Reivindicações dos farmacêuticos já estão com os patrões

O Sindusfarma (sindicato patronal) recebeu nesta terça-feira (9) a pauta de reivindicações  do setor farmacêutico para a campanha salarial deste ano.  A entrega da pauta foi via plataforma Zoom.

As principais reivindicações do setor são ganho real de 3%, reajuste de 10% no piso salarial e PLR equivalente a dois pisos salariais.

Vale lembrar que as cláusulas sociais da Convenção Coletiva continuam em vigor até 2022.

Os dirigentes que participaram da reunião virtual lembraram sobre a importância de manter o programa farmácia popular e de lutar por vacina para todos.

Setor cresce na pandemia

O resultado de vendas do setor farmacêutico no varejo, em 2020, foi de R$ 75 bilhões, ante os R$ 68 bilhões registrados em 2019. Esse crescimento é apenas parcial, já que os números de dezembro ainda não foram computados.

A indústria adequou suas linhas de produção diante do maior consumo de vitaminas, antigripais, ansiolíticos, antidepressivos e da demanda por anestésicos e outros medicamentos em hospitais, devido a pandemia de coronavírus. E, por  conta dessa maior demanda,  também gerou 1.337 novos postos de trabalho.

Os laboratórios nacionais de médio porte também turbinaram seus negócios em 2020 com medicamentos que prometiam auxiliar no combate à Covid-19. A venda do vermífugo ivermectina saltou de R$ 44,4 milhões em 2019 para R$ 409 milhões no ano passado, alta de 829%. No caso da cloroquina e hidroxicloroquina, a receita subiu de R$ 55 milhões para R$ 91,6 milhões no mesmo período. Os números são do próprio Sindusfarma, com base nos dados da consultoria IQVIA.

Confira a pauta aprovada

Reajuste: INPC + 3% de ganho real (8,95%)

Piso Salarial: reajuste de 10%

PLR:  dois pisos salariais

Gasolina sobe mais de 8% hoje

A partir desta terça-feira (9), a gasolina será reajustada em 8,8% nas refinarias e o diesel em 5,5%. O litro da gasolina em suas refinarias passará a custar, em média, R$ 2,84 – alta de R$ 0,23 em relação ao valor anterior. O diesel será vendido por R$ 2,86 por litro – alta de R$ 0,15. Com esses aumentos, os reajustes acumulados nas refinarias são de 54% na gasolina e 41,6%, no diesel.

Nos postos de combustíveis os preços do diesel ao consumidor subiram em um mês, 11%, com alta acumulada no ano de 16,7%. Já a gasolina subiu nas bombas 9,4% em um mês, e no ano o acumulado é de 17,7%.

Este é o segundo reajuste deste mês de março. O último reajuste dos combustíveis nas refinarias ocorreu há seis dias, em 02 de março.

Os reajustes da gasolina e do diesel continuam sendo feitos de acordo com os preços internacionais do petróleo e quem está pagado essa conta é o trabalhador.

Lula é inocentado e pode se candidatar em 2022

O ministro Edson Fachin anulou todas as decisões contra o ex-presidente Lula e remeteu as ações para a Justiça do Distrito Federal, nesta segunda-feira (8). Com essa decisão, Lula tem de volta seus direitos políticos e poderá se candidatar a presidente em 2022.

Fachin declarou a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba para julgar quatro processos que envolvem o ex-presidente Lula no âmbito da Operação Lava Jato.

Na decisão, Fachin declara a “nulidade” dos atos decisórios, inclusive do recebimento das denúncias contra Lula e afirma que caberá a Justiça do Distrito Federal decidir sobre o caso.

O Instituto Lula avaliou que a decisão veio tardiamente, após o ex-presidente e a democracia do país pagarem um alto preço.  “A decisão reafirma tudo o que a defesa sustenta desde 2016. Mas infelizmente ela chega tarde demais e depois de causar prejuízos irreparáveis”, diz trecho da nota do Instituto.

Lula foi condenado pelo ex-juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, sem crime e sem provas, no caso do tríplex do Guarujá, que nunca foi dele, e ficou 580 dias injustamente preso na sede da Superintendência da Polícia Federal do Paraná.

Lula também foi condenado pela juíza Gabriela Hardt, que substituiu Moro quando este virou ministro da Justiça do governo  Bolsonaro, no caso do sítio de Atibaia, que também não era dele e, sim, de um amigo.

A nota do Instituto Lula comentando a decisão tardia de Fachin também ressalta que há cinco anos já se sabia que a 13ª Vara e o então juiz Sérgio Moro não tinham competência para julgar o ex-presidente nos casos do tríplex do Guarujá, do sítio de Atibaia e do terreno do Instituto Lula. “Moro criou uma farsa com promotores para criminalizar o ex-presidente e afastá-lo das eleições. É lamentável que o Brasil e a democracia tenham pagado um preço tão alto antes que essa injustiça fosse reconhecida. A verdade vencerá”, conclui a nota.

Armadilhas contra Lula

“Outras armadilhas, no entanto, podem estar pelo caminho. Segundo o despacho do ministro, a Justiça Federal do DF teria a possibilidade de aceitar os processos conduzidos por Curitiba, aproveitando-os e prolatando novas sentenças imediatamente”, diz outro trecho.

Além disso, lembra a coordenação dos comitês Lula Livre, a Procuradoria-Geral da República pode recorrer da decisão, com a remessa do recurso ao pleno do STF, formado por todos os onze ministros, onde Fachin eventualmente teria correlação de forças mais favorável à Operação Lava Jato.

Por essas razões, segundo a organização, a natureza antidemocrática e conspiratória dos defensores da chamada República de Curitiba impõem a necessidade de cautela, atenção e mobilização de todos que defendem as garantias constitucionais.

Segundo o jornal o Globo desta terça-feira (9), a recuperação dos direitos políticos do ex-presidente Lula embaralha a disputa eleitoral de 2022.  “Pesquisas de opinião colocam o petista em um patamar de intenção de voto mais alto do que o presidente Jair Bolsonaro”, diz o jornal.

Porém, tudo depende do discurso que Lula vai escolher para essa disputa.   Cientistas políticos ouvidos pelo jornal dizem que se Lula acenar com um discurso voltado ao mercado financeiro,  como fez em 2002, tem tudo para levar a disputa.  Já se tiver um discurso “radical” deve ser prejudicado. Já Bolsonaro será cobrado pela crise causada pela pandemia do novo coronavírus e a inércia do governo.

*Com informações da Rede Brasil Atual(RBA), CUT e O Globo   

Mulheres são mais afetadas pelo desemprego e ganham 20% menos

A crise econômica e social agravada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) reforçou a desigualdade entre gêneros no mercado de trabalho, essa é a conclusão de um estudo divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

De acordo com o estudo as mulheres são mais afetadas com a perda do emprego e ganham, em média, 20% menos do que os homens. Em 2020, a remuneração média das mulheres foi de R$ 2.191,00. Para os homens foi de R$ 2.694,00.

O levantamento do Dieese foi feito com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa de desocupação feminina no 3° trimestre de 2020 ficou em 16,8%, percentual maior que no mesmo período de 2019 (13,9%), em que havia 41,2 milhões de mulheres ocupadas no país. Em 2020, o número caiu para 35,5 milhões, ou seja, 5,7 milhões de mulheres a menos no mercado de trabalho.

No recorte por raça, a taxa de desocupação para as mulheres negras ficou em 19,8%, contra 13,5% das não negras.

Entre as trabalhadoras informais, sem carteira assinada,o número caiu de 13,5 milhões para 10,5 milhões, o que significa que mais três milhões de mulheres ficaram sem trabalho informal e sem renda.

Para a economista e pesquisadora do Dieese, Patrícia Pelatieri, responsável pelo levantamento, “os resultados refletem um agravamento da situação de pobreza e exclusão social”. Ela diz ainda que no cenário doméstico a situação não é diferente.  “Em casa a desigualdade persiste. A responsabilidade pelas tarefas domésticas e os cuidados familiares ainda recaem muito mais sobre elas, mostrando que persiste o desafio de melhorar o compartilhamento das atividades”.

Mulheres: ainda há muito pelo que lutar

Neste dia 8 de março – Dia Internacional da Mulher – o Sindicato lembra a todas as trabalhadoras do setor químico e farmacêutico que ainda há muito pelo que lutar: igualdade de oportunidades profissionais e salários, segurança e principalmente respeito.

Infelizmente os números mostram que durante a pandemia o desemprego foi maior entre as mulheres. A perda de emprego atingiu 114 milhões de pessoas ao redor do mundo. As mais prejudicadas com a perda do trabalho são as mulheres tanto no Brasil como nos demais países. Globalmente, as perdas de emprego das mulheres situam-se nos 5% contra 3,9% dos homens, mostra o relatório “Monitor OIT: COVID-19 e o mundo do trabalho , da Organização Mundial do Trabalho (OIT).

As mulheres da CUT divulgaram um documento em que denunciam  que a retirada de direitos sociais deste governo afetou mais as mulheres e que também houve aumento da violência contra as mulheres, os LGBTQI+, os negros, os povos indígenas e os quilombolas.

As mulheres também denunciam a falta de investimentos em políticas sociais, saúde e educação.

Leia o manifesto na íntegra aqui.

Esses e outros assuntos serão temas de vários eventos virtuais que estão sendo organizados pela CUT para marcar o dia 8 de março.  As mulheres do nosso Sindicato também realizarão o tradicional encontro mas este ano, virtualmente.  Acompanhe as novidades nas nossas redes sociais!

 

Mulheres químicas farão encontro virtual dia 13

No dia 13 de março (sábado), a partir das 19 horas, o Sindicato promove um encontro virtual das mulheres químicas, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher (8 de março).

Para debater a atual situação da mulher no mundo do trabalho e os reflexos da pandemia e do corte de direitos , o Sindicato recebe a socióloga Adriana Marcolino, do Dieese, e a feminista Ana Carolina Dartora, que é secretária da Mulher Trabalhadora e Direitos LGBTI do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Paraná.

A secretária da Mulher do Sindicato, Celia Maria de Assis, lembra que o corte de direitos que vem sendo promovido pelo atual governo e a crise econômica e de saúde afetam diretamente as mulheres.  “As mulheres foram as mais afetadas pelo desemprego e as que estão em home office também acumulam tarefas de casa e do trabalho”, lembra a sindicalista.

Para participar do encontro é preciso fazer um cadastro prévio neste link.

CUT fará atos virtuais de mulheres nos dias 7 e 9 de março

Para celebrar o Dia Internacional das Mulheres com segurança, as mulheres da CUT vão realizar dois atos virtuais nacionais nos próximos dias 7 e 9, domingo e terça-feira, respectivamente.

No domingo, dia 7, as mulheres  estarão na abertura da Jornada Nacional Feminista construída pela Central e mais de 80 organizações sociais e feministas, em formato de ato político para exigir “fora, Bolsonaro!”, vacina para toda a população, auxílio emergencial já e pelo fim das violências contra as mulheres.

A jornada começa às 13h deste domingo e será transmitida nas redes sociais da CUT e de outras entidades que estão na construção da mobilização.

“Neste 8 de março, a principal luta é pela vida, não há luta mais importante do que a luta pela vida. E para lutar pela vida precisamos reivindicar vacina para todos e todas e o auxílio.  Só que não podemos mais conviver com um assassino. Sim, Bolsonaro é um assassino! Mais de 260 mil mortos e nenhuma atitude dele para defender vidas e muito menos por nossos direitos e por igualdade. Para nós, é ‘fora Bolsonaro já’, disse, em vídeo que será transmitido no ato do dia 7, a Secretária-Geral da CUT, Carmen Foro.

No dia 9  o protesto virtual está sendo organizado pelo Fórum Nacional de Mulheres Trabalhadoras das Centrais Sindicais – CUT, CSB, CTB, Força Sindical, NCST e UGT -, e o objetivo é também reivindicar o fim da violência na vida e no trabalho.

“Em meio aos retrocessos sociais, econômicos, políticos e sanitários que assolam o país, as mulheres, em especial, as negras, são as mais atingidas. O desemprego causado pela pandemia trouxe marcas mais profundas para as mulheres e população negra e periférica, que historicamente sempre teve menos acesso aos postos de saúde, ao saneamento, às moradias dignas e às oportunidades de emprego. Com a chegada da Covid-19 essa desigualdade ficou mais acentuada”, diz trecho do manifesto que será lido na live.

Acompanhe o evento no site ou nas redes sociais da CUT, ou no facebook do nosso Sindicato.

Bolsonaro está ‘aumentando o tom do devaneio’, diz presidente da CUT

Depois de um dia de manifestações pelo país, nesta quinta-feira (4), as centrais sindicais vão continuar apostando no contato direto com a população, apesar das limitações provocadas pela pandemia. Dirigentes voltarão a se reunir na próxima segunda (8) para decidir os próximos passos, além de começar a tratar dos preparativos do 1º de Maio.

“O movimento sindical é responsável, não vai provocar aglomeração, mas temos de conversar com a população, porque o povo está nas ruas, trabalhando para sobreviver, apesar do risco de contaminação”, afirmou o presidente da CUT, Sérgio Nobre. Segundo ele, é preciso denunciar e dialogar, apresentando a pauta das centrais.

Nem meia cesta

“Dizer o que está acontecendo no Brasil, explicar que o auxilio emergencial sacado pelo governo não compra meia cesta básica, não garante a sobrevivência durante a pandemia”, acrescentou o dirigente cutista. As reivindicações básicas são vacinação em massa já, auxílio de R$ 600 e políticas de emprego.

Para o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, os atos foram bem sucedidos no sentido de se aproximar da população, “com cuidados”, e informar sobre a situação do país e possíveis alternativas. As centrais já se manifestaram a favor do lockdown. “Se não fizer isso, vai chegar a 3 mil mortos por dia.”

É preciso reagir

A mobilização ocorreu no mesmo dia em que o presidente da República reagiu mais uma vez de forma agressiva contra os que denunciam a situação de calamidade e descontrole no país. Para Miguel, ele está “aumentando o tom do devaneio”. Mas ainda falta reação, acrescentou. “A sociedade, o Poder Judiciário, o sistema político não estão se mexendo.”

É o que precisa acontecer, por exemplo, no caso do auxílio emergencial. “Vamos ter de pressionar. Precisamos convencer a Câmara a derrubar isso. O valor aprovado é pouco”, avaliou Miguel. O Senado aprovou limite de R$ 44 bilhões, neste ano, para pagamento do benefício.

A reação do presidente, hoje, também é vista como mais uma cortina de fumaça. Desta vez, para desviar a atenção do episódio da compra de uma mansão por um de seus filhos.

SP volta para fase vermelha

Todo o Estado de São Paulo entra na fase vermelha, a mais restritiva da quarentena,  a partir de sábado (6). Nesta fase apenas serviços essenciais podem funcionar.

A fase vermelha autoriza apenas o funcionamento de setores da saúde, transporte, imprensa, estabelecimentos como padarias, mercados e farmácias, além de escolas e atividades religiosas, que foram incluídas na lista de serviços essenciais por meio de decretos estaduais.

As novas medidas valem até o dia 19 de março, mas podem ser prorrogadas.

Descontrole da pandemia no Brasil é assunto no mundo

Esta semana o Brasil registrou recordes tristes de mortes por Covid-19.  Na terça (2), foram mais de 1.600 mortes e nesta quarta (3), foram 1910 mortes. A falta de ações concretas do governo para conter a pandemia chocou o mundo e o Brasil foi tema de reportagens nos jornais New York Times e The Guardian.  Em ambas reportagens, cientistas alertaram que a pandemia no Brasil se tornou uma ameaça global, com o risco de gerar novas variantes do vírus e mais letais.

O sistema de saúde do país está em colapso, trabalhando com mais de 95% da sua capacidade e em algumas regiões, centenas de doentes aguardam leitos.   Ainda assim, Bolsonaro  voltou a criticar as medidas de enfrentamento à Covid-19 e afirmou que “no que depender dele”, o país nunca terá um lockdown.

Para o médico e neurocientista, Miguel Nicolelis, o Brasil pode entrar na maior tragédia humanitária do século XXI se  nenhuma medida eficaz for tomada.  “Nós vamos entrar numa situação de guerra explícita. Nós podemos ter a maior catástrofe humanitária do século XXI em nossas mãos”, afirmou o médico, em entrevista ao jornal El País.

Ele também afirma que, de acordo com seus cálculos, nos próximos dias o país poderá registrar 2.000 mortes diárias. A fala dele foi antes do Ministério da Saúde divulgar 1.910 mortes, mais um recorde. “A possibilidade de cruzarmos 3.000 nas próximas semanas passou a ser real e aumentar o número de leitos já não adianta. A única saída é decretar um lockdown nacional pelas próximas três semanas”, disse o cientista.

Números da pandemia

Segundo os dados do Ministério da Saúde, foram registradas 1.910 mortes por Covid-19 em 24 horas – o maior número desde o início da pandemia, em fevereiro do ano passado. O recorde anterior foi batido na terça (2), dia em que morreram 1.641 pessoas. Ao todo, 259.271 brasileiros perderam a vida para a doença causada pelo novo coronavírus e o total de contaminados chegou a 10.718.630, em 24 horas foram registrados 71.704 novos casos.

A situação é grave em sete estados, onde a ocupação está acima de 90% nos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). São eles:  Santa Catarina e Acre, com 94%; Paraná, Goiás e Sergipe, os 3 estados com 92%; Ceará e Rio Grande do Norte, com 91%. Já nos estados do Rio Grande do Sul e Rondônia a ocupação na UTI está em 100%.

Minas Gerais, Roraima, Amapá e Piauí estão com 76%. São Paulo e Espírito Santo têm ocupação de 75%. Alagoas e Rio de Janeiro estão com 72%. O Rio de Janeiro, com situação mais estável, chegou a 64%.

Mato Grosso do Sul, com 90%; Distrito Federal, com 89%; Mato Grosso, com 88%; Maranhão, com 86%. Tocantins apresenta 84% de ocupação. Amazonas, Para e Bahia chegaram a 82%.