Desculpem a moléstia

Quero compartilhar com vocês algumas perguntas, moscas que zumbem na minha cabeça:

O sapatista do Iraque, o que jogou os sapatos contra Bush, foi condenado a três anos de prisão. Não merecia, na verdade, uma condecoração?

Quem é o terrorista? O sapatista ou o sapateado? Não é culpado de terrorismo o serial killer que, mentindo, inventou a guerra do Iraque, assassinou a um montão de gente, legalizou a tortura e mandou aplicá-la?

São culpados os habitantes de Atenco, no México, ou os indígenas mapuches do Chile, ou os kekchies da Guatemala, ou os camponeses sem terra do Brasil, todos acusados de terrorismo por defenderem seu direito à terra? Se sagrada é a terra, mesmo se a lei não o diga, não são sagrados também os que a defendem?

Segundo a revista Foreign Policy, a Somália é o lugar mais perigoso do mundo. Mas quem são os piratas? Os mortos de fome que assaltam navios ou os especuladores de Wall Street, que há anos assaltam o mundo e agora recebem multimilionárias recompensas por suas atividades?

Porque o mundo premia os que o saqueiam?

Por que a justiça é cega de um único olho? Wal Mart, a empresa mais poderosa de todas, proíbe os sindicatos. McDonald’s, também. Por que estas empresas violam, com delinqüente impunidade, a lei internacional? Será que é por que no mundo do nosso tempo o trabalho vale menos do que o lixo e valem menos ainda os direitos dos trabalhadores?

Quem são os justos e quem são os injustos? Se a justiça internacional realmente existe, por que não julga nunca aos poderosos? Não são presos os autores dos mais ferozes massacres? Será que é porque são eles que têm as chaves das prisões?

Por que são intocáveis as cinco potências que tem direito de veto nas Nações Unidas? Esse direito tem origem divina? Velam pela paz os que fazem o negócio da guerra? É justo que a paz mundial esteja a cargo das cinco potências que são as cinco principais produtoras de armas? Sem desprezar os narcotraficantes, este também não é um caso de “crime organizado”?

Mas não demandam castigo contra os senhores do mundo os clamores dos que exigem, em todos os lugares, a pena de morte. Só faltava isso. Os clamores clamam contra os assassinos que usam navalhas, não contra os que usam mísseis.

E a gente se pergunta: já que esses justiceiros estão tão loucos de vontade de matar, por que não exigem a pena de morte contra a injustiça social? É justo um mundo em que a cada minuto destina três milhões de dólares aos gastos militares, enquanto a cada minuto morrem quinze crianças por fome ou doença curável? Contra quem se arma, até os dentes, a chamada comunidade internacional? Contra a pobreza ou contra os pobres?

Por que os adeptos fervorosos da pena de morte não exigem a pena de morte contra os valores da sociedade de consumo, que cotidianamente atentam contra a segurança pública? Ou por acaso não convida ao crime o bombardeio de publicidade que aturde a milhões e milhões de jovens desempregados ou mal pagos, repetindo para eles dia e noite que ser é ter, ter um automóvel, ter sapatos de marca, ter, ter, e que, quem não tem, não é?

E por que não se implanta a pena de morte contra a pena de morte? O mundo está organizado a serviço da morte. Ou não fabrica a morte a indústria militar, que devora a maior parte dos nossos recursos e boa parte das nossas energias? Os senhores do mundo só condenam a violência quando são outros os que a exercem. 

este monopólio da violência se traduz em um fato inexplicável para os extraterrestres e também insuportável para os terrestres que ainda queremos, contra toda evidência, sobreviver: os humanos somos os únicos especializados no extermínio mútuo e desenvolvemos uma tecnologia da destruição que está aniquilando, de passagem, ao planeta e a todos os seus habitantes.

Esta tecnologia se alimenta do medo. É o medo que fabrica os inimigos que justificam o desperdício militar e policial. E em vias de implantar a pena de morte, que tal se condenamos à morte o medo? Não seria saudável acabar com essa ditadura universal dos assustadores profissionais?

Os semeadores de pânico nos condenam à solidão, nos proíbem a solidariedade: salve-se quem puder, destruam-se uns aos outros, o próximo é sempre um perigo que se aproxima, olho, cuidado, esse cara vai te roubar, aquele vai te violar, este carrinho de nenê esconde bomba muçulmana e se essa mulher te olha, essa vizinha de aspecto inocente, certamente vai te contagiar com a gripe suína.

No mundo de cabeça para baixo, dão medo até os mais elementares atos de justiça e de bom senso. Quando o presidente Evo Morales começou a refundação da Bolívia, para que esse país de maioria indígena deixasse de ter vergonha de olhar no espelho, provocou pânico. Este desafio era catastrófico do ponto de vista da ordem racista tradicional, que dizia que era a unida ordem possível.

Evo era, trazia o caos e a violência e por sua culpa a unidade nacional ia explodir em pedaços. E quando o presidente equatoriano Rafael Correa anunciou que se negava a pagar as dívidas não legítimas, a noticia produziu terror no mundo financeiro e o Equador foi ameaçado com terríveis castigos, por estar dando um tão mau exemplo. Se as ditaduras militares e os políticos ladrões foram sempre mimados pelos bancos internacionais, não nos acostumamos já a aceitar como fatalidade do destino que o povo pague o garrote que o golpeia e a cobiça que o saqueia?

Mas será que se divorciaram para sempre o bom senso e a justiça? Não nasceram para andar juntos, bem pegadinhos, o bom senso e a justiça?
Não é de bom senso, e também de justiça, esse lema das feministas que dizem que se nós, os machos, ficássemos grávidos, o aborto seria livre? Por que não se legaliza o direito ao aborto? Será por que então deixaria de ser o privilegio das mulheres que podem pagá-lo e dos médicos que podem cobrá-lo?

O mesmo acontece com outro escandaloso caso de negação da justiça e do bom senso: por que não se legalizam as drogas? Por acaso não se trata, como no caso do aborto, uma questão de saúde publica? E o país que tem mais drogados, que autoridade moral tem, que autoridade moral tem para condenar os que abastecem sua demanda?

E por que os grandes meios de comunicação, tão consagrados à guerra contra o flagelo da droga, não dizem nunca que provém do Afeganistão quase toda a heroína que se consome no mundo? Quem manda no Afeganistão? Não é esse um país ocupado militarmente pelo pais messiânico que se atribui a missão de salvar a todos nós?

Por que não se legalizam as drogas pura e simplesmente? Não será por que elas dão o melhor pretexto para as invasões militares, além de brindar os mais suculentos lucros aos bancos que de noite trabalham como lavanderias?

Agora o mundo está triste porque se vendem menos carros. Uma das conseqüências da crise mundial é a queda da próspera indústria automobilística. Se tivéssemos algum resto de bom senso e um pouquinho de sentido de justiça, não teríamos que celebrar essa boa noticia? Ou por acaso a diminuição de automóveis não é uma boa noticia, do ponto de vista da natureza, que estará um pouquinho menos envenenada e dos pedestres, que morrerão um pouco menos?

Segundo Lewis Carroll, a Rainha explicou a Alice como funciona a justiça no país das maravilhas:

– Ai você tem – disse a Rainha. Está presa cumprindo sua condenação, mas o processo só vai começar na segunda-feira. E, claro, o crime será cometido no final.

Em El Salvador, o arcebispo Oscar Arnulfo Romero comprovou que a justiça, como a serpente, só morde os descalços. Ele morreu baleado, por denunciar que no seu país os descalços nasciam condenados de antemão, pelo delito de nascimento.

O resultado das recentes eleições em El Salvador não é de alguma forma uma homenagem? Uma homenagem ao arcebispo Romero e aos milhares que como ele morreram lutando por uma justiça justa no reino da injustiça?
Às vezes acabam mal as historias da História, mas ela, a História, não acaba. Quando diz adeus, está dizendo até logo.

O artigo é de Eduardo Galeano, está na página da Agência Carta maior e foi traduzido por Emir Sader

Execução orçamentária do governo Serra de 2008 fica abaixo da Lei Orçamentária

A partir de informações disponibilizadas pelo SIGEO (Sistema de Informações Gerenciais da Execução Orçamentária) e no Relatório das Atividades da Administração Estadual, publicado em 7 de março de 2009, a da Bancada do PT na Assembléia Legislativa, produziu uma análise das informações e flagrou a dissonância na aplicação do Orçamento de 2008 do Estado, em relação Lei Orçamentária aprovada pelo Legislativo paulista. 

Segundo estudo disponibilizado pelos petistas existe um excesso de arrecadação de um lado e de outro além de reversão de recursos nas áreas sociais um arrocho salarial do funcionalismo. O estudo identifica ainda a estruturação da máquina de arrecadação do governo, empenhada em ampliar a tributação com o objetivo de intensificar a capitação de recursos da sociedade, como exemplo, a Nota Fiscal Paulista. No entanto, sem a elevação dos instrumentos de fiscalização e combate à sonegação.  

Apesar do enfoque na elevação da arrecadação os recursos não foram revertidos em maiores investimentos nas áreas sociais, e sim em propaganda política.
O aumento dos gastos com publicidade não é novidade em governos tucanos. No início de 2008, o gabinete do Executivo enviou à Assembléia Legislativa de São Paulo, como parte do seu PPA (Plano Plurianual), uma previsão de R$ 720 milhões para a área de comunicação a serem gastos entre 2008-2011.

Tal dotação é cinco vezes maior do que os R$ 122 milhões que o governo Alckmin havia previsto gastar com comunicação, referente ao período de 2004 a 2007 – e que, de fato, ao final do seu mandato, acabaram atingindo R$ 193,7 milhões para o setor.

O PT aponta que a atitude do governo paulista “é um indicativo de que o orçamento de 2009 está bastante direcionado para o objetivo eleitoral”.

Má gestão tucana afeta periferias e região metropolitana

Promovido pelo Diretório Estadual e pela bancada do PT na Assembléia Legislativa, o Seminário “Transporte Público e Cidadania” que foi realizado em oito de maio de 2009, em São Paulo, contou com a participação do Setorial Estadual de Transportes e da Secretaria Estadual de Movimentos Sociais do PT.

O encontro faz parte da agenda de eventos que os setoriais do Diretório Estadual do PT realizaram até setembro. Segundo Edinho Silva, presidente estadual do Partido dos Trabalhadores, o objetivo é debater as reivindicações da população e formular um programa de governo com a participação das comunidades na elaboração de propostas para a melhoria de transportes, saúde, e outros serviços essenciais.

O evento também tem o objetivo de discutir medidas drásticas contra a má gestão do atual governador, de São Paulo, José Serra/ PSDB, que não dá a devida atenção ao transporte estadual “Enquanto o governo estadual não atende as demandas da população, discriminando municípios governados pelo PT, o governo federal investe em Metrô e no Rodoanel para favorecer a população paulista”, explicou o líder da bancada do PT, o deputado Rui Falcão.

O depoimento de um morador de Embu-Guaçu, município localizado a 35 quilômetros da capital, ilustra a má gestão da política de transportes no Estado. No município com mais de 70 mil habitantes, os ônibus só saem do ponto final se já estiverem com passageiros em pé. Quem pega trem, também enfrenta riscos constantes de acidentes por causa da superlotação e de detalhes da manutenção, como um enorme vão entre a plataforma e o trem. Um morador de Embu-Guaçu, por exemplo, precisa de quatro conduções para chegar ao Ibirapuera, região da Assembléia Legislativa.

 “O Governo do Estado é omisso. Os ônibus são velhos e sucateados, pertencem a um único consórcio, que tem monopólio no município e não é sequer fiscalizado pela EMTU, e ainda falta integração com outros meios de transporte”, denunciou a presidente da Comissão de Usuários de Transportes de Embu-Guaçu, Meire Quadros.

Em Caieiras, município do Estado de São Paulo a situação não é diferente. Os moradores da região também enfrentam o caos do transporte público “Todos os dias enfrentamos problemas com o transporte direcionado aos bairros de Caieiras, chego a ficar uma hora no aguardo de um ônibus para voltar para casa. Levando em consideração o alto valor que pagamos pela passagem, maior que o valor cobrado na cidade de São Paulo, no mínimo deveria haver frota suficiente para atender a população”, critica a moradora, Janaina Jardim, que chegou até registrar uma reclamação ao jornal local.

O deputado Simão Pedro, que participou do debate sobre análise e propostas para o transporte público em São Paulo, denunciou este desmonte dos transportes públicos no Estado. “Houve tentativa de privatização até das bilheterias do Metrô, que o PT conseguiu impedir através de representação ao Ministério Público, mas este hábito de entregar a gestão à iniciativa privada continua na construção da Linha 4. Transporte é política pública por isso o PT luta para que o sistema seja estatal”, defendeu Simão Pedro.

Circular Convenção Coletiva de Trabalho 2009 – 2011 – Setor Farmacêutico

Informamos que a Convenção Coletiva de Trabalho da nossa categoria profissional, para o período de 2009/2011, foi firmada com os Sindicatos Patronais no dia 27 de abril de 2009.

Assim, passamos a informar o resultado da negociação:

REAJUSTE SALARIAL: Sobre os salários de 01/04/2008, será aplicado em 01/04/2009, o percentual único e negociado de 6,0% (seis por cento), correspondente ao período de 01/04/2008 a 31/03/2009, inclusive, para os salários nominais até R$ 4.800,00 (quatro mil, oitocentos reais).

Para os salários nominais superiores a R$ 4.800,00 (quatro mil, oitocentos reais), o valor fixo de R$ 288,00 (duzentos e oitenta e oito reais).

ABONO INDENIZATÓRIO: Ficou estipulado que as empresas concederão, em caráter excepcional, uma única vez, um abono indenizatório no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) a ser pago até 31 de agosto de 2009, aos empregados em atividade em 31/03/2009.

O pagamento do abono indenizatório será estendido aos empregados afastados por acidente do trabalho nos últimos doze meses ou em gozo de licença maternidade, bem como aos empregados abrangidos pelas Leis 6.708/79 e 7238/84.

Este abono, dado a seu caráter exclusivamente indenizatório, não se incorporará aos salários para quaisquer efeitos trabalhistas, não incidindo INSS e FGTS, nos termos do Decreto n°. 3048/99, art. 214 § 9° alínea “J”, pago em parcela única, sem habitualidade e sem caráter de contraprestação pelos serviços prestados.

SALÁRIO NORMATIVO: O salário normativo será de R$ 780,00 (setecentos e oitenta reais) por mês, a partir de 01 de abril de 2009.
INCIDÊNCIA SOBRE FÉRIAS E DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO: Foi incluído no último parágrafo a palavra “igual” conforme a seguinte redação: Em se tratando de empregado com menos de 1 (um) ano de serviço, a média será calculada proporcionalmente à quantidade de meses trabalhados, considerando-se também, como mês, a fração igual ou superior a 15 (quinze) dias.

LICENÇA PARA EMPREGADA ADOTANTE: A licença para adoção na faixa etária de 13 (treze) a 36 (trinta e seis) meses as empresas passou a ser de 60 (sessenta) dias.

COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES E SEMANA INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES: Foi incluído como recomendação para as empresas abrangidas pela presente convenção que desenvolvam e ampliem os temas debatidos nas SIPATs, enfatizando aqueles relacionados Nanotecnologia”, inclusive os demais temas já incluídos nas Convenções anteriores.


JORNADA DE TRABALHO: Ficou determinado que no período de 1º de Abril de 2009 a 31 de agosto de 2009, a jornada de trabalho será no máximo de 41 horas semanais, considerando-se as horas efetivamente trabalhadas, com o correspondente divisor de 205 (duzentos e cinco) horas mensais.

A partir de 1º de setembro de 2009, a jornada semanal de trabalho será no máximo 40 horas semanais, considerando-se as horas efetivamente trabalhadas, com correspondente divisor de 200 (duzentas) horas mensais.

 

AUXÍLIO-CRECHE: Foi incluído na letra “B” o seguinte parágrafo: Para os casos em que a guarda, vigilância, assistência ou cuidado for confiado à pessoa física, deverá constar do recibo o nome e endereço completo, número do CPF e RG.
CONTRIBUIÇÃO NEGOCIAL: Ficou determinado que para as empresas abrangidas pela presente CONVENÇÃO recolherão, às suas expensas, o valor correspondente à contribuição negocial, referente a cada empregado, iguais para associados ou não, a favor do respectivo Sindicato de Trabalhadores, a serem recolhidos nas datas, percentuais e forma abaixo indicados:

 

– 3% (três por cento) dos salários já reajustados, até o limite salarial de R$ 4.800,00, ou seja, até o teto de R$ 144,00 (cento e quarenta e quatro reais) cada parcela, por trabalhador representado, recolhido até 05 de Junho de 2009;

– 3% (três por cento) dos salários já reajustados, até o limite salarial de R$ 4.800,00, ou seja, até o teto de R$ 144,00 (cento e quarenta e quatro reais) cada parcela, por trabalhador representado, recolhido até 10 de julho de 2009;

– 3% (três por cento) dos salários já reajustados, até o limite salarial de R$ 4.800,00, ou seja, até o teto de R$ 144,00 (cento e quarenta e quatro reais) cada parcela, por trabalhador representado, recolhido até 10 de setembro de 2009;

 

PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS: Fica determinado que para as empresas que não implantaram ou venham a implantar programas próprios até 31 de julho de 2009 o pagamento da PLR nos seguintes termos: para as empresa com até 100 empregados ao valor de R$ 800,00 (oitocentos reais), e para as empresas acima de 100 funcionários, ao valor de R$ 930,00 (novecentos e trinta reais); a ser pago em 02 (duas) parcelas iguais, sendo a primeira até 31 de julho de 2009, e a segunda até 06 (seis) meses após ou, alternativamente, a critério da empresa, numa única parcela, até 30 de setembro de 2009. A PLR deverá ser paga a todos os empregados com contrato em vigor entre 01/01/2009 a 31/12/2009.

 

SINDICALIZAÇÃO: Foi incluído que para os estabelecimentos acima de 1001 empregados – 5 representantes do sindicato profissional.

 

CESTA BÁSICA OU VALE-ALIMENTAÇÃO: Foi atualizado o valor da cesta básica ou vale-alimentação da seguinte forma: no valor mensal de R$ 45,00 (quarenta e cinco reais). Tal benefício poderá ser concedido mediante o fornecimento de cesta de alimentos ou vale-alimentação.

 

Ficou determinado que as empresas poderão efetuar o desconto na seguinte proporção:

 

a) – Para os empregados que recebem o salário normativo da categoria, o desconto será de R$ 1,00 (um real);

 

b) – Para os empregados que recebem acima de um salário normativo da categoria até o limite de R$ 2.225,00 (dois mil, duzentos e vinte e cinco reais), o desconto será de 10% (dez por cento) do valor do benefício;

 

c) – Para os empregados que recebem salários acima de R$ 2.225,01 (dois mil duzentos e vinte e cinco reais e um centavo), a concessão do benefício será feita por adesão do empregado, assumindo este, o valor integral da cesta ou vale-alimentação;

ACESSO DE MEDICAMENTOS AOS TRABALHADORES DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA: Foi incluída na CCT a cláusula que determina o acesso a medicamentos mantendo os termos da convenção específica com as seguintes atualizações:

 

a) Para os salários de até R$ 1.300,00 (um mil e trezentos reais), será subsidiado 80% do valor da nota fiscal até o limite mensal de compra, dos medicamentos de venda sob prescrição médica e mediante apresentação da receita médica, ficando os 20% restantes a serem descontados do empregado, na folha de pagamento;

 

b) Para os salários de R$ 1.300,01 (um mil e trezentos reais e um centavos) até R$ 2.098,00 (dois mil, noventa e oito reais), será subsidiado 50% do valor da nota fiscal até o limite mensal de compra dos medicamentos de venda sob prescrição médica e mediante apresentação da receita médica, ficando os 50% restantes a serem descontados do empregado, na folha de pagamento;

 

c) Para os salários acima de R$ 2.098,01 (dois mil, noventa e oito reais e um centavos), será subsidiado 30% do valor da nota fiscal até o limite mensal de compra dos medicamentos de venda sob prescrição médica e mediante apresentação da receita médica, ficando os 70% restantes a serem descontados do empregado, na folha de pagamento;

 

VIGÊNCIA: A convenção terá vigência de 02 (dois) anos, com início a partir de 01 de abril de 2009 e término em 31 de março de 2011, exceto para as cláusulas: 01 – Reajuste de Salários; 02 – Salário Normativo; 16 – Férias; 73 – Contribuição Negocial; 74 – Participação nos Lucros ou Resultados; 78 – Cesta Básica ou Vale Alimentação e 84 – Acesso de Medicamentos aos Trabalhadores, cuja vigência será de 01 (um) ano, a partir de 01 de abril de 2009 e término em 31 de março de 2010.

 

Sendo o que tínhamos para o momento,

Colocamo-nos a disposição

 

São Paulo, 27 de Abril de 2009.

 

Osvaldo da Silva Bezerra

Diretor Administrativo

Executiva Nacional da CUT debate FMI e as instituições multilaterais

Com o tema FMI (Fundo Monetário Internacional) e as instituições multilaterais, a Executiva Nacional da CUT, se reuniu nos últimos dias cinco e seis de maio, e contou no primeiro dia, de debate sobre conjuntura nacional e internacional, com a participação especial da secretária executiva da FASE/REBRIP, Fátima Mello.

Fátima iniciou sua fala propondo uma reflexão sobre algumas questões: As instituições que existem hoje são adequadas ou não? Qual o papel destas instituições neste momento de crise? A partir dessas questões, Fátima fez uma recuperação histórica das instituições multilaterais – Banco Mundial, FMI, OMC, que segundo ela, fazem parte de um ciclo hegemônico anterior e que há décadas passam por uma “crise de identidade”.

A respeito das várias interpretações que vem sendo feitas sobre o enfrentamento à crise, Fátima fala da importância dos debates sobre a necessidade de maior intervenção do Estado, mas alerta que é preciso ir além, incorporando temas como sustentabilidade, questões sócio-ambientais, climáticas entre outras. Ela ressalta que a desigualdade de acesso é ponto central e cita como exemplo a Energia. “Há uma parcela da população que consome um exagero de energia e outro que nunca viu luz elétrica. A questão da desigualdade de acesso é crucial”, diz.

Artur Henrique, presidente nacional da CUT fala da dificuldade deste debate com alguns setores ao tentar construir uma linha de atuação. “Como é possível convencer uma pessoa que nunca teve energia elétrica e de repente passa a ter, que ela só vai poder usar esta energia para acender lâmpadas (caso do programa Luz para Todos do Governo Federal), sendo que ela quer ter geladeira e outros eletrodomésticos!

A CUT produzirá uma resolução sobre o tema instituições multilaterais como subsídios para um debate mais aprofundado a ser realizado em breve. O objetivo é focar o papel das instituições frente à crise com proposta de um novo modelo de desenvolvimento, com novos parâmetros de produção e consumo.

Leia a material completa na página da CUT nacional:

http://www.cut.org.br/content/view/14206/

O filho do padeiro e a revolução

Filho de um padeiro português que chegou ao Rio de Janeiro por se recusar a servir como soldado em uma guerra com a qual não concordava e de uma certa senhora que abandonara o primeiro noivo praticamente no altar para casar, por decisão e gosto, com um “aventureiro”, Augusto Boal aprendeu desde logo que o mundo pode ser mudado, bastando para isso decisão e coragem. Toda a sua invenção no teatro parece se basear nesta fé sobre o efeito da ação do homem no mundo, que não é apenas um lance retórico, como no teatro burguês, e deve ser encontrada nos motivos da vida ordinária.

Foi assim que ele construiu uma carreira pontuada muitas vezes por lances decisivos, não apenas pessoalmente, mas para a história do teatro brasileiro. Principal ideólogo nos caminhos das contradições da sociedade é Boal quem intui que um teatro novo, com assuntos ainda não levados ao palco, com dramaturgia própria e um repertório técnico e artístico que dê conta de suportar a representação da realidade em chave crítica.  Os personagens como operários, cangaceiros e jogadores de times de várzea ganharam o palco.

Seus espetáculos afirmam com grande inventividade as marcas que pautariam toda a sua produção posterior: de um lado, o espírito criativo iconoclasta, experimental e, de outro, a certeza de que a experiência estética não é mero formalismo, é meio para a discussão urgente de algum aspecto da vida em sociedade….

Nesta semana de homenagens póstumas não será demais lembrar uma fala, na apresentação da sua autobiografia, em que ele dizia que a idéia de se autobiografar é algo quase imoral, pois que o importante é a obra, não o homem. Mas o fato é que seu gênio artístico fará falta, sim, e tende a parecer cada vez mais uma anomalia, um idealismo ingênuo – como, aliás, está tratado já subliminarmente, nas falas de despedida, pela grande mídia e por vários dos seus companheiros de jornada, hoje rendidos ao mercado do entretenimento.

Leia o artigo na íntegra na página da Agência Carta Maior:

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15972