Aprovada PLC 152/2008

Dia 3 de agosto deste ano, foi aprovado no Senado Federal o PLC 152/2008 que dispõe sobre a jornada de trabalho dos profissionais Assistentes Sociais definindo-a como de 30 horas semanais.

Não se trata de reivindicação isolada, pois diversas outras categorias profissionais, como Psicólogos, Farmacêuticos e Enfermeiros, possuem projetos de lei tramitando no Congresso Nacional em variados estágios. O comum entre eles é a reivindicação de jornada de 30 horas semanais. Em 01 de março de 1994 foi aprovada regulamentação da jornada de 30 horas semanais dos Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais que conquistaram a sanção presidencial.
 
A redução da jornada faz parte de uma série de medidas – tais como boas condições de trabalho e salário, plano de carreira e formação adequada – que visam preservar a qualidade do exercício profissional por serem profissões altamente especializadas, cujo exercício pressupõe grande esforço mental e envolvimento emocional. A jornada extensa prejudica o profissional e em consequência o destinatário de seus serviços. Assim, proteger o profissional é proteger a população que ele atende.
 
O debate não é novo, e podemos afirmar que há grande consenso na sociedade civil sobre o tema como fica demonstrado nas decisões das Conferências de Saúde (compostas por 50% de usuários dos serviços públicos), Saúde Mental e Saúde do Trabalhador. Essas Conferências têm decidido favoravelmente pela redução da jornada para 30 horas semanais, como pode ser consultado nos relatórios finais disponíveis no site do Ministério da Saúde. É oportuno ressaltar que para se chegar a uma decisão em Conferência Nacional de Saúde, por exemplo, uma tese como a da jornada, teve que ser aprovada nas etapas municipais e estaduais, portanto com ampla discussão, não sendo portanto decisões de corte corporativo.
 
É importante registrar que em diversos municípios e estados, por meio de processos de negociação coletiva, se estabeleceu a jornada de 30 horas para essas categorias. Em nenhum desses casos há relato ou avaliação de que a redução trouxe prejuízos, pelo contrário, a jornada reduzida é frequentemente apontada como componente de melhoria das condições de trabalho, com reflexos positivos diretos na qualidade dos serviços.
 
Sendo essas profissões regulamentadas por Conselhos Profissionais cuja função é normatizar e fiscalizar o exercício profissional, zelando pela qualidade dos serviços prestados à sociedade, é legítimo supor que tais instituições tenham legitimidade em apontar em que condições a profissão será exercida corretamente. Todos os Conselhos têm sido unânimes em apontar a jornada como um dos fatores preponderantes, até pela necessidade de supervisão, formação continuada, participação em congressos científicos e especializações.
Coerente com a luta da classe trabalhadora pela redução da jornada constitucional para 40 horas semanais, defendida pelo conjunto das centrais sindicais como luta prioritária, a redução da jornada para profissões diferenciadas se articula favoravelmente à luta geral.
 
Neste sentido, manifestamos nosso apoio ao PLC 152/2008 que garante jornada semanal de 30 horas para os Assistentes Sociais e reivindicamos a sanção do mesmo.
 
Mais informações acesse: http://www.cut.org.br/destaques/19937/aprovada-plc-152-2008

“Honduras conta com a nossa solidariedade para derrotar os golpistas e seus crimes”

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação (Contac/CUT), Siderlei de Oliveira, coordenador do Instituto Nacional de Saúde do Trabalhador (INST) e membro da direção da União Internacional dos Trabalhadores na Alimentação (UITA), retornou nesta quarta-feira da missão de solidariedade em apoio à luta do povo hondurenho contra a ditadura de Porfírio Lobo. A delegação, composta por 24 dirigentes sindicais de 12 países, esteve em Tegucigalpa de 17 a 24 de agosto, e, conforme Siderlei, “viu de perto o regime de terror, execrado pela grande maioria da população, mas sustentado pelo governo estadunidense e pela brutalidade e covardia das forças militares”.

Que novas convicções trouxeste na bagagem?
 
A convicção de que o povo hondurenho precisa muito da nossa solidariedade para manter isolada a ditadura de Porfírio Lobo, que será derrubada mais cedo ou mais tarde pela força das mobilizações populares. Nossa delegação, composta por 24 dirigentes de 12 países viu de perto o regime de terror ali instalado, execrado pela grande maioria da população, mas sustentado pelo governo estadunidense e pela brutalidade e covardia das forças militares.
 
Pudeste presenciar alguma manifestação de rua?
 
Claro. Desde a chegada em Honduras percebemos a violência indiscriminada das forças militares contra a população. No mesmo dia que desembarcamos estava acontecendo uma manifestação dos professores em defesa do ensino público, que está sob ameaça de privatização. No caminho do aeroporto até o centro da capital passamos pelo protesto do magistério, e pudemos presenciar a truculência, os espancamentos, as prisões. Houve gente muito ferida, vários ficaram em situação delicada e à beira da morte. Isso para ninguém lá é surpresa, pois no outro dia tomamos conhecimento do massacre e assassinato de seis trabalhadores rurais, ao que se somam muitos mais, do campo e da cidade, como jornalistas, abatidos com tiros na cabeça.
 
E a resistência?
 
Pudemos perceber que há uma resistência muito grande, forte e organizada, envolvendo os mais variados segmentos, que estão mobilizados. Agora mesmo preparam uma paralisação nacional para barrar o avanço de uma lei que pretende flexibilizar as leis trabalhistas e inclusive, pasmem, permitir o pagamento de somente meio salário para os trabalhadores em turnos de seis horas, o que mostra a aberração. Querem fazer uma jornada de trabalho elástica, de doze horas, e permitir que as empresas tenham turno de seis horas remunerando somente quatro horas. Para coroar o absurdo, argumentam que este arrocho é para que o trabalhador dê a sua contribuição para o país sair da crise. Uma insensatez que vai na contramão de tudo o que estamos presenciando no Brasil durante o governo Lula, onde com mais salário, mais emprego, mais direitos, a roda da economia gira pra frente, impulsionada pelo fortalecimento do Estado e do nosso mercado interno.
 
Qual o clima nas ruas?
 
O mesmo da época da ditadura. Nos trouxe muito más recordações e lembranças. Há um regime de terror estabelecido onde todo aquele que ouse questionar é um inimigo a ser aniquilado.
 
O Brasil teve um papel chave ao dar guarida na sua Embaixada ao ex-presidente Manuel Zelaya e ao defender a democracia e a soberania hondurenha contra os golpistas. Para o candidato tucano José Serra, o governo brasileiro avançou o sinal e fez uma “trapalhada”. Qual é a tua opinião?
 
O Brasil está sendo visto pelo povo hondurenho como exemplo de defensor da democracia e dos direitos humanos, ainda mais quando se mantém firme no não reconhecimento do governo golpista. Da mesma forma, há muita simpatia pela posição adotada pelos governos da Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai, Venezuela e Uruguai, que acompanharam a posição do presidente Lula e do Itamaraty. A declaração de Serra é ao mesmo tempo covarde e oportunista.
 
Qual o balanço que fazes da viagem?
 
Muito positiva. A delegação latino-americana de sindicalistas expressou o sentimento dos nossos povos e foi considerada um marco na solidariedade internacional.
 
E o papel da mídia?
 
Não dá para saber o que é pior, se quando os órgãos de imprensa silenciam ou quando publicam algo. A maioria da mídia hondurenha acaba mostrando os fatos inteiramente distorcidos, grotescamente manipulados. Isso também pudemos comprovar pessoalmente no caso dos professores, transformada pelos meios de desinformação em “agressão à polícia”. O fato é que enquanto os professores empunhavam faixas e cartazes em defesa do ensino os policiais estavam armados até os dentes, com metralhadores, armas de grosso calibre, bombas e cachorros. O enfoque da mídia era totalmente favorável ao governo e sua guarda, o que só faz aumentar a revolta da população contra esses absurdos. Os poucos órgãos que desafiam a ditadura estão ameaçados de fechamento, outros têm seus jornalistas seqüestrados e mortos de forma bárbara.
 
Quais os próximos passos na solidariedade?
 
Todos os países presentes criarão ou fortalecerão os comitês de solidariedade ao povo hondurenho, que têm cumprido um papel importante para o isolamento daquele governo espúrio. Da nossa parte, vamos convocar uma reunião já na próxima semana para ampliar as ações de solidariedade com a participação da CUT e das demais centrais sindicais, da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), com as organizações de mulheres, estudantes, intelectuais. O importante é elevar a voz contra a injustiça e o povo brasileiro tem um importante papel a cumprir.
 
Mais informações acesse: http://www.cut.org.br/acontece/19932/honduras-conta-com-a-nossa-solidariedade-para-derrotar-os-golpistas-e-seus-crimes

Funcionários do consulado devem chegar hoje a local onde brasileiros foram mortos no México

 Funcionários do Consulado Geral do Brasil no México devem chegar ainda hoje (26) ao estado mexicano de Tamaulipas, onde houve uma chacina na qual 72 pessoas morreram, entre elas quatro brasileiros.

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou que dois funcionários do consulado foram destacados para ir até a região. Um avião do governo mexicano vai levá-los ao local onde ocorreram as mortes. Autoridades de outros países que tinham cidadãos entre as vítimas também irão ao local.
 
O MRE recebeu ontem (25) um comunicado do governo mexicano informando que os brasileiros foram encontrados mortos em uma fazenda por militares mexicanos.
 
De acordo com informações da BBC Brasil, a secretaria de Segurança do Governo mexicano disse que além dos brasileiros haveriam vítimas de El Salvador, Honduras e Equador. Há possibilidade de que os brasileiros estivessem no México de forma ilegal.
 
Os corpos só foram descobertos depois que um sobrevivente equatoriano que havia sido ferido por disparos conseguiu escapar e pediu ajuda em um posto de controle em uma estrada. Ele disse que um grupo armado sequestrou os imigrantes e teriam tentado obrigá-los a se integrar ao grupo, como assassinos de aluguel. Os imigrantes teriam se recusado, razão pela qual teriam sido mortos.
 
Pelo relato, tropas da Marinha chegaram até a fazenda onde ocorreu o massacre. Houve um tiroteio entre os oficiais e o grupo armado, apontado pelas autoridades como membros do cartel de drogas Los Zetas.
 
Mais informações acesse: http://agenciabrasil.ebc.com.br/home?p_p_id=56&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-3&p_p_col_pos=3&p_p_col_count=5&_56_groupId=19523&_56_articleId=1028730

Previdência Social registra déficit menor em julho

A Previdência Social registrou em julho déficit de R$ 2,57 bilhões, contra R$ 2,78 bilhões em junho e R$ 3,23 bilhões em julho de 2009. Os números foram divulgados hoje (26) pelo ministério.

No mês passado, foram arrecadados R$ 16,844 bilhões, tendo as despesas do Regime Geral de Previdência Social ficado em R$ 19,41 bilhões. Nos sete primeiros meses de 2010, o sistema arrecadou R$ 112,255 bilhões, contra R$ 101,683 no mesmo período de 2009.
 
O déficit acumulado neste ano é de R$ 25,4 bilhões. No fim do ano, segundo estimativa do ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, o déficit deve ficar em R$ 45,6 bilhões. No início de 2010, a previsão era de que chegaria a R$ 51 bilhões, lembrou Gabas. Ele atribuiu o resultado à melhoria da arrecadação na área urbana.
 
Mais informações acesse: http://agenciabrasil.ebc.com.br/home?p_p_id=56&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_count=1&_56_groupId=19523&_56_articleId=1028801

Chega a 20 pontos vantagem de Dilma sobre Serra, mostra pesquisa Datafolha

Pesquisa do Instituto de Pesquisas Datafolha encomendada pelo jornal Folha de S.Paulo e divulgada na madrugada de hoje (26) mostra a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, com 49% das intenções de voto. Vinte pontos percentuais à frente de seu principal adversário, o candidato do PSDB, José Serra, que aparece em segundo lugar, com 29%.

A candidata Marina Silva, do PV, está em terceiro, mantendo os 9%, e os demais candidatos não atingiram 1% da preferência do eleitorado. Os eleitores que ainda não sabem em quem votar ou não responderam permanecem em 8%, e os votos brancos e nulos, em 4%.
 
Essa é a segunda pesquisa Datafolha desde que começou a propaganda eleitoral no rádio e na TV. Dilma tinha 47% na sondagem do dia 20 e foi a 49%. Serra estava com 30% e agora apresenta 29%. Os que assumiram ter visto a programação pelo menos uma vez somam 34% dos entrevistados.
 
A pesquisa tem margem de erro de 2 pontos percentuais. Feito nos dias 23 e 24 com 10.948 entrevistas em todo o país, o levantamento também mostra que Dilma lidera as intenções de votos em São Paulo, no Rio Grande do Sul e no Paraná.
 
Mais informações acesse: http://agenciabrasil.ebc.com.br/home;jsessionid=18A937595351743EA3211EF5772EEC22?p_p_id=56&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-4&p_p_col_count=5&_56_groupId=19523&_56_articleId=1028583

Para professores, ausência da família aumenta problemas em sala de aula

Professores temem que ausência da família transforme escola em Uma certa confusão ronda a educação. O que é responsabilidade de quem parece que é uma grande dificuldade para pais e mestres.

Os professores chamam atenção para a falta de participação de pais ou responsáveis na vida escolar das crianças e a transferência de responsabilidade da educação informal, aquela que acontece no ambiente doméstica e a partir do convívio familiar – para a escola.
 
Para o professor Tomé Ferraz, das disciplinas de física e matemática da rede pública estadual e municipal, a escola transformou-se em “depósito de crianças” e os professores seriam “babysitters” (babás) de luxo.
As crianças da geração conhecida como “Y”, parece que já nascem “conectadas” na informática e é difícil convencê-las a prestar atenção à aula ou valorizar a educação propiciada pela escola. Parte das aulas é perdida em pedidos de atenção à aula ou para desligar o “Ipod”, descreve o docente. “Eles não têm só celular, eles têm uma verdadeira tevê e levam para a sala de aula”, condena.
 
Lidar com essa nova face da infância e da adolescência é cada vez mais difícil sem a colaboração das famílias, indica. “A família participa pouco da vida da criança, sobra tudo para a escola”, reflete Tomé.
 
“Realmente não entendo como os pais, por mais simples que sejam, não tenham consciência de que é preciso valorizar a lição de casa, dar um abraço, acompanhar pelo menos um pouco o filho”, indigna-se Jaime*, da área de Geografia.
 
Rosana Almeida, professora de sociologia, conta que adora dar aula, mas não pode ser responsável pela educação familiar. “Eu vou ensinar a pensar, sou uma professora à antiga, comer com garfo e faca é responsabilidade de pai e mãe”, declara.
 
Segundo Cristina*, professora de biologia, a família ou a ausência dela “pesa muito”. “Na cabeça dos pais, parece que agora a escola é obrigada a dar toda a educação”, adverte. “Eu vejo o aluno um hora por dia, por mais vontade que eu tenha, há 35 precisando de atenção, que eu não posso abandonar”, alerta.
 
* Os nomes de alguns entrevistados foram alterados a pedido dos professores
 
Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/educacao/para-professores-ausencia-da-familia-piorou-educacao-formal

Palácio do Planalto abre com movimento de moradores de rua

Movimento Nacional da População de Rua é recebido por ministros na reabertura do Palácio do Planalto Mais de 200 representantes do Movimento Nacional da População de Rua (MNPR) foram os primeiros a conhecer as novas instalações do Palácio do Planalto, reinaugurado nesta terça (24), após um ano passando por reformas. Eles foram recebidos pela ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Márcia Lopes, pelo ministro da Secretaria de Direitos Humanos, Paulo Vanucchi, e pelo chefe de gabinete do Presidente da República, Gilberto Carvalho que ouviram reivindicações de direitos nas áreas de moradia, trabalho e assistência social.

O ato encerrou o dia de atividades dos moradores de rua, que começou pela manhã, com cerca de 600 participantes em marcha, saindo da Catedral de Brasília em direção ao Senado, para denunciar o aumento da violência contra moradores de rua das grandes cidades brasileiras e cobrar ações efetivas para a elaboração de uma política habitacional que contemple essa parcela de cidadãos. “Política habitacional é uma coisa muito necessária [para a população de rua, assim como], a melhoria da política de Saúde e a segurança pública. A gente sabe que a violência tem se acirrado bastante contra a população de rua”, disse Samuel Rodrigues, integrante do MNPR.
 
Em 2006, o governo instaurou a Política Nacional para a Inclusão Social da População em Situação de Rua, repasssando recursos para serviços de acolhimento de famílias em situação de risco. Na Última expansão de serviços foram definidas verbas para a implantação de 99 Creas (Centros de Referência Especializados de Assistência Social), preparados para atender a essa população, inclusive prestando apoio psicológico.
Pesquisa feita pelo Ministério em 71 municípios com mais de 300 mil habitantes revelou a existência de 48 mil pessoas em situação de rua. “De posse dos números pudemos conversar e cobrar ações das prefeituras e governos estaduais”, disse Márcia Lopes. A ministra também destacou que a orientação do governo federal é para que toda a população de rua seja inserida no Cadastro Único dos Programas Sociais e possa receber os benefícios da assistência social.
 
Pesquisa feita pelo MDS em 71 municípios com mais de 300 mil habitantes revelou a existência de 48 mil pessoas em situação de rua. “De posse dos números pudemos conversar e cobrar ações das prefeituras e governos estaduais”, disse Márcia Lopes. A ministra também destacou que a orientação do governo federal é para que toda a população de rua seja inserida no Cadastro Único dos Programas Sociais e possa receber os benefícios da assistência social.
 
Copa
 
O governo pretende avaliar a possibilidade de oferecer treinamento e trabalho aos moradores de rua no período da Copa do Mundo, para que eles possam, por exemplo, orientar os turistas que vierem ao Brasil. A ministra Márcia Lopes admite a situação difícil da população de rua, mas disse que o governo está mobilizado para melhorar a qualidade de vida deles. “Nós temos ainda muito preconceito, muitas posturas conservadoras que não sabem facilitar as políticas públicas para as pessoas, mas estamos mudando essa situação.”
 
Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidadania/palacio-do-planalto-abre-com-movimento-de-moradores-de-rua

Taxa de desemprego volta a cair em julho, aponta Dieese

Taxa de ocupação na indústria contribuiu para mais uma baixa do desemprego A taxa média de desemprego nas sete regiões metropolitanas pesquisadas pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados, de São Paulo) e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) recuou para 12,4% em julho, ante 12,7% no mês anterior e 14,8% em julho do ano passado.

Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (25). De um mês para o outro, são 49 mil ocupados a mais e 66 mil desempregados a menos. Em 12 meses, as sete regiões têm 766 mil ocupados a mais, sendo 677 mil com carteira assinada, e 491 mil desempregados a menos. Em São Paulo, a taxa de julho (12,6%) foi a menor para o mês desde 1991 (12,5%).
 
Segundo a pesquisa, a taxa de julho nas sete regiões (Belo Horizonte, Distrito Federal, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo) foi resultado da criação de 49 mil ocupações (ligeiro crescimento, de 0,3%) e da saída, simultaneamente, de 18 mil pessoas da População Economicamente Ativa (PEA, praticamente estável, com variação de -0,1%). Com isso, o número de desempregados caiu em 66 mil, e foi estimado em 2,729 milhões. O total de ocupados foi estimado em 19,277 milhões e a PEA, em 22,005 milhões.
 
De um mês para o outro, a taxa recuou em seis das sete regiões. A exceção foi Salvador (de 16,7% para 16,9%). A menor foi registrada em Belo Horizonte (8,3%) e a mais alta, em Recife (17,2%). Na comparação anual, todas caíram.
 
Entre os setores, a indústria criou 20 mil vagas em julho (variação de 0,7%) e 259 mil em 12 meses (9,5%). O setor de serviços abriu 37 mil ocupações (0,4%) de junho para julho e 386 mil em 12 meses (3,9%). A construção civil foi responsável pela abertura de 38 mil postos de trabalho no mês (3,1%) e 141 mil em 12 meses (12,5%, a maior alta percentual). Já o comércio fechou 17 mil vagas em julho (-0,5%), mas registra a criação de 52 mil em 12 meses (1,7%).
 
O emprego com carteira assinada continua crescendo, embora tenha tido pequena variação de junho para julho, com 18 mil ocupações criadas (0,2%). Em 12 meses, são 677 mil a mais (8,1%). O total de assalariados sem carteira caiu 1% no mês (menos 19 mil vagas) e cresceu 2,9% em 12 meses (56 mil).
 
Em relação ao rendimento médio dos ocupados, estimado em R$ 1.265, houve alta de 0,5% de maio para junho (nesse item, a pesquisa tem defasagem de um mês). Em relação a junho de 2009, o rendimento cresceu 3,2%.
 
São Paulo
 
Na maior região metropolitana, a taxa de desemprego (12,6%) recuou pelo segundo mês seguido, em movimento típico para o período, segundo o Seade e o Dieese. A ocupação ficou estável no mês, enquanto o total de desempregados caiu em 37 mil (-2,7%), para 1,346 milhão. Apesar de não terem sido criadas vagas, a taxa e o número de desempregados recuaram porque 38 mil pessoas deixaram a PEA (queda de -0,4%). A taxa ficou estável na capital (de 11,8% em junho para 12%), caindo na região do ABC (de 12,5% para 12,1%) e principalmente nos demais municípios da região metropolitana (de 14,6% para 13,6%).
 
Em 12 meses, a região tem 126 mil pessoas a mais na PEA (1,2%), 342 mil ocupados a mais (3,8%) e 216 mil desempregados a menos (-13,8%). O total de assalariados com carteira assinada ficou estável no mês e cresceu 6,3% em 12 meses (277 mil a mais). Já o número de trabalhadores sem carteira caiu 2,7% no mês (29 mil a menos) e cresceu 3,8% em 12 meses (39 mil a mais).
 
O rendimento médio dos ocupados (R$ 1.320) ficou estável de maio para junho e aumentou 2% ante junho de 2009.
 
Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/economia/taxa-de-desemprego-volta-a-cair-em-julho
 

Progressão continuada alastra analfabetismo funcional em SP, afirmam professores

Progressão continuada - política educacional responsável pela aprovação automática dos alunos - é o principal problema educacional do estado de São Paulo, segundo professores ouvidos pela Rede Brasil Atual Na sala de reuniões de uma escola da rede pública estadual de São Paulo, a professora de Língua Portuguesa Paula* comemora a evolução de um aluno da sexta série do ensino fundamental. “Ele escreveu o nome na capa do trabalho”, mostra a docente a três colegas e à reportagem da Rede Brasil Atual. Ele começou a ler e escrever apenas neste ano. Até o início de 2010, o garoto de 12 anos sequer abria o caderno, afirma Cristina*, responsável pela disciplina de Biologia. A professora conta que não é difícil detectar os alunos considerados “analfabetos funcionais”. “Ou ele avisa ou, na primeira leitura, eu vou perceber”, indica a docente.

O principal motivo para esse tipo de deficiência de aprendizado está, na visão dos docentes ouvidos pela reportagem, no sistema de progressão continuada, em que o aluno precisa apenas se fazer presente em sala de aula para ser aprovado automaticamente. No máximo, os alunos podem ser retidos na quarta série, por um ano, depois eles vão seguir, mesmo sem o conhecimento necessário. Os entrevistados ainda apontam problemas de infraestrutura, de salário e distanciamento das famílias.
 
“É comum 30% dos alunos da sexta série não saberem ler e escrever”, detecta Paula*, professora de Língua Portuguesa há 21 anos no magistério. A aprovação ano após ano, sem avaliação do conteúdo dominado pelo aluno permite que muitos estudantes terminem o ensino médio sem terem o conhecimento mínimo necessário, alerta Tomé Ferraz, professor de física e matemática das redes municipal e estadual de São Paulo.
 
“É a aprovação a qualquer custo”, identifica. “Em São Paulo, a educação são dados estatísticos, é porcentagem para lá, porcentagem para cá, mas não se analisa como o aluno está terminando o ensino médio. Depois ele vai ser só mais um diploma”, analisa o professor.
 
Paula conta que utiliza, nos primeiros dias de aula nas sextas séries em que leciona, ditado e produção de textos como ferramentas. A percepção do problema não demora. “Geralmente tem criança que entrega em branco, não sabe fazer nada do ditado”, aponta. “Se eles vão escrever, por exemplo, ‘bala’, eles colocam qualquer letra”, descreve.
 
Apesar de lecionar Biologia, Cristina faz um esforço pessoal para trabalhar a alfabetização com os alunos cuja atuação esteja comprometida. “Se eu alfabetizei meu filho de quatro anos, eu vou conseguir com um garoto de 12”, afirma. Ela cita que os alunos têm enorme dificuldade com sílabas complexas como “tra” e “pla”. “Eles conhecem formações silábicas básicas somente”, acentua.
 
Na hora de avaliar alunos de sexta série, sem condições de ler e escrever com fluência, Cristina utiliza métodos diferenciados do restante da classe. “Faço avaliação com prova oral e análise comportamental, afinal se ele não compreende o teor da prova não consegue responder. Uma avaliação escrita envolve habilidade de leitura e escrita”, explica.
 
Sem compreender bem o conteúdo das disciplinas, o aluno de Cristina e Paula, que iniciou o ano sem estar alfabetizado, também se mostra desmotivado. Em uma única aula de biologia de 50 minutos, Cristina pediu atenção ao garoto pelo menos cinco vezes.
 
Sem coerência
 
Rosana Almeida, professora de sociologia da rede pública estadual, enfrenta problema semelhante com alunos do 1º ano do Ensino Médio. “Eles conseguem construir a palavra, mas não a frase”, diz. “Nós professores temos de aceitar que se a ideia dele foi certa, ele vai ser aprovado”, critica. “O jovem entendeu o que você explicou, mas não sabe escrever”.
 
Entre os principais problemas dos alunos que chegam ao ensino médio, Rosana cita que “não existe mais gramática, nem conjugação de verbo”. Quando a professora pede para os alunos produzirem um texto, surge resistência. “Chega na quinta (série) não sabe escrever e não consegue acompanhar, passa para a sexta, sétima e oitava. Na oitava, tem um índice de indisciplina altíssimo porque ele, de novo, não consegue acompanhar”, sustenta.
 
Paula confirma que os alunos que têm essa dificuldade acabam fazendo mais bagunça. “São os mais indisciplinados. Por não saberem nem ler, nem escrever eles não entendem nada, não participam da aula; o que resta é ficar bagunçando”, desabafa. “No ensino médio, os estudantes produzem jogos de palavras sem sentido, sem coerência e coesão. Isso tem bastante, até na universidade”, completa.
 
O motivo para haver uma parcela significativa de alunos que chegam ao ensino médio sem estar devidamente alfabetizados envolve, de um lado, alunos com problemas de deficiência intelectual e, de outro, o “abandono” do sistema educacional, na visão da professora. “Você tem uma sala superlotada, a professora trabalha com quem sabe ler e escrever e quem não sabe vai ficando para trás”, expõe Paula.
 
Em matemática o problema se repete, jovens  dominam as contas básicas, mas não sabem porcentagem, por exemplo. “Elas têm a capacidade de raciocínio lógico, mas fazer a conta para chegar ao resultado, as crianças não sabem”, pontua Rosana.
 
Problema adiado
 
De 30 alunos da rede municipal da capital paulista, Tomé calcula que só dois teriam condição de estar no Ensino Médio, levando em conta o conhecimento em matemática. “Em física então, os professores vão ter muito problema, no ensino médio”, relata. Para o docente os alunos da rede pública de São Paulo que se formarem serão “alguns no turbilhão”.
 
Eduardo*, professor universitário, mestrando e pesquisador da geração Y – jovens nascidos a partir de 1980 –, analisa que os estudantes são vítimas de um círculo vicioso fatal para a vida profissional futura. A dificuldade inicial em ler e escrever, transforma-se em dificuldade de compreensão, de reunir informações e de se expressar diante do mundo, conceitua.
 
“Se o aluno não compreende frases inteiras, como ele vai resolver questões de matemática?” questiona. “Eles até sabem que 3 x 5 é 15, mas se você colocar na prova quanto é o triplo de 5 mais o dobro de 20, ele não vai saber”, exemplifica. “Se questões básicas não estão resolvidas, a estrutura fica afetada e o conhecimento que vem depois não se concretiza”, alerta Eduardo.
 
Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/educacao/progressao-continuada-alastra-analfabetismo-funcional-em-sp-afirmam-professores

Garotinho é condenado a dois anos e meio de prisão pela Justiça Federal

Candidato a deputado federal pelo PR, o ex-governador Anthony Garotinho, o ex-chefe de Polícia Civil e deputado estadual cassado Álvaro Lins (PMDB) e mais oito pessoas foram condenadas pela 4ª Vara Federal Criminal. O processo comprovou a atuação de uma quadrilha que usava a estrutura da Polícia Civil para cometer crimes e facilitar negócios para o jogo do bicho.Todos os condenados podem recorrer.

Garotinho, que tenta se eleger deputado federal deste ano, foi considerado culpado de formação de quadrilha e sentenciado a uma pena de dois anos e seis meses de reclusão. Antes, em função do risco de ter seu registro impugnado em função do projeto Ficha Limpa – já que ele acumula condenação em segunda instância – o ex-governador desistiu de participar da disputa para voltar ao cargo.
 
Álvaro Lins foi condenado por formação de quadrilha armada, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A pena dele totaliza mais de 28 anos de prisão e multa. O delegado Ricardo Hallack, que sucedeu Álvaro Lins no comando da Polícia Civil do Rio, também foi condenado por formação de quadrilha e corrupção passiva, com pena de sete anos e nove meses de prisão e multa.
 
Além da prisão, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio teve confiscados quatro apartamentos, todos na zona sul do Rio. Segundo a sentença, os imóveis foram comprados com fins de lavagem de dinheiro.
 
O juiz da 4ª Vara Federal Criminal ainda condenou um grupo de oito policiais com penas que variam de 3 a 11 anos de reclusão. O processo foi instaurado a partir das investigações da Operação Gladiador, desencadeada pelo Ministério Público Federal do Rio e pela Polícia Federal a partir da quebra de sigilo fiscal de Álvaro Lins e de investigações posteriores de documentos colhidos pela PF.
 
Na sentença, o magistrado proibiu Garotinho – que concorre a uma vaga de deputado federal pelo PR – de exercer cargo ou atividade pública, incluindo mandato eletivo, durante a duração da pena.
 
Em seu blog de campanha, Garotinho divulgou nota classificando a decisão judicial como “perseguição” a ele e sua família e disse estranhar o fato de a decisão ser divulgada próxima da eleição. No texto, assinado por ele, o ex-governador afirmou que vai recorrer da sentença, considerada “absurda”, e garante que a decisão não impede sua candidatura.
 
Os outros condenados são: Alcides Campos Sodré Ferreira (cinco anos e nove meses de prisão, por corrupção passiva); Daniel Goulart (dois anos de reclusão, por formação de quadrilha); Fábio Menezes de Leão (quatro anos e meio de prisão, por corrupção passiva); Francis Bullos (quatro anos e meio de prisão e multa, por lavagem de bem) ; Luciana Gouveia (três anos de reclusão e multa, por lavagem de bem); Mario Franklin Leite de Carvalho (11 anos e três meses de prisão e multa, por formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de bem); Ricardo Hallak (sete anos e nove meses de prisão e multa, por formação de quadrilha e corrupção passiva); e Sissy Toledo de Macedo Bullos Lins (três anos e dez meses de prisão, por lavagem de bem).
 
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