Fechamento de postos de trabalho provoca efeito cascata no mercado

A última  Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, que compara o trimestre de dezembro/2019 a fevereiro/2020 com o trimestre março-maio, mostra que 3,98 milhões de trabalhadores informais perderam sua principal fonte de renda.  No caso dos formais, 1,99 milhão ficaram desocupados.

A pesquisa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e divulgada na semana passada mostra que, pela primeira vez, mais da metade da população brasileira em idade para trabalhar está sem ocupação.

Segundo o instituto os números refletem duas crises econômicas: a primeira, em curso desde 2019, reflete a recessão brasileira sob a desastrosa política do governo  Bolsonaro; a segunda, mais recente, capta os efeitos da pandemia.

Para Clemente Ganz Lúcio, diretor do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a crise vai deixar um contingente de endividados e corroer a renda sobretudo entre os informais, mesmo com medidas como o auxílio emergencial de R$ 600 para a baixa renda. “Enquanto outros países já trabalham para pensar a saída da crise, o governo do Brasil fala em reformas”, critica Clemente.

Sem acesso à rede de proteção social do emprego com carteira assinada, o trabalhador informal está mais exposto aos efeitos das crises. Geralmente estão em funções que dependem da renda dos demais trabalhadores e ficam sem opção quando há uma queda da atividade econômica.

Organizações fazem campanha pelo impeachment de Bolsonaro

Organizações de diversos setores, intelectuais, políticos e acadêmicos estão fazendo uma campanha para um pedido popular de impeachment do governo Bolsonaro.

O objetivo é que este pedido seja expressão da vontade e posicionamento político de um numeroso e diverso conjunto de organizações da sociedade civil, dos movimentos populares e do movimento sindical e seja entregue ao Congresso Nacional na semana de 13 a 17 de julho.

A formalização da adesão ao pedido deverá ser feita através do preenchimento do  até dia 10 de julho e quaisquer dúvidas formais ou jurídicas poderão ser esclarecidas pelo e-mail [email protected].

Campanha “Fora Bolsonaro” será lançada sexta, dia 10

A CUT e as demais centrais sindicais lançam nesta sexta-feira, dia 10, a campanha “Fora Bolsonaro”.

Este primeiro dia da campanha terá ações nas redes sociais, ações de rua simbólicas e um panelaço para denunciar os desmandos deste governo.

“Será um dia de debate com a sociedade que precisa entender que, se quiser salvar vidas, empregos, o país e a democracia precisa se juntar a nós nesta campanha de ‘Fora, Bolsonaro’ para colocar o país no rumo certo”, afirma o presidente da CUT, Sérgio Nobre.

A CUT defende o isolamento social como uma das principais armas contra a Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, por isso não fará grandes manifestações de rua.

A central planeja ações simbólicas nas principais cidades do Brasil com o objetivo de denunciar a política genocida de Bolsonaro frente à pandemia, como a instalação de cruzes brancas em locais de grande circulação de pessoas ou em pontos turísticos dessas cidades, respeitando sempre os cuidados sanitários e de distanciamento social.

Bolsonaro trata a pandemia que já matou mais de 65 mil brasileiros com total descaso e o país está sem um ministro da Saúde há mais de dois meses. O Brasil já é considerado o pior gestor da crise sanitária no mundo.

Em defesa da vida e da democracia

Mais de 60 organizações uniram-se em defesa da vida e democracia para a realização de atos virtuais e ações culturais nos dias 4 e 5 de julho. A programação completa pode ser acompanhada diariamente pelo site do movimento: www.brasilpelademocracia.org.br.

A CUT (Central Única dos Trabalhadores), demais centrais sindicais, o Instituto Ethos de Responsabilidade Social e Empresarial, o Greenpeace e a OAB Nacional são algumas das entidades que apoiam o movimento.

No ano em que o mundo parou por conta de um vírus, no Brasil, infelizmente, o governo ignora os índices de mortes diários, deixando a população jogada à própria sorte, e ataca diariamente a imprensa, a liberdade de expressão e o Estado Democrático de Direito.

“Enquanto na Europa inúmeros países enfrentaram a pandemia do coronavírus protegendo a vida da população e garantindo empregos e direitos, no Brasil, a situação tem sido usada para demitir e cortar direitos”, avalia Edson Passoni, atual coordenador-geral do Sindicato, que assumiu recentemente no lugar de Hélio Rodrigues, afastado temporariamente de suas funções por motivos pessoais.

Retrato do abandono

O Brasil é o segundo país do mundo com maior número de casos e mortes devido ao Covid-19. Já são mais de 1,5 milhão de casos e 60 mil óbitos, atrás apenas dos Estados Unidos, que possuem cerca de 2,5 milhões de casos confirmados e 125 mil óbitos.

O Estado de São Paulo, epicentro da doença, tem perto de 300 mil caos e está chegando aos 15 mil óbitos, ainda assim, o governo optou por flexibilizar a quarentena e garantir os lucros das empresas.

Brasil isolado

Com a desaceleração da doença em alguns países do mundo, 27 países da União Europeia concordaram em abrir as fronteiras externas para 14 países com a situação menos crítica. Mas Brasil, Estados Unidos, Rússia, Arábia Saudita e Turquia estão fora devido ao alto índice de contágio.

O diretor-geral da OMS (Organização Mundial de Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou que o fim da pandemia do novo coronavírus está distante. “O pior ainda está por vir”, disse ao criticar as divisões políticas e ideológicas que atrapalham o combate à doença.

Guedes defende redução do auxílio de R$ 600

O governo Bolsonaro deve anunciar nesta terça-feira (30), a prorrogação do auxílio emergencial por mais três meses, mas com valores menores do que o aprovado pelo Congresso Nacional.

Deputados e senadores aprovaram o pagamento de três parcelas, prorrogáveis, caso necessário, de R$ 600 (R$ 1.200,00 para mães chefes de família) para amenizar os efeitos da pandemia do novo coronavírus no orçamento dos trabalhadores informais, autônomos, microempreendedores individuais e desempregados.

Agora, o governo diz que vai prorrogar por mais três meses, mas vai reduzir os valores. A estimativa é de que Bolsonaro realmente baixe as parcelas para R$ 500, R$ 400 e R$ 300, totalizando R$ 1.200, no próximo período.

Foi o que o ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou em uma audiência pública virtual da Comissão Mista de Medidas Relacionadas ao Coronavírus, na Câmara dos Deputados, realizada na manhã desta terça-feira (30). De acordo com Guedes, Bolsonaro deve divulgar a segunda fase do programa ainda hoje.

Entidades se unem em defesa da democracia e da vida

Foi lançada ontem (29) a campanha #BrasilpelaDemocracia #BrasilpelaVida que reúne mais de 60 organizações, entre entidades nacionais, centrais sindicais, movimentos sociais e organizações não governamentais.

Diante da atual situação que o país atravessa em consequência dos ataques sistemáticos do governo federal à democracia e os direitos da classe trabalhadora, a CUT, que nasceu na luta pela democracia e por direitos, não poderia ficar de fora desta campanha, afirma o presidente da Central, Sergio Nobre.

“Quando falamos em democracia, a primeira coisa que vem à cabeça é o direito de votar e de se expressar livremente. A democracia é muito mais do que isso. A democracia é uma sociedade, promotora de direitos, de igualdade, de oportunidade, qualidade de vida, saúde, educação, emprego a todo povo brasileiro. Por isso, é importante que o trabalhador e a trabalhadora entrem também nesta campanha”, convoca Nobre.

As entidades se unem também em defesa da vida, ameaçada pela descoordenação do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus, agravando a já crítica situação sanitária e econômica, implicando mais sofrimento aos brasileiros.

A primeira atividade, logo após o lançamento, será a Virada da Democracia, nos dias 4 e 5 de julho – um evento coletivo com dezenas de atividades propostas pelas organizações envolvidas, entre palestras, ações culturais e manifestações virtuais.

Para mais detalhes sobre a campanha acesse:

Site: www.brasilpelademocracia.org.br

Facebook – @brasilpelademocracia

https://www.facebook.com/brasilpelademocracia

Twitter – @bra_democracia

Instagram – @brasilpelademocracia_

https://www.instagram.com/brasilpelademocracia_

Confira quais são as entidades que integram a campanha:

#Juntos

#somos70porcento

342Artes e 342Amazônia

ABI – Associação Brasileira de Imprensa

ABONG – Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais

Ação Educativa, Assessoria, Pesquisa e Informação

ANPG – Associação Nacional de Pós-graduandos

Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB

Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo

Associação de Juristas pela Democracia

Associação Juízes para a Democracia – AJD

Bloco da Cultura

Brigadas Populares

Campanha Nacional pelo Direito à Educação

Casa Fluminense

Cenpec – Centro de estudos e pesquisas em educação, cultura e ação comunitária

Central dos Sindicatos Brasileiros – CSB

Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB

Clube de Engenharia

Comissão Arns – Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns

Comitê em Defesa da Democracia e do Estado Democrático de Direito

Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG)

Conic – Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil

CUT – Central Única dos Trabalhadores

Força Sindical

Fórum Brasileiro de Segurança Pública

Frente Brasil Popular

Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito

Fundação Tide Setubal

GELEDES – Instituto da Mulher Negra

Greenpeace

IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa)

IDEC – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor

Instituto Cidades Sustentáveis

IAB – Instituto de Arquitetos do Brasil

Instituto de Estudos da Religião – ISER

Instituto de Estudos Socioeconômicos

Instituto Ethos de Responsabilidade Social Empresarial

Instituto Igarapé

Instituto Socioambiental

Instituto Sou da Paz

Instituto Vladimir Herzog

Intersindical Central da Classe Trabalhadora

MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

Nova Central Sindical de Trabalhadores – NCST

OAB Nacional

Observatório do Clima

Oxfam Brasil

Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político

Projeto Brasil Nação

Projeto Liberdade

Pública Central do Servidor

SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência

Somos Democracia

Transparência Brasil

UBES – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas

UGT – União Geral dos Trabalhadores

UNE – União Nacional dos Estudantes

WWF-Brasil

UNEAFRO BRASIL

Todos Pela Educação

*Com informações da CUT

Gilmar Mendes suspende ações trabalhistas sobre correção monetária

Atendendo a pedidos de empresários e banqueiros o ministro Gilmar Mendes editou uma liminar (provisória) que determina a suspensão  de todos os processos que envolvam o debate da correção monetária, que aumentaria os valores das ações.

A CUT e demais centrais sindicais encaminharam ao presidente do STF, ministro Dias Toffoli, um requerimento para que a liminar seja revista pela Corte, em caráter de urgência e antes do recesso do STF (Supremo Tribunal Federal). A última sessão do plenário do STF está marcada para a próxima quarta-feira.

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) já havia formado maioria em uma votação sobre a adoção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo – Especial (IPCA-e), mais vantajoso aos trabalhadores do que a Taxa Referencial (TR), cuja porcentagem atual é ‘zero’. A TR havia sido adotada como padrão pela reforma Trabalhista de Michel Temer (MDB-SP), em vigor desde 2017.

No entanto, tribunais adotavam nas sentenças a correção pelo IPCA-e, de acordo com entendimento do próprio STF, de 2015, justamente por dar aos trabalhadores uma atualização monetária dos processos, próxima da inflação, ou seja, com reposição de perdas.

Para a CUT e demais centrais, a decisão de Gilmar Mendes vem na esteira do desrespeito recorrente e sistemático aos direitos dos trabalhadores, “que pagam pelo preço da acumulação financeira e estão cada vez mais pobres, precarizados e sem mecanismos de proteção de direitos”.

Na avaliação do secretário de Assuntos Jurídicos da CUT, Valeir Ertle, o que Gilmar fez com a liminar foi atender aos interesses do sistema financeiro, com prejuízo dos trabalhadores que aguardam na Justiça para receber verbas rescisórias, com, pelo menos, a correção pela inflação.

*Com informações da CUT

Ato “Stop Bolsonaro” terá manifestações em mais de 20 países

O ato mundial Stop Bolsonaro, que será realizado neste domingo (28) terá manifestações presenciais e virtuais em pelo menos 50 cidades de 23 países.

O ato é contra a falta de política do governo brasileiro em relação a pandemia do novo coronavírus, contra o fascismo e pela dignidade de todos os povos que vivem no Brasil.

No Brasil, um vídeo do Secretário de Relações Internacionais da CUT, Antonio Lisboa, convocando para o ato já está circulando nas redes sociais.

“Nesse domingo, dia 28, o mundo inteiro fará manifestações contra o fascismo no Brasil e contra o presidente psicopata Jair Bolsonaro.  É o dia mundial do #StopBolsonaro”, diz Lisboa no vídeo.

Leia a matéria completa e veja o vídeo no site da CUT.

Brasil volta para o Mapa da Fome

A estimativa do Banco Mundial é que cerca de 5,4 milhões de brasileiros atinjam a extrema pobreza, chegando ao total de 14,7 milhões de pessoas até o fim de 2020, ou 7% da população.

“O Brasil já está dentro do Mapa da Fome. Vamos ter que fazer todo um esforço de reconstrução. Esperamos que um dia se reponha a participação social no país, de forma que possamos, novamente, sair do Mapa da Fome, e oferecer condições de alimentação com comida de verdade para nossa população”, afirma Francisco Menezes, ex-presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), em entrevista ao Brasil de Fato.

Apesar do peso inegável da covid-19, na avaliação de Menezes, o vírus não pode ser apontado como o único responsável pelo cenário desastroso.  Segundo Menezes, desde 2016 as ações de combate a fome e a extrema pobreza diminuíram muito.

No ano passado, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) havia alertado que o Brasil poderia voltar a ser incluído no Mapa da Fome, ou seja, na relação de países que têm mais de 5% da população ingerindo menos calorias que o recomendável.  Desde 2014, o país havia deixado essa lista.

Flexibilização da quarentena gera recorde de mortes em SP

O estado de São Paulo registrou mais um recorde de mortes pela Covid-19. Foram 434 mortes confirmadas nas últimas 24 horas. É o maior número de mortes registradas no estado desde o início da pandemia. O recorde anterior era de 389 vítimas, registrado no dia 17 de junho. O estado tem no total 13.068 óbitos.

O número de casos confirmados subiu de 221.973 para 229.475, um aumento de 7.502 infectados pela Covid-19.

O aumento de casos e mortes coincidem com a reabertura das atividades econômicas no dia 15 de junho em várias regiões do estado de São Paulo, inclusive na capital paulista.

E os números podem ser ainda maiores. Segundo resultados preliminares do inquérito sorológico da Prefeitura de São Paulo, divulgado nesta terça-feira (23), cerca de 1,2 milhão de pessoas podem já ter sido infectadas. São Paulo nesse caso ultrapassaria a Espanha e França juntas em número de casos confirmados do novo coronavírus.