiência, que remete alguns critérios de avaliação a lei complementar (LC). “A qualquer momento podem dizer que (as pessoas) não têm mais direito.”

O professor do Departamento de Direito do Trabalho da USP Marcus Orione Gonçalves Correia, também coordenador do seminário, acredita que as reformas da Previdência, trabalhista e a do Código de Processo Civil fazem parte de um mesmo projeto. “Desorganizam todas as estruturas básicas da venda de trabalho de todo o processo produtivo.” Segundo ele, o país vive “o começo de uma nova era de escuridão. Se em seis meses os efeitos são tão deletérios, em anos serão impossíveis de ser apagados.”

Para ele, é um erro subestimar o presidente Jair Bolsonaro por sua eventual incapacidade política. “Vamos parar com esse negócio. Enquanto dizemos isso, eles fizeram a reforma da Previdência.” Com seus gestos, Bolsonaro só está “fazendo a propaganda dele”, disse Correia.

Paulo Roberto Iotti Vecchiatti, diretor-presidente do Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual e de Gênero, defendeu a pressão sobre o Judiciário para reverter regras que serão implementadas pela reforma. Após a perda, pela esquerda, da luta no Congresso, o Judiciário “é uma arena legítima de debate”. Embora seja um erro apostar tudo no Judiciário, os setores progressistas devem “pressioná-lo de maneira institucional”.

Ele destacou que o Supremo Tribunal Federal é hoje uma corte neoliberal na economia, mas nos direitos das minorias tem adotado posturas progressistas, como ao decidir recentemente que discriminação por orientação sexual e identidade de gênero é crime, ao julgar constitucional a união homoafetiva (em 2011) e autorizar o aborto em caso de gestação de feto anencéfalo (2013), entre outros exemplos. “Quando formos ao Supremo, vamos todos juntos”, propôs Vecchiatti.

Para a defensora regional previdenciária Adriana Ribeiro Barbato, Defensoria Pública da União, a reforma é mais severa quando se analisam os princípios que ela viola, que são muito abrangentes. “É um retrocesso social, que infringe todos os direitos fundamentais: legalidade, direito adquirido, segurança jurídica. Fazia tempo que a gente não via algo assim.”

Na opinião de Karina Lopes, especialista em Direito Internacional da PUC-SP, a reforma visa a “manter o poder público e econômico aos homens brancos”. Considerando a população negra do país, do ponto de vista da população negra, já historicamente discriminada, as mudanças aprovadas podem ser entendidas como um “genocídio”. “A reforma extermina o futuro da juventude negra e é uma sentença de morte para quem trabalha na informalidade.”

Gênero e economia
Doutorando em Direito do Trabalho e da Seguridade Social da USP, Júlia Lenzi afirmou que a reforma da Previdência é “misógina”, e uma “catástrofe social que condena não só esta geração, mas também a próxima”. Para ela, o texto aprovado na Câmara configura “perversidade contra as mulheres”. Ela comentou, por exemplo, a norma segundo a qual as mulheres precisarão chegar à idade mínima de 62 anos para se aposentar. “Qual critério para os 62 anos? Astrologia, cabala?”, ironizou. “Não há nenhum estudo técnico ou estatístico que justifique tal determinação.”

Vecchiatti apontou que, num país em que mulheres e negros, lésbicas e gays já são discriminados e sofrem traumas por isso, mesmo assim conseguem terminar escolas e faculdades, ao contrário das pessoas transsexuais. “Com a criança trans acontece de ela ser expulsa da escola e de casa. Tem que apelar à prostituição.” Se os trans têm direito de fazer de seu corpo o que quiserem, por outro lado, para a maioria deles, essa é a única possibilidade de trabalho e a reforma será mais violenta, ressaltou.

Do ponto de vista econômico, o professor de Direito do Trabalho da Faculdade de Direito da USP Flavio Roberto Batista afirmou que o atual sistema da Previdência brasileiro proporciona à população, principalmente a mais pobre, condições não só de se sustentar como promover o fluxo de dinheiro e incentivar a economia. Com a reforma, “esse fluxo de recursos vai ser diretamente direcionado para o mercado financeiro”. “Para que uma economia funcione, o dinheiro precisa circular e estar nas mãos de quem consome”, acrescentou.

Ele comentou sobre a possibilidade de a capitalização, retirada do texto aprovado, ser reintroduzida por meio de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) paralela. “Quando se discute capitalização ou não, falamos do tamanho e da quantidade desses recursos. Mas que haverá direcionamento (ao mercado financeiro), está fora de questão.”

Sindicato dos Químicos realiza palestra sobre o alcoolismo na gravidez

O alcoolismo na gravidez traz sérios riscos para a saúde da gestante e também do bebê que pode nascer com SAF (Síndrome Alcoólica Fetal) e apresentar algum tipo de malformação.

O Sindicato abraçou essa causa e realiza uma palestra de conscientização no próximo sábado, 31, a partir das 9 horas, na sede (Rua Tamandaré, 348 – Liberdade).

O encontro contará com a participação do médico Dr. Arlindo Silveira, que vai falar sobre os efeitos do álcool na gestação e do coordenador-geral do Sindicato, Hélio Rodrigues, membro da Associação Antialcoólica do Estado de São Paulo.

Como na época da fundação, CUT completa 36 anos em meio à luta pela democracia

A CUT completa 36 anos com desafios semelhantes aos que enfrentou na época da sua fundação. Os cenários político e econômico de 1983 e 2019 impõem organização, mobilização e estratégias de luta contra o desemprego e os ataques aos direitos da classe trabalhadora.

Em 1983, com o país imerso em grave recessão, taxas de desemprego batendo recordes históricos, arrochos salariais, ditadura militar e muita repressão e opressão, mais de cinco mil trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade fundaram a Central Única dos Trabalhadores, a CUT.

Em 2019, a CUT realiza seu 13º Congresso Nacional da CUT (Concut), enfrentando desemprego recorde e o maior ataque aos direitos sociais e trabalhistas já vistos na história do Brasil. Desde que assumiu, há oito meses, o governo de extrema direita de Jair Bolsonaro (PSL), não anunciou uma única medida em benefício da classe trabalhadora. Tudo, até agora, beneficia empresários, em especial do agronegócio.

“A CUT surgiu porque sabíamos que os sindicatos são extremamente importantes na vida dos trabalhadores e da democracia, mas também sabíamos que tinha que ter uma entidade com capacidade para liderar a organização de todos os sindicatos do país em torno de uma mesma ideia. Só assim era possível dar mais força para a luta e a conquista dos trabalhadores. O desafio é o semelhante 36 anos depois”, afirma o presidente da CUT, Vagner Freitas.

Com Bolsonaro, a CUT tem um papel mais importante ainda, pois ele está promovendo um ataque feroz aos direitos conquistados com muita luta em todos esses anos, além dos ataques direcionados à organização sindical e à democracia, analisa Vagner.

“O governo de Bolsonaro não tem nenhum respeito com a história e a democracia do país, com os trabalhadores, com as trabalhadoras e muito menos com o movimento sindical brasileiro, responsável por inúmeras conquistas que melhoraram a vida de milhões de pessoas”, disse o presidente da CUT.

53,7% reprovam o desempenho de Bolsonaro

A rejeição ao desempenho pessoal do presidente Jair Bolsonaro (PSL) cresceu e já chega a 53,7%, de acordo com a pesquisa do instituto MDA encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgada nesta segunda-feira (26). Em fevereiro, a avaliação negativa nesse quesito era de 28,2% dos entrevistados.

Os dados mostram que 41% aprovam o desempenho de Bolsonaro e os que não souberam ou não responderam são 5,3%. Além disso, 39,5% já consideram ruim ou péssimo o atual governo, que tomou posse há quase oito meses. Já 29% avaliam como bom e outros 29%, como regular. Em fevereiro, apenas 19% intitulavam a gestão Bolsonaro como ruim ou péssima.

Segundo a CNT, foram realizadas 2.002 entrevistas entre os dias 22 e 25 de agosto, em 137 municípios. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.

A pesquisa ainda traz a avaliação dos brasileiros sobre as áreas de atuação do governo e a expectativa da população em relação ao emprego, à renda, à saúde e à educação. Em todos estes temas, entrevistados avaliam que tudo permanecerá igual nos próximos seis meses, sem mudança para melhor.

Sobre as políticas de Bolsonaro, os entrevistados classificaram saúde (30,6%), meio ambiente (26,5%), educação (24,5%) e economia (17,6) como as piores áreas de atuação da atual gestão.

A população também se mostrou contrária a algumas ações do presidente. Para 39%, o decreto de liberação de armas é a pior medida tomada, vindo em seguida os comentários ofensivos de Bolsonaro (30,6%) e o  contingenciamento de verbas da educação (28,2%).

O fato de os filhos de Bolsonaro opinarem sobre integrantes e ações de seu governo também desagrada a população. Além disso, 72% consideram inadequada a postura do presidente de indicar um de seus filhos  à embaixada dos Estados Unidos. Sobre as ações voltadas aos mais pobres  47,2% avaliam que estão piores do que nos governos anteriores.

Já sobre a reforma da Previência, aprovada pela Câmara dos Deputados, 52,7% dos entrevistados são contra e outros 45,4% apontam que as novas medidas beneficiarão os mais ricos.

Protestos no Brasil e no mundo em defesa da Amazônia

 

A omissão do governo Jair Bolsonaro sobre o desmatamento da Amazônia colocou milhares de pessoas na rua nesta sexta-feira (23). Ao menos 40 cidades do país, além de capitais no exterior, tiveram manifestações.

A embaixada do Brasil em Londres ficou cercada pela polícia, enquanto centenas de pessoas protestavam. De acordo com jornalistas, a maioria dos manifestantes não era brasileira.

Em Madri, manifestantes ocuparam a porta da embaixada do Brasil na Espanha. Tentavam entregar uma carta ao embaixador brasileiro, Antonio Simões, pedindo ações imediatas do governo brasileiro. Outros atos foram realizados na embaixada de Berlim, na Alemanha, e no Consulado Brasileiro em Genebra, na Suíça.

Para sábado (24) estão programadas manifestações em Belo Horizonte, Manaus, Ribeirão Preto-SP, São Carlos-SP, Natal e Porto Velho. Já no domingo (25), protestos devem acontecer no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e em Manaus.  Ainda durante o final de semana, devem acontecer atos em cidade europeias como Londres, Turim, Paris, Madri, Lisboa e Dublin.

A crise na Amazônia fez o presidente da França, Emannuel Macron, convocar os países membros do G7 para discutir as queimadas na Amazônia na cúpula que acontece neste final de semana, em Biarritz, na França. O grupo é composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, as sete maiores economias do planeta.

Incêndios na Amazônia disparam e Bolsonaro culpa ONGs

O desmatamento e as queimadas na Amazônia aumentaram muito desde o início do ano. O índice de corte de árvores cresceu 278% em julho deste ano e as queimadas 70% de janeiro a agosto.

De acordo com o Greenpeace Brasil somente nos últimos meses mais de 1 bilhão de árvores foram tombadas na Amazônia (considerando 1.500 árvores por hectare).

“Os primeiros impactados são as comunidades dos trabalhadores que vêm sofrendo com problemas de saúde causados pelas queimadas e pela redução de biodiversidade”, denuncia o secretário do meio ambiente da CUT, Daniel Gaio. De acordo ele, a CUT se posiciona claramente contra a agenda desse governo de reduzir a fiscalização, promover e incentivar o desmatamento na Amazônia.

Para Gaio, Bolsonaro produz fake news, ao culpar ONGs, índios e pequenos produtores, na tentativa de encobrir suas reais intenções.  “ Está tudo orquestrado entre o governo e o agronegócio para impedir que os dados corretos sobre o avanço da fronteira agrícola em detrimento do meio ambiente cheguem ao conhecimento do mundo”, afirma Gaio.