Encontro de mulheres da CUT celebra conquistas e aponta lutas

O encontro que celebrou os 30 anos de luta das mulheres da CUT, realizado ontem (30) contou com a presença de Dilma Rousseff. Ela falou sobre a força das mulheres e de como a sua eleição foi importante para a luta feminina.

A secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, Junéia Martins Batista, abriu o encontro com um discurso sobre a importância da participação das mulheres na construção da CUT e do movimento sindicalista.

Na ocasião também foram discutidos os efeitos negativos que recairão sobre as mulheres com as reformas do governo Temer. A PEC 55 restringe o acesso aos serviços públicos, enquanto a reforma da previdência quer igualar a idade de aposentadoria de homens em mulheres, sem levar em conta as outras jornadas que a mulher já tem. 

 

PIB brasileiro reduz 0,8%, em sétima queda consecutiva

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou ontem (30) uma pesquisa na qual avalia uma queda de 0,8% no Produto Interno Bruto (PIB), na comparação do terceiro com o segundo trimestre de 2016.

Este é o sétimo resultado negativo consecutivo.  Em comparação com o mesmo período em 2015, a retração foi de 2,9%.

Agropecuária (-1,4%), indústria (-1,3%) e serviços (-0,6%) foram algumas das áreas que apresentaram queda. A despesa de consumo das famílias (-0,6%) também caiu. Os resultados são reflexo de um período de retração que atinge a economia brasileira. 

Fidel Castro deixa legado político e de desenvolvimento

No último dia 25 morreu em Havana, aos 90 anos, Fidel Castro, ex-presidente e líder da Revolução Cubana. Castro governou Cuba por 49 anos sob o regime socialista e deixou como legado um país com mais acesso à educação e saúde. 

Em uma de suas últimas aparições públicas, durante o 17º Congresso do Partido Comunista, em abril deste ano, Fidel reafirmou as suas ideias sobre o comunismo: “A hora de todo mundo vai chegar, mas ficarão as ideias dos comunistas cubanos, como prova de que neste planeta se trabalha com fervor e dignidade, é possível produzir os bens materiais e culturais que os seres humanos necessitam, e devemos lutar sem descanso para isso”.

Histórico

Nascido em 13 de agosto de 1926, na pequena aldeia de Birán, Fidel Castro se formou em Direito pela Universidade de Havana. Aos 26 anos, em 1953, liderou uma primeira tentativa de derrubar o ditador Fulgencio Batista. Foi exilado no México, onde articulou mais partidários contra o governo, que era colaboracionista com os Estados Unidos. Em 1º de janeiro de 1959 os revolucionários conseguiram derrubar a ditadura de Batista, e Castro foi nomeado presidente.

Fidel governou durante 49 anos, até fevereiro de 2008, quando passou o poder ao seu irmão mais novo, Raúl Castro.

A partir da Revolução, o governo cubano aproximou-se da União Soviética, em detrimento do imperialismo norte-americano, que imperava na ilha anteriormente. Isso causou uma série de conflitos com os Estados Unidos, sendo o principal deles a tentativa de invasão do exército americano à Baía dos Porcos, em 1961. Durante os 49 anos de governo, Fidel foi alvo de 638 complôs e tentativas de assassinato.

Desde o início, os Estados Unidos instituíram um embargo econômico a Cuba, dificultando o seu crescimento econômico. Durante a Guerra Fria, a ilha mantinha relações comerciais, mas com o fim desse período, em 1989, perdeu seu principal parceiro. O governo cubano sempre prezou por sua soberania e mesmo com uma economia que não apresentava crescimentos significativos, o regime de Fidel priorizou o bem da população e nunca deixou de investir na educação e na saúde.

Legado em saúde e educação

Mesmo com uma economia inferior a de muitos países da América Latina, Cuba é o país que possui a melhor colocação na lista do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), em 67º lugar – o Brasil está na 75ª posição –, de um total de 188 países avaliados. A lista é formulada pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), da ONU (Organização das Nações Unidas), a partir de dados sobre a qualidade de vida da população: riqueza, educação, expectativa de vida e taxa de natalidade.

Cuba investe 10% de seu PIB (Produto Interno Bruto) em educação – é o país com maior porcentagem do PIB em investimento para o setor da América Latina – e obtém resultados muito bons: 99,8% da população é alfabetizada. Com esse número, Cuba é o único país da América Latina que atingiu metas de educação da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), de alfabetização universal.

No país, todo ensino é público, inclusive o superior. Por isso, a média de permanência escolar é muito acima do mínimo. Enquanto espera-se que os cidadãos estudem por 9 anos, em Cuba a média de estudos é de 20,5 anos.

O acesso à saúde é universal e gratuito. Segundo os dados do PNUD, para cada mil habitantes, existem 680 médicos e dentistas, e eles se espalham por todo o território do país. O programa Mais Médicos trouxe muitos profissionais cubanos para trabalhar com a saúde da família, visitando comunidades. Essa prática existe em Cuba e garante o menor índice de mortalidade infantil da América Latina: 5,8 para cada mil nascimentos. A expectativa de vida do país é de 79 anos, enquanto no Brasil é de 75,2 anos.

Repercussão

A morte de Fidel causou comoção pelo mundo. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, resumiu o papel do revolucionário: “na direção de Cuba por quase meio século, deixou uma grande marca em seu país e na política global”.

O ex-presidente Lula mantinha relações com Fidel e, ao saber da morte, declarou: “Para os povos de nosso continente e os trabalhadores dos países mais pobres, especialmente para os homens e mulheres de minha geração, Fidel foi sempre uma voz de luta e esperança”. Lula completou que ele deixou um legado eterno de “dignidade e compromisso por um mundo mais justo”.

A ex-presidenta Dilma Rousseff define Fidel como “um homem que soube unir ação e pensamento, mobilizando forças populares contra a exploração de seu povo. Foi também um ícone para milhões de jovens em todo o mundo”.

Polícia reprime com violência protesto contra PEC 55

A polícia militar reprimiu com grande violência o protesto que aconteceu ontem (29) em Brasília contra a PEC 55. Estudantes e manifestantes foram atacados com bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e cassetetes pelo Batalhão de Choque e pela Cavalaria.

Enquanto a população era hostilizada do lado de fora, dentro do Senado a PEC 55 foi aprovada em primeiro turno, iniciando um processo de retrocesso para o País.

O presidente da CUT/SP, Vagner Freitas, lamentou a repressão aos manifestantes, em sua maioria estudantes e menores de idade. “O Congresso é uma expressão da sociedade, e o governo deve entender que o direito de manifestação é algo que faz parte. Sou testemunha da violência contra a manifestação. O impeachment, a renúncia, a saída do Temer é necessária. Estamos vivendo um estado de exceção”, disse.

A votação da PEC em segundo turno deve acontecer no dia 13 de dezembro. 

Doria quer rever gratuidade de passagem para idosos

O prefeito eleito João Doria estuda aumentar a idade mínima para que idosos possam usufruir do benefício do passa-livre em São Paulo. Hoje, a partir dos 60 anos, os idosos já não pagam pela passagem nos transportes públicos, mas com a alteração do novo prefeito, só conseguiriam a gratuidade a partir dos 65 anos.

O corte é uma maneira de diminuir os subsídios às empresas no próximo ano, na tentativa de conter gastos. Doria também havia prometido em sua campanha que não aumentaria o preço das tarifas, o que se mostra cada vez mais difícil.

O metrô perdeu 4 milhões de passageiros entre janeiro e agosto de 2016, na comparação com o mesmo período de 2015. Segundo pesquisa do portal Fiquem Sabendo a redução de passageiros é de cerca de  9 milhões. Os usuários reclamam de superlotação dos trens, falta de manutenção e preço das passagens.  

Mudanças nas notificações de acidentes de trabalho representam perigo aos trabalhadores

A partir de 2017, ficará mais difícil controlar os acidentes de trabalho. Tudo por conta de uma alteração, aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social, que retira das empresas a obrigatoriedade de notificarem a respeito de acidentes de trabalho que levem a um afastamento do trabalhador por até 15 dias ou de acidentes de trajeto.

A mudança do governo Temer afetará o Fator Acidentário de Prevenção (FAP), uma vez que o fundo é calculado de acordo com a quantidade de acidentes ocorridos. Em 2014, foram registrados 770 mil acidentes de trabalho em todo o País. Se a nova regra aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social já estivesse valendo, 540 mil ocorrências deixariam de ser notificadas, o que representa 63% dos casos.

Hoje, as empresas são obrigadas a contribuírem para o FAP com valores que variam de 1% a 3% da folha de pagamento. Sem esse compromisso, os empresários teriam um lucro de R$2.000 a R$4.000.         

Remígio Todeschini, ex-presidente do Sindicato dos Químicos do ABC e representante do Instituto de Previdência de Santo André, diz que a mudança tem objetivo de diminuir e enfraquecer a Previdência.

Quintino Severo, dirigente da CUT, também criticou a medida. “O Brasil, hoje, é um dos países com maior número de acidentes de trabalho no mundo. Infelizmente, a sociedade não sabe disso porque há uma subnotificação das ocorrências. Agora, tirando essas informações, nós acreditamos que o problema vai aumentar”, alertou.  

Oposição já entrou com pedido de impeachment de Temer

Parlamentares da oposição entregaram ontem (28) ao Ministério Público, uma representação que pede a investigação de Michel Temer, acusado de cometer crimes de concussão (obtenção de vantagens por abuso de influência) e improbidade administrativa.

O senador Lindberg Farias (PT-RJ) defendeu a renúncia de Temer como solução para a crise política que começou com as articulações contra Dilma Rousseff. Ele também disse que é importante que a medida tenha o apoio popular, representada pelos movimentos sociais e sindicais.

Ainda ontem também, o Psol entrou com um pedido de impeachment de Temer na Secretaria Geral da Mesa da Câmara dos Deputados.  O documento, assinado por Raimundo Luiz Silva Araújo, presidente do partido,  alega que Temer cometeu crime de responsabilidade ao interferir em benefício do ex-ministro Geddel Vieira.  

Líder comunista Fidel Castro morre aos 90 anos

O ex-presidente de Cuba e líder revolucionário Fidel Castro faleceu na última sexta-feira (25), aos 90 anos. Liderou o levante guerrilheiro que derrubou a ditadura de Fulgêncio Batista, em 1959 e governou a ilha por quase cinco décadas.

Fidel é um símbolo da esquerda e de resistência ao capitalismo e imperialismo norte-americano. Enquanto esteve no poder, sofreu diversas tentativas de assassinato. Sempre foi um incômodo para os Estados Unidos, por sustentar os ideais comunistas.  

Em grande ato, população vai às ruas contra governo Temer

Cerca de 40 mil pessoas marcaram presença no protesto que aconteceu ontem (27) na Avenida Paulista, contra a PEC do teto de gastos. O ato foi organizado pela Frente Povo Sem Medo, que reúne movimentos sociais e sindicais, como a CUT.

O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, disse que o povo foi para as ruas protestar contra as medidas de retrocesso do governo Temer. Já Vagner Freitas, presidente da CUT, defendeu novas eleições para presidente, uma vez que Temer está envolvido em diversos escândalos políticos.

Amanhã (29), dia de votação da PEC 55 no Senado, os movimentos farão novas manifestações em São Paulo, às 17h na Avenida Paulista.  

IBGE analise queda na renda real do trabalhador

Após 11 anos, a renda real (corrigida pela inflação) dos trabalhadores brasileiros apresentou uma queda. De 2014 para 2015, houve uma redução de 5%. A média do rendimento domiciliar também caiu, com queda de 7,5%.

Os dados são do IBGE e foram divulgados hoje (25), como parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

No período analisado também houve queda de 3,9% na população empregada, o que representa cerca de 3,8 milhões de pessoas. Essa redução contribuiu para o cálculo de 38,1%, que representa o total da população desocupada.