Pronunciamento da Cut

A emenda 3 é uma invenção de um grupo de deputados e senadores para favorecer os patrões que não gostam de pagar os direitos dos trabalhadores.

Se a emenda 3 não for destruída, uma nova lei vai impedir os fiscais do Ministério do Trabalho e da Previdência de punir empresas que praticam as seguintes fraudes contra os trabalhadores:

* Não assinam a Carteira de Trabalho de seus funcionários.

* Obrigam esses funcionários a abrir firma e a emitir nota fiscal, como se eles fossem empresas prestadores de serviço e não trabalhadores que dão expediente todo o dia e estão sujeitos a regras e disciplinas típicas de quem é contratado em carteira.

* A empresa não paga o salário se o funcionário não emitir nota fiscal.

* Se o trabalhador acha ruim, é dispensado.

Além de ter seus direitos trabalhistas roubados, continuam recebendo os mesmos salários que tinham antes e são obrigados a bancar do próprio bolso as passagens de ônibus, trem ou metrô, o almoço e até o INSS, para poder se aposentar quando ficar mais velho.

E todo mês precisam pagar imposto de renda, impostos para a prefeitura da cidade e ainda pagar salário para um escritório de contabilidade. Se não pagar essas taxas, fica com o nome sujo.

Pela emenda 3, se alguém quiser reclamar vai ter de procurar a Justiça. Se o patrão ficar sabendo, vai demitir, é claro.

Os deputados e as empresas que defendem a emenda 3 querem mesmo é acabar com a carteira de trabalho e jogar na lata do lixo todos os direitos básicos dos trabalhadores – que já não são muitos.

Sobre a Emenda 3: trabalho precário não!

Uma pessoa só
A legislação (artigo 170 da Constituição; artigo 50 do Código Civil; artigo 129 da Lei 11.196) autoriza a existência da chamada “empresa de uma pessoa só”

O que diz a Lei 11.196
(Aprovada em novembro de 2005, estabelece uma série de regimes especiais de tributação)
Diz o art. 129: para fins fiscais e previdenciários, a prestação de serviços intelectuais, inclusive os de natureza científica, artística ou cultural, em caráter personalíssimo ou não, com ou sem a designação de quaisquer obrigações a sócios ou empregados da sociedade prestadora de serviços, quando por esta realizada, se sujeita tão-somente à legislação aplicável às pessoas jurídicas, sem prejuízo da observância do disposto no artigo 50 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil)

Menos encargos e impostos
É cada vez maior o número de “empresas de uma pessoa só”. Isto só interessa aos empregadores, porque pagam menos encargos trabalhistas, mantêm o nível salarial rebaixado e fogem da responsabilidade das obrigações trabalhistas.
Interessa, também, aos profissionais liberais que, assim, mantêm vínculo formal com a Receita, não se submetem às altas alíquotas do IR das pessoas físicas e são tributados como pessoas jurídicas para compensar a redução dos encargos trabalhistas.

Posição da Receita Federal
A Receita Federal, hoje, no governo LULA, resiste à existência da “empresa de uma pessoa só” por conta das seguintes questões:
* Livra os empregadores do pagamento dos encargos trabalhistas
* Disfarça o vínculo empregatício porque os serviços contratados aos profissionais liberais não são temporários, mas regulares
* O governo arrecada menos para a Previdência

Emenda 3
Ao aprovar a Lei da Super-Receita (6.272/05), o Congresso também aprovou, de carona, uma emenda à Lei nº 10.593/2002, que regulamenta o trabalho dos fiscais da Receita, da Previdência e do Trabalho.

O que diz a Emenda
 “No exercício das atribuições da autoridade fiscal (…), a desconsideração da pessoa, ato ou negócio jurídico que implique reconhecimento de relação de trabalho, com ou sem vínculo empregatício, deverá sempre ser precedida de decisão judicial”

Redação “tortuosa”
Para os juristas, do jeito que foi redigida a Emenda 3, os fiscais da Receita e da Previdência ficaram proibidos de “desconsiderar” as “empresas de uma pessoa só”, mas os fiscais do trabalho deixariam de poder fiscalizar, mesmo que não cometessem o abuso de desconstituir empresas.

Internacional: saúde do trabalhador em destaque

Dois dirigentes do Sindicato, Lourival Batista e Hélio de Andrade e a médica do trabalho, doutora Margarida Barreto, estiveram em Cuba onde participaram do “Congresso de Saúde e Trabalho, Cuba 2007”, de 13 a 17 de março passado.

Os três fizeram parte da delegação brasileira e tiveram participação intensa e evento. Participaram de dez mesas redondas de debates; foram responsáveis por oito conferências, sendo duas por Hélio Andrade, duas por Lourival Batista e quatro pela Margarida Barreto. Participaram também de uma reunião do Comitê latinoamericano responsável pelo encontro “Mulher Saúde e Trabalho”, evento que será realizado em Zacatecas, no México, em 2008. O evento permite a participação de trabalhadores e dirigentes sindicais que acumulam experiências práticas com o tema de “saúde da trabalhadora”.

Ao final do Congresso, foram apresentas à plenária propostas construídas no Congresso e foram aprovadas por unanimidade. Três propostas finais, dizem respeito ao tema Assédio Moral no trabalho:

1) Criar a Rede latina de enfrenta-mento à violência, integrada por países de América Latina, Espanha, Portugal e Itália. Patrizia Dietinger, conhecida nos estudos sobre o Assédio Moral na Itália e em Portugal e Espanha participou do evento em questão.

2) Realizar em 2008, no Brasil, um Congresso Internacional especializado em temas de violência no trabalho. A organização ficou sob a responsabilidade dos sindicatos brasileiros. Antes do Congresso, se realizará um Seminário preparatório, em Cuba.

3) Para a integração latino-americana, é necessário que se elabore e adote um acordo internacional sobre a condenação do assédio moral no ambiente de trabalho e se elabore estratégias de enfrentamento à violência no trabalho.

Cuba – Brasil

Saúde lá e cá

Em Cuba a formação do médico é voltada para atender dentro do Sistema de saúde do país. No Brasil, a formação é direcionada para as especialidades e para a medicina privada.

O Sistema de Saúde cubano é organizado a partir do MFC (Médico de Família e Comunidade), responsável por 120 famílias. No Brasil, o médico do PSF (Programa de Saúde da Família) atende em média, 1000 famílias.

Em Cuba, o tempo de espera para consulta é de no máximo uma semana. No Brasil, o tempo é de um mês a um ano.

Notas

Educação 1

O Governo Lula apresentou o PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação).  O plano é um esforço para dar um salto no nível de ensino do país, além de equiparar em qualidade os municípios brasileiros. As medidas, de curto, médio e longo prazo, contemplam o ensino básico, superior, profissional e continuado e, envolvem a gestão dos governos federal, estaduais e municipais. O Plano vai mobilizar as famílias, diretores de escolas, professores. Dentre outras questões o PDE tem metas de  qualidade no ensino para avaliar o aprendizado das crianças e adolescentes.

Educação 2

Dentre as medidas já apresentadas pelo governo como parte do PDE uma é o plano de alfabetização de jovens e adultos que, passa a abrigar conceitos de regionais e qualificação do material didático, num aperfeiçoamento do programa Brasil Alfabetizado. Outra medida diz respeito ao ensino superior, com a ampliação do prazo de pagamento do financiamento estudantil, que pode alcançar até 100% da mensalidade. O pagamento deverá ser efetuado pelo sistema de consignação, com desconto em folha, quando o jovem estiver formado e empregado.

Educação 3

O governo federal vai levar o tema dos Direitos Humanos a todas as instituições de ensino públicas e privadas. O PNE em Direitos Humanos lançado em março está estruturado em cinco temas: educação básica, ensino superior, educação não-formal, formação de profissionais de segurança e justiça e educação e mídia. O objetivo é promover a educação como instrumento de transformação cultural voltado à afirmação dos Direitos Humanos. A proposta está em estudo desde 2003 e recebeu contribuições profissionais do sistema de ensino, do sistema judiciário, conselheiros de direitos, entre outros.

Editorial: O sobe e desce dos números

Em meados de março o jornal Folha de São Paulo publicou pesquisas do Instituto Data Folha, sobre como a população avalia seus governantes. Foram avaliados o presidente LULA, o governador José Serra e o prefeito, Gilberto Kassab.

Dos três, o que obtém o melhor percentual de avaliação entre ótimo e bom, com 42%, é o presidente LULA. Em seguida vem Serra, com cerca de 38%. Por último, com menos de 30%, o prefeito, Gilberto Kassab. Este, aliás, demonstra, dia após dia sua total inabilidade e incompetência para governar a maior cidade da América Latina.

O governador paulista, mesmo com a blindagem da mídia, vem sofrendo o desgaste de ser governo. À beira de completar 100 dias de mandato, José Serra ainda não disse a que veio. Da omissão no desastre da linha quatro do Metrô à falta de material escolar e livros didáticos nas escolas, Serra não se pronuncia, não se manifesta. Ao que parece, o governo do maior Estado da União está à deriva.

Quanto a LULA, o melhor índice de aprovação de governo em início de segundo mandato, os números revelam que o povo não é bobo. Apesar do forte bombardeio que sofre da mídia, o Presidente se sobressai pelas suas realizações, pela evidência de que o Brasil vem melhorando sua situação sócio/econômica.

Claro que ainda há muito por fazer, em relação a geração de emprego, distribuição de renda, políticas sociais, redução da violência. Mas o Brasil progrediu nos últimos quatro anos; disso, a maioria da população não tem dúvida e, por isso, não se deixa enganar.

Os indicadores revelam, a nosso ver, que vai caindo o mito de que a mídia representa o quarto poder neste país. E isso por fatores como elevação do nível de consciência do nosso povo, o potencial da comunicação comunitária, o fenômeno da informação instantânea, em tempo real, através da internet…

Diretoria colegiada

CNQ/CUT: começa o Formaquim 2007

Dia 10 de março, teve início, no Instituto Cajamar, o Formaquim (Programa de Formação da CNQ). Neste 1º semestre, o Formaquim estará restrito ao estado de São Paulo, após o Congresso da CNQ, que acontecerá nos dias 28, 29 e 30 de junho e 1º de julho, contará com a participação de trabalhadores e trabalhadoras dos estados do Rio de Janeiro, Bahia, Per-nambuco e Rio Grande do Sul.

O Programa Formaquim 2007 no estado de São Paulo está dividido em três cursos:

* Formaquim com 48 alunos inscritos, sendo nove mulheres;
* FormaquiMulher, com 29 mulheres inscritas;
* Formaquim Negociação Coletiva, com 36 participantes, sendo 11 mulheres.

Os três cursos contam, no total, com 113 alunos, dos quais 49 são mulheres, o que representa 43% do total de participantes.

Do Sindicato dos químicos e plásticos de São Paulo e região são 47 inscritos, sendo 30 mulheres.

Encontro internacional: atuação sindical solidária

A Federação Internacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Minas, Química e Energia (ICEM) representa mais de 20 milhões de trabalhadores em cerca de 150 países, realizaram, na sede central do Sindicato, em nove de março último, um encontro com sindicalistas brasileiros, com representantes da CUT, outras centrais sindicais e dirigentes de diversos sindicatos do ramo químico, eletricitários e demais entidades filiadas a este órgão internacional.

O encontro foi para que a direção mundial da ICEM conhecesse melhor o funcionamento dos sindicatos brasileiros e “também para ouvir o que os filiados desta entidade internacional e como eles gostariam que esta se comportasse”, destacou Sérgio Novais, presidente da ICEM para a América Latina e Caribe.

Participaram da reunião, o presidente mundial da ICEM e sindicalista do setor de minério da África do Sul, Senzeni Zokwana; o secretário Geral da ICEM e sindicalista do setor químico da Alemanha, Manfred Warda, e Carol Bruce, responsável pelo contato entre a sede da entidade em Bruxelas com a Região da América Latina e Caribe e que também responde pelo setor de mulheres.

Senzeni Zokwana destacou as semelhanças existentes entre os sindicatos da África do Sul e do Brasil, que atuam, também, nas ações de combate à pobreza, ao desemprego, à Aids e aos efeitos da globalização. Para que esse combate seja realmente efetivo, segundo ele, “é preciso ter uma organização sindical muito forte”.
Em relação à sua visita ao Brasil, Argentina e Uruguai, Senzeni disse: “Quero ouvir, para podermos,

juntos, construir sindicatos fortes na ICEM, para que assim os trabalhadores tenham força para combater as ações da empresas multinacionais”.

Sindicato cidadão: educação para inclusão social

O Sindicato estabelece parceria com a Educafro (Educação e Cidadania de Afro-descendentes e Carentes), entidade que tem a missão de promover a inclusão da população negra (em especial) e pobre (em geral) nas universidades públicas e particulares com bolsa de estudos.

Todo o trabalho é voluntário, coordenado pelos Franciscanos e uma equipe técnica formada por 12 gerentes, que articulam os serviços da Sede Nacional, e dos 255 núcleos de pré-vestibulares comunitários. A coordenação dos núcleos é feita por cinco coordenadores, com apoio de 10 professores. Participam do mutirão educacional 2.550 professores, 1.270 coordenadores de núcleos.

Os mesmos funcionam em espaços cedidos por igrejas, associações comunitárias, sindicatos, escolas públicas e outros espaços cedidos nas periferias de São Paulo, Rio de Janeiro.

Na Subsede Santo Amaro funciona um núcleo da Educafro. Se você quer se preparar para entrar na faculdade e lutar por bolsa de estudos, essa é a oportunidade. Faça sua inscrição de 18 de março a 29 de abril, das 8h às 18h, aos domingos, no mesmo horário que acontece o cursinho pré-vestibular, na rua Ada Negri, 127, Santo Amaro.

Mais informações sobre a Educafro acesse a página www.educafro.org.br e  sobre o cursinho na Subsede Santo Amaro ligue: 5641 2228 ou 5641 2227.

Ação Trabalhista: Morosidade da justiça

O Departamento Jurídico do Sindicato conta com uma equipe de advogados especialistas em legislação trabalhista que coordena mais de 3000 mil processos coletivos e individuais de trabalhadores contra empresas que não respeitam direitos dos trabalhadores.

Em sua maioria os processos acompanhados pelo Departamento Jurídico do Sindicato são das empresas que faliram, desapareceram ou estão sem patrimônio: 2153. A demanda nesses processos é por verbas rescisórias não pagas, ou seja, os trabalhadores foram demitidos e não receberam nenhum direito.

Nos casos de falência da empresa há o grave problema da falta de patrimônio, normalmente os bens da empresa estão em nome de terceiros ou durante a tramitação do processo os bens se desvalorizam ou se perdem, ou seja, depois de vários anos de espera o trabalhador poderá ficar sem receber seus direitos.

Os demais processos são de causas mais diversas, tais como: cobrança dos depósitos de FGTS não efetuados; o pagamento de “salário por fora”, ou seja, registra-se com um valor mais baixo e, paga um valor mais alto e sobre essa diferença não incide impostos; no mesmo patamar; demissão de gestantes; cipeiros; doentes e acidentados que são demitidos sem que a empresa leve em consideração que o trabalhador ficou doente por conta do trabalho que exercia; e descumprimento generalizado de acordos e convenções coletivas.

Todas as ações, por mais simples que sejam, têm uma média de 4 a 5 anos de tramitação na Justiça do Trabalho. Se a empresa quiser, pode levar muito mais anos, mas pode fazer acordo em primeira audiência, o que geralmente é feito, mas por valores abaixo da metade a que teria direito o trabalhador e parcelado em muitos meses.

Dois milhões de processos julgados por ano

Recentemente deu nos jornais que o Brasil é campeão mundial de ações trabalhistas

A notícia acusa a legislação trabalhista e os trabalhadores pelo excesso de processos, mas em nenhum momento fala que os patrões desrespeitam os direitos conquistados pelos trabalhadores depois de muita luta.

Fala-se do alto volume de processos e dos gastos, mas não se fala dos acidentes de trabalho, condições insalubres, assédio moral. Não se fala que muitos patrões não recolhem o INSS (Instituto nacional de Seguridade Social) e o FGTS (Fundo de Garantia por tempo de Serviço) dos trabalhadores e quando são demitidos percebem que não têm nada na conta, daí são obrigados a entrar na justiça.

Comparam o número de processos no Brasil com outros países, como EUA, Japão e França, mas esquecem de comparar as relações trabalhistas nesses países que são muito mais respeitadas que no Brasil. Outro detalhe é que muitas das multinacionais que se instalam no Brasil se dão ao luxo de não respeitar a legislação local enquanto que em seus países de origem respeitam todas as leis.

Esquecem ou preferem não divulgar que a justiça no Brasil frequentemente toma posição não em defesa dos mais fracos e injustiçados – os trabalhadores, mas se colocam ao lado das elites dominantes e conservadoras. Por isso, muitos processos se arrastam por anos, chegando a mais de uma década para ser solucionado.

A morosidade da justiça do trabalho só favorece os fora da lei. Ora, tanta demora é porque alguém está sendo favorecido com ela e, não são os trabalhadores. Muitas empresas fazem o que querem, pois não acreditam em punição por parte do Estado. Ao final de anos de tramitação na Justiça no máximo, a empresa é obrigada a pagar os direitos que deveria ter pago anos antes.

Químicos e Plásticos: Atenção para o piso salarial e PLR

Piso salarial: R$ 637,60, nenhum trabalhador pode receber menos.

PLR (Participação nos Lucros e Resultados) o valor mínimo de R$ 462,00

Se a empresa fez opção de pagar em parcela única, o prazo é 30/03/07. Se a opção foi em duas parcelas, a 1ª venceu em 31 de janeiro passado, a 2ª parcela deverá ser paga até 31 de julho
Fique atento, caso os prazos não sejam cumpridos, entre em contato com um diretor do Sindicato