Juventude se organiza nos Químicos de SP

A Juventude Trabalhadora Química da base do Sindicato de São Paulo está fazendo história. No dia 20 de Maio, jovens trabalhadores da categoria e jovens dirigentes, participaram do Encontro Estadual onde foram discutidos temas como: a criação da Secretaria Estadual da Juventude, métodos de aproximação dos Sindicatos com a Juventude Trabalhadora e a nova organização do Coletivo Estadual. Geralcino Teixeira e Jaqueline Souza, membros do Coletivo Estadual, afirmam que desta forma poderemos construir políticas que realmente sejam de/para/com a participação dos jovens. 

Mais um fato importante que deve ser lembrado é que na última eleição do Sindicato tivemos um avanço importante na composição da direção com a entrada de dois companheiros jovens: Alex Ricardo e Ronaldo Rodrigues. Isso demonstra a preocupação que a direção tem em renovar os ideais políticos, mas sem esquecer da luta dos dirigentes mais experientes. 

Por conta de reivindicações feitas pela categoria no 2º Encontro da Juventude Química, que aconteceu no final do ano passado, em Agosto haverá o curso específico “FORMAQUIM JUVENTUDE”, onde serão tratados temas que afligem diretamente este setor. Rosemeire Gomes afirma que “a formação política faz com que os jovens sejam protagonistas numa série de debates para a construção de sociedade igualitária”.  

No próximo dia 20 de Julho acontecerá, em São Paulo, o terceiro Encontro Nacional da Juventude da CNQ (Confederação Nacional dos Químicos), que fará uma avaliação das atividades realizadas pelos sindicatos e regiões e debater o tema do “Trabalho Decente”. Carlos de Brito (Carioca), coordenador do Coletivo Nacional da CNQ diz que “este é um tema que está na ordem do dia, pois a juventude está nos postos de trabalho mais precarizados e são os trabalhadores mais explorados”. 

Em Agosto, no CONCUT (Congresso Nacional da CUT), será criada a Secretaria Nacional da Juventude Trabalhadora, com o intuito de criar políticas que tratem diretamente das demandas da juventude, e isso tem um sentido estratégico para a promoção do “Trabalho Decente” no Brasil. “A Secretaria Nacional da Juventude deverá priorizar a luta pela valorização do trabalho, pelos direitos universais e ampliar as alianças com os movimentos populares”, afirma Rosana Sousa membro do Coletivo Nacional da Juventude da CUT.       

Redes Sindicais: um exemplo para se seguir

O Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo tem investido na formação de Rede de Trabalhadores nas empresas multinacionais. Com o incentivo da CNQ (Confederação Nacional do Ramo Químico), as Redes já são uma realidade e contribuem muito para equacionar direitos na relação entre trabalhadores e empresa. 

A ideia da Rede é que exista um diálogo maduro e horizontal entre as partes que colaboram entre si. No ramo químico, a iniciativa já tem mais de 10 anos e os frutos são excelentes. “É um espaço importante para avançar nas conquistas. Também buscamos equiparação com os trabalhadores em todo o mundo”, explica Osvaldo Bezerra (Pipoka), coordenador de Administração do Sindicato. 

A Rede integra trabalhadores de uma multinacional. Com a possibilidade de dialogar em conjunto com trabalhadores de outros países, e com o envolvimento institucional da empresa, os objetivos unificados têm maior probabilidade de serem alcançados. “Questões como fim da terceirização, combate a todas as formas de discriminação, acesso às informações sobre reestruturação da empresa, combate ao assédio moral, entre outros, são as principais diretrizes das Redes”, avalia Antenor Nakamura (Kazú), diretor do Sindicato e secretário de Relações Internacionais da CNQ. 

Rede Basf – No Sindicato dos Químicos, a primeira empresa que criou a Rede foi a Basf, hoje já tem 10 anos e, em 9 de junho, a nova Comissão de Trabalhadores tomou posse. Essa Comissão tem uma característica incomum, o fato de que todos os trabalhadores pertencem ao setor administrativo. 

Relação internacional – Para o Sindicato, a Rede de Trabalhadores também fortalece o processo de discussão internacional, através da ICEM (Federação Internacional dos Trabalhadores em Química Energia e Minério) e com o contato com outros sindicatos. No nosso caso, os contatos com as comissões de trabalhadores e sindicatos alemães merecem destaque. É uma forma de inclusão no mercado global, mas com a defesa da classe trabalhadora como meta. 

Rede Lanxess – Foi realizado na cidade de Porto Feliz (SP) o encontro da Lanxess, nos dias 9 e 10 de junho. Na oportunidade foram discutidos temas como acordo coletivo nacional, reestruturação da empresa, terceirização, unificação da jornada e adicionais, PLR e Carta de princípios da Rede.

Rede Bayer – O encontro da Bayer aconteceu em 5 e 6 de maio, em São Paulo. Os principais temas discutidos foram: respeito aos direitos humanos e assédio moral; divulgação do diálogo social; reestruturações; políticas de cargos e salários. O dirigente do Sindicato que também é funcionário da Bayer e participa da Rede, Geraldo Guimarães, afirmou que o “processo de construção da Rede é o que existe de mais avançado nas relações sindicais, algo a ser copiado por outras categorias e empresas multinacionais”.

PLR do Setor Químico e Farmacêutico

PLR do Setor Químico 

 

 

Trabalhadores fiquem atentos ao pagamento da PLR (Participação nos Lucros ou Resultados). A data para pagamento da segunda parcela vence no dia 31 de julho.

 

A PLR é paga em uma parcela única até 30 de março ou em duas parcelas: uma em janeiro e outra até julho. O valor da PLR é de no mínimo R$ 550,00 por ano, conforme cláusula 73 da Convenção Coletiva. Caso exista alguma dúvida entre em contato com um dirigente, na Sede e subsedes do Sindicato.

 

 

PLR do Setor Farmacêutico

De acordo com a cláusula 74 da Convenção Coletiva, a PLR pode ser paga em parcela única, até 30 de setembro, caso a empresa faça opção de pagar em duas parcelas, a primeira vence em 31 de julho e a segunda, em 31 de janeiro de 2010. 

Os valores estipulados pela Convenção Coletiva são para empresas que não tenham programa próprio. Em empresas com até 100 funcionários o valor mínimo da PLR é de R$ 800,00, para empresa com mais de 100 empregados, o valor mínimo é de R$ 930,00.  

 Portanto, fiquem atentos, qualquer dúvida ou caso a empresa não cumpra os prazos estabelecidos entre em contato com um dirigente do Sindicato ou na Subsede mais próxima.

Redução do IPI

A decisão do Governo Federal de prorrogar a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) por mais três meses para automóveis, eletrodomésticos e materiais de construção e a ampliação para máquinas e equipamentos se deve ao sucesso da medida. 

No final de 2008, quando iniciou a crise, a venda de veículos, eletrodomésticos e materiais de construção despencou. Estes setores são muito importantes para a economia, diante de uma crise são os primeiros a reagirem negativamente por meio de redução das vendas, foi então que o governo propôs a redução de impostos como forma de manter a demanda aquecida e as vendas se recuperarem.

Estes segmentos da economia são altamente sensíveis à variação de preços, se eles caem aumentam as vendas, da mesma forma se os preços aumentam caem as vendas. Além disso, são segmentos que impulsionam outros setores dentro da cadeia de produção, ou seja, quando se vende um carro se está comprando vários componentes que são produzidos pela indústria plástica, de borrachas, siderurgia, etc. Da mesma forma, acontece em relação aos eletrodomésticos e aos materiais de construção. 

De que forma a redução chega até o consumidor? Através da redução do preço no produto final, por exemplo, os automóveis populares tiveram uma redução de 7% no IPI, para o consumidor o veículo foi vendido por um preço 5,5% mais baixo. Pode parecer pouco, mas um automóvel que custa R$ 30.000,00 tem o desconto de R$ 1.650,00.

 

Essas medidas garantiram que a vendas de automóveis no mês de junho alcançassem o melhor resultado da história, assim como entre os eletrodomésticos, o crescimento das vendas ficou entre 20 e 25% no mês de junho. 

Como ficam as contas do governo? O governo reduz a sua arrecadação, entretanto, com o crescimento das vendas esta desoneração será compensada na frente. 

Esforço do Governo para enfrentar a crise

O esforço do Governo Federal para enfrentar a crise econômica foi notado por todo o mundo. Segundo o jornal inglês FT (Financial Times), o Brasil ganhou respeito ao se destacar nas soluções apresentadas para o momento econômico. Lula não é apenas “O Cara”, como disse o presidente norte-americano Barack Obama, ele é o líder que mesmo antes da crise ser notada apresentou medidas efetivas como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e, posteriormente, a redução do IPI (prorrogado até o fim de 2009). Se fosse um governo PSDB/DEM, a crise seria muito maior. 

Medidas populares como o Programa Bolsa Família e a criação de linhas de créditos para financiamento de casa própria também devem ser consideradas, além do reajuste do salário mínimo que alcançou outro patamar no Governo Lula. Importante lembrar que o salário mínimo é recebido por muitos aposentados e é imprescindível fonte de renda nas regiões mais pobres do Brasil. O aquecimento da economia com medidas simples e que priorizam os pobres seja com comida, seja com moradia, seja com salário da aposentadoria, marcam as iniciativas do Governo Federal. 

O Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo pensa a crise por um enfoque diferente, não entendemos que ela se instalou exclusivamente agora. Mas que faz parte de um processo onde o lucro desmedido não é mais comportado. A natureza já gritou várias vezes, avisando que o sistema tende a cair. A estratégia é saber e trabalhar para que o sistema que substitua o atual não seja um pior ou mascarado de novo sistema. Um trabalhador no poder foi providencial nesse momento.

A América Latina dá sinais que outras alternativas são possíveis, seja com Lula, seja com Chaves. Os movimentos sindicais/sociais organizados também demonstram força. A influência deles (movimentos) é o maior motivo de resistência abaixo da linha do Equador. A crise não ajudou ninguém, é claro, mas evidenciou os desgastes do sistema. Não é mais possível defender o neoliberalismo, por falar no diabo (neoliberalismo), onde foram parar os defensores?  

Fora de contexto, o golpe militar em Honduras se apresenta anacrônico. É momento da democracia se fortalecer na América Latina e o golpe representa um retrocesso. A CUT e os movimentos populares por todo o mundo já apresentaram seu apoio ao presidente Manuel Zelaya. Não apenas pela aprovação popular que o presidente tem em Honduras, mas principalmente porque contrariar os interesses populares em favor de ditador militar não é aceitável em lugar nenhum do mundo.

Hypermarcas proíbe trabalhadores de conversar com dirigente sindical

A Hypermarcas (Niasi) gostou de aparecer no nosso jornal e resolveu assediar os seus trabalhadores. Não bastassem as denúncias feitas na edição passada, agora resolveu perseguir a dirigente Rosemeire Gomes de Brito (Rose). Proibiu os trabalhadores de falar com a diretora porque ela tem conscientizado e organizado os trabalhadores. 

A greve em março de 2009 e as denúncias na Procuradoria Federal do Trabalho foram a gota d’água. “Os trabalhadores me evitam com medo de serem demitidos. Mas depois me procuram e avisam que isso é ordem da empresa. Não é razoável tratar os trabalhadores com tamanha repressão”, explica a dirigente Rose. 

Desde que a antiga Niasi foi vendida para o grupo Hypermarcas, as condições de trabalho vêm piorando; a busca por metas de produtividade ignoram a saúde dos trabalhadores; a pressão para realização de horas-extras também é abusiva, quando feita é sob ameaças porque o corpo já não suporta mais; falta água potável, exigência que consta na nossa Convenção Coletiva (cláusula 47); mas a empresa não tem noção e até comida falta durante o jantar. 

Qualidade da produção prejudicada

O resultado de tanta repressão e assédio é a qualidade comprometida dos produtos da empresa. Não há como manter qualidade no ritmo que a Hypermarcas atua. A lógica do lucro é estúpida e logo as sequelas vão ficar claras para todos, inclusive para os diretores da empresa. 

Vale-coxinha

A cesta-básica foi trocada por um vale que os trabalhadores apelidaram de “vale-coxinha”. O que parece apenas bom humor, revela a fragilidade de um benefício que é de R$ 47,00, com desconto de R$ 4,70, ou seja, o valor recebido é de somente R$ 42,30. Antes a cesta básica atendia melhor à necessidade dos trabalhadores. 

Cuidado

A dirigente Rose alerta para dois assuntos importantes: o horário trabalhado e a função exercida. “O Sindicato recebeu denúncias que existem trabalhadores exercendo uma função e ganhando menos do que aquilo que a empresa deveria pagar. Também quer saber se os trabalhadores do período noturno não estão trabalhando uma hora a mais”, conclui Rose.

 Qualidade de vida

O trabalho é parte importante das nossas vidas. Mas o ritmo proposto pela Hypermarcas limita a vida ao trabalho. Não é essa a qualidade de vida que o Sindicato defende, nem mesmo os mais gananciosos podem defender que trabalhador fique doente e elabore produtos de má qualidade.