Bancos dificultam renegociação de dívidas dos consumidores, diz Idec

Segundo estudo do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), 60,8% dos consumidores não conseguem renegociar dívidas com os bancos, o que amplia a inadimplência. Os principais motivos para o insucesso na renegociação são a terceirização do débito para outra empresa, ter um pedido de novo prazo para o pagamento negado e intransigência do banco na renegociação de dívidas que ainda não apontam inadimplência.

Em entrevista à Rádio Brasil Atual, hoje (3), a economista do Idec Ione Amorim afirma que a falta de flexibilização no débito a ser pago pelo consumidor ao banco é dos principais motivo para a inadimplência. “Os bancos normalmente já apresentam uma proposta para o consumidor aceita-la. Muitas vezes, essa proposta não é compatível com a renda do consumidor. Então, a pessoa entra na renegociação por imposição do banco e depois volta para a situação de inadimplência.”

O estudo mostra que 29,1% dos consumidores não conseguiram fazer a renegociação pelo fato de o débito ser transferido para agências especializadas em cobrança, em que a negociação é mais complicada. “Os bancos ficam com as dívidas por 180 dias, depois passam o débito para escritórios especializados. Nesse caso de renegociação, as empresas são mais duras e as dívidas são atualizadas com juros maiores, o que impede uma renegociação.”

A economista também explica que, apesar dos débitos pendentes do consumidor, os bancos continuam oferecendo crédito bancário de forma inconsequente. “A oferta de crédito é feita de maneira banalizada, sendo uma das responsáveis por levar o consumidor chegar ao endividamento, porque é oferecido sempre mais crédito ao consumidor para ele sair da dívida. Então, é um círculo vicioso, com juros sobre juros.”

Ouça a entrevista: 

Mínimo necessário deveria ser de mais de R$ 3 mil

O salário mínimo no Brasil deveria ser de R$ 3.811,29,  quatro vezes mais do que o mínimo atual de R$ 937. O cálculo é do  Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e leva em conta o valor da cesta básica mais cara do País, atualmente a de Porto Alegre.

De acordo com o instituto, este é o valor necessário “para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência”.

O salário mínimo calculado pelo Dieese chegou a atingir R$ 4.026,17 em outubro, mas com a queda da inflação também caiu.  A última pesquisa do Dieese mostrou queda em 20 capitais e alta em 7. 

Governo quer privatizar o FAT, alerta CUT

Passa pelos planos do governo federal, liberar os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para que possam ser acessados pelos bancos privados. A medida significa a “privatização do FAT”, afirma o conselheiro do Codefat e secretário de Administração e Finanças da Central, Quintino Severo.

De acordo com o dirigente, a medida, que só pode ser implementada através de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), deve impactar o acesso da classe trabalhadora ao seguro desemprego ou mesmo o direcionamento dos recursos para a geração de emprego e renda às empresas.

“Esse serviço é uma exclusividade dos bancos públicos, em especial da Caixa. Não é difícil de imaginar que os bancos privados cobrem uma taxa para que o trabalhador acesse ao seguro desemprego, ou que o trabalhador não tenha que comprar um produto do banco para acessar ao abono salarial”, afirmou Quintino Severo.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o governo entende que “a iniciativa amplia a concorrência” entre os bancos. A tese é rebatida pelo dirigente Cutista, para quem “o banco público tem que ter uma política diferenciada”, Confira a entrevista na íntegra:

CUT: O governo pensa em liberar os recursos do FAT aos bancos privados sem passar pelo BNDES. O que significa essa medida?

Quintino Severo: Hoje, somente os bancos públicos e o BNDES podem contratar e operar os recursos do FAT. Essa proposta do governo visa destinar esses recursos públicos para os bancos privados. Essa proposta significa privatizar o FAT e consequentemente acabar com o Conselho do FAT, que é o colegiado que faz o gerenciamento desses recursos públicos tão importantes na geração de emprego e renda no Brasil, além de pagar o seguro desemprego e o abono salarial. Então, me parece que precisamos responder a essa iniciativa de forma muito dura, para evitarmos que esses recursos passem para as mãos da iniciativa privada. A meu ver, será o descontrole dos recursos do FAT, priorizando e privilegiando os bancos privados desse País.

CUT: Uma das prioridades do governo é liberar a concorrência. Não é um contrassenso colocar os bancos públicos para concorrerem com os bancos privados?

Quintino Severo: Não é possível colocar os bancos públicos no mercado com os bancos privados e deixar que o mercado determine quem vai sobreviver. Ao contrário, o banco público tem que ter uma política diferenciada. É uma contradição achar que liberar recursos direto para os bancos privados vai fazer com que aumente a concorrência, isso só vai prejudicar os bancos públicos.

CUT: Na ponta, onde o trabalhador vai sentir os efeitos dessa medida? É na hora da contratação dos benefícios como o seguro desemprego?

Quintino Severo: Exatamente, vai sentir na hora que for contratar os serviços. No momento em que os bancos privados acessarem esses recursos, poderão oferecer o pagamento de seguro desemprego e abono salarial aos trabalhadores. Esse serviço é uma exclusividade dos bancos públicos, em especial da Caixa. Não é difícil de imaginar que os bancos cobrem uma taxa para que o trabalhador acesse ao seguro desemprego, ou que o trabalhador não tenha que comprar um produto do banco para acessar ao abono salarial. Temos muitas restrições à essa medida.

CUT: Como fica, em sua opinião, os recursos do BNDES que são destinados à geração de emprego e renda? Sai das mãos do governo o gerenciamento desses recursos?

Quintino Severo: A micro e pequena empresa que precisa de mais recursos para investir será prejudicada. Quem vai sair ganhando é o sistema financeiro. Hoje, por exemplo, 40% das receitas do FAT está no BNDES exatamente para gerar emprego e renda. Isso vai desaparecer. Sobre o destino, deixa de ser opção do governo e passa a ser uma decisão a ser tomada pelo mercado. Então, essa medida faz com que a sociedade perca o controle de onde serão investidos os recursos públicos. Hoje, o Condefat quem determina onde o dinheiro irá investir e temos optado por destinar os recursos para o pequeno empreendedor e para as empresas que mais precisam, que é onde a sociedade sente o retorno mais rápido.

CUT: O Condefat pode impedir essa medida?

Quintino Severo: Isso seria decidido via PEC, no Congresso. A sociedade pode, e deve, pressionar os parlamentares e debater esse tema, para que as regras não mudem. É papel do Conselho estimular esse debate.

Setor farmacêutico cresce mesmo em tempos de crise

A venda nominal total do setor farmacêutico teve um crescimento de 12,6% em 2016, passando de R$ 44,7 bilhões para R$ 50,3 bilhões no período. Os dados são do próprio Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo), que atribui o bom desempenho ao envelhecimento da população, ao maior número de usuários de planos de saúde, maior acesso a tratamentos médicos e ao ritmo acelerado de lançamentos de novos medicamentos.

O setor também gerou empregos. No acumulado do ano – de janeiro a dezembro de 2016 –, os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) revelam que nos municípios que compõem a base do Sindicato houve saldo positivo de 178 vínculos de trabalho.

Os funcionários do setor farmacêutico, com data-base em 1º de abril, começam a organizar a Campanha Salarial 2017, que este ano negocia as cláusulas sociais e econômicas. “As discussões ainda estão em fase inicial, mas estamos preparados para o discurso dos patrões, que deve, sem dúvida, se apropriar da falácia de crise para tentar jogar a campanha para baixo”, avalia Adir Gomes Teixeira, secretário de Organização do Sindicato.

A estimativa de inflação acumulada em 1º de abril de 2017, referente aos doze meses anteriores, é de 5,02%, de acordo com o INPC/IBGE (Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).  

A Campanha Salarial do setor farmacêutico é coordenada pela Fetquim (Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico) e abrange sete sindicatos – São Paulo, ABC, Campinas, Osasco, Vinhedo, Jundiaí e região e São José dos Campos e região. Em breve os sindicatos devem se reunir para discutir uma proposta de pauta unificada. 

CUT aponta 15 de março como Dia Nacional de Paralisação

Para não deixar dúvidas: a CUT não senta à mesa com o ilegítimo Michel Temer para negociar as reformas da Previdência e trabalhista porque não nasceu para discutir retirada de direitos.  

A afirmação do presidente nacional da Central, Vagner Freitas, em entrevista durante reunião da Direção Executiva Nacional, em São Paulo, reforça a ideia de que a organização não cairá na armadilha de referendar ataques à classe trabalhadora. Para ele, Temer tem uma missão a cumprir, agradar os financiadores do golpe que quererem trocar o Estado para todos pelo privado para poucos.

Em entrevista ao Portal, Freitas diz ainda que a CUT apoiará a greve de professores marcada para o 15 de março e proporá às demais centrais que este seja um Dia Nacional de Paralisação contra o roubo de direitos e o ataque às aposentadorias.

Confira a entrevista.

A CUT já deixou claro que é contra a reforma da Previdência. Mas, se for chamada, aceita negociar com Michel Temer?

Vagner Freitas– Eu não consigo imaginar qual o adendo que faríamos para que essa proposta não fosse prejudicial ao trabalhador. O Temer não está fazendo reforma, está acabando com a aposentadoria. Vamos negociar o que? Que não coloque a necessidade de 49 anos de contribuição, mas 45? Que os rurais não trabalhem 15, mas 14 anos? Tudo isso é paliativo, o que está por trás da reforma é o interesse dos setores privados em controlar um mercado altamente rentável. Não existe possibilidade de a CUT discutir isso, o que pode fazer é apresentar um substitutivo no Congresso para a sociedade com o que entende que precisa melhorar.

O Temer é um golpista, interventor, não foi eleito e, portanto, não tem compromisso com as consequências dos atos que toma. Não importa quanto tempo ficará no cargo, ele precisa cumprir uma tarefa e essa tarefa é nociva demais aos trabalhadores. Isso não significa que só vamos negociar com quem temos afinidade, mas o governo em exercício é um golpe, ainda vivemos sob um Estado de exceção. Temos que retomar a democracia, sair o Temer e termos eleições diretas para deixarmos a crise econômica que é gerada por crise política.

O Temer rasgou a Constituição, o Estado de direito, quer rasgar a CLT e eu não posso dar guarita para isso. O ilegítimo não é a CUT negociar com o Temer, o ilegítimo é o Temer.

Dona Marisa teve morte cerebral

Dona Marisa Letícia Lula da Silva, 66, mulher do ex-presidente Lula, teve morte cerebral nesta quinta-feira (2) em razão de complicações causadas por um AVC (Acidente Vascular Cerebral) hemorrágico. Ela estava internada no Hospital Sírio-Libanês, desde 24 de janeiro. 

Segundo informações do hospital, Lula e sua família autorizaram o procedimento de doação de órgãos após constatação de “ausência de fluxo cerebral”.

Marisa, assim como Lula, é de origem humilde.  Filha de agricultores, nasceu no bairro dos Casa, nome do seu avô, em São Bernardo do Campo.

Começou a trabalhar aos 13 anos e aos 19 casou-se com um taxista que logo foi assassinado, deixando-a viúva ainda grávida do seu primeiro filho.  Em 1973 ela conhece Lula, também viúvo e os dois se casam pouco tempo depois.

Os dois permaneceram casados por 43 anos e ela sempre esteve ao lado de Lula, desde o início da sua vida política, durante as greves operárias no ABC, no final da década de 1970.

Ela costurou a primeira bandeira do Partido dos Trabalhadores com um tecido vermelho que tinha em casa.   E, em 1980, por ocasião da prisão de Lula no Dops (Departamento de Ordem Política e Social), em plena ditadura militar, organizou uma marcha de mulheres em protesto pelas prisões políticas. 

Tornou-se primeira-dama em 2003, após o marido concorrer à presidência quatro vezes.

Solidariedade

Em sua página no Facebook, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva agradeceu as manifestações de carinho e solidariedade durante a internação de Marisa Letícia durante os últimos dias. 

A  Senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) postou mensagem nas redes sociais: “Perdemos nossa querida e eterna primeira dama. Mesmo diante das adversidades e da perseguição implacável que sofreram, ela se manteve firme, serena e nunca desistiu de lutar, junto com Lula, por um País mais justo e fraterno. Perdemos uma grande estrela hoje.”

O vereador paulistano Eduardo Suplicy (PT) também manifestou “sentimento de pesar e solidariedade” a Lula e família, referindo-se a Marisa como “boa companheira”. 

Na Câmara dos Deputados, houve um minuto de silêncio no plenário em respeito à ex-primeira-dama.

Sindicato lamenta falecimento de dona Marisa

O Sindicato dos Químicos lamenta o falecimento da dona Marisa Letícia Lula da Silva.

O ex-presidente Lula postou nesta manhã  (2) em sua página oficial uma nota em que agradece o apoio e solidariedade recebidos. Também comunica que a família autorizou os procedimentos preparativos para a doação de órgãos.

Temer vende otimismo, mas realidade o desmente, diz professor da UFABC

O presidente Michel Temer disse hoje (31), em São Paulo, na abertura da Conferência de Investimentos da América Latina 2017, que a economia brasileira está bem e o país saindo da crise. “O que fizemos foi recolocar o Brasil no rumo certo, compatível com a nação moderna que somos. O abatimento em que havíamos caído era de ordem psicológica”, garantiu a investidores. Curiosamente, porém, no mesmo dia, as contas do governo – incluindo Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, fecharam 2016 com déficit primário de R$ 154,255 bilhões. É o pior resultado em toda a série histórica, iniciada em 1997.

Outro dado negativo, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada hoje pelo IBGE, é que a taxa média de desemprego chegou a 11,5% em 2016, três pontos percentuais acima do ano anterior.

Mas o déficit real, na verdade, é R$ 550 bilhões, já que na conta divulgada pelo governo não estão incluídos os R$ 400 bilhões de pagamento de juros, o que representa 6% do Produto Interno Bruto (PIB) apenas para esse fim, lembra o professor Giorgio Romano Schutte, da Universidade Federal do ABC. “Não há país que aguenta esse patamar”, diz. Nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva a porcentagem era de 5%. Com Dilma Rousseff, caiu para 4,5% quando ela baixou os juros em 2012.

“No mesmo dia em que se anuncia recorde de desemprego e de déficit, o Temer anuncia que o país está saindo da crise. Mas não há perspectiva de que isso seja um movimento real e sustentável”, avalia Schutte.

O cenário não é nada promissor, apesar da tentativa do Planalto de propagar otimismo. “Daqui para a frente, há muita incerteza. Estão numa ofensiva muito grande de vender otimismo, na Globo, nos jornais. Só que esse otimismo não se traduz em investimentos.”

Schutte destaca que a capacidade ociosa está muito alta e a taxa de investimento, um dos principais indicativos da economia, “baixíssima”, em torno de 16,5%. “Deveria estar no mínimo em 23%, 24%. Se não tem investimento e não tem poder de compra, se há aumento de desemprego, restrição do crédito, não há demanda necessária interna para projetar perspectivas positivas.”

Pressão

Para complicar, a vitória e o início do governo de Donald Trump nos Estados Unidos complicam ainda mais as perspectivas do governo Temer. “A ideia do governo era ter uma ajuda do setor externo, como um acordo de comércio com Hillary Clinton, que o José Serra (ministro das Relações Exteriores) estava sonhando, uma Alca 2. E isso  foi por água abaixo. Não há a menor possibilidade de pensar nisso agora”, diz Schutte.

O professor lembra que, além disso, a política de Trump prevê investimentos e redução dos impostos das empresas, o que deve provocar aumento do déficit público americano. Com isso, a tendência é de aumentar os juros. “Aumentando os juros nos Estados Unidos, vai pressionar também no Brasil.”

E as perspectivas otimistas vendidas pelos defensores do impeachment, segundo os quais o país retomaria o caminho do crescimento com o novo governo, como num passe de mágica, não se mostraram reais. Em outras palavras, não há investimentos. “O que há são muitas incertezas. Não se sabe quanto tempo vai durar o governo, que não foi eleito. E tem eleições no ano que vem. Fora a insegurança política, no âmbito econômico você só vai investir com perspectiva de lucro, e não porque você gosta do presidente. Há aumento de desemprego, falta de crédito e de demanda necessária interna para projetar perspectiva, e também falta investimento público. A única coisa que está andando é um novo ciclo de privatizações”, diz Schutte.

Nem mesmo a redução da taxa Selic (hoje em 13% ao ano) nas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central é um dado revelador de movimento positivo. “O que interessa para investidores são os juros reais. Como a inflação está em queda, o governo pode baixar os juros nominais sem diminuir os juros reais, como BC está fazendo. O BC sabe, embora não fale, que há risco de ter de voltar atrás se os juros nos Estados Unidos aumentarem. Com isso, o capital sai do Brasil e vai para os Estados Unidos. Para segurar isso, o BC terá que aumentar os juros aqui”, avalia o professor da UFABC.

Os juros reais (nominais menos inflação) estão hoje entre 5% e 6% no Brasil.

Desemprego sobe a 11,5% e atinge 11,8 milhões de pessoas, em média, em 2016

O Brasil fechou 2016 com 11,8 milhões de desempregados, em média, o que representa um aumento de 37% na comparação com 2015, quando eram 8,6 milhões. É o maior registrado pela pesquisa, que começou a ser feita em 2012. 

A taxa de desemprego no ano passado foi de 11,5%, em média, também a maior desde 2012. Em 2015, a taxa média de desemprego havia sido de 8,5%.

Os números são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua e foram divulgados nesta terça-feira (31) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). As informações são coletadas em 211.344 domicílios, em cerca de 3.500 cidades.

12,3 milhões de desempregados no 4º trimestre

Somente no quarto trimestre de 2016, o Brasil tinha 12,3 milhões de desempregados, segundo o IBGE, o maior número desde 2012. É um aumento de 2,7% na comparação com o terceiro trimestre, e de 36% em relação ao mesmo período de 2015.

Confira a comparação com resultados anteriores:

  • no terceiro trimestre, havia sido de 12 milhões;
  • no trimestre de setembro a novembro, havia sido de 12,1 milhões;
  • um ano antes (quarto trimestre de 2015), havia sido de 9,1 milhões.

A taxa de desemprego de outubro a dezembro atingiu 12%, a maior registrada pela pesquisa desde 2012. 

  • no terceiro trimestre, havia sido de 11,8%
  • no trimestre de setembro a novembro, havia sido de 11,9%
  • um ano antes (quarto trimestre de 2015), havia sido de 9%.

Rendimento cai em 2016

Na média anual, o rendimento médio real (ajustado pela inflação) dos trabalhadores caiu 2,3% entre 2015 e 2016, de R$ 2.076 para R$ 2.029. 

No quarto trimestre de 2016, o rendimento dos trabalhadores foi de R$ 2.043. Apesar de maior do que no terceiro trimestre (R$ 2.026) e do que no mesmo período de 2015 (R$ 2.033), o resultado é considerado estável pelo IBGE nas duas comparações.

Cartilha do Dieese mostra necessidade de correção do Imposto de Renda

Em busca de uma tributação mais justa para o Imposto de Renda, o Dieese elaborou a cartilha “A progressividade na tributação brasileira, por maior justiça tributária e fiscal”. Em entrevista à Rádio Brasil Atual hoje (27), a coordenadora de pesquisas do Dieese, Patrícia Pelatieri, afirmou que a correção da tabela de Imposto de Renda é necessária.

“Atualmente, o Imposto de Renda tem cinco faixas de tributação, mas considerar quem ganha R$ 8.000 e quem ganha R$ 30.000 ter a mesma taxação continua deixando a tabela bastante injusta. A proposta das centrais sindicais é de correção da tabela de Imposto de Renda e a ampliação das faixas de alíquotas”, explicou.

Segundo ela, de 1996 a 2016, corrigindo pelo índice do IBGE, a defasagem acumulada na tabela de cálculo do imposto de renda das pessoas físicas é de 83,2%. “Se nós considerarmos somente o período de 2011 a 2016, essa defasagem chega a 18,67%, muito maior que a inflação. Ou seja, além de perder o reajuste conquistado pelas categorias, há uma perda real.”

Patrícia afirma que a política tributária é essencial para a distribuição de renda no Brasil. “É necessário que o sistema tributário tenha como princípio a progressividade na forma de incidência, ou seja, significa que quanto maior for a capacidade contributiva, mais alta é a tributação. A experiência internacional comprova que os impostos indiretos – como por exemplo, o ICMS e o ISS – podem ser repassados para o produto, então, eles não são aplicados na progressividade porque todos, independentemente da renda, pagarão a mesma coisa.”

Ouça a entrevista na íntegra: