Bolsonaro publica vídeo dizendo que não vai mais falar com a imprensa

Rede Brasil Atual conversar com vocês”, disse Bolsonaro, em referência a uma ação inexistente

Na manhã desta quarta-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro postou em seu perfil no Twitter um vídeo no qual ignora jornalistas, se recusando a falar com profissionais da imprensa na saída do Palácio da Alvorada.

“Eu quero falar com vocês, mas a Associação Nacional de Jornalistas diz que quando eu falo, eu agrido vocês. Então, como sou uma pessoa da paz, não vou dar entrevista”, diz Bolsonaro no vídeo.

Bolsonaro se refere a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), que divulgou um levantamento em 16 de janeiro mostrando que o presidente foi responsável por 121 das 208 ocorrências de ataques a jornalistas registrados pela entidade em 2019.

De acordo com o relatório, a ascensão de Bolsonaro à presidência afetou negativamente a liberdade de imprensa no Brasil, já que, em 2019, o número de casos de ataques a veículos de comunicação e a jornalistas teve um aumento de 54,07% em relação a 2018.

No vídeo, Bolsonaro ainda diz: “Manda retirar o processo que eu volto a conversar com vocês”. No entanto, a Fenaj não entrou até agora com nenhuma medida judicial relativa aos ataques do presidente contra a imprensa.

New York Times

Nesta quarta, o jornal The New York Times publicou editorial criticando a perseguição a Glenn Greenwald e a  postura do atual governo em relação à mídia. “Bolsonaro alimenta uma repulsa por jornalistas, por desdém pessoal pela imprensa livre e também como uma maneira cínica de despertar a raiva de seus seguidores”, aponta.

“Os artigos de Greenwald fizeram o que uma imprensa livre deveria fazer: revelaram uma verdade dolorosa sobre os que estão no poder. Pungir a imagem heroica de Moro foi obviamente um choque para os brasileiros e prejudicial para Bolsonaro, mas exigir que os defensores da lei sejam escrupulosos em sua adesão a ela é essencial para a democracia”, diz ainda o editorial.

Recesso de Final de Ano

O Sindicato fecha para o recesso de fim de ano a partir do dia 19 de dezembro (sexta-feira). As atividades serão retomadas no dia 6 de janeiro (segunda-feira). O plantão jurídico com os advogados retoma o atendimento presencial no dia 22 de janeiro (quarta-feira). O Clube de Campo de Arujá estará fechado nos dias 23, 24, 25 e 30, 31 de dezembro de 2019 e 1º de janeiro de 2020. Após as festividades de fim de ano, as atividades voltam ao normal.

Recesso de final de ano

O Sindicato fecha para o recesso de fim de ano a partir do dia 19 de dezembro (sexta-feira). As atividades serão retomadas no dia 6 de janeiro (segunda-feira). O plantão jurídico com os advogados retoma o atendimento presencial no dia 22 de janeiro (quarta-feira). O Clube de Campo de Arujá estará fechado nos dias 23, 24, 25 e 30, 31 de dezembro de 2019 e 1º de janeiro de 2020. Após as festividades de fim de ano, as atividades voltam ao normal.

Centrais voltam às ruas dia 10 por direitos e empregos   

Amanhã, dia 10, as centrais sindicais retornam às ruas por direitos e empregos. A CUT e demais entidades definiram um calendário de mobilização durante reunião na última sexta-feira (6), na sede da Força Sindical, em São Paulo.

A CUT e demais centrais querem esclarecer a população sobre a ameaça que representa a Medida Provisória (MP) nº905, que instituiu o Programa Verde e Amarelo, do governo de Bolsonaro e do ministro da economia, o banqueiro Paulo Guedes.

As atividades de panfletagens e o diálogo com a população serão realizadas de terça-feira (10) a sexta-feira (13) em diversas regiões do estado. “É um diálogo importante, para que a gente possa socializar e conscientizar a população brasileira dos riscos que os trabalhadores correm com a MP 905 que, se aprovada, vai rasgar os direitos da classe trabalhadora, precarizar empregos e condições de trabalho no Brasil”, afirmou o presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo.

De acordo com o presidente da central se os trabalhadores não se mobilizarem e a MP for aprovada a jornada de trabalho vai aumentar, não haverá reajuste de salários e o trabalho aos finais de semana será permitido, sem nenhum adicional. “O objetivo do governo é claramente liquidar direitos, taxar o trabalhador que recebe o seguro-desemprego em 8% e desonerar o patrão em quase 35%”, explica Izzo.

*Com informações da CUT

 

Aposentadoria: saiba por que é melhor esperar a PEC Paralela

O Senado aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Paralela, da reforma da Previdência, que mudou algumas regras que alteram principalmente o cálculo do valor das aposentadorias.

Desde a promulgação da reforma, em 12 de novembro, o cálculo passou a ser feito sobre 100% da média geral de todos os salários desde 1994, o que reduz o valor do benefício porque leva em conta os menores salários.

A PEC Paralela propõe a volta da regra anterior que levava em conta a média dos 80% maiores salários, descartando os 20% piores – o que melhora o valor da aposentadoria do trabalhador.

No entanto, a mudança só vai beneficiar os trabalhadores que estão prestes a se aposentar por idade ou tempo de contribuição. Isso porque, os senadores aprovaram uma escala de índice de descarte de acordo com o tempo que falta para a aposentadoria do segurado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A escala estabelece a média salarial que o INSS vai usar de acordo com o tempo que falta para o trabalhador requerer a aposentadoria.

– 80% da média dos melhores salários para quem se aposentar até o fim de 2021 – descarta os 20% menores salários;

– 90% para que se aposentar entre 2022 e o final de 2024 – descarta 10% dos menores salários;

– E, 100% de todos os salários para quem se aposentar a partir de 2025 – considera a média geral, inclusive os menores salários.

Se um trabalhador que atingiu a idade mínima de 65 anos e  tem 30 anos de contribuição se aposentar de acordo com as regras atuais, vai perder seis anos das contribuições. Se esperar a aprovação da PEC Paralela, vai ganhar porque as menores contribuições serão descartadas, orienta o advogado previdenciário, Amaury Moreira Mendes, lembrando que o benefício é em alguns casos a única renda da maioria dos brasileiros para o resto da vida. “É sempre bom lembrar que o benefício é para a vida toda”, diz Amaury.

O também advogado previndeciário, Thiago Gonçalves de Araújo, afirma que até mesmo quem sempre contribuiu com o teto do INSS hoje em R$ 5.839,45, se beneficia com o descarte das menores contribuições. Ele explica que mesmo quem sempre pagou pelo teto de cinco salários mínimos não vai conseguir se aposentar com o teto atual porque o valor do mínimo variou muito ao longo dos últimos anos e o cálculo do reajuste dos salários de contribuição é feito com base na inflação e não sobre a variação do salário mínimo. “A vantagem do descarte dos menores salários vale tanto para quem contribuiu pelo teto como para quem contribui pelo salário mínimo”, diz Thiago.

*Com informações da CUT

Mais de 60% dos brasileiros têm dívidas com bancos

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviço e Turismo (CNC) divulgou uma pesquisa na última semana que mostra que o percentual de famílias brasileiras endividadas subiu para 65,1% em novembro, ante 60,3% no mesmo período do ano passado. São dívidas no cartão de crédito, cheque especial, cheque pré-datado, crédito consignado, crédito pessoal, carnê de loja, prestação de carro e prestação da casa.

Em primeiro lugar, como 78,8%, estão as dívidas com o cartão de crédito. Em seguida estão as dívidas com carnês (15,7%) e, depois o financiamento de carro, com 9,2%.

Mais de 3 milhões de pessoas procuram emprego há 2 anos

A taxa de desemprego no terceiro trimestre de 2019 está em 11,8% e atinge 12,5 milhões de trabalhadores em todo o Brasil, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 19 de novembro.

Do total de desempregados no país, 3,2 milhões (25,2% do total) procuram trabalho há dois anos ou mais e 1,7 milhão (13,6%) entre 1 ano e 2 anos.

Outros 1,8 milhão (14,4%) tentam uma recolocação no mercado de trabalho há menos de um mês.

Nordeste concentra os piores índices

As maiores taxas de desemprego foram registradas na Bahia (16,8%), Amapá (16,7%), e Pernambuco (15,8%).

A subutilização da força de trabalho (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação a força de trabalho ampliada) é de  24% em todo o país.

O Maranhão, com 41,6%, registra a maior taxa de subutilização, seguido pelo Piauí (41,1%).

O número de desalentados no terceiro trimestre de 2019 está em  4,7 milhões de pessoas de 14 anos ou mais em todo o Brasil. Os maiores contingentes estão  na Bahia (781 mil) e no Maranhão (592 mil).

Já a proporção de empregados sem carteira de trabalho assinada no setor privado é  de 26,4%. E o Maranhão, com 50,1%, também lidera esse ranking negativo, seguido pelo Pará (49,9%) e Piauí (49,9%).

Bicos se espalham por todo o país

O percentual da população ocupada do país trabalhando por conta própria é de 26%.

Os maiores percentuais foram registrados no Amapá (36,7%), Pará (35,7%) e Amazonas (33,3%). Já os menores foram no Distrito Federal (20,7%), Mato Grosso do Sul (21,2%) e Santa Catarina (21,7%).

IBGE apura: negros ganham menos e estão mais sujeitos ao desemprego

Os trabalhadores brancos ganham, em média, 74% mais do que pretos e pardos. O estudo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra ainda que a média salarial do brasileiro branco é de R$ 2.796, enquanto a dos pretos e pardos é de R$ 1.608.

A desvantagem também aparece na ocupação de cargos, como os gerenciais, por exemplo.  De acordo com o IBGE, quase 70% das vagas destes cargos são para brancos e menos de 30% para pretos ou pardos. A taxa de desocupação também é maior entre os negros: são 14,1% dos negros e pardos sem trabalho e 9,5% dos brancos.

A pesquisa do IBGE foi divulgada na primeira quinzena de novembro.

 

CUT, centrais, movimentos sociais e partidos lançam plano emergencial por empregos

A CUT, demais centrais sindicais, movimentos sociais e partidos políticos de oposição se reuniram na manhã desta segunda-feira (18) para apresentar planos emergenciais em defesa da geração de emprego e desenvolvimento. As propostas são contrapontos às políticas neoliberais do governo de Jair Bolsonaro, idealizadas pelo ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes.

Durante o evento os participantes lançaram a Jornada Unitária Nacional de Lutas, cuja primeira ação será dia 26 de novembro, em Brasília, quando será realizado um encontro de Servidores Públicos e de Estatais para debater o ataque a todo o setor público.

“Depois do encontro vamos lançar um plano em defesa do setor para esclarecermos à sociedade sobre o que representam as privatizações e fazer o enfretamento contra a entrega do patrimônio público dentro do Congresso”, anunciou o presidente da CUT, Sérgio Nobre.

A atividade desta segunda, realizada na sede do Sindicato dos Químicos, foi organizada pelas centrais sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB, Intersindical, Intersindical Instrumento de Luta, CSP-Conlutas, CGTB, além dos movimentos sociais ligados às frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e os partidos políticos de oposição PT, PSB, PCdoB, PDT, PSOL e Rede.

Para a abertura do encontro foram convidados sindicalistas internacionais. Tama Muños da Central Unitária de Trabalhadores do Chile (CUT-Chile) e Roberto Baradel da Central de Trabalhadores Argentinos realcionas às lutas de países latinoamericanos contra ditaduras e políticas neoliberais ao mimento pelo qual passa o Brasil.

Entenda os planos apresentados:

1 – Plano da CUT e demais centrais sindicais

Um dos planos emergenciais usa como base a Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora elaborada pelas principais centrais sindicais. A agenda contém 23 pontos que os sindicalistas consideram fundamentais para o Brasil retomar o desenvolvimento com geração de emprego e renda, e para sair da recessão.

Os principais eixos desse plano são a ampliação do emprego de qualidade, a proteção aos desempregados e políticas emergenciais de redução de preços de alimentos e apoio às famílias em momentos de crise econômica.

Com base em estudos do Dieese, as centrais deixaram claro que as principais ações a serem tomadas começam pela retomada das obras públicas, a redução da jornada de trabalho e a preservação da política de valorização de salário mínimo, exterminada pela Medida Provisória (MP) 905, do governo Bolsonaro.

O presidente da CUT, Sérgio Nobre afirmou que a iniciativa privada nunca fez os investimentos necessários para o país crescer e as multinacionais não têm interesse, a não ser o mínimo. E que, em toda a história, quando o país viveu momentos de crescimento, houve o impulso do Estado.

“Sou de São Bernardo do Campo e lá, no ABC [paulista], mesmo com grandes indústrias multinacionais, todas as grandes obras de infraestrutura foram feitas com recursos federais”, conta o dirigente.

Entre as políticas de proteção aos desempregados, as centrais sugerem aumentar o número de parcelas do seguro-desemprego, vale transporte para os desempregados além de outros subsídios (como vale gás e vale energia elétrica). A proposta vai na contramão do que fez Bolsonaro com a MP 905 que determina a taxação das parcelas do seguro-desemprego em 7,5%, prejudicando ainda a situação econômica vulnerável de quem perde o emprego.

 2) Plano dos partidos de oposição

Os partidos da oposição (PT, PSB, PCdoB, PDT, PSOL, Rede) criaram o Plano Emergencial Emprego e Renda. Partindo da premissa de que a sociedade paga a conta da crise enquanto o governo corta investimentos e acaba com direitos trabalhistas e previdenciários, o plano se constituiu na união de vários projetos que tramitam na Câmara, elaborados para beneficiar os trabalhadores.

A deputada federal e presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, representando a frente de partidos, explicou que a iniciativa visa unir todos os projetos em um ‘pacote’. “Unimos todos esses projetos para pedirmos tramitação mais rápida no Congresso”, explica.

O plano dos partidos de oposição, assim como o das centrais, inclui a retomada de oito mil obras públicas paradas em todo o território nacional, reativação do programa Minha Casa Minha Vida, retomar o emprego com frentes emergenciais em parcerias com estados e municípios, expansão do Programa Bolsa-Família, além de garantir renda com a manutenção da política da valorização do salário mínimo mais um bônus de 5% no fim deste ano.

Gleisi alertou para a luta que tem que ser travada diariamente também no Congresso Nacional. “Enquanto Bolsonaro e seus filhos inflamam a população com o discurso de ódio, Paulo Guedes está aprovando no Congresso as medidas que eles querem e colocando a agenda liberal em curso”.

Por isso, para a deputada, a união dos movimentos sociais, sindical e partidos de oposição, bem como suas ações, são fundamentais. “Temos que ter ações no Congresso e enfrentamento porque é a vida do povo que está em jogo, povo que está desempregado, com fome e já são mais de 13 milhões na miséria no Brasil”, disse Gleisi.

3 – Plano dos movimentos sociais

João Paulo Rodrigues do Movimento dos Trabalhadores e Trabalharas Sem Terra (MST), representando os movimentos sociais, também apresentou uma alternativa de plano para a retomada do emprego com geração de renda, que prioriza o trabalho e a educação no campo, com destaque para a juventude e propõe além de uma reforma rural (agrária), uma reforma urbana, com mais investimentos em saneamento.

 

O Chile é aqui

Durante o encontro, o presidente da CUT, Sérgio Nobre, alertou que as políticas neoliberais implantadas no Chile, durante a ditadura militar de Augusto Pinochet, são as mesmas que estão sendo implementadas no Brasil pela dupla Bolsonaro-Guedes.

“Estão anunciando medidas que não levarão 30 anos, como no Chile, para levar-nos ao caos. Vamos viver rapidamente um caos aqui. Acho que no ano que vem já vamos sentir de maneira mais grave o que está acontecendo. É só ver nas grandes cidades o número de famílias vivendo nas ruas e nas calçadas, coisas que já havíamos acabado”, disse o dirigente se referindo ao aumento da miséria e do povo em situação de rua.

Sérgio também criticou a intenção de reformular a estrutura sindical no Brasil, tendo como modelo a do Chile, onde a representação é feita por empresas e não coletivamente. “Lá, cada dez pessoas montam um sindicato e isso enfraquece a organização”.

“Não duvidem da capacidade deles de fazer maldade, mas estamos no caminho correto porque construímos a unidade e, agora, estou cada vez mais convencido que gente só supera essa crise indo a todos locais, não só nos locais de trabalho. Já fizemos atividades e continuaremos fazendo”, disse Sérgio.