Plenária marca encerramento do 5º Congresso dos químicos e plásticos de São Paulo e região

O quinto congresso da categoria acontece num momento importante da conjuntura econômica mundial, que de acordo com analistas econômicos das mais variadas correntes de pensamento afirmam que é a pior crise dos últimos 80 anos.
Essa crise econômica se torna ainda mais grave, pois vem acompanhada de crises relacionadas a temas como a governança mundial, a questão ecológica e de valores humanos.

Ao mesmo tempo estes mesmos analistas que afirmam ser a mais grave crise dos últimos tempos, também destacam que o Brasil é dos países emergentes o que vai sofrer menos com os impactos na sua economia.

É nesse contexto que os químicos e plásticos de São Paulo realizam seu quinto congresso do qual a categoria deverá, de acordo com os debates nas plenárias regionais, reafirmar sua posição de que a crise provocada por empresários e banqueiros inescrupulosos que só visam lucro e nada mais, não pode ser paga pelos trabalhadores e, portanto, vão se manter firmes e organizados junto de sua entidade de classe para garantir que nenhum direito e conquista seja retirado.

Do quinto congresso sairá um plano de ações e lutas para os próximos três anos que reafirma a posição de defesa de melhores de trabalho e salário, contra o assédio moral e toda e qualquer foram de violência no mundo do trabalho e em toda a sociedade.

Historicamente, os químicos e plásticos de São Paulo, em especial a partir de 1993, quando aconteceu o primeiro congresso da categoria unificada, tem sido vanguarda no movimento sindical de muitas lutas e conquistas. Ao longo desses anos muitas das decisões tomadas nos congressos da categoria em São Paulo serviram de base para os demais sindicatos do ramo químico em todo o país formalizarem seu plano de ação e lutas.

Exemplo marcante nesse sentido é a formação da CNQ/CUT (Confederação Nacional do Ramo Químico da CUT) e mais recentemente da FETQUIM/CUT (Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico do Estado de São Paulo) tiveram grande impulso a partir do Congresso dos químicos e plásticos de São Paulo.

Bolívia: uma lição de democracia

No último 25 de janeiro participei na qualidade de observador internacional, no referendo constitucional da Bolívia.

A consulta consistia em duas perguntas: uma sobre sim ou não à nova Constituição aprovada em dezembro de 2007 e modificada por negociação no Congresso em outubro de 2008; e outra sobre o tamanho máximo da propriedade da terra: 5.000 ou 10 mil hectares.

Senti-me a testemunhar um acontecimento histórico, um dos mais consistentes exercícios de democracia de alta intensidade do nosso tempo. Há muito não assistia a um ato eleitoral com tamanha participação (mais de 80%), tão intensamente vivido como festa democrática, tão bem preparado do ponto de vista logístico e de capacitação eleitoral.

O referendo foi uma lição de democracia dada por um povo que mostrou uma vocação extraordinária para submeter à vontade popular as decisões políticas mais transcendentes.

Apesar de dramático, esse não foi um acontecimento isolado. A América Latina está se revelando o continente em que a democracia é mais levada a sério pelas classes populares e onde estão sendo realizadas as experiências mais consistentes de complementaridade entre democracia representativa e democracia participativa. É um processo histórico rico, mas também contraditório e cheio de riscos. Identifico dois principais.

O primeiro risco diz respeito à relação sempre tensa entre democracia e justiça social.

Aqueles que há anos se alarmaram com um inquérito do PNUD que declarava os latino-americanos prontos a sacrificar a democracia por uma ditadura que lhes garantisse algum bem-estar terão de rever a sua posição: se lhes for dada uma alternativa democrática credível, os latino-americanos abraçam-na com entusiasmo na expectativa de que seja geradora de justiça social. E se tal não acontecer?

Aqui reside o primeiro risco: altas expectativas conduzem a grandes frustrações, e os resultados são imprevisíveis. Esse risco é tanto mais sério na Bolívia quanto as duas perguntas do referendo estavam centradas numa idéia forte de justiça social, com dimensões históricas, culturais e étnicas. Os dados divulgados ontem pela Corte Nacional Eleitoral indicaram que 61% dos bolivianos votaram a favor da nova Constituição e 80% a favor de 5.000 hectares como limite máximo da propriedade da terra.

Estamos perante um novo constitucionalismo, um constitucionalismo transformador que assenta mais na iniciativa popular do que na das elites, que celebra a diversidade cultural étnica e racial dos países em vez de ter destes uma visão supostamente homogênea e sempre redutora.

Mas toda essa energia cidadã -designada “revolução cidadã” no Equador-, sendo suficientemente forte para produzir textos constitucionais inovadores, será igualmente forte para transformá-los em realidade? Se não for, o risco é grande.

O segundo risco reside na capacidade de o processo constituinte criar uma nova hegemonia democrática que neutralize a pulsão golpista, tão evidente no primeiro semestre de 2008. O potencial redistributivo da nova Constituição afeta a classe economicamente dominante, que não parece disposta a abrir mão dos seus privilégios. A oposição boliviana está hoje dividida entre um setor que vê em Evo Morales um adversário a derrotar nas urnas e outro que o vê como um inimigo, para mais índio, a abater por qualquer meio.

O governo de Evo Morales tem mostrado enorme disponibilidade para a negociação. Para dar um exemplo, diferentemente da Constituição aprovada pela Assembléia Constituinte em dezembro de 2007, a nova Constituição, saída das negociações no Congresso em outubro passado, não se aplica retroativamente no que respeita ao tamanho máximo da propriedade fundiária. A grande propriedade existente, desde que produtivamente utilizada, não será afetada (tal como no Brasil).

Apesar disso, o segundo risco (o do colapso da democracia) é real, e, para neutralizá-lo, a Bolívia precisa do apoio regional.

O Brasil é aqui um protagonista potencial. Enquanto o apoio da Venezuela, nos termos em que tem ocorrido, é visto como uma interferência ilegítima, mesmo por muitos apoiantes de Evo Morales, o apoio do Brasil é visto com gratidão, mesmo que vigilante. Por quê?

Porque, devido a uma combinação virtuosa entre diplomacia sábia e interesses econômicos, o Brasil tem credibilidade tanto com o governo, na medida em que apóia sem reservas o processo democrático em curso, quanto com a oposição democrática, que precisa se fortalecer ante sua facção mais extremista e antidemocrática. Esse capital de mediação não pode ser desperdiçado pelo Brasil.

Boaventura de Souza Santos, 67, sociólogo português, é professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (Portugal). É autor, entre outros livros, de “Para uma Revolução Democrática da Justiça” (Cortez, 2007).

Empresas preservam salários dos executivos

As empresas estão propondo redução de jornada de trabalho e redução de salários, com desculpa da crise econômica mundial, porém essa é uma forma ilegal de flexibilizar as leis trabalhistas.

No entanto, os empresários não falam em reduzir os salários dos executivos brasileiros, que são os mais altos da América Latina e sexto maior do mundo.

Os executivos brasileiros são os mais bem-pagos dentre os latino-americanos. No Brasil, o salário de presidentes e diretores só aumenta e pode chegar a ser 80 vezes maior que um funcionário da produção.

No ramo químico (indústria química, farmacêutica, plástica, tintas e vernizes, fertilizantes, velas e resinas, petroquímica, etc…) o salário anual de um executivo pode chegar a um milhão de reais. A indústria química Basf, por exemplo, pagou em remuneração aos seus executivos mais de R$ 120 milhões e ainda paga o bônus conforme o desempenho do executivo. Na companhia existe o “Programa de Remuneração Variável” de executivos que pode chegar a mais de R$ 300 mil no ano. Os executivos da Apsen Farmacêutica, de São Paulo, são os mais satisfeitos quando o assunto é remuneração. O salário está 10% acima do mercado e a remuneração total pode chegar a 15 salários no ano.

A Natura, paga aos seus executivos bônus coletivos e individuais de até 12 salários em recompensa por desempenho e um conselheiro da Avon recebe em média 8000 a 12000 por mês.

Esse é o outro lado da moeda, que poucos conhecem.

O Sindicato não vai admitir redução de jornada de trabalho, com redução de salários e a revogação de nenhum dos direitos e conquistas da categoria. As empresas podem e devem reduzir os altos salários de seus executivos, afinal, todos têm que contribuir no combate a crise.

Brasil é reconhecido por transparência em gastos públicos

O Brasil foi reconhecido internacionalmente pelo seu comprometimento com a transparência à população em relação a orçamentos e gastos públicos dados. O país ficou em 8º lugar no ranking do instituto americano responsável por analisar e monitorar a transparência de governos na divulgação de seus gastos.

Porém, esse ótimo desempenho, divulgado na pesquisa, não se estende a estados e municípios brasileiros. Segundo a avaliação do ministro-chefe da CGU (Controladoria-Geral da União), Jorge Hage, a transparência nos estados e municípios “ainda deixa muito a desejar”. O ministro afirmou, ainda, que a CGU está trabalhando para ampliar o Portal da Transparência, para que a população possa, através da internet, acompanhar tudo o que está sendo feito com o dinheiro de seus impostos.

Os estados de Alagoas, Bahia, Mato Grosso, Pará, Paraná, Pernambuco e Santa Catarina já estão com seus portais da transparência no ar, já o Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Sergipe estão desenvolvendo o sistema.

Em São Paulo, a questão da transparência preocupa. No estado, 89% de todas as despesas do governo, em 2008, não tiveram nenhuma transparência e sofreram uma péssima fiscalização por parte de órgãos do governo, ou seja, apenas 11% desses gastos são de conhecimento público. Esse é o modo de governar do PSDB, há mais de 20 anos no poder em São Paulo.

A América Latina vai bem, obrigado

LULA E BARACK Obama conversaram por 25 minutos e, segundo a narrativa do Planalto, Nosso Guia não pronunciou a palavra Cuba. Como diria Rick (Humphrey Bogart) no aeroporto de Casablanca: “Luiz, esse é o começo de uma bonita amizade”. Cuba não é um problema brasileiro, é um problema americano e Obama sabe que precisará descascar esse abacaxi. Ele não tem medo do comunismo de museu da Ilha, o que os americanos temem é uma fuga em massa de cubanos para Miami. A América Latina não é parte desse problema, é parte da solução.

A região vive um período de paz, progresso e diversidade. Completam-se em março 32 anos do golpe militar argentino, o último do gênero. (Noves fora o fracassado putsch dos grã-finos de Caracas, estimulado pela Casa Branca em 2002.)

A agenda Brasil-Estados Unidos não tem contencioso. Tem avenidas para um melhor entendimento, dos biocombustíveis ao meio ambiente.

Isso não quer dizer que os demônios estejam quietos. Basta um pouco de contorção intelectual para se considerar a América Latina um continente em ebulição, com o chavismo venezuelano, a mística indígena boliviana, o esquerdismo de Rafael Correa e, quem sabe, a ingenuidade do paraguaio Fernando Lugo. Todos eleitos, dois deles confirmados nos mandatos por referendos populares.

É interessante observar que a turma do contorcionismo estava calada e contente quando Alfredo Stroessner governava o Paraguai, Augusto Pinochet, o Chile, e os generais açougueiros, a Argentina.

A encrenca que Bush deixou para Obama está alhures. Imagine-se um cenário no qual houvesse um país latino-americano metido com o narcotráfico, gastando uma receita de US$ 716 milhões, enquanto fatura US$ 4 bilhões no comércio de drogas. Esse país existe e não é a Bolívia do companheiro Evo, mas o protetorado americano do Afeganistão, governado pela cleptocracia de Hamid Karzai. Sob as armas de Bush, o Afeganistão tornou-se o provedor de 90% do ópio consumido no mundo. O narcotráfico carrega metade do PIB do país. Lá os Estados Unidos vivem a guerra externa mais longa de sua história e o companheiro Obama quer manter 60 mil soldados no pedaço. Os narcotraficantes são seus aliados. (Registro necessário: em 1989, havia generais americanos planejando uma intervenção militar na Amazônia, com o propósito de erradicar o tráfico de cocaína. Meses depois, Saddam Hussein invadiu o Kuwait e eles mudaram de assunto.)

Outro bom aliado dos Estados Unidos são os militares paquistaneses, com um arsenal de cem bombas atômicas. O risco dessas armas serem atiradas contra a Índia é muito menor que a possibilidade de algumas delas acabarem nas mãos de terroristas. O dono do programa nuclear paquistanês tornou-se contrabandista de tecnologia e vendeu o caminho das pedras para a Coréia do Norte. Ajudou o Irã e foi apanhado em 2003, entregando centrífugas à Líbia.

Comparada com essas regiões (e essas agendas), a América Latina é um balneário. Evo Morales e Hugo Chávez expulsaram os embaixadores americanos. E daí?

Chávez será um valente no dia em que parar de vender petróleo aos americanos. O antiamericanismo verbal não faz mal a ninguém e, com Obama, arrisca sair de moda. É preferível ter Evo Morales por inimigo do que Hamid Karzai como amigo.

CUT no Fórum Social Mundial

A abertura do Fórum Sindical Mundial foi realizada na última terça feira, 27 de janeiro, no Espaço do Mundo do Trabalho, na UFPA.

Cerca de três mil cutistas participaram do evento, entre eles, mais de mil trabalhadores da agricultura, informou Carmem Foro, vice-presidente nacional da CUT e dirigente da Contag. Dos químicos e plásticos de São Paulo uma delegação de cinco diretores representa o Sindicato e a CNQ/CUT (Lourival Batista, Antenor Nakamura (Kazú) Carlos Eduardo de Brito (Carioca), Rosana Souza de Deus e Rosemeire Gomes de Brito (Rose) e ainda a médica do trabalho a professora e doutora Margarida Barreto e o Professor e doutor José Roberto Eloani.

Para o presidente nacional da CUT, Artur Henrique, a responsabilidade do evento aumenta devido a complexidade da crise, “Está claro que precisamos fortalecer o mercado interno, com investimento em políticas públicas, em geração de emprego e renda”.

João Felício, Secretário de relações internacionais da CUT, destacou algumas das prioridades do evento: “além de propostas concretas contra os impactos da crise para  defender empregos e salários, vamos elevar a voz contra a guerra e pela paz, em defesa dos direitos sociais e de uma agenda positiva para nossos países e povos”.

Veja cobertura completa da participação da CUT, no Fórum Social Mundial na página: www.cut.org.br

Procuradoria contra flexibilização ilegal

Foi expedido em 23 de janeiro pelo Ministério Público do Trabalho, notificações a seis Centrais sindicais e a 16 Federações de empregadores de São Paulo e região para que respeitem as leis trabalhistas ao invés de incentivarem acordos para a redução de jornada de trabalho e salários.

O Ministério Público do Trabalho entende que a redução da jornada e de salários, prevista na Constituição Federal, tem de respeitar a lei que diz que o salário e a jornada de trabalho podem ser reduzidos em no máximo 25% e por três meses.

Segundo a lei, essa redução só pode ocorrer caso a empresa comprove dificuldades financeiras e essas condições têm de ser aprovadas em assembléia de trabalhadores, acompanhadas pelo seu Sindicato de classe.

A preocupação do Ministério Público é para que essas negociações não prejudiquem os trabalhadores.

Veja a matéria completa na página: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi2501200910.htm