Aneel substituirá 60 milhões de aparelhos de medição de energia

O prejuízo anual causado por perdas de energia no Brasil passa de R$ 6 bilhões, podendo chegar a  R$ 8,1 bilhões se forem contabilizados os impostos que deixam de ser arrecadados. Isso corresponde a 5,8% de toda a energia que é produzida no país.

A fim de amenizar esse problema, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pretende substituir 60 milhões de aparelhos de medição em todo o país. Dependendo do modelo a ser adotado, a medição passará a ser feita a distância, sem a necessidade de a empresa deslocar um funcionário até o local para fazer a leitura.

“Estamos finalizando os estudos que indicarão o padrão dos equipamentos a serem adotados. Eles certamente passarão a ter um sistema de comunicação por faixa de rádio que possibilitará a leitura remota. Além disso, informarão sobre eventuais interrupções [do fornecimento de energia] e indicarão o nível de qualidade do serviço, com a possibilidade de registrar as variações de tensão da energia fornecida”, explicou hoje (19) à Agência Brasil o diretor-geral da Aneel, Nelson Hübner.

De acordo com ele, a definição do padrão de equipamento deve ser concluída até o fim do primeiro trimestre de 2011. “Ainda em 2010 definiremos os papéis [de cada entidade envolvida nesse processo] e pretendemos começar a mudar os equipamentos em 2011 para, em 2012, com a experiência adquirida, o plano já estar estruturado”, disse o diretor da Aneel.

“Será necessário encontrar formas de viabilizar a fabricação de todo esse equipamento, adaptando a indústria nacional à demanda que surgirá”, acrescentou.  Hübner adiantou que entre as medidas de apoio que podem ser adotadas estão benefícios fiscais e financiamentos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A expectativa da agência é de que todo o processo de substituição dos medidores de energia leve entre seis e dez anos. Mas esse prazo, segundo Hübner, pode ser reduzido caso a adaptação dos fabricantes seja bem-sucedida.

“Nossa previsão é de que cada novo relógio custará entre R$ 200 e R$ 400, valor que varia em função do nível de sofisticação do equipamento”, disse o diretor.

Hübner participou da abertura do seminário internacional Perdas em Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica, que está sendo realizado até amanhã (20) em Brasília.

Durante o evento, ele disse que há casos de empresas cujo desperdício de energia beira 40%, fato confirmado pelo secretário executivo da Comissão de Integração Energética Regional (Bracier) e assessor da Eletrobras, Antônio Carlos Marques de Menezes.

“Este problema [de perda de energia] afeta todos os países da América Latina. No Rio de Janeiro, o índice de perda chega a 38%, enquanto em Manaus (AM) passa de 40%”, afirmou Menezes à Agência Brasil.

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Biblioteca do DF é referência internacional na inclusão de deficientes visuais

Quando perdeu a visão, o aposentado Francisco de Paula, 62 anos, passava a maior parte do tempo em casa, deprimido. Agora, faz aulas de informática, inglês, fotografia, dança e reciclagem de leitura em braille. As atividades que ele desenvolve agora, de segunda a sexta-feira, o fizeram “ressurgir e descobrir uma nova vida”. Elas ocorrem na Biblioteca Braille Dorina Nowill, em Taguatinga, no Distrito Federal.

“Isso preenche meus dias e me sinto feliz com a companhia das pessoas que têm a mesma deficiência que eu, dos professores e dos voluntários”, conta. Um de seus colegas é o aposentado Napoleão Queiroz, 51 anos, que participa da dançaterapia e das aulas de informática. “Estou aprendendo coisas que pensava que não seria capaz de fazer”, diz.
 

A Biblioteca Dorina Nowill atende todo mês, em média, 80 deficientes visuais como Francisco e Napoleão. Além dos adultos, que buscam o resgate da autoestima, há jovens que frequentam o ensino regular e fazem aulas de reforço. Os voluntários leem textos e exercícios das apostilas escolares, impressas em tinta, e tiram dúvidas do conteúdo. “É bom saber que posso ajudar e me sentir útil”, afirma a voluntária Valéria Freitas, 24 anos, estudante, que dá aulas de reforço de inglês e biologia.

A biblioteca também promove a ressocialização de seus frequentadores. “Idosos que ficaram cegos e deprimidos em casa se sentem inseridos novamente na sociedade. Juntos, eles se sentem iguais”, afirma a professora e funcionária da instituição Maria Ildérica. “Há uma preparação para o mundo lá fora. Muitos se sentem estimulados a voltar a estudar ou trabalhar. Ninguém segura o deficiente quando ele sente esse gostinho de voltar à vida”, completa a fundadora da biblioteca, Dinorá Couto Cançado.

Outra atividade é a alfabetização em braille. A biblioteca empresta aproximadamente 2 mil obras literárias e didáticas em braille. Há também livros impressos em tinta, que podem ser gravados em áudio por voluntários ou apresentados em rodas de leitura. Segundo Dinorá, a biblioteca tornou-se referência nacional e mundial pelo seu trabalho literário e social. Com frequência, ela é convidada para participar de congressos, seminário e cursos em vários países.

Amanhã (20), às 20h, ela estará no estande do Plano Nacional do Livro e Leitura, na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, para debater o projeto Luz e Autor em Braille. Dinorá vai contar como foram os encontros de autores com deficientes visuais na biblioteca durante cinco anos, de 1995 a 2000. O projeto consistia em permitir uma conversa entre autores e leitores para, a partir daí, os deficientes visuais escreverem um texto inspirado no escritor. O texto podia ser uma crônica, poesia ou até música. As produções foram reunidas na coletânea Revelando Autores em Braille, publicada em 2001.

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Rádios comunitárias protestam nesta 5ª contra criminalização em Campinas

As rádios comunitárias de Campinas realizam, nesta quinta-feira (19), um ato público em favor da democratização da comunicação. O protesto, idealizado pela Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço), defende a liberdade de expressão e a luta contra o monopólio da comunicação nas mãos de poucas famílias. A concentração começa às 11h, em Sumaré, e às 12h30 no Largo do Pará.

Segundo os ativistas, as rádios comunitárias no Brasil são vistas frequentemente como “piratas”, que roubam sinais da aviação e comumente são deixadas à marginalidade. A Abraço defende que, com a legalização, as emissoras seriam importantes instrumentos que valorizam o social e a cultura local.

“As rádios comunitárias não aceitam a inoperância do Estado no impedimento de suas funções, mas sabem que em contrapartida são bem ágeis quando o assunto é a criminalização”, afirmou Jerry Oliveira, representante da Abraço na região de Campinas.

Segundo Oliveira, os participantes defendem a desburocratização para o registro das rádios existentes e abertura de novas, a discriminalização da radiodifusão comunitária sem licença e a retirada dos processos contra quase 20 mil rádios locais, que tramitam hoje no Brasil.

As leis de comunicação no país põem em xeque a ordem e a qualidade da radiodifusão, na visão do movimento. “O governo só é eficiente para taxar rádios como criminosas, mas não entendem que é muito mais barato a regulamentação e fiscalização das concessões”, defende Oliveira.

No tratamento de conglomerados da comunicação, o poder público tem outra conduta. Segundo a entidade, rádios operadas por grandes grupos continuam funcionando mesmo tendo suas outorgas vencidas e sem registro – operadas por meio de licenças precárias, obtidas na Justiça.

“Apuramos que 50,2% das autorizações estão nas mãos de políticos, ou seja, as concessões que poderiam estar nas mãos da comunidade e usadas em favor da população, estão sendo usadas apenas com funções eleitoreiras”, protesta Oliveira.

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Adolescentes são aconselhados a baixar o volume de seus iPods

Os adolescentes usuários de iPod receberam recomendação para reduzirem o volume em seus tocadores de música, após um estudo realizado nos Estados Unidos constatar que os problemas auditivos entre os jovens haviam aumentado em quase 30 por cento nos últimos 15 anos.

O estudo publicado pelo Journal of the American Medical Association compara pesquisas nacionais do começo dos anos 90 e meados dos anos 2000. Cada uma delas incluía apenas alguns milhares de adolescentes com idade de 12 a 19 anos, mas sua composição foi determinada para representar todo o país.

Na primeira pesquisa, profissionais treinados constataram que cerca de 15 por cento dos adolescentes tinham certo grau de perda auditiva. Passados 15 anos, essa proporção havia crescido em um terço, para aproximadamente 20 por cento.

“Isso significa que em cada sala de aula existem alguns estudantes com problemas auditivos”, disse o Dr. Josef Shargorodsky, pesquisador no Brigham and Women’s Hospital, em Boston, à Reuters Health.

“Os adolescentes realmente subestimam o barulho a qual estão expostos. Muitas vezes o indivíduo não percebe, mas até mesmo uma ligeira perda de audição pode conduzir a diferenças em desenvolvimento de linguagem e aprendizado”, explicou.

O estudo constatou que a maior parte da perda de audição era registrada em apenas um ouvido, mas que as dimensões da perda estavam se agravando.

Embora a perda seja em geral modesta, cinco por cento dos adolescentes tinham problemas mais pronunciados – uma alta de 50 por cento ante a pesquisa anterior.

Shargorodsky se declarou surpreso pelas novas constatações.

Ele disse que o melhor tratamento médico para infecções de ouvido -uma das causas comuns de perda de audição- deveria em tese ter conduzido a uma redução no número de casos.

Os pesquisadores não apontaram os iPods ou outros tocadores de música como causa do problema crescente.

Disseram que os motivos da alta eram incertos, já que os adolescentes declararam não haver mudanças quando questionados sobre exposição a ruídos (no trabalho ou lazer, por exemplo).

Alison Grimes, diretora da clínica audiológica do Ronald Reagan-UCLA Medical Center, em Los Angeles, disse que embora não esteja claro que a culpa é dos eletrônicos musicais, reduzir o volume e não ouvi-los continuamente seria ainda assim uma boa ideia.

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SP registra déficit de 33% no número de médicos em hospitais municipais

Relatório da Autarquia Municipal Hospitalar da capital paulista aponta que os hospitais administrados pela prefeitura trabalham com déficit de 33% no número de médicos. O levantamento de agosto deste ano, realizado pelo órgão que gerencia os hospitais da prefeitura, contabilizou que do quadro previsto de 4.015 médicos, 1.341 postos estão em aberto, o que equivale a um terço das vagas.

A pior situação, de acordo com o relatório, foi encontrada no hospital Dr. Benedito Montenegro, conhecido como hospital do Jardim Iva, em Sapopemba, zona leste. A unidade funciona com metade do número de médicos previstos. Dos 135 médicos necessários, apenas 65 prestam serviços. Na prática, há mais vagas abertas do que médicos atendendo a população no local.

O quadro de outros profissionais da saúde também segue incompleto na rede municipal. Além de médicos, faltam 568 auxiliares de enfermagem, 52 assistentes sociais, 67 dentistas e 89 enfermeiras nos hospitais municipais.

Em respota ao jornal Agora São Paulo, a Secretaria Municipal da Saúde argumenta que a população procura cada vez menos as filas de emergências dos hospitais, optando pelo atendimento na Assistência Médica Ambulatorial (Ama). O órgão afirma ainda que este ano a prefeitura contratou 756 médicos, em sistema de emergência.

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Índice que reajusta aluguéis sobe para 0,55% na segunda prévia do mês

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou alta de 0,55%, na segunda apuração de agosto. No mesmo período de julho, a taxa ficou em 0,03%, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).

O IGP-M é usado como referência para o reajuste de aluguéis e tarifas de energia elétrica. De acordo com a FGV, a elevação da taxa foi fortemente influenciada pelo aumento nos preços de produtos no atacado, com a variação do Índice de Preços ao Produtor de –0,01% na segunda medição de julho, para 0,89% na segunda prévia de agosto. O destaque foi o minério de ferro, cuja taxa passou de –0,73% para 14,81%, na mesma comparação.

Já os preços de produtos no varejo continuaram em queda. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou variação de -0,28%, no segunda medição de agosto, ante -0,18%, no mesmo período do mês anterior. As maiores contribuições foram dos grupos alimentação (de -0,88% para -1,33%), e vestuário (de -0,03% para -1,08%).

O terceiro componente do IGP-M, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), também registrou decréscimo na segunda prévia de agosto, com taxa de 0,27%, ante 0,72%, no mesmo período do mês anterior. A taxa do índice relativo a materiais, equipamentos e serviços passou de 0,55%, em julho, para 0,43%, em agosto. O índice sobre o custo da mão de obra registrou taxa de 0,09%, inferior à do mês anterior, de 0,91%.

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E-mail de campanha só pode ser enviado para eleitor cadastrado

A reforma na legislação eleitoral passou a permitir que os candidatos peçam votos por meio de blogs, redes de relacionamento e mensagens eletrônicas enviadas para endereços cadastrados gratuitamente pelo candidato, partido ou coligação, seja por iniciativa dos partidos, deles próprios ou de qualquer pessoa.

Para coibir o uso de spam (mensagem automática de propaganda indesejada), a lei determina que os e-mails de candidatos tenham mecanismo que permita ao destinatário pedir seu descadastramento. Caso o pedido não for atendido em até 48 horas, o responsável pelo envio poderá pagar multa de R$ 100 por mensagem.

Além disso, a legislação proíbe a venda e a cessão de e-mails de clientes a candidatos, partidos ou coligações, para evitar que mesmo as propagandas gratuitas – que são permitidas em determinados sites – possam estimular a formação de um mercado paralelo com esse tipo de informação.

Regras para sites

No caso da propaganda em sites, a única exigência é que o endereço eletrônico seja comunicado à Justiça Eleitoral e esteja hospedado, direta ou indiretamente, em provedor de serviço de internet estabelecido no País.

A legislação proíbe, no entanto, qualquer forma de propaganda paga e a realizada em sites de pessoas jurídicas – com ou sem fins lucrativos – e de órgãos da administração pública. O descumprimento sujeita o infrator a multa de R$ 5 mil a R$ 30 mil.

A Justiça Eleitoral também pode suspender, por 24 horas, o acesso a todo o conteúdo das páginas na internet que não cumprirem a lei. Nesse período, o responsável deverá informar os usuários que a página está temporariamente inoperante por desobediência à legislação eleitoral.

As novas regras sobre propaganda eleitoral na internet estão previstas na Lei 12.034/09, que alterou dispositivos da Lei Eleitoral (9.504/97) e da Lei dos Partidos Políticos (9.096/95).

Página da Câmara

Como reflexo da proibição de propaganda em sites de órgãos públicos, a Câmara retirou de suas páginas na internet, no último dia 15 de julho, todos os links, endereços e mecanismos de redirecionamento para sites pessoais externos de deputados.

Isso se justifica também pelo fato de que, neste ano, disputam a reeleição 158 dos 179 deputados do Sudeste; 121 dos 151 deputados do Nordeste; 61 dos 77 deputados do Sul; 51 dos 65 deputados do Norte; e 29 dos 41 deputados do Centro-Oeste. Outros 32 deputados são candidatos a senador; 10 a governador; 8 a vice-governador; 5 a deputado estadual; 2 a suplente de senador e 2 a vice-presidente.

Direito de resposta

Outro dispositivo trazido pela reforma eleitoral estabelece que é livre a manifestação do pensamento por meio da rede mundial de computadores durante o período das campanhas eleitorais, sendo vedado o anonimato e assegurado o direito de resposta àqueles que forem comprovadamente lesados.

O direito de resposta na internet, obtido por partido ou candidato, deverá ter o mesmo destaque dado à ofensa, observando-se igual espaço, horário, tamanho e outros detalhes. A resposta deverá ficar disponível por tempo não inferior ao dobro do que esteve disponível a mensagem considerada ofensiva, e o responsável pela ofensa deverá pagar os custos.

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BNDES muda de papel e vira pilar contra crise

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) entra na nova década seis vezes maior do que há dez anos. Em 2000, a instituição financeira desembolsou R$ 23,3 bilhões para novos investimentos. Em 2009, injetou na economia brasileira R$ 137 bilhões, ritmo que deve ser mantido neste ano.

O forte crescimento, de certo modo, reflete o ganho de escala da economia brasileira. Por outro lado, mostra a prioridade dada ao BNDES como instrumento para esse ganho de escala. Em 2008, a instituição foi responsável por 14,2% do investimento na economia brasileira, contra 8,7% em 2000 –  um crescimento médio de 10% de sua contribuição ao longo da década.

Os números despertam atenções e discussões sobre as prioridades do banco. De um lado, grupos que entendem que a instituição interfere demais na economia, prejudicando a competição com o setor privado. De outro, os que consideram que o banco deve estar presente nos projetos estratégicos do país.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, rebateu recentemente as críticas de que os desembolsos estão muito concentrados em torno dos maiores grupos econômicos do país. “É normal em qualquer lugar do mundo essa concentração nas grandes empresas. Mas qualquer empresa que apresentar um bom projeto pode ser contemplada com financiamento.”

Luiz Carlos Prado, professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e ex-assessor da diretoria do BNDES (2003-04), concorda que é natural que os desembolsos se concentrem em determinados setores ao longo do tempo. Depende não apenas das demandas isoladas, mas das prioridades apresentadas pelo Estado brasileiro. Criado em 1952, o banco atende à agenda apresentada pelos governos.

Foi assim com Juscelino Kubitschek, no desenvolvimento da indústria de transportes. Com os militares, na expansão da indústria de bens de consumo. “A discussão sobre o custo gerado para o Tesouro para fazer investimentos no BNDES é um equívoco completo. Tem de levar em conta não apenas as taxas de juros, mas os tributos que serão pagos pelas novas empresas que surgirem”, afirma o professor (leia aqui entrevista na íntegra).

Que destino?

Uma avaliação a longo prazo dos negócios do banco permite ver a oscilação a que se referem os especialistas. Os balanços da segunda metade da década de 1990 e do começo da década atual mostram que, durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1994-2002), o banco foi utilizado para financiar a privatização e, logo em seguida, a modernização dos setores privatizados.

O caso mais claro é o das telecomunicações. O relatório de 1999 anotava que “com a privatização, surgiram significativas oportunidades de negócios que vêm demandando vultosos investimentos para desenvolver e modernizar a infraestrutura.” No ano seguinte, as empresas de telecomunicações receberam mais da metade dos R$ 8,7 bilhões destinados ao setor de infraestrutura.

Outro aspecto é que, ao longo do governo FHC, os maiores desembolsos, por empresa, estavam concentrados em bancos: Itaú, Unibanco e Bradesco, além do Banco do Brasil, refletindo a ideia de que caberia ao setor privado, e não ao BNDES, a expansão do crédito.

“Os bancos públicos na gestão FHC, embora não tenham sido privatizados, tiveram a gestão privatizada. O BNDES tinha virado quase um banco de investimento convencional, não era mais um banco de desenvolvimento. Essa é uma diferença fundamental, no sentido de financiar projetos que tenham valor estratégico”, indica Ricardo Carneiro, professor titular do Instituto de Economia da Unicamp.

Os projetos de valor estratégico são, por exemplo, os incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Em 2008, metade dos projetos contratados junto ao setor de infraestrutura do BNDES pertenciam ao PAC.

Naquele mesmo ano, veio a crise financeira internacional. E então, na avaliação de especialistas, o BNDES foi um dos pilares do sistema público que garantiram que a crise, por aqui, fosse mais amena que em outras partes. “O papel do BNDES foi na direção inversa do que iriam outras instituições numa situação como aquela. O que cumpre a um banco de fomento é evitar que haja escassez de fundos, mantendo um certo nível de atividade da economia”, defende Prado, da UFRJ.

Outros caminhos

O caminho poderia ter sido outro. Documento revelado em abril deste ano pela CUT indica que, em 1999, o BNDES, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal passariam por um estudo para “possíveis alienações de participações nessas instituições, fusões, vendas de componentes estratégicos ou transformações em agências de desenvolvimento ou em bancos de segunda linha”.

Carlos Lessa, que presidiu o banco no começo do governo Lula, afirmou em entrevista recente ao portal Terra Magazine que, assim que chegou ao BNDES “queriam convertê-lo em banco de investimento, para depois dizerem: não precisamos de um banco de investimento. Expliquei tudo isso a Lula. Tanto que Lula me deu uma carta branca. Demiti todos os quadros, não sobrou um. Fiz logo uma hecatombe! Demiti cento e tantos”, relatou ao repórter Claudio Leal.

O resultado foi que, em julho de 2009, o Estado pôde criar dentro do banco o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), instrumento anticrise responsável por boa parte do desembolso recorde de recursos.  Até julho deste ano, o PSI tinha uma carteira de R$ 82,4 bilhões, 70% destinados à aquisição de máquinas e de equipamentos.

“Do ponto de vista da sociedade civil é importante para reafirmar o caráter público do Estado. Defendemos o caráter estatal e público do BNDES, até porque há a perspectiva de transferir recursos públicos para os bancos privados”, pondera João Roberto Lopes Pinto, coordenador do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), uma das entidades que integram a Plataforma BNDES, que analisa o papel do banco e apresenta propostas com vistas à melhoria de seu desempenho.

Um dos pedidos é por mais transparência na concessão dos financiamentos e pela maior distribuição dos recursos entre setores produtivos e empresas de menor porte.

“Há um discurso da necessidade de concentrar recursos nesses setores para ganhar projeção internacional. Essa é uma profecia que se autorrealiza, vira uma coisa inevitável: precisa de ganhos cada vez maiores para poder competir. Mas isso não é garantia de nada porque o BNDES financia tanto empresas nacionais quanto estrangeiras” (leia aqui a entrevista na íntegra).

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Debate online com os candidatos ao governo de São Paulo

Em debate realizado pelo portal Uol e jornal Folha de S. Paulo, o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin voltou a defender a aprovação automática em escolas da rede pública de ensino. Entretanto, foi confrontado pelo candidato do PT, Aloizio Mercadante, que afirmou que o governo de São Paulo deve desculpas aos jovens, pois tiveram a educação comprometida pela deficiente formação e falta de oportunidades.

Pressionado pelos candidatos do PP e PT, o tucano limitou-se a desviar o foco das perguntas feitas, não respondendo à maioria das críticas direcionadas aos 16 anos do PSDB no governo paulista.

Celso Russomano (PP), o terceiro participante, questionou o governo do PSDB sobre a falta de segurança no estado. Ele também afirmou que os dados sobre o tema, divulgados pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, são maquiados. Russomano sustentou que houve crescimento dos índices de criminalidade e da insegurança. Para o candidato, a polícia de Sâo Paulo trabalha sem estrutura e muitas cidades não têm nem delegado de polícia.

Mais críticas

Questionado sobre o caos aéreo, principalmente em São Paulo, Alckmin afirmou que em seu governo houve a ampliação e reforma dos aeroportos, como o de Itanhaém , no litoral de SP, onde há uma base de exploração das reservas do Pré-Sal.

Alckmin também foi confrontado a respeito do descumprimento do edital de privatização de empresas do setor elétrico por parte das empresas compradoras. Alckmin limitou-se a dizer: “Vou verificar” e voltou a afirmar: “Estado provedor de tudo não existe. Temos de trazer a iniciativa privada para o país”.


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Segurança nas eleições não está comprometida, afirma presidente do TSE

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, afirmou hoje (18) que não haverá falta de segurança no processo eleitoral. A declaração veio após o atentado que acertou com mais de 30 tiros o carro em que estava o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE-SE), Luiz Mendonça, na manhã de hoje.

Questionado sobre a possibilidade de o atentado abrir brecha para outros episódios de violência nos dias de votação, o presidente do TSE afirmou que a segurança nos dias 3 e 31 de outubro está “totalmente assegurada”. “A não ser esse caso, que é raro, esperamos desenvolvimento tranquilo do processo eleitoral, o que vem acontecendo até agora”, disse Lewandowski.

Na última semana, o TSE aprovou o envio de tropas federais para garantir a segurança de votação em regiões indígenas no Amapá e Tocantins. “Em algumas regiões de fronteiras com outros países haverá necessidade de presença de tropas federais, pois a atividade intensa de narcotraficantes e do crime organizado, que se desloca, pode pressionar e intimidar eleitores”, disse Lewandowski.

O presidente do TSE disse ainda que cogita pedir reforço de segurança para todas as autoridades envolvidas no processo eleitoral, para garantir a tranquilidade do andamento do pleito.

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