A proposta de reforma tributária que o governo Bolsonaro quer aprovar acaba com as isenções de impostos dos 13 alimentos que compõem a cesta básica: arroz, feijão, carne, leite, farinha, batata, tomate, pão, café, açúcar, óleo, manteiga e banana e, se a proposta for aprovada, esses produtos devem ficar ainda mais caros, prejudicando especialmente os mais pobres.
De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), ainda não se sabe exatamente qual será o índice de aumento nos preços desses produtos.
Nos últimos 12 meses (setembro/2018 a setembro/2019), os preços dos produtos da cesta básica, em São Paulo, subiram 9,48% – um valor muito acima dos reajustes salariais de muitas categorias.
Para conseguir comprar uma cesta básica, que em São Paulo custa R$ 473,85, um trabalhador que ganha um salário mínimo precisa trabalhar no mês, 104 horas e 28 minutos. “O peso da alimentação para as famílias de baixa renda é de 35% do orçamento e o salário mínimo ideal, pelos cálculos do Dieese, é de R$ 3.980,82, quase quatro vezes o valor do mínimo vigente. Diante deste cenário, a situação para o trabalhador de baixa renda ficará ainda mais difícil”, acredita Patrícia Costa, supervisora de preços do Dieese.