Serra lucra com plano federal de socorro à economia

O Governo do Estado de São Paulo lucrou R$ 1,1 bilhão a mais com a venda de veículos no terceiro trimestre de 2008, graças à redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) promovida pelo Governo Federal.

O lucro foi ainda maior ao considerar que a Secretaria da Fazenda do Estado cobrou indevidamente R$ 455 milhões a mais de impostos do setor ao não considerar os descontos concedidos. As contas são do jornalista Luís Nassif.

“Ou seja, (o Estado) jogou contra o esforço nacional para enfrentar a crise. Com isso, o governador José Serra matou dois coelhos com uma só cajadada: melhorou espertamente a arrecadação do Estado; e ajudou a reduzir o impacto do plano para a recuperação da economia”, comenta Nassif.

Enquanto o estado de São Paulo ganhou R$ 1,1 bi com a redução do IPI para a indústria automobilística no terceiro trimestre, o Governo Federal teve uma perda de arrecadação de prováveis R$ 990 milhões, segundo Nassif.

“Qual a contribuição do Estado para este esforço nacional? Contribuição negativa. Em vez de se somar aos esforços federais, Serra instituiu a chamada ‘substituição tributária’ – pela qual a indústria paga na frente o ICMS. Com a crise, as revendedoras passaram a conceder descontos de até 10% no preço do veículo. Mas a Secretaria da Fazenda continuou cobrando sobre o preço cheio.

“Serra adota essa mesma postura no plano habitacional. Ele recusou-se a receber recursos do plano por razões eleitorais. E também alegou que seria exigida dos Estados, desoneração de ICMS sobre material de construção” finaliza Luiz Nassif.

A responsabilidade social na mídia

Há 62 anos, em 27 de março de 1947, era publicado nos Estados Unidos o primeiro volume que resultou do trabalho da Hutchins Commission – “A free and responsible press” (Uma imprensa livre e responsável). A Comissão, presidida pelo então reitor da Universidade de Chicago, Robert M. Hutchins, e formada por 13 personalidades dos mundos empresarial e acadêmico, foi uma iniciativa dos próprios empresários e foi por eles financiada.

Criada em 1942 como resposta a uma onda crescente de críticas à imprensa, a Comissão tinha como objetivo formal definir quais eram as funções da mídia na sociedade moderna. Na verdade, diante da crescente oligopolização do setor e da formação das redes de radiodifusão (networks), se tornara impossível sustentar a doutrina liberal clássica de um mercado de idéias (a marketplace of ideas) onde a liberdade de expressão era exercida em igualdade de condições pelos cidadãos.

 A saída foi a criação da “teoria da responsabilidade social da imprensa”. Centrada no pluralismo de idéias e no profissionalismo dos jornalistas, acreditava-se que ela seria capaz de legitimar o sistema de mercado e sustentar o argumento de que a liberdade de imprensa das empresas de mídia é uma extensão da liberdade de expressão individual.

Em países europeus, com forte tradição de uma imprensa partidária, no entanto, a teoria da responsabilidade social enfrentou sérias dificuldades e a doutrina liberal clássica teve que se ajustar à implantação de políticas públicas que regulassem o mercado e estimulassem a concorrência.

Responsabilidade Social

A responsabilidade social tem sua origem associada à filosofia utilitarista que surge na Inglaterra e nos Estados Unidos no século XIX, de certa forma derivada das idéias de Jeremy Bentham (1784-1832) e John Stuart Mill (1806-1873).

Nos anos pós Segunda Grande Guerra, a responsabilidade social se constituiu como um modelo a ser aplicado às empresas em geral e às empresas jornalísticas estadunidenses, em particular, e começou a ser introduzido através de códigos de auto-regulação estabelecidos para o comportamento de jornalistas e de setores como rádio e televisão. O modelo está, portanto, historicamente vinculado aos interesses dos grandes grupos de mídia.

A responsabilidade social se baseia na crença individualista de que qualquer um que goze de liberdade tem certas obrigações para com a sociedade, daí seu caráter normativo.

Na sua aplicação à mídia, é uma evolução de outra teoria da imprensa – a teoria libertária – que não tinha como referência a garantia de um fluxo de informação em nome do interesse público. A teoria da responsabilidade social, ao contrário, aceita que a mídia deve servir ao sistema econômico e buscar a obtenção do lucro, mas subordina essas funções à promoção do processo democrático e a informação do público (“o público tem o direito de saber”).

Para responder às críticas que a imprensa recebia, a Hutchins Commission resumiu as exigências que os meios de comunicação teriam de cumprir em cinco pontos principais:

(1) propiciar relatos fiéis e exatos, separando notícias (reportagens objetivas) das opiniões (que deveriam ser restritas às páginas de opinião);

(2) servir como fórum para intercâmbio de comentários e críticas, dando espaço para que pontos de vista contrários sejam publicados;

(3) retratar a imagem dos vários grupos com exatidão, registrando uma imagem representativa da sociedade, sem perpetuar os estereótipos;

(4) apresentar e clarificar os objetivos e valores da sociedade, assumindo um papel educativo; e por fim,

(5) distribuir amplamente o maior número de informações possíveis.

Esses cinco pontos se tornariam a origem dos critérios profissionais do chamado ‘bom jornalismo’ – objetividade, exatidão, isenção, diversidade de opiniões, interesse público – adotado nos Estados Unidos e “escrito” nos Manuais de Redação de boa parte dos jornais brasileiros.

Liberdade de imprensa X Responsabilidade da imprensa

Analistas estadunidenses consideram que a Hutchins Commision talvez tenha sido a responsável por uma mudança fundamental de paradigma no jornalismo: da liberdade de imprensa para a responsabilidade da imprensa. Teria essa mudança de paradigma de fato ocorrido?

No Brasil, certamente, os empresários de mídia continuam a defender seus interesses como se estivéssemos nos tempos da velha doutrina liberal (que, de fato, nunca vivemos).

O discurso da liberdade de imprensa e da autoregulação praticado no Brasil é historicamente anterior à Hutchins Commission. Basta que se considere, por um lado, a concentração da propriedade e a ausência de regulação na mídia e, por outro, as enormes dificuldades que enfrenta até mesmo o debate de temas e projetos com potencial de alterar o status quo legal.

Um exemplo contemporâneo são as resistências – que já se manifestam – em relação à realização da 1ª. Conferência Nacional de Comunicações.

As recomendações da Hutchins Commission, se adotadas pelos grupos de mídia no Brasil, representariam um avanço importante. Para nós, a teoria da responsabilidade social da imprensa permanece atual, mesmo 62 anos depois.

Venício Lima é Pesquisador Sênior do Núcleo de Estudos sobre Mídia e Política da Universidade de Brasília – NEMP – UNB

Kassab sede à especulação imobiliária

A Câmara Municipal de São Paulo votou em 24 de março a revisão do Plano Diretor Estratégico da cidade, lei municipal que organiza o crescimento da cidade e é o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana.

A Prefeitura da Capital decidiu, há anos, controlar o crescimento da cidade mediante a três instrumentos: a outorga onerosa, que é a concessão emitida pelo Município para que o proprietário de um imóvel construa acima do limite estabelecido, as operações urbanas e as concessões urbanísticas.

Veio aí o Plano Diretor de 2002, na gestão marta Suplicy, PT, uma estratégia defendida por urbanistas, que estabeleceu diversas normas para toda a cidade, entre elas, a questão do tamanho da área permitida para construção que deve ser apenas uma vez a área do terreno, porém, o proprietário pode construir até quatro vezes mais, des de que, pague a outorga onerosa.

Essa cobrança emitida pela prefeitura, tem como objetivo, arrecadar recursos para melhorias viárias, urbanização de favelas e implantação de parques.

O atual prefeito, Gilberto Kassab, além de não cumprir a lei, propõe a a alteração do plano atual e exclui integralmente artigos referente a Desenvolvimento Humano e Qualidade de Vida.

Entre as alterações, que causaram grande polêmica, é a privatização da avenida Santa Efigênia, que hoje, é um grande centro comercial da cidade. A proposta enviada à Câmara pelo prefeito atende aos interesses dos especuladores imobiliários.

Os vereadores de oposição, urbanistas e entidades da sociedade civil, como o Sindicato dos engenheiros, por sua vez, estão decididos a impedir essas mudanças. “Querem transformar o Plano Diretor em mero instrumento para mudar o zoneamento”, diz o vereador Francisco Macena, o Chico Macena, PT, ex-presidente da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).

O presidente do Movimento Defenda São Paulo, Heitor Marzagão, que encabeça um abaixo assinado com entidades como o Instituto Polis, Sindicato dos Arquitetos, Sindicato dos Engenheiros e dezenas de associações de bairros, denuncia “Estão transformando a Câmara em um balcão de negócios”.

Governo lança pacote para um milhão de moradias

O programa “Minha Casa, Minha Vida” ou “bolsa habitação”, lançado em 25 de fevereiro, pretende construir um milhão de moradias até o final de 2010 e terá orçamento de R$16 Bilhões.

O pacote quer reduzir o déficit habitacional, estimado em 8 milhões de residências. O objetivo é atender famílias que têm renda de até dez salários mínimos e gerar empregos no setor de construção civil.

Inicialmente, o governo previa a construção de 200 mil casas. O número subiu para 500 mil, até chegar ao total de um milhão.

Em discurso, em Rondônia, no último dia 12 de fevereiro, o presidente Lula disse que as prestações devem ser isentas de seguro de vida, o que baratearia o financiamento, ou seja, a casa poderá até sair de graça.

No total, o FGTS aprovou um orçamento de R$ 23 bilhões para financiamento da casa própria para as famílias com renda entre três e dez salários mínimos (R$ 1.395 a R$ 4.650). Foi um acréscimo de R$ 13 bilhões à proposta original. Além dos R$ 4 bilhões de subsídios, haverá R$ 19 bilhões para financiamentos com juros que variam de 5% a 8,6% ao ano.

O pacote da habitação, porém, contempla outras faixas de renda e deverá conter medidas para atender à classe média. O valor máximo dos imóveis que podem ser comprados com o saldo do FGTS do mutuário, atualmente em R$ 350 mil, deve ser elevado para R$ 500 mil.

O dinheiro não será todo desembolsado este ano. Ele sairá dos cofres públicos ao longo dos contratos, que durarão de 20 a 30 anos. No entanto, o Tesouro terá de fazer uma provisão conforme os contratos forem assinados.

As casas poderão ter um sistema de energia solar, uma reivindicação dos representantes sindicais para reduzir os gastos com a conta de luz. Também há a expectativa que os imóveis não possam ser revendidos durante um determinado período.

Os sindicalistas também defendem a contratação de trabalhadores para as obras de construção das moradias apenas com registro em carteira. Segundo os representantes, mais da metade dos trabalhadores da construção civil não tem carteira assinada.

Governos não admitem água como bem universal

Os líderes políticos da humanidade continuam a hesitar em enfrentar de forma efetiva os problemas ambientais que ameaçam o planeta. Assim como acontece nas negociações multilaterais sobre a preservação da biodiversidade, também reinam o impasse e a paralisia nas discussões travadas pelos governos acerca da utilização dos recursos hídricos. Reflexo dessa realidade terminou, dia 22 de março, domingo, sem grandes resultados, o 5º Fórum Mundial da Água, realizado na Turquia.

Cerca de cem ministros de Estado participaram do encontro. A delegação brasileira _ uma das maiores, cerca de 150 pessoas, foi chefiada pela secretária-executiva do Ministério do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Ela participou de duas mesas-redondas que discutiram, respectivamente, o combate à pobreza e a utilização de recursos hídricos para a produção de energia.

No encontro, pela primeira vez, intensificaram-se as discussões governamentais acerca do impacto do aquecimento global sobre o abastecimento de água em todo o mundo. O tema foi primeiro ponto de pauta da reunião de ministros e recebeu especial atenção dos países que já enfrentam problemas como o aumento de inundações e secas, o aumento do nível do mar e o derretimento de gelo polar, entre outras catástrofes intensificadas pelo processo de mudanças climáticas.

Algumas discussões avançaram em Istambul, mas em termos de decisões ou, ao menos, sinalizações para futuras ações concretas, o 5º Fórum Mundial da Água foi praticamente nulo.

Veja matéria na íntegra na página da Agência Carta Maior

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15861

Diretoria é eleita com 96'/.dos votos

A experiência de uma atuação sindical com trajetória de lutas e conquistas para a categoria vivenciada pelos companheiros e companheiras, legitimamente eleitos com 96% dos votos significa o reconhecimento, por parte dos trabalhadores, de uma atuação sindical feita com firmeza rumo a novas conquistas por uma vida melhor.

Especialmente o trabalhador sindicalizado, ao manifestar seu voto, afirmou sua confiança nesta diretoria eleita, por exemplo, diante de uma crise fabricada pela própria ganância do capital em querer ganhar sempre mais com o menor custo em investimento na produção para gerar mais empregos, os patrões se apressam em propor cortes em direitos e conquistas dos trabalhadores.

Além dos desafios sindicais do dia a dia esta diretoria eleita está atenta para aos efeitos da crise econômica mundial que provoca uma série de incertezas quanto aos rumos do capital que, hoje, tem uma dinâmica muito ágil de mudanças e inovações tecnológicas. “É a partir desse cenário que a nova direção pauta sua atuação para os próximos três anos, sempre em busca da garantia de benefícios para todos, no atendimento a direitos elementares como saúde, educação, moradia, lazer…”, afirma Renato Zulato, membro da nova diretoria.

As lutas específicas em cada local de trabalho e no seu conjunto de empresas do ramo químico, que abrange os setores de produção da indústria química, farmacêutica, de cosmético, plásticos e similares merece e sempre vai merecer o devido destaque da atuação sindical desta diretoria eleita.

Por tudo isso a nova direção da entidade, legitimamente eleita para um mandato de três anos, 2009/2012, vai intensificar sua atuação no movimento sindical a partir de cada local de trabalho, assumindo os mais amplos desafios para a classe trabalhadora.

Compromisso de atuação para os próximos três anos:

• Em defesa da liberdade e autonomia sindical
• Fortalecer a CUT, a CNQ/CUT, a FETQUIM/CUT e a ICEM
• Fortalecer as relações com a Associação dos aposentados da categoria.
• Intensificar a luta por melhores salários e condições de trabalho
• Redução da jornada de trabalho, sem redução de salários
• Lutar contra todas as formas de terceirização, precarização, flexibilização e discriminação nas relações de trabalho
• Lutar pela implementação das OLTs (Organização no Local de Trabalho)
• Lutar pelo fim do Fator Previdenciário e por uma previdência social pública e de qualidade
• Lutar em defesa do meio ambiente
• Consolidar o trabalho de gênero e da juventude na categoria
• Implementar uma agenda de cultura, esportes e lazer para a categoria
• Fortalecer e ampliar o projeto de comunicação da categoria (boletim informativo, internet, programa na rádioweb, entre outros)
• Fortalecer a relação do Sindicato com os Movimentos Sociais, pela construção de outro mundo possível
• Fortalecer a luta em defesa da saúde dos trabalhadores
• Lutar pela ampliação de Redes de trabalhadores na categoria com vistas a globalização de direitos