Trabalhador pode receber abono salarial a partir de hoje

Quem trabalhou com carteira assinada pelo menos 30 dias em 2009 e recebeu, em média, dois salários mínimos tem direito de receber o abono salarial. O pagamento do benefício começa hoje (11) e vai até 30 de junho de 2011.

De acordo com o calendário de pagamento, os trabalhadores inscritos no Programa de Integração Social (PIS) nascidos em julho e os servidores públicos inscritos no Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), com matrícula terminada em 0 e 1, podem sacar o benefício, no valor de um salário mínimo (R$ 510), a partir desta quarta-feira. O dinheiro estará disponível nas agências da Caixa Econômica Federal (CEF) ou do Banco do Brasil (BB).

A partir do dia 18 de agosto podem sacar o PIS, nas agências da Caixa, trabalhadores nascidos em agosto e a partir do dia 25, os nascidos em setembro. Os servidores  inscritos no Pasep, com matrículas terminadas em 2 e 3, podem sacar o abono a partir do dia 17 deste mês nas agências do BB.

A expectativa do Ministério do Trabalho é de que sejam beneficiados com o abono salarial 18,4 milhões de trabalhadores,  o que representa R$ 9,4 bilhões.

O calendário completo de pagamento está na página do Ministério do Trabalho (www.mte.gov.br).

Mais informações acesse: http://agenciabrasil.ebc.com.br/home;jsessionid=602BC0448B2D4EBCC4460B0544F34D2D?p_p_id=56&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-4&p_p_col_count=6&_56_groupId=19523&_56_articleId=1017896

Amazônia perde 243 km² de floresta e desmatamento mantém tendência de queda

Em junho de 2010, a Amazônia perdeu 243,7 quilômetros quadrados (km²) de floresta, devastação 58% menor que a registrada no mesmo mês do ano passado. Os dados, divulgados hoje (9), são do sistema Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Faltando um mês para fechar o calendário oficial do desmatamento (agosto de um ano a julho de outro), os números do Deter confirmam a tendência de queda que vem sem apontada pelo governo há alguns meses. No acumulado de agosto de 2009 a junho de 2010, a área desmatada foi de 1.808 km². A soma é 49% menor que a registrada no período anterior (agosto de 2008 a junho de 2009), quando o Inpe verificou 3.536 km² a menos de floresta na região.

Os números do desmatamento mês a mês são calculados pelo sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), que monitora áreas maiores do que 25 hectares e serve para direcionar a fiscalização ambiental.

A taxa anual de desmate é calculada por outro sistema, o Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), que é mais preciso, por avaliar áreas menores. Apesar da metodologia diferente, a avaliação do Deter costuma antecipar os resultados do Prodes.

Os dados do Prodes só devem ser apresentados em novembro. Se a tendência de queda se confirmar, o governo pode chegar a um novo recorde de queda do desmatamento. Em 2009, a taxa anual de desmate calculada pelo Inpe foi de 7,4 mil km², a menor registrada em 20 anos de monitoramento.

Mais informações acesse: http://agenciabrasil.ebc.com.br/home;jsessionid=8C256F4B2847ECBACF04F8BB10350A9D?p_p_id=56&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_count=1&_56_groupId=19523&_56_articleId=1016357

O movimento dos trabalhadores pela Redução da Jornada

Há uma movimentação muito importante acontecendo entre os trabalhadores brasileiros pela Redução da Jornada de Trabalho para 40 horas, sem a redução de salários, além da conquista dos sábados livres. Essa discussão não tem como parâmetro apenas o descanso dos trabalhadores, mas também o aumento da produtividade.

Sabemos que motivados e com o devido descanso semanal os trabalhadores produzem mais e se acidentam menos. E isso já seria o suficiente para que implantássemos a Redução da Jornada o mais breve possível. O nosso Sindicato é pioneiro nessa conquista e, mesmo antes da Constituição de 1988, reduziu a Jornada de 48 para 44 horas em 1985. Mais recentemente conquistamos a redução da Jornada do Setor Farmacêutico para 40 horas.

A CUT está encarregada de levar essa discussão para a sociedade brasileira e tem mobilizado muitos companheiros de todas as categorias. Cientes disso, os trabalhadores começam a se organizar e, inclusive, greves e paralisações acontecem. Entre as reivindicações dos trabalhadores, a questão da Redução da Jornada e a conquista dos sábados livres é unânime em todas as categorias.

A Campanha Salarial do Setor Químico começa a ser planejada e, embora a pauta não esteja definida, a questão da Redução da Jornada estará como uma das principais metas. Com um grande número de contratações no Setor e aquecimento econômico, a Jornada de 40 horas não será apenas questão de justiça, mas também de bom senso entre os patrões. Pensamos que com mais trabalhadores empregados o número de consumidores é maior e isso valoriza tanto o trabalho quanto o consumo.

Nossa posição é clara pela Redução da Jornada. Só assim os trabalhadores poderão ter maior tempo para o lazer, para o descanso, para o estudo ou outra atividade que queira realizar. Por isso, a luta pela Redução da Jornada é permanente.

Trabalhadores indígenas na CUT-MS

Evanildo Terena, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de Bauru, MS e MT e José Carlos Pacheco, Secretário de Relações Sindicais da Federação Sindical dos Servidores Públicos Municipais do Estado do Mato Grosso do Sul, são dirigentes sindicais comprometidos tanto com a defesa dos direitos da classe trabalhadora quanto dos direitos dos trabalhadores indígenas que vivem fora das reservas e aldeias tuteladas pela FUNAI.

Para isso, os dois sindicalistas da etnia terena estão empenhados em organizar o coletivo dos trabalhadores e trabalhadoras das etnias dos povos de origem na CUT do Mato Grosso do Sul. O objetivo de ambos é dar maior visibilidade para as necessidades desses homens e mulheres das diversas etnias do MS, pelo menos naquilo que é específico em relação aos demais trabalhadores e trabalhadoras.

Portanto, não se trata de discutir problemas relacionados à demarcação de terra e regulamentação fundiária das etnias que vivem em reservas legais, mas de enfrentar as questões específicas desses povos no mundo do trabalho, tal como: formação profissional, emissão de documentos civis de indígenas, vagas em concursos públicos de órgãos indigenistas, promoção de concursos públicos para professores indígenas e empregos formais de qualidade.

A discriminação e a falta de oportunidades no mercado de trabalho a que estão submetidos os chamados “desaldeiados” é o que fundamenta o compromisso dos dois dirigentes com a criação de uma nova política da CUT, cujo primeiro passo é a organização do Coletivo Estadual dos Trabalhadores das Etnias dos Povos Originais da CUT-MS e, posteriormente, consolidar na CUT uma política nacional para os povos originais.

Povos Originais, o que significa essa terminologia?

Os termos índio, ameríndio e indígena têm origem no equivoco de Colombo, que imaginou ter chegado às Índias quando na verdade estava na América. Depois, de modo pejorativo, foram utilizados como sinônimos de não civilizados e inferiores em relação aos colonizadores que invadiram e ocuparam o continente americano.

Agora, a partir de resoluções de fóruns internacionais de etnias de diferentes continentes, uma nova terminologia passa a ser utilizada para substituir a forma pejorativa de tratamento imposta pelos colonizadores, POVOS ORIGINAIS.

Essa é a luta de José Carlos e Evanildo! Defender os direitos dos trabalhadores Terenas, Guató, Guarani-Kaiwá e outras etnias com o apoio das direções da CUT e do conjunto de seus militantes. Afinal, a maioria desses trabalhadores e trabalhadoras vive na informalidade, em geral, recebendo o benefício do programa bolsa família, uma renda que movimenta o comércio e a economia de muitas cidades, mas que não garante oportunidades de emprego e não prepara essa parcela da população trabalhadora para a ocupação formalizada e empregos de qualidade.

A CUT e os Trabalhadores das Etnias dos Povos Originais do Brasil

Para Evanildo e José Carlos é preciso fazer uma radiografia sindical dessa parcela da população que está fora das reservas legais, pois os direitos consagrados para o conjunto da classe trabalhadora ainda não estão ao alcance da maioria desses trabalhadores e trabalhadoras das diferentes etnias dos povos originais do Brasil.

Para os dois sindicalistas da CUT-MS, a falta de visibilidade para essa questão diz respeito ao limite do discurso usual sobre os direitos das etnias dos povos originários, que se reduz aos direitos dos que vivem em reservas legais.

Para a CUT, que nasceu das lutas de todos os trabalhadores e trabalhadoras, urbanos, rurais, brancos, negros e indígenas, é preciso superar a invisibilidade social a que estão submetidos esses trabalhadores e trabalhadoras. Assim, a luta desses companheiros, por mais específica que possa parecer, é a luta do conjunto da nossa central, que se constituiu como entidade plural, democrática e que sempre fez da solidariedade um instrumento de luta contra todas as formas de exploração e discriminação.

Mais informações acesse: http://www.cut.org.br/content/view/21671/

Colômbia: o cemitério que faz perguntas

Os cemitérios clandestinos e fossas comuns conhecidos até agora foram obra dos paramilitares, que o presidente direitista Álvaro Uribe desmobilizou parcialmente. Suas confissões em troca de vantagens jurídicas permitiram ao Ministério Público recuperar 3.299 corpos dos, pelo menos, 25.000 desaparecidos no país. A descoberta de uma vala comum gigante no município de La Macarena segue sob investigação. Em um pedaço da vala, há centenas de tabuletas numeradas: 054/09 é o morto número 54 enterrado em 2009. Nada mais do que isso. Os anos vão de 2004 até 2010. De quem são esses corpos?

Constanza Vieira, enviada especial da IPS

La Macarena, Colômbia (IPS) – A tentativa mais séria dos paramilitares de entrar neste município do centro da Colômbia foi um fracasso. Fizeram isso em 2003 protegidos pela polícia, mas os moradores, armados com paus e escopetas, os prenderam e entregaram para a Procuradoria Geral da Nação, que os encarcerou. Os combatentes de ultra-direita roubavam à saída dos bares de La Macarena, onde, previamente, a polícia havia confiscado os clientes, assinalando a seus sócios aqueles que portavam alguma riqueza. Estes clientes eram mortos pelos paramilitares e tinham seus corpos lançados no rio Guayabero.

O fato de o paramilitarismo não ter conseguido apoio neste município localizado ao sul da serra que carrega o mesmo nome, legendária por sua megabiodiversidade, dá um significado diferenciado à descoberta de uma vala comum em duas faixas em forma de L que somam cerca de 10 mil metros quadrados, numa área próxima a do cemitério do povoado. O terreno faz fronteira com a base local das brigadas móveis da chamada Força de Deslocamento Rápido (Fudra), que recebe cooperação estadunidense e combate a guerrilha de esquerda.

A Procuradoria Geral da Nação descreveu o achado como um “cemitério de pessoas não identificadas”. “Cemitério clandestino” preferem chamá-lo os parlamentares de esquerda Gloria Ramírez e Ivan Cepeda, este porta-voz do Movimento de Vítimas de Crimes de Estado.

O braço mais curto do “L” é uma fossa comum, segundo peritos estatais e outras testemunhas que hoje já não se atrevem mais a falar. Está localizada atrás de umas abóbadas baixas no lado esquerdo do cemitério. Parece que ninguém se aventura por ali, ninguém investiga, dizem que está minada e que não há nada de especial ali. Em troca, chama atenção a faixa mais larga, de aproximadamente 6.500 metros quadrados, por onde se chega a partir de um caminho reto deste a entrada do cemitério. A Procuradoria fechou o local no dia 21 de julho, quando um qualificado grupo de especialistas forenses passaram a trabalhar no setor. Ali há centenas de tabuletas numeradas: 054/09 é o morto número 54 enterrado em 2009. Nada mais do que isso. Os anos vão de 2004 até 2010.

Os cemitérios clandestinos e fossas comuns conhecidos até agora foram obra dos paramilitares, que o presidente direitista Álvaro Uribe desmobilizou parcialmente. Suas confissões em troca de vantagens jurídicas permitiram ao Ministério Público recuperar 3.299 corpos dos, pelo menos, 25.000 desaparecidos no país. Soube-se da existência do anexo do cemitério de La Macarena há um ano, por meio de um artigo publicado no semanário regional Llano 7 Días, do jornal El Tiempo, de Bogotá. De 2002 até julho de 2009, reconheciam então as autoridades, o exército havia enterrado ali 564 cadáveres, todos eles reportados como guerrilheiros mortos em combate. Cerca de 71% dos corpos permanecia sem identificação.

Tudo começou pela água

Os habitantes do bairro Colinas, a uns 200 metros do cemitério, notaram em junho de 2008 que a água saía com mau cheiro e com sabores putrefatos dos poços profundos de onde ela é extraída no verão. Ao examinar o motivo, a população descobriu que o desagradável assunto vinha do cemitério. “Esses foram os primeiros indícios”, disse a IPS o advogado penalista Ramiro Orjuela, com vínculos familiares e profissionais na região. Desde 2004, “helicópteros traziam para cá corpos e mais corpos, abriam uma vala com uma retroescavadeira e atiravam esses corpos ali. O povo aqui de La Macarena sabe disso”, acrescentou.

Isso não era uma surpresa para os macarenenses. Ao fim e ao cabo, La Macarena vê a guerra passar desde 1950, 14 anos do surgimento das insurgentes Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). O município integrou a zona desmilitarizada onde o governo de Andrés Pastrana (1998-2002) manteve um diálogo de três anos com a guerrilha (diálogo que acabou fracassando no final). Após essa tentativa, o exército retomou os 42 mil quilômetros quadrados do santuário, incluídos os 11.229 que envolvem La Macarena. Desde então, todos os dias os habitantes viam chegar ao cemitério os corpos de supostos guerrilheiros. Os cadáveres eram amontoados em sacos pretos. E, logo em seguida, as fossas eram escavadas. Todo mundo sabia disso.

Assim, o caso da água não foi levantado com uma segunda intenção: “Não acreditavam que se tratava de algo grave, mas sim de uma coisa normal. E resultou que era grave, sim”, observou o advogado. Os militares disseram a Llano 7 Días que não temiam uma investigação. A Polícia teria feito um levantamento legal sobre cada corpo, identificando a arma que portava e a roupa camuflada que vestia, procedimento, garantiram os militares, que teve o aval da Procuradoria. Mas nesta região, na prática, a justiça penal militar tornou-se civil. Os promotores, segundo uma fonte da Igreja Católica, seriam militares da reserva ou em vias de se aposentar que hoje atuam sob as ordens do comandante militar, um equivalente da Polícia, efeito do programa piloto cívico-militar denominado Plano de Consolidação Integral de La Macarena, emitido em 2004.

Orjuela não atribui responsabilidades nem adianta acusação alguma. Só pede que as autoridades investiguem. “Não temos nenhum outro meio de prova que não aquilo que nos diz a comunidade”, disse a IPS. “Eles contam para alguém, mas depois não confirmam o depoimento porque têm medo”, assinalou. Assim que Orjuela e um grupo defensor dos direitos humanos enviaram petições ao Ministério Público e à Procuradoria, esta última fez uma inspeção no local e produziu um informe que permanece oculto ao público.
Baseada neste informe, a Direção Nacional de Investigações Especiais da Procuradoria respondeu em fevereiro que seu objetivo era “alcançar a plena identidade dos aproximadamente 2.000 corpos”, para o que esperava criar “um laboratório especializado de identificação” em La Macarena, junto com outras instituições. O Ministério Público, em troca, não respondeu por escrito. Em meados de julho deste ano relatou a Orjuela e a senadora Ramírez, organizadora de uma audiência pública do Senado em La Macarena no dia 22 de agosto, que até esse momento havia “detectado” 449 corpos. Também confirmou que “em 100% dos casos esses corpos tinham sido trazidos pelo exército. Todos. Não há um único que não”, segundo Orjuela.

Em meio a fortes xingamentos dirigidos contra os organizadores da audiência pública, o governo de Uribe insiste que todos são guerrilheiros mortos em combate e levados para lá. Orjuela adverte: “Isso é possível. Mas não todos”. É que 449 guerrilheiros equivalem a três ou quatro frentes das FARC. Como a guerrilha permanece atuante na região, “então quem são esses 400 e tantos mortos?”, pergunta.

O jesuíta Banco de Dados sobre Direitos Humanos e Violência Política tem testemunhos sobre 79 civis desaparecidos em La Macarena e municípios vizinhos. Há 25 casos documentados sobre supostas execuções extrajudiciais cometidas pelo Exército. Por enquanto, o Ministério Público identificou cinco civis reportados como desaparecidos e que já foram devolvidos às duas famílias. Há outros 37 corpos em processo de identificação. Os demais permanecem perguntando.

Mais informações acesse: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16850

A história da TVT, primeiro canal aberto dos trabalhadores

Na reportagem de capa, Vitor Nuzzi conta como foi a conquista da TVT, primeiro canal da televisão aberta obtido por concessão pública para uma entidade dos trabalhadores. O projeto entra no ar em 23 de agosto, premiando 23 anos de persistência, numa batalha iniciada em 1987 pelos metalúrgicos do ABC e que hoje agrega sindicatos de várias categorias.

A expectativa é de que a TVT expanda para esse meio eletrônico a comunicação de massa inovadora que tem passado pelos blogs, as redes sociais, o amadurecimento dos produtos alternativos e a evolução de projetos como a própria Revista do Brasil e as experiências de rádio, jornais impressos e internet, agregados na Rede Brasil Atual.

Não por acaso, todos produtos da união de entidades dos trabalhadores que fazem da informação um dos expoentes do conceito de sindicato cidadão.

Na entrevista do mês, o professor Venício Artur de Lima desmonta o discurso da tradicional imprensa comercial, que se habituou a rotular como “ameaça à liberdade de imprensa” qualquer sinal de controle de abusos por parte da sociedade.

Ainda tendo a crítica da mídia como pano de fundo, uma outra reportagem recorre ao recente noticiário policial para expor a velha e indecente prática de alguns grandes veículos de transformar em espetáculo casos de terror e violência contra a mulher.

Mauro Santayana aborda a decadência dos jornais impressos e a dificuldade de se adaptarem aos novos tempos e aos leitores do século 21. “Eta cabeças velhas, reacionárias, destas chamadas elites e formadores de opinião do Brasil”, diria o velho Aloysio Biondi, cujos dez anos de ausência também são lembrados na edição.

A repórter Cida de Oliveira traz um amplo painel avaliando os problemas e as virtudes do ensino técnico e profissionalizante e seu potencial de influenciar na formação de cidadãos socialmente incluídos e esclarecidos.

Numa história muito instigante e com belas imagens do grupo brasiliense Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro, Patrícia Bonilha descreve o potencial da cultura popular de criar mitos e tradições que ficarão para as futuras gerações do Planalto Central.

O plano de metas da Secretaria de Assuntos Estratégicos – elaborado com base em discussões e sugestões de todos os setores da sociedade sobre o país que o Brasil pode ser em 2022, bicentenário da independência – também é destaque da publicação.

E se no mundo de hoje tudo se transforma, nem o futebol fica de fora desse fenômeno, como você verá em uma saborosa análise de Renato Pompeu. A Revista do Brasil de agosto começa a ser distribuída a partir da próxima semana.


Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/revistas/50/a-historia-da-tvt-primeiro-canal-aberto-dos-trabalhado

Biocombustíveis num planeta ameaçado: o instável protagonismo brasileiro

Enquanto o mundo desenvolvido move-se a passos de tartaruga, resistindo e empurrando para o futuro distante as necessárias mudanças em seus portfólios de emissões, o Brasil tem um trunfo significativo: é o primeiro e único Pais do mundo que terá mais de 50% de sua frota de veículos queimando combustíveis renováveis já no inicio do novo período do acordo climático (a partir 2012 quando termina Kyoto). Sabemos que este protagonismo verde não surgiu de preocupações climáticas, não obstante ele nos coloca agora em posição menos desconfortável. Sorte do acaso ou motivo para ufanismo? Os motores flex são certamente uma solução criativa e barata que permitiu a consolidação do etanol como combustível viável apesar da natureza oscilante da sua produção em safras. E a indisputável eficiência na produção Brasileira de etanol de cana soma-se como argumento tentador para nos vermos seguros no pódio dos vencedores. Mas será que este ciclo vai durar e consolidar o Brasil como uma Arábia Saudita verde dos combustíveis renováveis?

Analisemos o prodígio da bioenergia brasileira sob a luz fria da grave realidade climática. O primeiro problema é uma aritmética de volumes e áreas que não fecha. Enquanto for somente a frota brasileira, parece que teremos terra suficiente para continuar queimando etanol e biodiesel sem ameaçar a Amazônia nem o cultivo de alimentos. Mas para catapultar os biocombustíveis no combate às emissões em escala mundial (que é a única escala que conta quando se fala de mitigar as mudanças climáticas) seria necessária a substituição do petróleo, uma possibilidade que demandaria mais terra para cultivo do que existem solos aráveis em toda a Terra. Por conta desta constatação muitas vozes se levantaram contra os biocombustíveis. Entretanto, as criticas se concentram na produção e olvidam as tecnologias na ponta do consumo. Os motores de combustão interna a pistão foram inventados há mais de 100 anos, permanecendo inalterados em sua concepção geral. Apesar dos numerosos componentes sofisticados num motor moderno, a eficiência na conversão ainda é abissal: mais de 80% da energia liberada na combustão termina obscenamente dissipada como calor na atmosfera. Compare-se essa eficiência com a de um veiculo elétrico: mais de 90% da energia acumulada nas baterias transforma-se silenciosamente em energia cinética de movimento.

Apesar da dominância no mundo dos “beberrões”, dezenas de protótipos alternativos de motores eficientes e mais simples foram demonstrados ao longo dos anos (motores cerâmicos sem arrefecimento, motores radiais com pistões rotativos, motores de 6 tempos com injeção alternada de água, turbinas, etc.). Além destes, surgiram mais recentemente sistemas híbridos que combinam a tração elétrica (com baterias) a um gerador com pequeno motor a combustão que permite grandes autonomias (um protótipo do Mini roda 1500 km com um tanque de gasolina). Isso sem falar na solução maior em termos de eficiência: células de combustível que possam extrair o hidrogênio diretamente do etanol (ou gasolina), sem qualquer combustão, e produzir eletricidade para alimentar motores elétricos. O pano de fundo é que se toda a energia química contida no biocombustível fosse eficientemente aproveitada isso equivaleria a reduzir a área requerida de cultivo para um quarto ou menos da área hoje necessária. Já sabemos que os biocombustíveis somente poderão ser considerados seriamente na arena climática quando seu cultivo não ameaçar os biomas e seus serviços ambientais, também vitais para o clima, nem a produção de alimentos. Novos motores e soluções eficientes são, portanto, partes inseparáveis da equação dos bicombustíveis no contexto das mudanças climáticas. Percebendo esta inevitabilidade climática, parece que não existe uma montadora grande no mundo que não esteja ofegante na corrida para a construção dos novos veículos híbridos ou elétricos puros que possam salvar o clima e também seus próprios negócios. O que será dos biocombustíveis neste contexto instável e de rápida transformação tecnológica? Se permanecermos apegados as tecnologias velhas pode ocorrer o mesmo que passou com o disco de vinil e a fita de videocassete depois do CD e do DVD. Como na ficção que se torna realidade, quem se importará com o etanol se tiver um carro movido a energia nuclear parado na garagem?

Outra tecnologia velha que tem seus dias contados é a produção de etanol apenas da sacarose, sem aproveitar os carboidratos abundantes presos em cadeias maiores como na celulose do bagaço e da palhada. E este tópico é motivo para outra corrida tecnológica em curso no mundo, com centenas de grupos nas melhores universidades, institutos de pesquisa e laboratórios privados buscando desenvolver patentes sobre a quebra enzimática da celulose. Um cofre (celulose) pode ser aberto de duas formas, com explosivos (digestão ácida) ou com o segredo (quebra enzimática, aquilo que todos os organismos herbívoros, xilófagos e decompositores sabem fazer com maestria e incrível eficiência). Enquanto lá fora já registram muitas patentes na segunda modalidade, no Brasil engatinha-se. Será que o líder tecnológico na produção de etanol de cana se verá em poucos anos reduzido a condição de pagador de royalties? E quando a celulose dos resíduos agrícolas locais gerarem biocombustíveis a preços competitivos, como continuar no páreo mundial considerando os custos de transporte?

A mensagem aqui, portanto, é clara: o etanol produzido a partir de açúcares da cana (uma tecnologia que em essência não mudou muito desde as capitanias hereditárias) para motores a pistão (cuja tecnologia tampouco mudou muito desde o século 19) tem um espaço precioso como auxiliar na transição energética do mundo. Mas numa época de brutal quebra de paradigmas não devemos esperar que esse etanol de hoje torne-se o salvador do clima nem da lavoura amanhã. O Brasil mostrou ser o melhor neste negócio, com as aperfeiçoadas e sofisticadas tecnologias de ontem. Estará preparado para ser também um vencedor nos próximos negócios que virão, quando o terremoto climático em curso acelerar a produção em série de descobertas e implementações tecnológicas revolucionárias?

Para evitar que o bonde da historia nos pegue de calças curtas na condição de obsolescência e inadequação para um novo mercado ultra verde que vem por aí, manda a boa providencia que nos antecipemos. Pelo lado de quem produz, o etanol de celulose é só o começo. Métodos novos de conversão química ou bioquímica da biomassa devem levar a combustíveis de maior densidade energética. Quanto mais litros por hectare e mais energia por litro tanto menor a área plantada, menor o impacto nos biomas, maior o efeito benéfico para o clima e por conseqüência mais populares se tornarão os biocombustíveis. Pelo lado da aplicação, produzir motores de combustão interna mais eficientes, mais simples e mais baratos que os atuais é o mínimo ético para começar, dada as muitas soluções tecnológicas existentes, todas completamente ao alcance das montadoras que tiverem juízo. Mas o pulo do gato será qualificar tecnologicamente os biocombustíveis para se tornarem alternativas viáveis, seguras e vantajosas às baterias nas diversas variantes de veículos elétricos ou mesmo contribuírem como fonte de energia complementar nos novos veículos híbridos. Se soubermos inovar, e enquanto não chegarem os carros da famíliaJetson movidos a flúons, o futuro dos biocombustíveis tem tudo para ser brilhante.

Mais informações acesse: http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/biocombustiveis-num-planeta-ameacado-o-instavel-protagonismo-brasileiro-2

A Rede Globo ataca novamente

Reportagem anunciada como a “grande” da noite, fechando o programa deste domingo, dia 1° de agosto. Aparentemente uma ótima reportagem, onde repórteres se fizeram passar por um casal “grávido”, em busca de abortar um feto de quatro semanas. Quem não viu, pode ler o texto da matéria, ou ver o vídeo do programa no link.

Os fatos ocorridos com as mulheres são reais, a existência de tais clínicas, sabemos até de histórias piores que acontecem por aí. Mas por que eles não mostraram nenhuma clínica de “madame”, aquelas na zona sul do Rio de Janeiro ou nos bairros da burguesia de São Paulo? Quantos médicos particulares de senhoras abastadas não resolvem eles mesmos os problemas delas e de suas jovens filhas, sem que ninguém saiba?? Porque é a serviço da hipocrisia que o capital aprimora, e a humanidade valoriza, a desigualdade social, que faz serem bem poucos os detentores de direitos, subtraídos à maioria.

Ora, o aborto espontâneo já foi coisa muito mais comum, e o aborto provocado existe desde que a mulher entendeu como ficava grávida e como nascem os bebês. Os mais diversos chás e preparados, a perfuração da bolsa, a bombinha para injetar água com algum produto e “lavar” o colo do útero, são métodos seculares utilizados pelas mulheres. E a grande maioria era de mulheres casadas, que não podiam ou não queriam ter mais filhos; muitas incentivadas pelos maridos, mas sempre com a ajuda de mulheres amigas.

Afinal, os homens querem controlar os corpos das mulheres e mandar neles e em sua prole, e para isso criaram Estados, legislações e fundamentalismos. Inventaram as bases para justificar guerras, escravidão, propriedade privada. Mas a solução para os problemas mais importantes da vida, as questões relacionadas de verdade com a qualidade da vida e sua reprodução, saúde, filhos, sempre foram encargos das mulheres. A visão feminista, a Globo nunca vai divulgar.

Esconderam a linha editorial

É preciso ver o programa inteiro, pois o texto que circula está incompleto e esconde a apresentação e fechamento da reportagem, lidos pelos apresentadores – Zeca Camargo e Patrícia Poeta -, onde fica clara o eixo real da edição. “Você vai ver porque o aborto realizado CONTRA A LEI é um grave problema de saúde pública”, anuncia Zeca. “Reportagem especial mostra que mais de 5 milhões de mulheres já fizeram aborto pelo menos uma vez”, anuncia a apresentadora, “e muitas vezes TEM QUE SER SOCORRIDAS em hospitais públicos, por causa de procedimentos mal feitos”.

“Clínicas CLANDESTINAS mal aparelhadas funcionam abertamente em várias cidades do país”, nos “conta” o apresentador. “Numa delas flagramos POLICIAIS MILITARES, FARDADOS, trabalhando de seguranças!!” Com métodos jornalísticos considerados escusos em outros assuntos, o “casal” de repórteres obtem toda a explicação do médico de como funciona o processo. Ah! Como seria bom se toda mulher que está desesperada com uma gravidez, e decidisse recorrer ao aborto, tivesse tanta atenção no atendimento!

A pouca abrangência da matéria, selecionando as clínicas e as cidades apresentadas, revela o alto gráu de hipocrisia da maior rede de televisão brasileira. A recepcionista/enfermeira é tratada com ironia na matéria, por explicar “como se fosse médica”, apesar dela dizer que acompanha as cirurgias. Será que a Globo não desconfia que as mulheres sempre se socorreram, que historicamente as mulheres só contam com a solidariedade de outras mulheres?

Por que escolheram Belém, a capital do Pará, e a Clínica Cemego para a matéria? A quem eles querem prejudicar mostrando PMs fazendo um bico de segurança, coisa que é altamente comum em todo o tipo de comércio e até residências, em várias cidades brasileiras? Por que estiveram também no Rio de Janeiro, mas numa clínica do bairro de Bonsucesso!! Por que não “descobriram” algum consultório ou hospital no Leblon, Ipanema, Botafogo??!!! Por que não investigaram como esses locais – necessários para as mulheres – sobrevivem fora da lei?

Ao mesmo tempo que denunciam, escolhem clínicas que cobram preços mais populares, embora o custo no Rio de Janeiro seja o dobro do de Belém (800/400) para o procedimento clínico mais simples de fazer um aborto. Sabemos que esse custo costuma ser pelo menos quatro vezes mais, em clínicas sofisticadas e mais seguras. Na verdade, a matéria colocou essas clínicas e profissionais na mira da legislação atrasada que temos, mas protegeu as clínicas mais caras, que só atendem as filhas dos mais ricos.

Culpabilização e ameaças pela mídia privatizada

O link com a morte por abortamento é feito com a história de uma jovem de Fortaleza que teve os órgãos perfurados. As ameaças e os riscos que correm as mulheres nas clínicas inseguras, sempre em bairros populares, são fartamente exibidos, assim como as salas cheias de grávidas à espera, seja em Belém, Rio ou Salvador. Na Santa Casa de Misericórdia de Belém a reportagem obtem dado, semelhante ao de outras capitais: só naquele hospital, 300 pacientes são atendidas por mês por decorrência de aborto, algumas com muita hemorragia, depois de viajar pelos rios por muitas horas; muitas morrem, informam.

Para nós, o alto índice de mortes de mulheres devido a gravidez indesejada é tão preocupante quanto o da violência contra a mulher. São dois lados da mesma moeda. Mas a Rede Globo nunca quer ouvir o outro lado. O Fantástico ironizou os médicos, mas principalmente as atendentes, pelo clima amistoso e afável com que recebem as pacientes. Ao se referir de maneira cínica ao tratamento carinhoso que a sua produtora – fantasiada de jornalista e fingindo-se de grávida – recebeu da ajudante do médico no Rio, os editores da matéria global mostram o desconhecimento de como isso é fundamental para a mulher naquele momento!!!

Punição às mulheres, punição à desobediência da lei, pede a Globo quando não ouve outros lados. Na matéria, as ameaças começam na entrevista com representante do Conselho Federal de Medicina. O famoso remédio “Citotec”, o abortivo mais utilizado e facilmente encontrável “clandestinamente” até pela internet, também é alvo de investigação da Globo. Por meio dos camelôs de Belém e de Salvador! Nós vimos o que deu a matéria sobre a clínica em Mato Grosso do Sul!

Misto de ameaças pelo medo e pela culpabilização, a matéria do Fantástico provavelmente já se tornou outro iniciador de mais criminalização das mulheres e dos profissionais das clínicas que as socorrem em momento tão difícil. Em seu finalzinho, a matéria fornece dados de recentes pesquisas realizadas por universidades, que apenas confirmam os números que estamos cansadas de divulgar e também que “não há nada de particular nas mulheres que fazem aborto”, nas palavras de uma docente da UNB.

Questão de saúde pública todos já sabemos, declarado inclusive pelo próprio Ministro da Saúde. O SUS atende em média 230 mil mulheres por ano devido a complicações de aborto, também sabemos. As mulheres passam pelo aborto em situação de grande sofrimento emocional, geralmente sem apoio do parceiro na gravidez, e são maltratadas no atendimento médico, culpabilizadas de todas as maneiras. Mas a Globo e os valores hipócritas dominantes querem a criminalização das mulheres, por meio das novelas e agora do noticiário. É só acompanharmos os próximos passos.

A matéria foi preparada durante a copa do mundo, mas apenas depois de mostrada, os apresentadores dão as informações recentes. “A Corregedoria da PM do Pará já identificou os policiais que trabalham na clínica”, diz ele. “E a Polícia Civil abriu inquérito para investigar as clínicas”, fecha solenemente o Fantástico, Patrícia Poeta.

O movimento feminista já viu esse mesmo filme. Em 10 de abril de 2007, quando depois de uma matéria global, entrevistando a médica Neide Mota Machado, dona da Clínica Planejamento Familiar, começou um processo de criminalização que chegou a envolver quase 10 mil mulheres, terminando com a condenação de várias delas e o suicído da médica. As feministas denunciam constantemente a mercantilização das mulheres na mídia e agora tem que conviver com a criminalização daquelas que ousam ser autonômas em relação a seu corpo, e que não tem dinheiro suficiente para não correrem risco. Basta de hipocrisia! Basta de privatização da comunicação, queremos liberdade de expressão e justiça!

Mais informações acesse: http://carosamigos.terra.com.br/

IBGE: produção industrial caiu em junho em nove dos 14 locais pesquisados

A produção industrial caiu em junho em nove dos 14 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na comparação com o mês anterior. Em sete locais, a queda foi superior à média nacional, de -1,O%.

Segundo dados apresentados hoje (6) pelo instituto, os principais resultados negativos foram registradas em Goiás (-9,2%) e na Bahia (-6%), seguidos pela Região Nordeste (-3,5%), por Minas Gerais (-3,3%), Pernambuco (-2,3%), Santa Catarina (-2,1%) e pelo Paraná (-1,7%).

São Paulo (-0,6%) e o Pará (-0,3%) registraram queda abaixo da média nacional. No Rio de Janeiro, a produção industrial se manteve estável. Apenas quatro áreas registraram crescimento no setor: Espírito Santo (4,9%), Amazonas (2,4%), Rio Grande do Sul (1,5%) e Ceará (0,7%).

O IBGE informa, no entanto, que os resultados de junho mostraram um quadro positivo para a produção industrial regional no fechamento do primeiro semestre de 2010. A expansão da atividade no âmbito nacional nos primeiros seis meses de 2010 (16,2%) alcançou os 14 locais pesquisados. Em oito deles, a expansão superou a média do país, com destaque para o Espírito Santo (36,9%) e Amazonas (28,2%), seguidos por Minas Gerais (22,4%), Goiás (21,1%), pelo Paraná (19,6%), por Pernambuco (18%) e pelo Ceará (17,1%).

Nesses locais, o IBGE atribui o bom desempenho aos setores produtores de bens de capital e de bens de consumo duráveis (automóveis e eletrodomésticos) e às atividades associadas às commodities exportadas (minérios de ferro e siderurgia).

As demais áreas que apresentaram resultados positivos foram São Paulo (15,3%), a Região Nordeste (14,1%), Bahia (13,7%), Santa Catarina (12,3%), o Rio Grande do Sul (11,3%), Rio de Janeiro (10,8%) e Pará (8,8%).

Todos os locais também registraram taxas positivas na comparação entre o segundo trimestre de 2010 e igual período de 2009. Na média nacional, a atividade industrial mostrou diminuição no ritmo de crescimento na passagem dos três primeiros meses de 2010 (18,2%) para o segundo trimestre do ano (14,3%).

Mais informações acesse: http://agenciabrasil.ebc.com.br/home;jsessionid=20366F34324E7CFB02CA9FD836696E95?p_p_id=56&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_count=1&_56_groupId=19523&_56_articleId=1014660

Vitória dos trabalhadores e trabalhadoras

O Programa Cobertura Previdênciária Estimada – COPES,  também conhecida como DATA CERTA ou ALTAS PROGRAMADAS  chega ao seu final depois de quase seis anos em vigor. Instituidaatravés das ordens de serviço 125 e 130/2005,  tinha como objetivo diminuir as filas nos postos de atendimento e  garantir maior resolutividade na realização das perícias. Porém,  o que se viu ao longo dos anos foi uma série de distorções e injustiças contra contra os trabalhadores  e trabalhadoras,  vítimas de doenças e acidentes de trabalho. Vejamos algumas delas:

  • Altas precoces  sem que os trabalhadores/as  tenham condições de retornar para o trabalho;
  • Ausência de reabilitação profissional nos casos das altas antecipadas;
  • Desrespeito dos laudos elaborados pelos médicos assistentes
  • Perda de direitos dos benefícios previdenciários;
  • Outros…

O fato é que as  decisões periciais do INSS através da COPES não tinham nada de resolutivo e conclusivo, pelo contrário obrigava o trabalhador a viver em constante  humilhação, sofrimento e riscos de perda do emprego,  além de assistir o constante desrespeito pericial com os laudos dos médicos assistentes.

Ainda em 2005 a 3ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador aprovou resolução exigindo a suspensão imediata do Programa Data Certa/COPES.

A CUT e entidades filiadas foram a luta com várias manifestações em vários Estados do país e  ações na justiça federal exigindo o fim da COPES. Em junho de 2006,  no 9ºCONCUT,  os trabalhadores e trabalhadoras votaram resolução contra a COPES  e exigiram a contratação imediata de peritos para o INSS.

Por força de decisão da  justiça  que determina o cumprimento da setença da  Ação Civil Pública – ACP Nº 2005.33.00.020219-8, o INSS define novas regras que põe fim a Cobertura Previdenciária Estimada – COPES. O desfecho é resultado de inúmeras ações na justiça federal movidas pelas entidades sindicais desde o início da implantação do programa, no sentido de garantir os direitos dos trabalhadores/as aos benefícios previdenciários.

A resolução (INSS/PRES Nº 97, de 19/07/2010 – DOU 20/07/2010, em anexo, orienta e assegura quanto aos direitos dos segurados que receberem os devidos benefícios previdenciários por ocasião de pedido de prorrogação – PP em caso de altas médicas determinada pelo INSS, inclusive aqueles decorrentes de acidentes de trabalho, até o julgamento do pedido após a realização de novo exame médico pericial. Mantido apenas o prazo de 15 dias antes do término do benefício para entrar com recurso.

É importante que todas as entidades sindicais CUTistas tomem conhecimento e divulguem nos boletins sindicais e junto às categorias de base a nova resolução para que os direitos dos trabalhadores/as sejam garantidos, inclusive aqueles decorrentes de doenças e acidentes de trabalho.