Ministro do STF notifica Câmara a dar explicações sobre terceirização

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello notificou a Câmara Federal hoje (28) para que sejam dadas explicações sobre a aprovação do projeto de lei 4.302, que libera a terceirização nas atividades-fim das empresas, atendendo a um pleito do empresariado que pretende reduzir custos de mão de obra à revelia da CLT.

A notícia foi divulgada há pouco pelo UOL, depois que alguns sites chegaram a publicar que o STF havia anulado a votação do projeto na Câmara na quarta-feira (22). A decisão do ministro responde a mandado de segurança do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O ministro não estabeleceu um prazo para que a Câmara se manifeste.

Na ação, o senador questiona a constitucionalidade da proposta aprovada em 1998 e depois arquivada até voltar agora para o plenário da Câmara.

A desinformação aconteceu a partir de um comunicado de Rodrigues. Em seguida, o advogado do senador divulgou nota de esclarecimento:

“Amigos, boa noite. Aqui é o Raphael, assessor e advogado do senador Randolfe. Uma informação imprecisa está sendo difundida: a de que o STF teria deferido parcialmente nossa liminar no Mandado de Segurança contra o PL 4.302/98.

O que ocorreu foi um despacho do relator, ministro Celso de Melo, determinando que a Câmara preste esclarecimentos.

O despacho foi comemorado no plenário do senado pelo senador Randolfe, por não ter sido rejeitado de plano o pedido liminar, mostrando uma disposição do ministro em analisar o pleito. Teremos, inclusive, uma audiência na quinta-feira (30), para despacho. Mas reiterando: não se trata de antecipação de tutela deferida, nem de liminar nem de qualquer decisão de mérito”, concluiu.

O projeto aprovado na semana passada na Câmara havia sido retirado da pauta em 2003, a pedido do então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O site do ex-presidente publicou nesta terça-feira notíciaem que divulga uma mensagem oficial do então presidente, pedindo a retirada com base em análise de funcionários do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

31 de março é Dia Nacional de Mobilização

A CUT e as demais centrais sindicais vão se mobilizar no dia 31 de março.  O Dia Nacional de Mobilização, como está sendo chamado, é o esquenta para a greve geral que deve ocorrer em abril.

As centrais estão unidas contra as reformas da previdência e trabalhista que o governo Temer quer aprovar. “Nós queremos fazer dessa data, um dia de conscientização da sociedade brasileira sobre a importância de uma greve geral”, afirmou Sergio Nobre, secretário geral da CUT.

Para Nobre o atual governo ascendeu ao poder após um golpe parlamentar e não tem legitimidade.  “Seu programa não representa a vontade da maioria. A CUT não se nega a negociar, mas para sentar na mesa com a CUT tem que ter legitimidade e credibilidade e esse governo não tem. A única coisa que pode reverter a tragédia que está em curso no Brasil é promover uma grande greve geral”, alerta Nobre.

Recuo ao século 19, terceirização ampla desmonta sistema de proteção

Ao impor limite de gastos primários e apresentar propostas de reformas trabalhista e previdenciária, o governo simplesmente busca atender a apelos da livre iniciativa e “remover” obstáculos representados por um Estado indutor de crescimento e articulador de políticas públicas. Essa é, em resumo, a filosofia das medidas da gestão Temer, na visão da desembargadora aposentadora Magda Barros Biavaschi, pesquisadora do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Universidade Estadual de Campinas (Cesit-Unicamp).

Como parte desse processo, ela vê a aprovação do Projeto de Lei 4.302, de terceirização irrestrita, “um bárbaro retrocesso, um salve-se quem puder”. Um cenário de universidades sem professores, hospitais sem médicos e empresas aéreas sem pilotos. É um momento grave, observa, “em que a gente precisa discutir o modelo de sociedade que queremos”.

O discurso da flexibilização como estímulo ao emprego, à produtividade e ao investimento é falacioso, reage Magda. “Nós sabemos, e os estudos mostram, que não há nenhuma evidência empírica com a relação a esse nexo de causalidade”, afirma, citando análises recentes da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

“Portanto, não é flexibilizando e retirando direitos que nós vamos enfrentar o problema do desemprego, da competitividade. O pressuposto para isso é a dinamização da economia”, diz. “Aqueles países que mais flexibilizaram, mais terceirizaram, são os que perderam competitividade.” A alegada “rigidez” é questionada pela pesquisadora – ela afirma que o sistema já privilegia a negociação coletiva (mas para adicionar, e não suprimir, direitos) e que a própria CLT passou por muitas reformas desde que surgiu, nos anos 1940.

A pesquisadora também vê criticamente outro projeto, o PLC 30, em tramitação no Senado, aprovado em 2015 na Câmara como PL 4.330. “Os dois são péssimos, são redutores de direitos, rasgam a CLT e propõem um novo padrão regressivo à ordem liberal do século 19”, afirma. No texto aprovado nesta semana, o do projeto 4.302, que também mexe na lei do trabalho temporário (de 1974), ela aponta outros riscos: “O contrato temporário pode ser usado para cobrir necessidades permanentes”.

Patamar civilizatório

A retomada do pensamento que Magda chama de “ultraneoliberal” se dá a partir de 2015, quando as forças derrotadas na eleição do ano anterior se juntam ao PMDB e ao então vice-presidente, autor do programa Ponte para o Futuro, que recupera e incorpora essas teses. “A reforma se completa com o negociado sobre o legislado. A lei deixa de ser o patamar civilizatório mínimo”, afirma a desembargadora, citando comentário espirituoso do jornalista Mino Carta. “Só não é retrocesso para a Idade Média porque o Brasil não teve Renascimento.”

As mudanças também deverão trazer impactos negativos à Previdência, na medida em que se reduz a base de arrecadação. E, ao contrário do que argumentam os defensores do projeto, haverá aumento de conflitos e de judicialização, “porque teremos muitos precarizados, muito mais desempregados”.

Ela lembra que o 4.302 foi apresentado – pelo governo Fernando Henrique Cardoso – em 1998, “num período de muita flexibilização dos direitos sociais do trabalho”, em um período de desemprego elevado e igualmente com o discurso de que a “rigidez” da legislação inibia contratações. Momento de “avalanche neoliberal”, lembra Magda. “Era um modelo de sociedade e de Estado que estava sendo implementado.” Nessa onda, apareceu a proposta da prevalência do negociado sobre o legislado, em projeto que chegou a ser aprovado na Câmara, mas acabou arquivado em 2003, no primeiro ano do governo Lula. 

O PL 4.302 é aprovado na Câmara em 2000, vai ao Senado e ganha um substitutivo dois anos depois, mas não é mais discutido. Em 2004, aparece outro projeto sobre terceirização, o 4.330, que avança lentamente, com críticas da Justiça do Trabalho e divisão no meio sindical. Aprovado enfim em 2015, o texto vai para o Senado, como PLC 30, e tem como relator Paulo Paim (PT-RS), que organiza audiências públicas por todo o país. Mas aí vem o processo de impeachment.

Jurisprudência

No campo legal, como não havia legislação específica no país, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) criou em 1986 o Enunciado 256, que em 1993, com alterações, se tornaria a Súmula 331, para regular o tema. “Não é lei, é a cristalização de uma jurisprudência”, observa a desembargadora. “Essa súmula passou a normatizar as relações de trabalho para contratação de terceiros”, acrescentando, lembrando que o TST proíbe as terceirizações nas chamadas atividades-fim das empresas. Desde então, foram constantes as pressões para cancelar a 331, que chegou a ser ampliada em 2000, para estender a responsabilização do contratante para os entes públicos. 

Um caso paradigmático, lembra Magda, é o da Cenibra, em Minas Gerais. Derrotada na Justiça do Trabalho, a empresa apresentou recurso extraordinário (RE 958.252) ao Supremo Tribunal Federal (STF), questionando a Súmula 331. O caso, de repercussão geral, tem como relator o ministro Luiz Fux. Entrou na pauta pela última vez em novembro do ano passado.

A desembargadora acredita que o tema da reforma trabalhista ainda não “viralizou”, como na questão previdenciária, mas que isso já começa a acontecer. “A reforma da Previdência é de fácil compreensão. As pessoas fazem contas, sabem que vão morrer trabalhando e não vão se aposentar”, observa. Os projetos trabalhistas têm, em síntese, o objetivo de reduzir custos “pelo sacrifício do trabalhador”.

Tanto o 4.302 como o PLC 30 (o 4.330 original) são, em sua definição, “instrumentos malévolos não só aos trabalhadores, mas à economia brasileira”. O que acaba de ser aprovado expande a terceirização para todas as atividades, amplia a possibilidade de contratação temporária (e permite a prorrogação), institucionaliza a chamada PJ, retira multa pelo descumprimento de direitos e afeta a organização sindical. A possibilidade de o trabalho temporário ser usado para cobrir necessidades permanentes é visto como um risco: “Num país em que a rotatividade é muito alta, os contratos são de curta duração, permitir isso é um bárbaro retrocesso. Vamos legitimar o gato”.

Mesmo em “tempos sombrios” e diante de uma correlação desigual de forças em relação aos que defendem uma sociedade menor desigual, a desembargadora propõe resistência (“O naufrágio de todas as esperanças é a inação”, diz, citando expressão do pensador alemão Max Weber). Integrante de um grupo de trabalho no Cesit/Unicamp que reúne pesquisadores e outros especialistas no mundo do trabalho e do Fórum em Defesa dos Direitos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Ameaçados pela Terceirização, ela coordena um manifesto que no mês que vem será entregue no Congresso, antes da votação do PL 6.787, de reforma trabalhista – o relatório deverá ser apresentado em 13 de abril. “Essa dita modernidade na realidade é um regresso”, diz Magda. “O mundo já mostrou que isso não dá certo.”

Mapa dos traidores: saiba como votou o deputado do seu estado sobre a lei da terceirização

Na noita da última quarta-feira (22), a Câmara dos Deputados aprovou por 231 votos contra 188 o Projeto de Lei 4302/1998, apresentado durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que permite às empresas a terceirização de todas suas atividades, inclusive a principal, algo que hoje é proibido no Brasil.

A CUT não quer que você esqueça do nome dos parlamentares que votaram para piorar as condições de trabalho e, num momento de grave crise, estão preocupados apenas em defender o lucro dos patrões. Para termos um Congresso mais comprometido com a classe trabalhadora é fundamental que os eleitores guardem bem seus nomes e lembrem de como eles se posicionam.

Por isso, a Central preparou um mapa com o voto de cada deputado sobre o PL 4302. Somente PT, PDT, PCdoB, PSOL, Rede e PMB orientaram voto contra a terceirização total. Todos os partidos da base aliada de Temer, includino PMDB e PSDB, foravam favoráveis a piores condições de trabalho, menores salários e maior rotatividade. 

Clique nas indicações do mapa para saber qual foi a decisão do parlamentar do seu estado.

Efeitos da terceirização: salários mais baixos, mais acidentes e menos direitos

O Projeto de Lei 4.302/1998, que permite a terceirização de todas as atividades das empresas em todos os setores produtivos, deve trazer inúmeros impactos negativos no mercado de trabalho: redução dos salários, enfraquecimento da Previdência, perda de direitos como aviso-prévio e multa de 40% nos casos de demissão sem justa-causa, além de aumento do número de acidentes. A avaliação é do presidente da Associação Latino-americana de Juízes do Trabalho (ALJT), Hugo Melo Filho, que nesta segunda feira (20) participou audiência pública na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado

Ele afirmou que, com a liberação da terceirização das atividades-fim, o número de trabalhadores terceirizados, no país, deve saltar dos atuais 13 milhões para mais de 52 milhões. Segundo Melo Filho, que a aprovação do projeto vai criar “empresas sem empregados”. 

“Para se ter uma ideia, a Telemar (empresa de telefonia que atua em parte do Sudeste e no Nordeste) dizia que a sua atividade-fim era a mera transmissão das ondas ou da linha pelo fio do telefone, que são atividades imateriais. Sob esse argumento, dizia que não tinha empregados, todo mundo era terceirizado. Se isso já é uma realidade hoje, imagine com a aprovação dessa norma autorizando livremente para que se contrate para qualquer atividade. Vamos ter empresas sem empregados”, afirmou Melo Filho ao repórter Uélson Kalinoviski, para o Seu Jornal, da TVT.

Ele também prevê o aumento dos acidentes de trabalho. “São 560 mil trabalhadores acidentados terceirizados, contra 140 mil trabalhadores contratados diretamente. É uma relação de 8 para 2”, disse. A reportagem não cita a fonte. O juiz ainda diz que, ao apoiar o PL da terceirização, o governo vai contra o discurso de que a Previdência precisa arrecadar mais. “Promover alteração da legislação trabalhista para terceirizar e reduzir em 30% o que se arrecada para a Previdência também é um absurdo. As contas não batem.”

Os bancos estão entre os setores que mais lucram com a terceirização. Somente no setor financeiro, dos cerca de 1,5 milhão de trabalhadores no país, pelo menos 800 mil já são terceirizados, e o rendimento destes chega a ser até 70% menores do que os dos funcionários diretos.

Para a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira, a terceirização pode ainda representar o fim do concurso público. “Isso pode acabar com o concurso público e pode gerar outros problemas em decorrência. Pode abrir para processos ilícitos e ilegais, como a contratação com base em privilégios. O concurso público democratiza a contratação”, alertou.  

Na avaliação da economista Marilane Teixeira, do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o projeto da terceirização é perverso para os trabalhadores. Além da perda de várias garantias e direitos trabalhistas, como aviso prévio e multa de 40% em caso de demissão sem justa causa, os salários dos trabalhadores serão drasticamente diminuídos. 

“Um trabalhador que trabalha, por exemplo, numa empresa química na cidade São Paulo, o piso de ingresso é de R$ 1.500. Não pode ser contratado por menos que isso. Se, em vez da empresa contratar o trabalhador diretamente, ela recorre a uma empresa de intermediação de mão de obra e contrata na forma de trabalho temporário, o piso desse trabalhador pode variar entre R$ 1.000  e R$ 1.300. Ou seja, só aí se tem uma diferença de 30% a 50% no salário”, explica Marilane ao repórter Paulo Castilho, para o Seu Jornal.

 

Nota da CUT: “Mais um golpe contra os direitos dos trabalhadores”

A Central Única dos Trabalhadores (CUT-Brasil) vem a público denunciar o golpe promovido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), com a votação a toque de caixa do PL 4302 que permite a terceirização de toda e qualquer atividade das empresas.

Um golpe, uma manobra espúria, pois tal PL 4302, proposto em 1998 no governo de Fernando Henrique Cardoso e que, depois de passar no Senado, ficou engavetado. O PL 4302 só foi ressuscitado agora, quando o PL 4330, aprovado na Câmara em abril de 2015, havia provocado um substitutivo global do senador Paulo Paim que proibia a terceirização das atividades-fim das empresas, tal como era o entendimento consagrado pela Justiça do Trabalho, e iria ser votado no Senado.

Rodrigo Maia, pressionado pela CUT e outras centrais sindicais, havia se comprometido em 13 de março passado a suspender a votação do PL 4302 por pelo menos 30 dias, para que o debate sobre a terceirização pudesse ser feito em toda a sua dimensão. Num verdadeiro “passa moleque”, o presidente da Câmara não honra o compromisso assumido com as centrais e submete a voto um PL que é, na prática, uma mini-reforma trabalhista regressiva que permite a terceirização de todos os trabalhadores e todas as trabalhadoras, atacando todos os seus direitos como férias, 13º Salário, jornada de trabalho, garantias de convenções e acordos coletivos.

Apoiando-se numa maioria de deputados golpistas e corruptos, atendendo à pressão de empresários que querem flexibilizar direitos e precarizar as relações de trabalho para aumentar os seus lucros, como Paulo Skaf da FIESP e seu infame “pato” usado na pressão pelo golpe do impeachment contra a presidenta Dilma, a Câmara dos Deputados acaba de cometer mais um golpe contra os direitos da classe trabalhadora, na noite deste dia 22 de março. Uma vez aprovado na Câmara, o projeto de lei vai diretamente à sanção do ilegítimo presidente Michel Temer.

A CUT não reconhece qualquer legitimidade nessa votação, feita na calada da noite e a toque de caixa, da atual Câmara dos Deputados, desmoralizada diante da opinião pública nacional e internacional pelos sucessivos atropelos de sua maioria à democracia e aos direitos da classe trabalhadora.

A CUT conclama toda a classe trabalhadora, as demais centrais sindicais, todos os setores da sociedade que compreendem que os direitos trabalhistas são parte essencial dos direitos humanos, á mais ampla mobilização para derrotar, nas ruas e locais de trabalho esse golpe desferido com a aprovação da terceirização em todas as atividades das empresas, abrindo a via para transformar empregos formais e regulamentados, em “bicos” de trabalho precário, temporário e parcial , com salários e direitos rebaixados, inclusive na administração pública.

A CUT confia na capacidade de luta de nosso povo e da classe trabalhadora, demonstrada na grande jornada de 15 de março passado contra o desmonte da Previdência e os ataques aos direitos trabalhistas. Vamos combater a terceirização ilimitada, a PEC 287 (Reforma da Previdência) e o PL 6787 (Reforma Trabalhista) que rasga a CLT,

A CUT indica a realização da Greve Geral de toda a classe trabalhadora no próximo mês de abril e convoca desde já um Dia Nacional de Mobilização em 31 de março.

Nenhum Direito a Menos

Abaixo o PL da Terceirização Ilimitada

Retirada da Reforma da Previdência e da Reforma Trabalhista.

Todos Juntos na Greve Geral!

Brasília, 22 de março de 2017

 

Direção Executiva Nacional da Central Única dos Trabalhadores

Mulheres serão as mais prejudicadas com a reforma da previdência

Se a PEC 287 (Proposta de Emenda Constitucional) for aprovada, as mulheres serão muito penalizadas. A aposentadoria por tempo de contribuição será extinta e a idade mínima para as mulheres se aposentarem passará a ser de 65 anos, como os homens. O tempo mínimo de contribuição também será alterado, passando de 15 anos, para 25 anos. “A PEC ignora completamente a realidade do mercado de trabalho, com mulheres ainda ganhando menos e mais sujeitas a demissões. Também não leva em conta a dupla jornada que todas as mulheres têm por conta da responsabilidade do lar e dos filhos”, salienta Celia Alves dos Passos, secretária da Mulher do Sindicato.  

Segundo informações do Anuário Estatístico da Previdência Social, em 2015, dos 28,2 milhões de aposentados e pensionistas, 57% eram mulheres. Entre 2001 e 2015, o público feminino aumentou de 10,4 milhões para 16,4 milhões no total de aposentadas e pensionistas, o que corresponde a um crescimento de 57,8%.

No entanto, em razão da dificuldade que a maioria delas tem para alcançar o tempo mínimo exigido pela lei para se aposentar por tempo de contribuição, a aposentadoria por idade tem sido a modalidade de aposentadoria mais comum entre as trabalhadoras.

Além disso, apesar de haver maior proporção de mulheres aposentadas, os benefícios pagos a elas são, em média, inferiores. Em dezembro de 2015, enquanto o valor médio dos benefícios pagos aos homens foi de R$ 1.260,41, o das mulheres foi de apenas R$ 954,78 (32% menos do que o ganho dos homens).

Vídeo inspirado no futebol explica reforma trabalhista

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC lançou um vídeo animado em que explica o projeto da reforma trabalhista proposto por  Temer e o que “está em jogo”, caso a reforma seja aprovada. O vídeo foi inspirado numa partida de futebol e, didaticamente,  mostra o que o trabalhador perde a cada ataque do governo e dos patrões. 

Assista o vídeo abaixo:

 

Sindicato promove debate sobre o desmonte da previdência

O Sindicato vai promover um debate sobre a reforma da previdência, proposta pelo governo Temer, no dia 1º de abril (sábado), das 13h às 16h, na subsede da Lapa, Rua John Harrison, 175.

O encontro contará com as participações de Valmir Prascidelli, deputado federal (PT/SP), membro da CCJC (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) e da Ctasp (Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público), e de Francisco Chagas, ex-deputado federal (PT/SP) e ex-dirigente do Sindicato dos Químicos de São Paulo.

Assembleia define rumos da Campanha Salarial 2017

Dia 1º de abril os trabalhadores do setor farmacêutico se reúnem para avaliar as negociações com a bancada patronal 

As negociações com a bancada patronal já foram agendadas. Nos dias 28 e 30 de março os sindicatos que negociam conjuntamente vão se sentar com os patrões para discutir as reivindicações deste ano.

Os farmacêuticos estão lutando pela reposição da inflação, mais 5% de aumento real em todas as faixas salariais, e por uma PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de dois pisos reajustados.

A inflação acumulada nos 12 meses referentes à data-base dos farmacêuticos (de abril a abril) está estimada em 4,66%, segundo o INPC/IBGE (Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que revisou novamente a estimativa para baixo. Portanto, o reajuste total pleiteado é de cerca de 9,66%. 

O setor é um dos poucos que passa ileso pela crise econômica e que continua apresentando crescimento de vendas e saldo positivo de empregos, tendo registrado em 2016 um faturamento R$ 87,1 bilhões, um crescimento de 15,4% em relação ao ano anterior.

A negociação do setor farmacêutico é coordenada pela Fetquim (Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico) e reúne seis sindicatos – São Paulo, ABC, Campinas, Osasco, Jundiaí e região e São José dos Campos –, que representam 180 mil trabalhadores.   

 

Fique por dentro da pauta

·        Reposição da inflação e 5% de aumento real para todas as faixas salariais.

·        PLR correspondente a dois pisos salariais.

 

Agende-se

No próximo dia 1º de abril, sábado, às 10h, os trabalhadores do setor farmacêutico têm um importante compromisso: debater os rumos da Campanha Salarial 2017. O encontro será realizado na subsede da Lapa (Rua John Harrison, 175). Haverá transporte para facilitar a locomoção dos trabalhadores. Informe-se com o diretor da sua região.