Sanitaristas reprovam discurso de Bolsonaro sobre não uso de máscara

Com a pandemia do novo coronavírus descontrolada, quase meio milhão de vidas perdidas e a vacinação lenta, recomendar o não uso de máscaras, como defendeu o presidente Bolsonaro nesta quinta-feira (10), é fazer “discurso de morte”, dizem autoridades e especialistas da área da saúde.

Eles rechaçaram veementemente a fala de Bolsonaro que disse ontem que o ministro da Saúde, o médico Marcelo Queiroga, está estudando uma portaria para desobrigar o uso de máscara de quem foi vacinado contra a Covid-19,  e também dos que já contraíram o vírus e sobreviveram.

Para os brasileiros deixarem de usar máscaras, como quer Bolsonaro, o país precisaria ter vacinado 70% da população. Mas o Brasil está bem longe dessa realidade e, sem máscara e distanciamento social, o país pode ter um número catastrófico de mortes e casos de Covid-19.

Centrais unidas pelo Fora Bolsonaro

A CUT e as demais centrais – Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB, CSP- Conlutas, Intersindical, CGTB e Pública –  divulgaram nota nesta quarta-feira (9) convocando a classe trabalhadora para mobilizações nos locais de trabalho no dia 18 e em apoio aos atos marcados para o dia 19.

De acordo com a nota, o que motiva as mobilizações são as crises econômica, sanitária, política e social sem precedentes na história do Brasil.

Trecho da nota diz que “torna-se fundamental mobilizar os trabalhadores, a partir de seus locais de trabalho para a luta em defesa do  auxílio emergencial de R$ 600, contra a fome, contra a carestia, por vacina já para todos, pela extensão do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda, contra a reforma administrativa (PEC 32/2020), em defesa da Agenda Legislativa das Centrais, que está no Congresso Nacional, e pelo Fora Bolsonaro”.

O dia 18 servirá também como orientação para as mobilizações nacionais do dia 19 de junho, contra o presidente Bolsonaro.

Confira aqui a íntegra da nota.

Terceira onda: Brasil registra mais de 2,5 mil mortes em 24 horas

O país registrou 2.693 mortes nas 24 horas entre a segunda-feira (7) e a terça-feira (8), o maior número desde o dia 5 de maio. Já são mais de  477 mil vidas perdidas pela Covid- 19 e a tendência de alta já dá sinais de uma terceira onda.

“Ainda não dá para dizer que entramos na terceira onda, mas pode ser que estejamos vendo ela começar”, avalia Carlos Lula, presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass).

Há 34 dias o Brasil não registrava um número tão alto de mortes, lembrando que número elevado foi impulsionado por dados represados no final de semana e pelo feriado de Corpus Christi

A soma da lenta vacinação, reabertura prematura da economia e o potencial da variante Delta, identificada pela primeira vez na Índia, preveem uma nova onda duríssima da pandemia.

*Com informações da CUT

 

Artigo: Panelaço contra o genocida

Enquanto a classe média acorda tarde demais e bate panelas, levando em consideração os quase 500 mil mortos no Brasil,  ouvi um silêncio profundo na periferia e fiquei pensando  o quão devastados estamos.

O silêncio é o reflexo da  miséria, da fome, da doença (Covid-19), do luto pelas mortes, da falta de hospitais, do preço da carne e  do gás de cozinha, do desemprego e da falta de perspectiva, entre outras milhares de mazelas que nos assolaram nestes últimos dois anos.

A falta de panelaço na periferia não é sinal de concordância com o governo genocida.  É uma demonstração da falta de perspectiva e da tristeza profunda que toma conta dos brasileiros. Um desolamento total, uma sensação generalizada de um futuro incerto.

É o momento do povo brasileiro se unir e tirar esse monstro do poder.

Este louco desestabilizou os brasileiros. Destruiu a história da nossa sagrada democracia e destruiu milhões de famílias, matou e aniquilou nossa dignidade, destruiu nossas mais profundas bases sociais, matou pais, mães, filhos, amigos, genros, noras, avós, avôs e netos , transformando nossos corações e nossas vidas num desolado caos.

O povo é forte e tem plena consciência do que é bom e do que é ruim.  Já percebeu que foi enganado. Agora é hora de arregaçar as mangas, restabelecer as forças e lutar pelo impeachment.

O que estamos passando hoje no Brasil é reflexo da falta de investimentos em educação de qualidade e da falta de conhecimento político.  Não podemos mais nos deixar enganar por discursos falsos em prol da família e dos bons costumes.

Não é a primeira vez que o mundo assiste isso. O nazismo genocida usou o mesmo discurso hipócrita de Bolsonaro. Hitler assolou a humanidade nas mais profundas trevas e matou milhões de inocentes.

Aqui no Brasil não será diferente, vamos amargar essas mortes por gerações.

Enfim, o que tenho a dizer é que iremos lutar e jamais desistiremos do nosso povo, da felicidade e dos verdadeiros valores de solidariedade.

Elaine Blefari é diretora do Sindicato dos Químicos de São Paulo

Pais e mães solo vão receber auxílio em dobro e retroativo

O Congresso Nacional derrubou nesta terça-feira (1º) dois vetos totais do presidente  Bolsonaro a projetos de lei relacionados ao auxílio emergencial pago a trabalhadores informais e desempregados durante a pandemia do novo coronavírus.

Com a derrubada dos vetos, tanto homens quanto mulheres que têm a guarda dos filhos vão receber o auxilio emergencial de R$ 600 pago o ano passado em dobro. O pagamento será retroavivo. O auxílio de R$ 1.200 foi pago para mães chefes de família durante cinco meses do ano passado.

Bolsonaro havia vetado totalmente o Projeto de Lei nº 2508/20, da deputada Fernanda Melchiona (PSOL-RS), cujo objetivo era barrar irregularidades nos cadastros. O projeto surgiu após relatos de mulheres que apontaram que os CPFs dos filhos estavam sendo utilizados por terceiros para acesso ao benefício, principalmente pelos pais das crianças que estavam sob a guarda da mãe e que, portanto, deveriam receber o benefício em dobro por serem chefes de família.

O presidente vetou a proposta usando o argumento de que a base de dados usada para pagamento do auxílio não continha informações para verificar se o homem pleiteante da dupla cota do auxilio realmente possuía a guarda dos filhos.

Com a queda do veto, a lei prevê, entre outros pontos, que a informação dada pela mulher deve ser priorizada, ainda que tenha sido feita posteriormente ao cadastro de outra pessoa, como o pai dos filhos. O texto aprovado também estendeu a pais solteiros a possibilidade de receberem duas cotas do auxílio emergencial em três prestações.

O projeto ainda determina a criação de um canal de denúncia de violência ou dano patrimonial pela Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180), voltado para situações em que a mulher tiver o auxílio emergencial recebido indevidamente por outra pessoa.

Outro veto do presidente derrubado é o que garantia aos homens, chefes de família monoparentais receberem o auxílio em dobro, antes priorizado às mulheres.

Com a derrubada dos vetos, está garantido o pagamento retroativo que os homens ou mulheres que não receberam o benefício por conflito de informações sobre a guarda de filhos em comum.

Como o recebimento do auxílio usava plataformas de autodeclaração sobre quem tinha a guarda dos filhos para ter direito aos R$ 1.200, muitas mães ficaram sem poder receber inicialmente devido ao fato de a primeira declaração ter sido feita indevidamente pelo pai.

Agora, o provedor de família monoparental, independentemente do gênero, receberá duas cotas do auxílio. Se pai e mãe não formarem família e se ambos indicarem o mesmo dependente no cadastro para recebimento do auxílio, será considerado o registro feito pela mulher, mesmo que realizado depois do feito pelo homem.

No caso de cadastro posterior feito pela mulher, o homem que detém a guarda unilateral dos filhos ou que for responsável pela criação dos menores poderá contestar a decisão sobre a concessão do benefício.

Em caso de dúvidas sobre se o pai está prestando informações verdadeiras, ele será advertido sobre as consequências legais de mentir, mas terá direito a receber R$ 600, caso preencha os requisitos para concessão do benefício, até que a divergência de informações seja sanada.

Quem tem direito ao auxílio

Terão direito ao auxílio, trabalhadores desempregados e informais que ganham por mês até meio salário mínimo (R$ 550) e cuja renda mensal familiar seja de até três salários mínimos (R$ 3.300).

Nas redes sociais trabalhadores pressionam por votação da correção do FGTS

O julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) nº 5090, que contesta o uso da Taxa de Referência (TR) como o índice que corrige o saldo do FGTS, estava na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 13 de maio, mas foi retirado e  ainda não há uma nova data para o julgamento.

Nas redes sociais, os trabalhadores estão mobilizados e usam as hashtag  #JulgaSTF e “adi5090 para pedir que a questão seja pautada pelo STF.

No julgamento, os ministros devem decidir qual o índice que deve corrigir a remuneração do FGTS, já que a TR está zerada e não acompanha os índices de inflação desde 1999.

Defensores dos trabalhadores entendem que a correção deve ser baseada no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ou no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (INPCA-E).

O ministro Luís Roberto Barroso, disse ao jornal Valor Econômico que a Ação Direta de Inconstitucionalidade está liberada para a pauta, mas cabe à presidência do STF, ministro Luiz Fux, decidir quando será julgada. O Valor apurou que está em estudo a inclusão do tema na pauta do segundo semestre.

Nosso Sindicato entrou com uma ação coletiva representando todos os associados. Em caso de ganho de causa, todos serão beneficiados.

Sindicato mantém atendimento remoto

Devido a  explosão de casos da Covid-19 no estado de São Paulo, e as medidas mais rígidas adotadas pelo  governo estadual para conter a circulação de pessoas e o contágio, o Sindicato decidiu manter o atendimento remoto por tempo indeterminado.

O atendimento aos associados continua normalmente pelo whatsapp (9.93062746).

As colônias de férias também estarão fechadas até que a situação se normalize.

 

Bolsonaro ignora 3ª onda da pandemia e autoriza Copa América no Brasil

A Argentina cancelou a realização da Copa América por causa do agravamento da pandemia do novo coronavírus e a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) anunciou que o evento será realizado no Brasil.

“O governo brasileiro foi ágil na decisão em um momento fundamental para o futebol sul-americano”, disse o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, que agradeceu o empenho de Bolsonaro.

A rapidez de Bolsonaro para resolver o problema da Conmebol contrasta  com a lerdeza para combater a pandemia. Bolsonaro ignorou dez e-mails e ofertas de 70 milhões de doses de vacinas da Pfizer contra Covid-19 e demorou seis meses para decidir comprar a CoronaVAc, produzida pelo Instituto Butatan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.

*Com informações da CUT