573 mil domicílios passam a receber Bolsa Família neste mês

O Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) incluiu este mês 573.884 domicílios no Bolsa Família. A inclusão representa a segunda etapa da expansão do programa de transferência de renda que começou a ser executada em maio deste ano.

De acordo com o ministério, o valor total dos pagamentos em agosto deve chegar a R$ 1 bilhão e a 12 milhões de famílias com renda per capita de até R$ 140. Os novos beneficios estarão disponíveis até 31 de agosto nos postos de atendimento da Caixa Econômica Federal.

Entre as famílias incluídas nessa segunda etapa, 238 são de comunidades remanescentes de quilombos e 582 de indígenas. No Nordeste, foram inseridas mais de 210 mil famílias, representando o maior número entre as regiões do país.

A estratégia desenvolvida pelo MDS prevê a expansão do programa em três etapas. Em maio, foram 300 mil famílias, em agosto mais 500 mil e em outubro, estão previstas outras 500 mil. Ao todo, serão incluídos 1,3 milhão de famílias em 2009.

A estimativa é chegar a 12,9 milhões de domicílios em 2010. Para alcançar esse número de cobertura, o MDS corrigiu o critério de renda para ingresso no programa de R$ 120,00 para R$ 140,00.


Mais informações acesse: http://noticias.uol.com.br/politica/2009/08/19/ult5773u2125.jhtm

Brasil gera meio milhão de empregos formais no ano, aponta Caged

O Brasil criou 138.402 vagas formais em julho de 2009, o melhor saldo registrado no ano e o quarto maior da série histórica, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados (18) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

O número é 0,43%  maior do que o registrado no mês anterior, mas é menor do que o referente a julho de 2008, quando foram criados 203.218 postos. No acumulado do ano, o saldo é de 437.908 postos.

“É o sexto mês seguido com registro de aumento do número de vagas formais no país. Só janeiro registrou queda do número de vagas, que foi negativa em 101.748 postos”, disse Lupi. O total de admissões registradas em julho foi de 1,398 milhões, enquanto o de demissões foi de 1,259 milhões.

Entre os setores que mais empregaram está a construção civil, que gerou 32.175 postos de trabalho. Isso representa um crescimento de 1,6%. “É a maior geração de empregos no mês de julho de 2009 e o segundo melhor desempenho da série histórica do Caged para o período”, disse Lupi.A agricultura foi o segundo setor a empregar mais, com 29.483 postos gerados, aumento de 1,75%. “É o sexto mês consecutivo de crescimento e o quarto melhor saldo da série histórica”, afirmou o ministro. Com um crescimento de 0,21% na comparação com o mês anterior, o setor de serviços vem em terceiro lugar, responsável pela criação de 27.655 postos, seguido pelo setor de comércio, que criou 27.336 postos, ou 0,39% a mais do que o do mês anterior.Os únicos setores que apresentaram números negativos foram os de metalurgia e de materiais de transporte, fora os de ensino, devido ao período de férias, e o de borracha, fumo e couros, por causa da sazonalidade (período em que tradicionalmente o emprego cai). “Mas acreditamos que em agosto esses setores devem apresentar melhora e, pela primeira vez após a crise, teremos números positivos em todos os setores pesquisados”, disse Lupi.

A indústria da transformação foi responsável pela geração de 17.354 postos. “Isso mostra que, definitivamente, saímos da crise”, afirmou o ministro, que prevê, para o segundo semestre, um crescimento do Produto Interno Bruto entre 2,8% e 3%.  “Para o ano nossa previsão é de que o PIB cresça 2%”, acrescentou.

Mais informações acesse: http://www.pt.org.br/portalpt/index.php?option=com_content&task=view&id=80545&Itemid=195

Jornada de trabalho na indústria farmacêutica

Os trabalhadores da indústria farmacêutica de São Paulo conquistaram uma vitória inédita desde a promulgação da Constituição, em 1988: reduzir a jornada de trabalho sem diminuir o salário. Desde a CF de 1988 os trabalhadores no Brasil cumprem jornada de 44 horas semanais.

Os trabalhadores do setor farmacêutico conseguiram ir além. Há vários anos o tema é discutido nas mesas de negociação e, por meio da convenção coletiva, mais de 50 mil trabalhadores no estado de São Paulo estão sendo beneficiados com a redução da jornada de trabalho de 42 para 40 horas semanais. A primeira redução ocorreu em 2006, quando a jornada  passou de 44 horas para 42 horas semanais. Em 2008 na mesa de negociação conquistou-se a redução para 40 horas semanais, sendo que em 1º de janeiro de 2009 passaria para 41 horas e, a partir de dezembro 2009, para 40 horas semanais.
Contudo, na campanha salarial de 2009, os trabalhadores conquistaram a antecipação da redução  para 1º de setembro de 2009.

Atualmente, em torno de 46% do total dos trabalhadores do setor farmacêutico praticam jornadas entre 41 e 44 horas semanais. Portanto, a redução da jornada de trabalho conquistada na convenção coletiva de 2008 beneficiará aproximadamente 10 mil trabalhadores somente em nossa base sindical.

A luta pela redução da jornada de trabalho existe desde o inicio do capitalismo. Na primeira revolução industrial, essa luta já ocorria. Nesse período os trabalhadores e trabalhadoras eram submetidos a uma jornada de até 18 horas diárias. Durante o século XIX, as constantes lutas e mobilizações dos trabalhadores garantiu a redução da jornada de trabalho para 10 horas semanais, isto ocorreu na Inglaterra em 1847 e na França em 1848.

Para além do debate sobre a geração de novos postos de trabalho, consideramos que a luta pela redução da jornada de trabalho representa a luta por uma distribuição mais equilibrada entre capital e trabalho na repartição dos ganhos de produtividade.

Vivemos em um contexto que favorece a luta pela redução da jornada de trabalho.Conquistar mais tempo para dedicar-se a família, ao lazer e aos estudos é um direito de todos os trabalhadores. Os avanços tecnológicos só fazem sentido se forem para melhorar a vida de todos e não apenas ser apropriado pelo capital.

 

Ipea pede ousadia ao Governo

Juros em 6% ao ano é o que propõe o presidente do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Márcio Pochmann. A taxa de juros é o ponto mais discutido da política econômica do Governo Lula. Enquanto os presidentes anteriores discutiam inflação e desemprego, o Brasil passa por um momento que a solidez econômica pede mais investimentos.

Recentemente a taxa diminuiu de 9,25% para 8,75%. Os setores produtivos desde o empresariado até os sindicalistas acreditam que o corte em 0,5% ainda é insuficiente. Mas o Banco Central não dá sinais que nenhuma medida menos conservadora ocorra nesse governo.

A entrevista de Pochmann foi concedida ao site UOL (www.uol.com.br) e o professor de economia da Unicamp pede ousadia do governo. Afirma que na China e Índia a resposta para a crise mundial foi mais rápida e ousada. O economista cita medidas como a redução de impostos, aumento do reajuste do salário mínimo, aumento do valor do programa Bolsa Família e diminuição dos juros como medidas positivas, mas tímidas frente à crise.

A principal motivação para ousadia segundo Pochmann seria que com a “decadência dos Estados Unidos, há espaço para países liderarem outro tipo de desenvolvimento -, precisamos ter ações”. O economista ainda sugere um pacto entre governos federal e estaduais para a redução de ICMS “em setores intensivos em mão-de-obra e de consumo”, explica Pochmann.

Sugere a compra de ativos globais por empresas nacionais. Diz que existe dentro do Ipea um grupo estudando o tema. O objetivo é tornar empresas de grande porte nacionais em empresas com influência global, aproveitando o momento que considera ideal.

Pochmann destaca dois erros na política monetária: a elevação na taxa de juros em 2008, e depois a lentidão para reduzir a taxa na crise em setembro e outubro de 2008. Um terceiro erro seria a redução mínima de juros, confirmada após sua entrevista.

Pobres – Um alerta é feito para a tributação sobre pobres. Hoje as pessoas de baixa renda deixam metade do salário com o governo. Enquanto isso os impostos sobre renda e terras são baixos. Pochmann diz que nos anos 50 o Imposto Territorial Rural representava 6% da arrecadação, hoje o valor é insignificante.