XP Investimento cancela divulgação de pesquisa para agradar clientes

Diversos veículos de comunicação e instituições vem divulgando pesquisas de intenção de voto e em todas o ex-presidente Lula aparece na frente do então presidente, Jair Bolsonaro.

A corretora XP Investimentos vinha fazendo o mesmo, mas na última semana cancelou a divulgação da pesquisa encomendada para o Instituto Ipespe, pressionada por seus clientes, em sua maioria do agronegócio. A informação é de que eles não gostaram de ver o resultado, com o ex-presidente Lula (PT), disparado na liderança.

Abaixo reproduzimos o artigo de Matheus Pichonelli, colunista do UOL, que faz uma importante análise sobre o assunto.

Após pressão bolsonarista,  XP cancela pesquisa. Cliente tem sempre razão?

“Pós-verdade”, eleita a palavra do ano em 2016 pelo Dicionário Oxford, virou verbete listado no site oficial da Academia Brasileira de Letras.

Não se trata de um neologismo que simplesmente chegou para substituir a boa e velha “mentira”. É um pouco mais complexo que isso.

Pela definição da ABL, trata-se de uma “informação ou asserção que distorce deliberadamente a verdade”, ou algo real, caracterizada pelo forte apelo à emoção, e que, tomando como base crenças difundidas, em detrimento de fatos apurados, tende a ser aceita como verdadeira, influenciando a opinião pública e comportamentos sociais.

De 2016 pra cá, é verdade, o termo caiu em desuso. Foi esquecido à medida que o verbete anglófono “fake news” se popularizou em meio à profusão de lorotas criadas por profissionais e espalhadas pelos ventos das redes sociais.

Mas nem por isso a pós-verdade deixou de pautar a opinião pública e o comportamento social. Pelo contrário: nunca operou com tanta força.

Em períodos eleitorais, o fenômeno é facilmente observado em qualquer residência ou mesa de bar onde se reúnam duas ou mais pessoas em nome de alguma divindade política.

Como se saíssem de um estado de hibernação a cada quatro anos, os seguidores surgem das sombras para reverter votos e converter os infiéis. A missão é quebrar a resistência ao papo furado de que seu candidato reúne os atributos para liderar a cruzada contra todo os tipos de inimigos, muitos dos quais só habitam em suas cabeças, modeladas em algum regime pré-queda do Muro de Berlim, em 1989.

Sabe-se que a liga do eleitor com seu candidato é movida muitas vezes pelo componente emocional, contra os quais dados, notícias e curiosidades não fazem arranhão. O mito, diria Fernando Pessoa, é o nada que é tudo.

Daí que nessa época do ano é comum ver todo tipo de pregação. Aluno quer ensinar professor a dar aula. Militante alimentado por WhatsApp quer reescrever as páginas de jornais. Pastores transformam púlpito em palanque. E até cantores sertanejos deixam de lado o berrante para pregar em louvor de seu candidato — geralmente em palcos pagos com dinheiro público.

Se havia algum limite, ele parece ter sido cruzado depois que clientes bolsonaristas da XP Investimentos, parte deles ligada ao agronegócio, espernearam em razão das pesquisas do Instituto Ipespe encomendadas pela corretora na semana passada.

O motivo, segundo noticiou a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, é que eles estavam descontentes com os números, apurados pelo instituto, que apontavam favoritismo do ex-presidente Lula (PT) na corrida presidencial. Esses números solapavam a base de suas crenças, aceitas como verdade, e difundidas em detrimento de fatos apurados.

Esses fatos apurados mostravam que Lula marcava 45% das intenções de voto contra 34% de Jair Bolsonaro. Mais: a mesma pesquisa dizia que 35% dos eleitores consideravam a honestidade um atributo do petista — índice superior ao do ex-capitão, cuja retidão é reconhecida por 30%.

Foi o estopim para a revolta.

Na narrativa bolsonarista, o capitão pode até pecar pela falta de inteligência, de capacidade de liderar um país em crise ou pela ausência de humanidade e empatia com as vítimas das tragédias que causa ou acentua, mas pelo menos é honesto por dizer o que pensa.

No imaginário da turma, rachadinha, uso indevido de auxílio-moradia, suspeitas no FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), na negociação de vacinas e compras de caminhões, ônibus, laptops e carteiras escolares para a rede pública são só intriga de quem perdeu a mamata e agora quer vingança.

Com raiva da mensagem apontada na pesquisa, os clientes da XP decidiram matar o mensageiro.

A divulgação do último levantamento, já registrado no TSE, foi cancelada. E o que antes era boletim semanal passará a ser mensal com remodelação. Quem sabe assim os números da realidade se aproximem daquela onde pensam viver os donos do dinheiro.

A pressão começou no grupo de WhatsApp usado para representantes dos escritórios de investimento se comunicarem com o departamento de marketing da corretora, de acordo com a coluna Radar Econômico, da revista Veja.

Uma cliente chegou a pedir aos líderes da área para “rever” pesquisas do tipo porque elas “não agregavam nada aqui na ponta”.

Faltava só alguém lançar um meme com o rosto de Donald Trump exigindo a paralisação das apurações.

Nas redes sociais, o mal estar se converteu em ataques explícitos protagonizados por Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e companhia.

Até ministros chegaram a telefonar para a XP para reclamar dos resultados.

Mas a situação ficou séria mesmo quando os clientes revoltados ameaçaram fechar contas e retirar seus investimentos da XP.

Uma coisa é perder a razão. Outra é perder dinheiro. Não é difícil descobrir de que lado a corretora de valores ficou.

A trapalhada acontece no momento em que políticos adeptos da pós-verdade se organizam para inviabilizar o trabalho dos institutos de pesquisas. Um dos muitos projetos de jerico na praça prevê a obrigatoriedade de as empresas informarem, a cada nova pesquisa, uma espécie de “taxa de acerto” nas últimas eleições.

Pesquisas, vale lembrar, captam momento, e acontece muita coisa entre o céu e a terra do primeiro levantamento até a véspera da votação.

Bolsonaro e seus soldados, que há anos distorcem deliberadamente a verdade e juram não acreditar em jornais ou institutos de opinião, querem agora reescrever o dicionário: pesquisa é tudo aquilo que confirma a verdade que habita em minha cabeça, talkei?

Difícil saber quem agiu pior no episódio: se os terraplanistas de pesquisa eleitoral ou a empresa que cedeu à pressão.

*Matheus Pichonelli, colunista do UOL

Café sobe mais de 67% e lidera ranking de alimentos mais caros

O brasileiro está pagando 67,01% a mais pelo café moído, o líder no ranking dos preços altos, seguido de perto pelo tomate (+55,62%), pela batata inglesa (+54,3%) e cebola (+48,93%), entre outros produtos da cesta básica.

O  Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados nesta quinta-feira (9), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta uma leve desacelerada nos preços (+0,47), mas a alta acumulada no ano já está em 11,73% e está pesando muito no bolso do trabalhador.

Confira os produtos da cesta básica que mais subiram em 12 meses:

– Café moído: 67,01%

– Tomate: 55,62%

– Batata-inglesa: 54,3%

– Cebola: 48,93%

– Açúcar refinado: 35,74%

– Óleo de soja: 31,25%

– Leite longa vida: 29,28%

– Farinha de trigo: 27,8%

– Frango em pedaços:  22,71%

– Feijão carioca: 19,03%

– Frango inteiro: 17,81%

– Pão francês: 15,59%

– Manteiga: 12,34%

– Arroz: 10,27%

Cai em 15,3% o número de empresas abertas. Nem MEIs estão sendo criadas

O número de empresas abertas no Brasil caiu em 15,3% no primeiro quadrimestre do ano (janeiro a abril), na comparação com o mesmo período do ano passado e nem as  MEIs (micro empresas individuais) estão sendo criadas.

No total foram abertas 1,35 milhão empresas e fechadas 542 mil.  A informação está no “Mapa da Empresas”, divulgado pelo Ministério da Economia.

Além da diminuição no número de novos negócios regularizados chama a atenção o fato de que 82,5% (1,11 milhão) são individuais, são as  chamadas MEIs, criadas para regularizar a situação de trabalhadores que não conseguem emprego formal e passam a emitir uma única nota fiscal para receber o salário.

As MEIs em sua maioria  são abertas por trabalhadores que foram excluídos do mercado formal após a aprovação da Reforma Trabalhista, trabalham normalmente como qualquer outro, tem uma jornada diária normal, como qualquer outro, mas foram terceirizados pela empresa e não têm direito a férias, 13º salário, FGTS e outros direitos.

De acordo com o  pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), Remígio Todeschini,  legalizar o bico, em forma de MEIs, “é o  canibalismo do trabalho”. “É tirar o direito à uma aposentadoria decente porque o contribuinte só precisa pagar R$ 60 por mês, mas quando chegar o tempo de se aposentar vai receber apenas o salário mínimo (R$ 1.212) e, se quiser ganhar mais, vai ter de contribuir individualmente por ele e pela empresa que é dele mesmo”, critica Todeschini.

Câmara aprova extinção de benefícios fiscais para o setor químicos

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (31) a Medida Provisória 1095/2021, que prevê a extinção gradual do Regime Especial da Indústria Química (REIQ) durante este ano, colocando em risco milhares de empregos no setor e impactando nos índices de inflação.

Os deputados aprovaram uma das seis emendas do Senado para a MP, que será enviada à sanção presidencial. De acordo com o texto aprovado, em vez do fim imediato do incentivo, como constava da MP original e como queria o governo de Jair Bolsonaro (PL), haverá uma nova transição até 2027, com extinção a partir de 2028.

Os benefícios fiscais para o setor químico e petroquímico foram conquistados, em 2013, quando o REIQ foi criado, após muito debate, negociação e luta dos trabalhadores e, inicialmente valeria até 2025.

O REIQ previa a redução das alíquotas da contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins sobre matérias-primas químicas e petroquímicas para proteger a indústria nacional e cerca de 85 mil empregos.

A MP aprovada ontem, que prevê a gradual extinção dos benefícios fiscais à indústria química e petroquímica, coloca o setor e os empregos em risco. Isso porque, se por um lado, pode aumentar a arrecadação em mais de R$ 500 milhões. Por outro lado, pode aumentar o preço de produtos industrializados como um todo, uma vez que o setor petroquímico produz matérias primas para os demais e, consequentemente, impactar na alta dos preços que já vem atormentando a população brasileira há mais de sete meses.

*Com informações da Fetquim

 

O Sindicato está no Telegram

Pensando sempre em aprimorar a comunicação com o trabalhador, o Sindicato agora está também no Telegram.

Para entrar na rede de contatos da entidade e receber informações atualizadas diariamente, basta apontar a câmera do seu celular para o QR Code da Imagem, que você entrará automaticamente no grupo.

Ou, se preferirir, cadastre o número (11) 99443-8613, mande um olá e você será incluído no grupo.

 

Lula tem 54% dos votos, segundo Datafolha e vence no 1º turno

O ex-presidente Lula (PT) tem 48% das intenções de voto no primeiro turno das eleições deste ano, 21 pontos percentuais de vantagem sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem 27%, segundo dados da nova rodada da pesquisa Datafolha, divulgados na noite desta quinta-feira (26). A eleição será em 2 de outubro e um eventual segundo turno está previsto para o dia 30 do mesmo mês.

Ainda de acordo com a pesquisa, se a eleição fosse hoje Lula venceria no primeiro turno, com 54% dos votos válidos, ante 30% de Bolsonaro. O percentual de votos válidos, que exclui brancos e nulos, é o considerado pela Justiça Eleitoral para declarar o resultado final. Para ganhar no primeiro turno, é necessário que o candidato some 50% dos votos válidos mais um.

Em um eventual segundo turno, Lula dispararia para 58% dos votos, vantagem de 25 pontos percentuais sobre Bolsonaro, que chegaria a 33%. Votariam em branco ou nulo 8% e 1% responderem que não sabem.

A pesquisa Datafolha foi feita com 2.556 eleitores acima dos 16 anos em 181 cidades de todo o país, nesta quarta (25) e quinta-feira (26).

A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou menos.

O levantamento foi contratado pela Folha e está registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número BR-05166/2022.

Cuidado: golpe do SMS usa nome da Caixa Econômica

Cuidado para não cair no golpe do link falso enviado pelo SMS. Desta vez os golpistas estão enviando SMS para correntistas da Caixa Economica informando que a assinatura eletrônica que dá acesso ao Internet Banking expirou

Eles enviam um link falso para reativação do acesso e pedem que o cliente da Caixa digite usuário e senha do Internet Banking e clique em continuar. E é neste momento que o golpe é aplicado.

Os correntistas que clicam no link falso são direcionados para um site idêntico a página inicial do Internet Banking da Caixa e, na tela aparece um aviso dizendo que a conta está pendente de validação. Fique atento, pois os correntistas que digitarem os dados estarão dando aos bandidos acesse total às suas contas correntes, que poderão ser movimentadas como os golpistas bem entenderem.

 Atenção: Bancos não enviam e-mail, SMS ou WhatsApp solicitando seus dados. Não clique em nenhum link enviado por SMS e não entre em contato com números de telefone que não são os oficiais da sua instituição bancária.

Lula reforça compromisso com movimentos sociais

O ex-presidente Lula participou de um encontro com representantes de vários movimentos sociais, nesta sexta, 27, em São Paulo.

Ao lado de Geraldo Alckmin, pré-candidato a vice na chapa, além de lideranças dos movimentos sociais, Lula, recebeu, um documento com propostas para o plano de governo e com o compromisso de apoio à sua candidatura.

Encontro de Lula com os Movimentos Sociais, como foi chamado o evento, teve como peculiaridade a convergência de cerca de 90 movimentos sociais em torno de uma única candidatura. Para as lideranças desses movimentos, Lula é a única figura, hoje, com a capacidade e experiência para reconstruir o Brasil no campo econômico, com geração de emprego e também restituir uma ordem social democrática que prioriza direitos e dignidade.

Lula se comprometeu com pauta apresentada e fez uma convocação, pedindo engajamento para derrotar Bolsonaro, e após as eleições, pareceria para a “ajudar” a reconstruir o país: “Quero um compromisso. Se a gente governar o país, vou precisar do apoio de você para ser feito. Mas o compromisso não é com o governo e sim com o povo que vocês representam”, disse Lula, afirmando que jamais reprimiu ou mesmo pediu para que não houvesse qualquer tipo manifestação ou protesto durante seus mandatos.

Lula citou os resultados da última pesquisa Datafolha que mostra uma vantagem de 21 pontos do ex-presidente em relação a Jair Bolsonaro. E aproveitou para alertar que a disputa, mesmo assim, será difícil.

“Estamos começando uma campanha que não é fácil. Não estamos enfrentando um adversário fraco. É alguém perigoso porque seu comportamento não é democrático vive de ofender as instituições, dizendo que só Deus vai tirá-lo de lá”, alertou Lula, que mandou um recado. “Quero que ele saiba que quem vai tirar ele de lá não é Alckmin e eu e sim vocês, porque vocês querem voltar a acreditar no país”, disse.

Fila do INSS aumenta 400%

Entre 2010 e 2021, aumentou em 400% o número de trabalhadores na fila de espera do INSS, segundo estudo feito pela Fetquim, que analisou dados federais.

Os números da própria Previdência revelam que o desmantelamento da proteção social é responsabilidade do governo de Jair Bolsonaro (PL), que vem aumentando a perversa fila de espera para a concessão de benefícios com decisões como corte verbas e do quadro de servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Análise feita pela assessoria de Saúde e Previdência da Federação dos Químicos de São Paulo (Fetquim) a partir dos dados do Anuário Estatístico da Previdência Social (AEPS) mostra que, em 2010, no governo do ex-presidente Lula (PT), o INSS tinha 39.630 servidores. Em 2020, o número despencou para 20.555, uma queda de 19.075 servidores (50%).

Essa redução prejudica a concessão de milhares de benefícios previdenciários e acidentários, como mostra o Boletim Estatístico da Previdência Social (BEPS) de março de 2022 e, consequentemente, aumentado a fila de espera.

O BEPS de março deste ano mostra que a fila do INSS tem 1.702.361 pedidos de benefícios em análise entre 45 dias e 1 ano. Na maioria dos casos o atraso é provocado pelo desmonte do INSS.

Em dezembro de 2010, a espera por um benefício tinha 381.460 pedidos, todos retidos por falta ainda de documentos dos segurados.

*Com informações da Fetquim