Mais de 70 mil pessoas protestam contra a Reforma da Previdência

Na tarde de sexta-feira (22), mais de 70 mil trabalhadores se reuniram na avenida Paulista, em São Paulo,  para protestar contra a Reforma da Previdência.  No mesmo dia aconteceram outros protestos em todo o País.

O  Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência,  foi um esquenta para a greve geral que a CUT, junto com as demais centrais sindicais,  está organizando. “Se colocar para votar a reforma da Previdência, nós vamos fazer a maior greve geral da história deste País”, disse Vagner Freitas, presidente da CUT.

Trabalhadores e servidores se unem em defesa da Previdência Social

Foi instalada nesta quarta-feira, 20 de março, no Auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados, a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social, reunindo mais de uma centena de sindicatos, associações, federações e centrais sindicais e dezenas de deputados federais e senadores. A CNQ/CUT (Confederação Nacional do Ramo Químico) marcou presença em Brasília numa demonstração clara de que a defesa da aposentadoria é uma das principais lutas em 2019.

A Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social, integrada por parlamentares e movimentos sociais, já teve participação decisiva na tramitação da Reforma da Previdência do governo Temer, através da PEC 287/16, sob a coordenação do senador Paulo Paim (PT) e do ex-deputado Arnaldo Faria de Sá (PP) em 2016.

Agora a proposta de Bolsonaro e Paulo Guedes é ainda mais cruel com as mulheres, rurais e aposentados em geral, reduzindo os benefícios, de imediato, a 60% e impedindo que a maioria dos brasileiros consiga se aposentar algum dia. Cria um regime de capitalização nos moldes do Chile. Lá os chilenos que se aposentam recebem o equivalente a 30% do salário mínimo.

Popularidade de Bolsonaro despenca em três meses

 A aprovação da gestão de Jair Bolsonaro (PSL) caiu 15 pontos em 60 dias, segundo pesquisa do Ibope divulgada esta semana.

Em janeiro, 49% dos brasileiros consideravam sua administração boa ou ótima, em fevereiro caiu para 39% e agora está em 34%.

Outros 24% dizem que seu governo é ruim ou péssimo, 34% consideram que é regular, e 8% não souberam ou não quiseram responder.

O início do mandato de Bolsonaro é o pior desde a redemocratização do Brasil. Os ex-presidentes Fernando Collor de Mello, Lula, Fernando Henrique e Dilma Rousseff conseguiram índices maiores nos primeiros meses de governo.

Confiança

O percentual dos que dizem confiar em Bolsonaro caiu de 62% para 49% entre janeiro e março.

Já a desconfiança saltou de 30% para 44%. Como a margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou para menos, a confiança em Bolsonaro está a um ponto percentual de um empate técnico com a desconfiança (no limite, essas taxas são hoje de 47% e 46%, respectivamente).

Nordestinos e os moradores das grandes cidades, em sua maioria (53%) desconfiam de  Bolsonaro. Quem sustenta a confiança no presidente são, principalmente, os evangélicos, os mais ricos, os homens e os moradores do Sul.

*Com informações da CUT

Calcule como ficará a sua aposentadoria se a reforma da Previdência for aprovada

Para barrar a reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro (PSL) e garantir o direito à aposentadoria da classe trabalhadora brasileira, a CUT lançou mais uma ferramenta de luta e mobilização: o site ‘Reaja Agora’.

Nele os trabalhadores poderão se informar sobre as principais alterações que o governo quer fazer nas regras da aposentadoria e como elas afetarão a vida de cada um.

O site também dá acesso a uma calculadora, o chamado ‘Aposentômetro’  CLIQUE AQUI, para que todos possam calcular e comparar quanto tempo falta para se aposentarem com as atuais regras e com as regras propostas por Bolsonaro, caso o Congresso Nacional aprove.

 

Estudo da OIT mostra que privatização da Previdência fracassa no mundo

A privatização da Previdência fracassou na maioria dos países que adotou o sistema de capitalização previdenciária que o governo de Jair Bolsonaro (PSL) quer implantar no Brasil. Os impactos sociais e econômicos foram tão negativos que a solução foi voltar atrás e reestatizar total ou parcialmente a Previdência.

A conclusão é do estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), “Revertendo as Privatizações da Previdência – Reconstruindo os sistemas públicos na Europa Oriental e América Latina”, divulgado em 11 de março passado.

A capitalização exige que o trabalhador abra uma poupança pessoal onde terá de depositar todo mês para conseguir se aposentar. A conta é administrada por bancos, que cobram taxas e ainda podem utilizar parte do dinheiro para especular no mercado financeiro. Uma das conclusões do estudo da OIT, que demorou três anos para ficar pronto, é que os bancos são os únicos que ganham com a privatização.

O estudo mostra que sistemas como esse aumentaram a desigualdade de gênero e de renda, que os custos de transição criaram pressões fiscais enormes, os custos administrativos são altos, os rendimentos e os valores das aposentadorias são baixos e quem se beneficiou com as poupanças dos trabalhadores  foi o sistema financeiro, entre outros problemas.

De acordo com o estudo, de 1981 a 2014, trinta países privatizaram total ou parcialmente seus sistemas de previdência social. Quatorze deles são da América Latina: no Chile (primeiro a privatizar, em 1981), idosos estão morrendo na miséria; Peru (1993), Argentina e Colômbia (1994), Uruguai (1996), Bolívia, México e Venezuela (1997), El Salvador (1998), Nicarágua (2000), Costa Rica e Equador (2001), República Dominicana (2003) e Panamá (2008).

A grande maioria desistiu da privatização após a crise financeira global de 2008, que escancarou as falhas do sistema de previdência privada. Até 2018, dezoito países fizeram alterações no modelo, ou seja, reverteram total ou parcialmente a privatização da Previdência Social: Venezuela (2000), Equador (2002), Nicarágua (2005), Bulgária (2007), Argentina (2008), Eslováquia (2008), Estônia, Letônia e Lituânia (2009), Bolívia (2009), Hungria (2010), Croácia e Macedônia (2011), Polônia (2011), Rússia (2012), Cazaquistão (2013), República Tcheca (2016) e Romênia (2017).

Para os técnicos da OIT, o que melhora a sustentabilidade financeira dos sistemas de Previdência e o nível de prestações garantidas, permitindo às pessoas usufruir de uma melhor vida na aposentadoria, não é acabar e, sim, reforçar o seguro social público, associado a regimes solidários não contributivos, conforme recomendado pelas normas da entidade.

De acordo com a OIT, o que garante a segurança de renda na idade avançada é o fortalecimento de sistemas públicos de previdência, ou seja, ao invés de acabar com a Previdência Social pública e solidária – modelo em que quem está no mercado sustenta a aposentadoria daqueles que já contribuíram ao longo de toda a vida –, os governos têm de reforçar o sistema.

 

 

 

 

Militares são o maior custo da Previdência

O site UOL  divulgou uma matéria hoje em que faz um comparativo dos custos da Previdência com as aposentadorias dos militares e de funcionários públicos civis.

Os militares representam 30% do quadro do funcionalismo público. A União gasta R$ 43,9 bilhões com pensões e aposentadorias dos cerca de 300 mil militares. Já os servidores do regime civil somam 650 mil e custam R$ 46,5 bilhões ao Estado.

Os dados são do Relatório  de Acompanhamento Fiscal, divulgado pela Instituição Fiscal Independente, do Senado Federal.

22 de março é dia de ir às ruas para lutar pela aposentadoria

A CUT, centrais sindicais e movimentos sociais realizam na próxima sexta-feira, 22 de março, o Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência, em várias cidades do Brasil. Será um dia de resistência para mostrar ao governo de Jair Bolsonaro (PSL) que a classe trabalhadora não vai aceitar as perversas condições impostas no texto da sua proposta de reforma da Previdência, que praticamente acaba com o direito à aposentadoria de milhões de trabalhadores e trabalhadoras.

“É um esquenta para uma greve geral, caso Bolsonaro insista em levar adiante essa proposta”, diz o presidente da CUT, Vagner Freitas, que reforça a convocação para que todos os trabalhadores e trabalhadoras do país participem dos protestos que já estão marcados em várias cidades. (Veja lista de atos já marcado, no final desta matéria).

De acordo com Vagner, todos devem se unir à luta dos sindicatos contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 06/2019, da reforma da Previdência, que restringe o acesso e reduz o valor dos benefícios previdenciários.

A PEC dificulta o acesso e reduz o valor dos benefícios ao estabelecer a obrigatoriedade da idade mínima de 65 anos para os homens, 62 para as mulheres e aumentar o tempo de contribuição de 15 para 20 anos, além de retirar da Constituição o sistema de Seguridade Social brasileiro.

O dirigente alerta que Bolsonaro também quer acabar com o pagamento da multa de 40% do FGTS aos trabalhadores que se aposentam e continuam trabalhando na mesma empresa, entre outras maldades.

“O governo não está atacando somente a aposentadoria. A proposta de Bolsonaro ataca também direitos sociais e previdenciários garantidos pela Constituição como o auxílio doença. E ainda propõe a redução do valor dos benefícios de viúvas e órfãos que acumulam benefícios”,  afirma o presidente da CUT.

Em ação

Além da mobilização da classe trabalhadora no Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência, outras ações estão sendo realizadas contra a reforma. As centrais sindicais estão em Brasília, nesta semana, para dialogar com parlamentares sobre as atrocidades da proposta de Bolsonaro.

“Já cobramos do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Davi Acolumbre (DEM-AP) e dissemos aos parlamentares que se votarem a favor, não serão reeleitos”, afirmou Freitas.

O dirigente também destacou a articulação com as câmaras municipais e associações comerciais de pequenos municípios, onde a economia será duramente afetada pela reforma. “Essas cidades são sustentadas pelos benefícios da Previdência. Já há uma paralisia no comércio dessas localidades e se a reforma passar, será a falência total desses municípios”, alerta Vagner.

Dia 22 de março acontecem   manifestações em todas as grandes capitais brasileiras.  Em São Paulo,  será na avenida Paulista, em frente ao Masp, a partir das 17 horas.

 

Em defesa da paz: CUT se solidariza com vítimas de Suzano

Em nota, a CUT se solidariza com as vítimas do massacre na escola de Suzano e critica a cultura da violência estimulada pelos que defendem facilitar o porte de armas, reafirmando o compromisso com a cultura da paz. Leia abaixo a nota divulgada pela central.

A CUT vem manifestar sua solidariedade à comunidade escolar e aos familiares das vítimas do massacre ocorrido na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, região metropolitana de São Paulo, na manhã desta quarta-feira (13), que vitimou oito pessoas: cinco estudantes, duas funcionárias e um comerciante.

É preciso que a investigação do crime avance para contribuir na compreensão do caso e, assim, evitar que episódios semelhantes voltem a ocorrer. Contudo, mesmo sem um parecer conclusivo, podemos afirmar desde já que o predomínio da cultura da violência sobre a cultura da paz tem sido um dos fatores responsáveis por diversos assassinatos no país.

Parte importante desta cultura da violência tem crescido recentemente, sendo estimulada inclusive por autoridades que defendem facilitar a posse e o porte de armas pela população como suposta solução para o problema da segurança. Consequentemente, o Estado se isentaria de sua responsabilidade, que assim seria transferida para o âmbito privado e individual.

Ao instituir um verdadeiro “salve-se quem puder”, a proposta enfraqueceria a segurança pública ao invés de aperfeiçoá-la. Sua aplicação significaria que o Estado estaria atestando sua própria incompetência no assunto, não sua eficiência. Além disso, ao invés de diminuir, a disseminação da posse e do porte de armas simplesmente aumentaria as chances de disparos e, portanto, de mais vítimas.

A CUT reafirma seu compromisso com a construção de uma política de segurança pública que promova a cidadania e a cultura da paz e reitera seu repúdio às iniciativas que incentivam o armamento da população e à cultura da violência nelas embutidas.

13 de março de 2019

Executiva da CUT

Novas regras do Bilhete Único pioram vida do trabalhador

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) mudou as regras do Bilhete Único para pior  e elas estão valendo desde o dia 1º de março.

Com as novas regras os usuários de vale-transporte terão três horas para fazer até dois embarques nos ônibus municipais. Antes da mudança, o sistema permitia até quatro embarques, durante duas horas.

No caso dos usuários comuns e estudantes, o limite será de quatro embarques. Para os estudantes, a integração é de duas horas e para os usuários do bilhete comum, de três horas.

Responsável pela implementação do Bilhete Único, quando era prefeita de São Paulo, Marta Suplicy comentou as alterações ao portal R7.  “O grande benefício do cartão é permitir um amplo acesso para a população mais vulnerável, que não tem condição de pagar pelo transporte disse.

Quando o sistema foi criado o usuário podia fazer diversas integrações em um intervalo de duas horas, utilizando uma única passagem. “O transporte não é usado somente com fins de trabalho. Muitas pessoas utilizam o ônibus para o lazer, para levar o filho ao hospital, dentre outras coisas”, argumentou Marta.  “Dessa maneira a prefeitura está prejudicando a população vulnerável”, concluiu.

*Com informações do portal R7

Químicas debatem previdência em encontro de mulheres

As mulheres químicas realizaram o tradicional encontro da categoria, no dia 10 de março, na sede do Sindicato, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.

A ex-ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres do governo Dilma Rousseff, Eleonora Menicucci, foi a convidada do encontro.

Ela relembrou os avanços para as mulheres no governo Dilma: como o disque denúncia para casos de violência, a Casa da Mulher Brasileira criada para acolher vítimas de violência e principalmente a lei do feminicídio, sancionada em 2015. Em contrapartida, Eleonora lembrou que o atual governo paralisou a agenda da igualdade de gênero.

O encontro também contou com a participação da assessora do Sindicato, Marilane Teixeira, que explicou a reforma da previdência proposta por Bolsonaro e os prejuízos para as mulheres (veja abaixo).

Reforma da previdência é mais cruel com as mulheres

O governo Bolsonaro quer aumentar a idade mínima para aposentadoria das mulheres de 60 para 62 anos e exigir a contribuição de 40 anos para receber a aposentadoria integral.

Hoje, as mulheres que não conseguem se aposentar por tempo de contribuição (30 anos) têm a opção de se aposentarem aos 60 anos, com no mínimo 15 anos de contribuição.

Pelas novas regras propostas, a idade mínima passa a ser de 62 anos e o tempo de contribuição, 20 anos, para receber apenas 60% da média salarial dos últimos 20 anos. Para receber o teto da aposentadoria será necessário contribuir por pelo menos 40 anos.

Pelas regras atuais, uma mulher de 55 anos, com 25 anos de contribuição precisaria trabalhar mais 5 anos para se aposentar com o benefício integral.

Já pelas regras propostas por Bolsonaro, essa mesma mulher teria de trabalhar pelo menos mais 7 anos (55 + 7 = 62) para se aposentar por idade, com 32 anos de contribuição (25 + 7 = 32) e, mesmo assim, não se aposentara com o benefício integral, que, pelas novas regras propostas por Bolsonaro, vai exigir, no mínimo, 40 anos de contribuição para receber 100% do valor.

No caso da trabalhadora, com 62 anos e 32 de contribuição, a conta resulta num benefício de apenas 84% do valor.

“As mulheres trabalham em média 7,5 horas mais que os homens devido à dupla jornada, estão mais expostas ao desemprego e ao trabalho precário e muitas sequer irão conseguir se aposentar”, avalia Celia Alves dos Passos, secretária da Mulher do Sindicato.