Igualdade Racial em debate no Sindicato

O Sindicato dos Químicos, em parceria com a Fetquim (Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico da CUT no Estado de São Paulo) promove o Diálogo Social para Promoção da Igualdade Racial nas Empresas do Setor Químico, na próxima terça-feira, 13 de setembro.

O objetivo da atividade é abrir o diálogo sobre o tema com as empresas, conhecer as experiências de algumas das principais empresas químicas sediadas na cidade (Bayer, Akzo Nobel e outras), apresentar as demandas dos trabalhadores negros da categoria e iniciar um processo de construção conjunta de instrumentos para combater o preconceito, a discriminação e o racismo nos locais de trabalho.

 

Serviço:

Diálogo Social para Promoção da Igualdade Racial nas Empresas do Setor Químico

Dia 13/09 (terça-feira), das 9h às 17h

Rua Tamandaré, 348 – Liberdade

Assembleia define pauta da Campanha Salarial

O Sindicato realiza assembleia para aprovar a pauta de reivindicações da Campanha Salarial dos Químicos 2016, no dia 16 de setembro (sexta-feira), às 19h na sede central.

Na categoria química, cinco sindicatos negociam conjuntamente – São Paulo; ABC; Campinas, Osasco e Vinhedo; Jundiaí e região; e São José dos Campos e região – e juntos somam 180 mil trabalhadores, sob coordenação da Fetquim (Federação dos Trabalhadores Químicos).

 

Serviço:

Assembleia de aprovação de pauta da Campanha Salarial dos Químicos

Quando: 16 de setembro (sexta-feira) às 19h

Onde: Rua Tamandaré, 348 – Liberdade

Haverá transporte nas regiões

Ato histórico na Avenida Paulista reúne 100 mil pessoas contra Temer

Perto de 100 mil pessoas reuniram-se na Avenida Paulista na tarde deste domingo (4), em ato contra o governo Temer, convocado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. O ato é também contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, disse em vídeo no Facebook que a mobilização é por Diretas Já – “queremos definir quem vai ser o presidente do Brasil e nenhum direito a menos, porque esse golpe é contra a maioria do povo brasileiro”.

“Não vamos admitir repressão policial, Michel Temer fez uma provocação barata, falando em 40 pessoas e a nossa manifestação com 100 mil é a resposta a essa provocação e à repressão policial. Ela não nos intimidará”, afirmou ainda, fazendo referência a entrevista de Temer, ontem (3), na Folha de S. Paulo, em que ele desqualificou as mobilizações contra seu governo: “São pequenos grupos, parece que são grupos mínimos, né? (…) Não tenho numericamente, mas são 40, 50, 100 pessoas, nada mais do que isso”, afirmou o presidente, que cumpre agenda em encontro do G20, na China. Na sexta-feira (2) ele afirmou: “Quem muitas vezes se insurge, como um ou outro movimentozinho, é sempre um grupo muito pequeno de pessoas. Não são aqueles que acompanham a maioria dos brasileiros”.

Às 17h30, a manifestação começou a se deslocar no sentido da Consolação e deve seguir até o Largo da Batata, em Pinheiros, zona oeste, passando pela Avenida Rebouças. Apesar de até agora o ato ocorrer de forma pacífica, houve momento de tensão, quando uma fila de policiais militares começou a chegar ao local, acompanhada de vaias e gritos de frases como “Queremos o Fim da Polícia Militar e Fascistas”. Um dos manifestantes arremessou uma garrafa em direção aos policiais e um dos policiais ameaçou responder, mas isso não aconteceu. Do caminhão de som, os organizadores pediram calma aos manifestantes, pedindo que não respondessem a provocações.

Andando ao lado de Boulos, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), disse que “estamos aqui porque São Paulo está virando o centro da resistência contra o governo Temer. A direita dizia que aqui era deles, e o que estamos vendo são passeatas quase que diárias. Agora, a forma com que a Polícia Militar, do governo Alckmin, mas organizado com Temer, porque a gente sabe que o Alexandre Moraes, ministro da Justiça, era o secretário de Segurança de São Paulo, então, todos eles querem na verdade assustar as pessoas”, disse Lindbergh.

Em entrevista ao Mídia Ninja, a cartunista Laerte Coutinho falou sobre as ‘Diretas Já’ durante a concentração em frente ao vão do Masp: “Não vejo a história como repeteco, não estou achando que é a mesma coisa. E aliás, a bandeira de eleições gerais não sei se é unânime também. Talvez ela seja meio prematura, cá pra mim, que a recusa ao governo golpista ainda não está madura para propor uma saída só, mas eu acho cabível, vamos lá, eleições gerais, agora eu não sei se é um sentimento generalizado. Acho que muita gente ainda está na posição de retomar o curso do mandato da presidenta Dilma, que foi também uma das pessoas que propôs uma consulta popular na direção de uma eleição geral”.

Dieese: terceirizado ou quem negocia por empresa ganha menos

A mais nova versão do já tradicional balanço das negociações salariais do primeiro semestre foi anunciada nesta quinta pelo Dieese. Os resultados, como já se podia prever, são piores do que anos anteriores, em função da crise.

Os números ruins confirmam algumas máximas sindicais.

Um dos gráficos mostra que o resultado das negociações é o pior desde 2003. “Isso é reflexo da volta às medidas neoliberais que predominaram até 2002”, analisa João Cayres, secretário-geral da CUT-SP. Ou seja, os números da pesquisa Dieese indicam que corte de investimentos e restrição fiscal sufocam a economia, comprovando que o Estado tem de desempenhar o papel de indutor do desenvolvimento.

Outro dado que chama a atenção é que o único setor de atividade em que todas as negociações salariais ficaram abaixo da inflação é o de processamento de dados, onde predomina a terceirização. “É de fato um setor altamente terceirizado”, concorda José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de Relações Sindicais do Dieese. “Além disso, é um setor onde há muitas empresas pequenas”.

O movimento sindical tem insistido, ao longo dos últimos anos, que os trabalhadores e trabalhadoras terceirizados têm salários, em média, 27% inferiores aos trabalhadores diretos, segundo estudos do próprio Dieese. A maioria do atual Congresso Nacional e o Temer querem a terceirização sem limites.

Negociado sobre legislado?

O balanço apresentado hoje também mostra que a negociação por categoria – a chamada convenção coletiva – obtém salários melhores que as negociações diretas com empresas – os chamados acordos coletivos.

Portanto, confirma-se a tese de que sindicatos fortes que representem todas as profissões que compõem determinado ramo de atividade conseguem resultados mais efetivos. A CUT planeja ampliar essa estratégia, promovendo campanhas unificadas entre diferentes categorias. “Isso serve de estímulo para que a CUT invista cada vez mais nessa ação”, avalia Cayres.

Outra interpretação possível para esses dados aponta para o perigo que a proposta do “negociado sobre o legislado”, defendida por Temer, representa para os trabalhadores e trabalhadoras. Segundo essa proposta, negociações diretas com os patrões teriam mais força do que a legislação trabalhista.

Números

O Dieese analisou 304 campanhas salariais. No primeiro semestre de 2016, apenas 24% obtiveram aumentos acima da inflação. 37% empataram com a inflação e 39% perderam para a inflação do período anterior.

Na média de todas as campanhas, o índice ficou 0,50% abaixo da inflação medida pelo INPC-IBGE.

Das convenções coletivas – campanhas por setor – , 25% delas tiveram aumento real, contra 15,4% dos acordos coletivos – por empresa. A imensa maioria das campanhas salariais analisadas pelo Dieese é fechada por convenção coletiva (291 contra 13).

Lava Jato 

Cayres alerta que há um fator importante para a queda do emprego e o enfraquecimento das campanhas salariais que vem sendo ignorado pela mídia corporativa. “Mais do que o ajuste fiscal, que nem chegou a ser implementado, a forma como é conduzida a Operação Lava Jato está quebrando empreiteiras, paralisando o setor de construção, gás e petróleo e isso contamina toda a economia”.

Bancários rejeitam proposta e entram em greve na terça

Na próxima terça-feira (6) os bancários iniciam uma greve nacional por reajustes salariais. Em assembleia ontem (1), trabalhadores de bancos públicos e privados rejeitaram a oferta de 6,5% da Fenaban e optaram pela paralisação. 

A oferta da Federação não cobre a inflação do período, estimada em 9,57% para agosto deste ano e representa perda de 2,8% para os trabalhadores.

A categoria reivindica, entre outros pontos, reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual nos locais de trabalho, fim da desigualdade salarial entre homens e mulheres e fim da terceirização.  

Temer começa desmonte em diversas áreas

Michel Temer assumiu a presidência do Brasil e já está colocando em prática reformas impopulares que caracterizam o seu governo golpista. A Câmara aprovou uma medida provisória que admite a redução definitiva do número de ministérios. A extinção da secretaria das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos, já em maio deste ano, causou grandes manifestações.  

Na área da saúde, Temer convocou um grupo que fará uma revisão da legislação do Sistema Único de Saúde (SUS). A ideia é desmontar o órgão e, para isso, também há a proposta de reduzir os investimentos obrigatórios destinados à essa área.   

Outro ataque foi em relação à Empresa Brasil de Comunicação (EBC). O presidente Ricardo Mello foi exonerado e o Conselho Curador, que garantia a participação popular no meio de comunicação pública foi extinto, com o intuito de que a EBC seja cada vez mais controlada pelo governo não eleito. 

ONGs de direitos humanos repudiam repressão em protestos

A Anistia Internacional, Conectas e Artigo 19, três das mais importantes ONG’s brasileiras relacionadas à defesa dos direitos humanos, publicaram uma nota de repúdio à ação extremamente violenta da polícia militar de São Paulo na repressão de protestos contra Michel Temer.

Na manifestação de quarta-feira (31) uma jovem perdeu a visão do olho esquerdo, atingida por estilhaços de bomba. “Vemos com profunda preocupação algumas ameaças que já se confirmaram durante o período de administração interina, em particular o endurecimento do Estado no controle e na vigilância sobre o dissenso. (…) Ainda que a responsabilidade direta pelas polícias militares seja dos governos estaduais, existe uma clara discricionariedade política sobre quais protestos incidirá a repressão”, diz um trecho da nota da Conectas. 

Comunidade internacional não reconhece Temer como presidente

Após o impeachment de Dilma Rousseff na tarde de ontem (31), líderes de diversos países se manifestaram contra o acontecimento. Rafael Correa, presidente do Equador, disse que a destituição de Dilma é uma apologia à traição e declarou que retirará seu embaixador do Brasil, assim como Evo Morales, presidente da Bolívia.

Nicolás Maduro, da Venezuela, também  prestou solidariedade a Dilma e condenou o que chamou de “golpe oligárquico da direita”.

Xavier Benito, do partido espanhol do Podemos, enviou uma carta para a Alta Representante da União Europeia (UE) para Política Externa e Segurança, com assinatura de mais 30 deputados de diversas nacionalidades, que não reconhecem “legitimidade democrática” no governo de Michel Temer.     

Manifestantes contra o golpe são reprimidos com violência

Na noite de ontem (31), em resposta ao impeachment de Dilma Rousseff, as ruas de diversas cidades do País como São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Curitiba foram tomadas por manifestantes contrários ao afastamento da presidenta.

A resposta a essas manifestações foi a total repressão e violência por parte da polícia. Diversas pessoas ficaram feridas por conta de tiros de borracha, cassetetes e bombas de efeito moral.

“Isso mostra o quanto a nossa polícia tem dificuldade em conviver com a democracia. Na atual conjuntura, isso me preocupa ainda mais porque o governo, qualquer que seja, ou é legitimado pelo consenso ou pela força. Como agora o atual governo federal não tem voto – o consenso – temo que queira se legitimar pela força apenas”, disse André Bezerra, presidente da Associação Juízes para a Democracia (AJD).