Camisinhas ao alcance

Instalada no pátio, no corredor, no banheiro ou mesmo na enfermaria da escola, uma máquina semelhante às utilizadas para vender refrigerantes e salgadinhos pode ser a fonte em que alunos do Ensino Médio da rede pública poderão conseguir pacotes de preservativos. Este cenário será realidade caso vingue o projeto piloto para instalar máquinas automáticas de distribuição de camisinhas nas escolas. Fruto de parceria entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação, a iniciativa faz parte do Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE), que conta com o apoio de órgãos como a Unesco e o Unicef.

“A escola é mais um espaço para o jovem ter acesso aos insumos de prevenção e à informação também”, explica Nara Vieira, do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais, órgão ligado ao Ministério da Saúde. Trazer a camisinha para dentro da escola é apenas uma das ações do SPE, cujo objetivo global é promover a saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes, ao articular políticas públicas que tornem os jovens menos vulneráveis a doenças sexualmente transmissíveis e à Aids. Contribuir para a redução dos índices de evasão escolar causados pela gravidez na adolescência também é uma das metas do programa. “A partir do momento em que há uma máquina dispensadora de preservativos na escola, sem dúvida ela vai despertar interesse para discutir sobre o tema da prevenção.”
 
O projeto prevê a instalação das máquinas apenas em estabelecimentos de ensino que façam parte do SPE, ou seja, que já realizem ações educativas e discussões sobre prevenção e sexualidade com a comunidade escolar. De acordo com o Censo Escolar de 2008, cerca de 60 mil escolas de Ensino Básico participam do programa e 11 mil distribuem de alguma forma o preservativo para seus alunos. “A máquina vai ser apenas um facilitador, não vai implicar mudança alguma dentro da escola”, esclarece Ellen Zita, assessora técnica do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais. Segundo Ellen, um dos objetivos da ideia é harmonizar as formas de distribuição do preservativo. Assim, a máquina não funcionaria como um elemento isolado, mas, sim, como um complemento de um projeto pedagógico maior.
 
Aluno do terceiro ano do Ensino Médio, Renan Souza Meira, 18 anos, faz coro com uma pesquisa realizada em 2005, na qual foi constatado que 89,5% dos estudantes consideram a disponibilização de camisinhas no ambiente escolar “uma ideia legal”. “Acho ótimo. Vai evitar o constrangimento de precisar ir até uma farmácia para comprar”, defende. A mesma pesquisa, feita com 102 mil estudantes em 14 estados, revela ainda que o principal motivo alegado por 42,7% dos estudantes para não usar o preservativo é não tê-lo na hora H – cerca de 10% deles declararam ainda que não têm dinheiro para comprá-lo.
 
Seis escolas públicas do Ensino Médio em Santa Catarina, na Paraíba e no Distrito Federal receberão as 40 primeiras máquinas para ser testadas dentro do ambiente escolar. Os protótipos são de tecnologia 100% nacional e foram desenvolvidos a partir de um concurso (Prêmio de Inovação Tecnológica) lançado em 2007 para todos os Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets) do Brasil. Foi de Santa Catarina que saiu o protótipo de máquina mais bem avaliado, escolhido para ser usado no projeto.
 
As máquinas oferecerão preservativos masculinos de dois tamanhos aos alunos, mediante a apresentação de uma senha e do número de matrícula. O número de preservativos disponíveis para cada aluno ainda não foi estabelecido e será decidido de acordo com os resultados dessa primeira experiência, prevista para durar seis meses. “O contexto de cada escola vai modificar o projeto inicial. Não existe fórmula mágica”, explica Ellen Zita.
 
MUDANÇA DE PARADIGMA
 
Além de ser uma forma de sistematizar as diferentes formas de distribuição do preservativo nas escolas, oferecer camisinhas gratuitamente, por meio de uma máquina automática, facilita o acesso do jovem ao preservativo, uma vez que evita que ele deixe de adquirir o produto por falta de dinheiro ou embaraço de precisar pedir para terceiros ou ir até um posto de saúde retirar a camisinha.
 
No terceiro ano do Ensino Médio, Verônica Nogueira, 17 anos, acha que a instalação da máquina em escolas pode contribuir também para iniciar um debate em torno do assunto. A estudante acredita que, apesar do estranhamento inicial de pegar camisinhas “na frente de todo mundo”, a máquina poderia tornar o processo de aquisição do produto mais fácil. Aluna de um colégio particular em São Paulo, Verônica não tem aulas de educação sexual. “Eu sinto muita falta, acho que eles deveriam tirar mais dúvidas da gente.” De acordo com a estudante, o assunto “sexo” só é abordado na aula de Biologia, mesmo assim “muito por cima”.
 
Para a sexóloga Maria Cláudia de Oliveira Lordello, o adolescente em geral tem acesso ao conhecimento de que é preciso usar camisinha e outros métodos anticoncepcionais, a fim de evitar a gravidez e a contaminação por DSTs. Ainda assim, os anos de campanhas massivas a respeito da importância do uso do preservativo parecem não ter sido capazes de modificar alguns comportamentos típicos da adolescência. Talvez seja por isso que, quando o assunto é camisinha, a prática acaba se provando muito diferente da teoria. Um dos motivos, de acordo com a especialista, é o pensamento do “comigo não acontece”. “Trata-se de um olhar bem típico dessa fase. O adolescente sente-se protegido, onipotente, e não tem muita consciência das consequências de seus atos”, explica. Ainda assim, a maior presença do preservativo no cotidiano do adolescente ajuda a contornar esse tipo de caso.
 
Outro problema constatado é a resistência de certos setores da sociedade, alimentada pelo pensamento, equivocado, na opinião da sexóloga, de que falar sobre sexo com os jovens estimularia de alguma forma um comportamento sexual mais precoce. “Isto não é real. Muito pelo contrário. Quanto mais se fala, menos curioso e proibido o assunto se torna.” Apesar da impressão de que hoje o sexo é encarado com mais naturalidade pela maioria, Maria Cláudia lembra que ainda é complicado para muitas pessoas entender o sexo como algo prazeroso – e não só como uma forma de reprodução. A origem de tal pensamento estaria na repressão sexual experimentada durante séculos pela sociedade ocidental, que só começou a ensaiar uma abertura a partir da revolução sexual dos anos 60. “A mudança de conceito do sexo reprodutivo para o sexo prazeroso está sendo difícil. Esta ainda é a principal dificuldade que os pais encontram na hora de falar com seus filhos sobre sexo”, explica. Apesar desse tipo de reação, a realidade apontada por pesquisas é de que a população brasileira inicia sua vida sexual por volta dos 15 anos. Outro dado apontado é que praticamente a metade – 44,7% – dos estudantes já possui vida sexual ativa. “A existência da máquina de camisinha atesta justamente isso, que os jovens fazem sexo por prazer e não só para se reproduzir”, afirma a sexóloga.
 
Mais informações acesse: http://www.cartacapital.com.br/carta-na-escola/camisinhas-ao-alcance

Participe do seminário “A Amazônia do Século XXI”

CartaCapital, em mais uma parceria com a revista digital Envolverde, promove neste dia 10 de dezembro, em São Paulo, mais um seminário da série Diálogos Capitais. Desta vez, debateremos a “Amazônia do Século XXI”.

Ele será aberto por uma palestra de Beto Veríssimo, pesquisador sênior do Instituto do Homem e Meio Ambiente, uma das maiores autoridades do País sobre a região amazônica.
 
Na pauta o desenvolvimento da região e sua contribuição para o País, a COP 16 e a retomada da agenda de Copenhague – que acontecerá em dezembro, em Cancum – e a retomada do REDD, a valoração das florestas em pé.
 
Depois da explanação do conferencista, ouviremos as palavras dos debatedores, todos eles especialistas no tema: Nemércio Nogueira, diretor de assuntos institucionais da Alcoa Alumínio; Mirela Sandrini, gerente de gestão do Fundo Vale; Adriana Ramos, coordenadora para a Amazônia do Instituto Socioambinetal (ISA) e Caio Magri, coordenador do Instituto Ethos. A mediação ficará a cargo do jornalista Dal Marcondes. Em seguida, será aberta a palavra para o público.
 
O evento também marcará o lançamento de mais uma edição especial do nosso suplemento Carta Verde, também editado em parceria com a Envolverde.
 
Se você quiser participar, precisa fazer uma inscrição prévia, pois as vagas são limitadas. Acesse este link e garante o seu lugar.
 
O seminário será realizado no Espaço Reserva Cultural, na Avenida Paulista, em São Paulo, das 8h30 às 12h30 do dia 10.
 
Mais informações acesse: http://www.cartacapital.com.br/economia/participe-do-seminario-%e2%80%9ca-amazonia-do-seculo-xxi%e2%80%9d
 

Brasil está entre países que mais evoluíram em educação na última década

O Brasil está entre os três países que alcançaram a maior evolução no setor educacional na última década. É o que apontam os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) de 2009, divulgados hoje (7).

A prova é aplicada a cada três anos pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e avalia o conhecimento de estudantes de 15 anos de idade em matemática, leitura e ciências. No ano passado, participaram 65 países.
 
O Brasil ingressou no Pisa em 2000. Desde então, a média entre as três provas – considerando os resultados em leitura, matemática e ciências – subiu de 368 para 401 pontos. Nesse mesmo período, apenas dois países conseguiram melhorias superiores aos 33 pontos alcançados pelo Brasil: Chile (mais 37 pontos na média) e Luxemburgo (mais 38 pontos). Na média, os países-membros da OCDE ficaram estagnados de 2000 a 2009, sem avanços.
 
O Brasil estabeleceu metas de melhorias no Pisa, como as que já existem para o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Para 2009, o objetivo era atingir 395 pontos, o que foi superado. Em 2021, o país precisa alcançar 473 pontos, média dos países da OCDE.
 
Na avaliação do ministro da Educação, Fernando Haddad, os resultados desmontam a teoria de que o Brasil estaria sempre em defasagem em relação aos países desenvolvidos, já que somente em 2022 atingiria níveis semelhantes na avaliação. “O mundo está estagnado do ponto de vista da qualidade [da educação]. Embora alguns países da OCDE tenham melhorado, outros pioraram e, na média, ficaram estagnados. Em educação sempre há espaço para melhorar, mas o mundo desenvolvido está com dificuldade em fazer a sua média subir”, afirmou.
 
Para Haddad, o “pior momento” da educação brasileira foi no início da década, entre 2000 e 2001, quando o país ocupou a lanterna no ranking do Pisa. Segundo o ministro, essa tendência está revertida e parte dos avanços se deve às mudanças no sistema de avaliação do país, especialmente a criação do Ideb em 2005 que atribui e divulga nota para cada escola pública.
 
“Não tenho dúvida que isso impactou muito favoravelmente, mexeu com a educação no Brasil. Em 2006, quando divulgamos pela primeira vez os resultados por escola, informamos diretores, professores, passamos a fazer formação [de professores]. Estamos só colhendo os resultados dessa percepção de que a aprendizagem estava afastada do cotidiano da escola”, afirma Haddad. O maior crescimento – de 17 pontos – se deu no último triênio (2006-2009), destacou o ministro.
 
Haddad ressaltou que a escola não pode se ocupar somente dos resultados em avaliações, mas não pode esquecer que está formando alunos que “precisam ter proficiência nas disciplinas básicas. “A educação não se reduz a isso, os testes padronizados são importantes, mas não esgotam a questão. A educação transcende esses testes, mas a avaliação é um elemento que estava faltando na cultura escolar”, apontou.
 
O relatório da OCDE também destaca a criação do Ideb como ação importante para a melhoria dos resultados e aponta o Brasil como exemplo a ser observado por outros países com baixa proficiência.
 
“O país investiu significativamente mais recursos em educação, aumentando os gastos em instituições de ensino de 4% do PIB [Produto Interno Bruto] em 2005 para 5% em 2009, alocando mais recursos para melhorar o salário dos professores. Também gastou o dinheiro de forma mais equitativa do que no passado. Recursos federais agora são direcionados para os estados mais pobres, dando às escolas recursos comparáveis aos que são disponibilizados nos mais ricos”, diz o relatório, em referência ao Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), criado em 2006.
 
Mais informações acesse: http://agenciabrasil.ebc.com.br/home;jsessionid=8F20D567F0D39B3EE8CA811D2FCC0B95?p_p_id=56&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_count=1&_56_groupId=19523&_56_articleId=1116244

Poupança chega a 19 meses consecutivos com mais depósitos do que retiradas

As cadernetas de poupança registraram depósitos de R$ 101,337 bilhões no mês de novembro, enquanto as retiradas somaram R$ 97,321 bilhões, deixando saldo de R$ 4,016 bilhões. Os números foram divulgados na noite da segunda-feira (6) pelo Banco Central, e mostram que a poupança tradicional contabiliza captações líquidas há 19 meses. No ano, a captação líquida das cadernetas de poupança soma R$ 28,306 bilhões.

Os rendimentos creditados sobre o estoque de cadernetas de poupança somaram R$ 1,897 bilhão no mês passado. Isso, somado à captação líquida, elevou o total de depósitos para R$ 370,514 bilhões – R$ 293,560 bilhões no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e R$ 76,951 bilhões na Poupança Rural. Tem ainda um residual de R$ 3,196 milhões de poupança vinculada, que não existe mais.
 
Com números um pouco mais defasados, a Caixa Econômica Federal também informou nesta segunda-feira o balanço da poupança depositada na instituição até final de outubro. Ressalta que detinha R$ 124,3 bilhões dos depósitos totais em poupança, correspondentes a pouco mais de 34% do mercado, e a captação líquida das cadernetas da Caixa somou R$ 9,8 bilhões, ou mais de um terço da captação divulgada pelo BC.
 
Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/economia/2010/12/poupanca-chega-a-19-meses-consecutivos-com-mais-depositos-do-que-retiradas

Brasil quer usar boa relação com China para mediar acordo sobre clima em reunião da ONU

O governo brasileiro está disposto a usar a boa relação com os chineses durante a 16ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas para Mudança Climática (COP-16), em Cancun, no México, como forma de avançar nas discussões sobre formas de medir as emissões de gases de efeito estufa em cada país.

Uma das principais reclamações da delegação chinesa no encontro é a possibilidade de que esse método de medição esconda uma tentativa de interferir em assuntos nacionais. As informações são da BBC Brasil.

“Esse debate mais técnico entre dois países irmãos acostumados a estar do mesmo lado cria um conforto maior para a China”, disse a secretária de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Branca Americano. “Isso é um exemplo de como a gente pode trabalhar para reduzir as arestas”, acrescentou.
 
A China é o maior emissor de gases de efeito estufa do mundo. Os Estados Unidos têm cobrado uma fórmula que permita verificar, de forma transparente, como e quanto os países que integram a convenção emitem gases estufa. Diferentemente dos países ricos, as nações em desenvolvimento – como a China e Brasil – não precisam ter metas obrigatórias de redução das emissões, mas precisam se comprometer com um crescimento mais limpo e com dados que sejam mensuráveis, reportáveis e verificáveis.
 
Os principais países negociadores vêm discutindo uma fórmula que seja consensual. Segundo a secretária do Ministério do Meio Ambiente, existe um trabalho de verificação sendo feito por agências de certificação, mas esse modelo “não reflete o espírito da convenção”. “Esse não é o espírito, então cria-se uma desconfiança”, disse Branca Americano, referindo-se à posição dos chineses. O Brasil trabalha para desfazer essa desconfiança, para detalhar isso, usando procedimentos no âmbito da convenção.”
 
Apesar da disposição do Brasil de intermediar esse debate com a China, o governo não espera uma definição em Cancun. A expectativa é que os países concordem, pelo menos, com um prazo para que o modelo de verificação seja definido.
 
A reunião de Cancun começou na semana passada, mas espera-se que as conversas definitivas ocorram a partir desta segunda (6).
 
Apesar do clima amistoso entre os negociadores, ainda não há esboço sobre qualquer acordo, o que coloca uma pressão ainda maior sobre as conversas desta semana.
 
A primeira semana de discussões foi marcada pelo anúncio de que o Japão não tem planos de se comprometer com metas para um segundo período do Protocolo de Quioto, que vence em 2012, e por uma continuação da desconfiança entre países ricos e em desenvolvimento.
 

Garantia de empregos na indústria plástica

O meio ambiente pede medidas urgentes de preservação. Há uma nova consciência de que o desenvolvimento deve ser pensado de forma sustentável e, por isso, as atividades que promovem o bem-estar devem levar em consideração os danos causados. O Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo tem uma história de luta e engajamento ambiental, e não é de hoje.

Nas empresas em que o Sindicato atua esse tema é sempre objeto de fiscalização. São inúmeros processos judiciais e inúmeras vitórias. O Sindicato defende a integridade dos trabalhadores e a preservação do planeta. A defesa dos trabalhadores é sempre responsável e ampla, contempla a melhor discussão e envolvimento dos trabalhadores na busca das melhores soluções.
 
No governo da ex-prefeita Luiza Erundina, o Sindicato foi pioneiro na coleta seletiva. A Prefeitura passava periodicamente e recolhia os materiais recicláveis. Infelizmente o projeto não teve continuidade. Hoje, nada é feito para resolver os problemas ambientais em São Paulo. As discussões são frágeis e não buscam uma eficaz solução para os problemas da cidade.
 
Educação
Talvez, resida na educação o maior problema ambiental. Não há uma ação concreta que permita a criança e o jovem, menos ainda o adulto, pensarem e praticarem o respeito ao meio ambiente. As ações de preservação são escassas e têm origem em atividades isoladas, sem a devida participação do poder público. É comum ver ruas sem qualquer lixeira, algo simples de se fazer.
 
Bode expiatório
Um projeto de lei prevendo o fim da produção de sacolas plásticas tramita na Câmara Municipal de São Paulo. O primeiro e mais importante efeito desse projeto, se aprovado, será a extinção de 20 mil empregos dos trabalhadores do Setor Plástico. O projeto quer que as sacolas sejam vendidas nos supermercados e assim tenham utilização reduzida. Como a produção será proibida, a compra terá que ser feita em outras cidades, porque parar a produção não parece ser viável. A proposta de lei não pensa em educar, na verdade deseduca quando escolhe a sacolinha plástica como vilã da história ambiental.
 
Onde colocar o lixo doméstico?
É comum a utilização das sacolas plásticas para acomodar o lixo doméstico. Qualquer que seja a medida, o fato é que as sacolas plásticas continuarão existindo e já fazem parte dos orçamentos dos supermercados e afins.
 
Manifestação
No dia 17 de novembro, os dirigentes do Sindicato estiveram presentes na Câmara Municipal de São Paulo para protestar contra o projeto de lei 528/2009. Além da ineficácia da lei, que só teria publicidade e nenhum efeito prático, ela despreza totalmente a questão do emprego de 20 mil trabalhadores. “Os vereadores precisam pensar no desenvolvimento sustentável, e ignorar as famílias é fechar os olhos para as questões sociais e econômicas”, afirmou o coordenador de Administração e Finanças do Sindicato, Osvaldo Bezerra (Pipoka).
 
A manifestação surtiu efeito e o projeto não foi votado. O vereador Francisco Chagas, que é dirigente licenciado do Sindicato dos Químicos de São Paulo, é o principal representante dos trabalhadores plásticos na Câmara. Chagas critica o projeto de lei e lembra que não há uma política ambiental eficaz aplicada pelo poder executivo municipal. O projeto não tem previsão para entrar na pauta. De qualquer forma, o Sindicato continuará acompanhando os trâmites.
 

Encontro das Trabalhadoras Químicas e Plásticas de São Paulo

Sexualidade, aborto, violência contra mulher, relações homoafetivas e participação política foram os temas que prenderam a atenção de 100 mulheres no Encontro das Trabalhadoras Químicas e Plásticas de São Paulo. A atividade ocorreu nos dias 27 e 28 de novembro, em Atibaia, no Hotel Gran Roca.

 
No primeiro dia do Encontro, o tema foi sexualidade. As participantes tiveram a oportunidade de conversar com Valéria Melki Busin, membro da ONG “Católicas pelo Direito de Decidir” e com Maria Isabel da Silva, diretora de Políticas Sociais da FETEC/SP.
 
No segundo dia, a deputada federal Janete Pietá (PT) falou sobre a participação política das mulheres e sobre a Lei Maria da Penha. As trabalhadoras receberam uma cartilha que continha a Lei e mais uma vez puderam tirar suas dúvidas.
 
Para Célia Passos, coordenadora da Secretaria de Gênero, a atividade superou todas as expectativas. “As companheiras participaram, fizeram perguntas, ouviram as opiniões umas das outras, riram, se divertiram, enfim, foi um grande aprendizado para todas nós.”
 
Elaine Blefari, também dirigente do Sindicato, acredita que “os temas debatidos esse ano deram para essas mulheres, além de conhecimento, uma força interna muito grande, porque aqui elas perceberam que não estão sozinhas, e juntas somos mais fortes”.
 
Para as participantes essas atividades são importantíssimas. Elas se sentem, sem dúvida nenhuma, fortalecidas não só como trabalhadoras, mas como mulheres.
 

Schering-Plough é condenada por danos morais e racismo

A Indústria Farmacêutica Schering-Plough foi condenada a pagar indenização a um trabalhador que era chamado de saci por gerentes da empresa. A condenação impôs o pagamento por danos morais e mais uma indenização no valor de 12 meses de salários após o fim do auxílio-doença por problemas psicológicos devido ao assédio moral, além de férias, gratificação natalina, 13º salário e FGTS.

Atividades reforçam luta por direitos iguais

A CUT SP organizou, em São Bernardo, a CUT – Cidadã, com serviços sociais e shows. A atividade durou todo o dia e contou com a participação de dirigentes sindicais de diversas categorias. No Centro de São Paulo, aconteceu a 7ª Marcha da Consciência Negra. A atividade homenageou o João Cândido, um dos líderes da Revolta da Chibata, com apresentações de capoeira e shows.

 
Na tarde do dia 20, na Sede Central do Sindicato, foram apresentados dois curtas-metragens: “Negro e Argentino” e “Sou negro não sei sambar”, com a presença do diretor Patrício Salgado. Os dois documentários tratam da vida de Patrício. O primeiro fala dos preconceitos e contradições dentro da própria família – Patrício é filho de pai negro e mãe argentina e conta que seu avô materno era racista.
 
No segundo documentário, Patrício tenta ir contra os estereótipos. Para ele, o papel do negro dentro da sociedade é muito demarcado. “Quero ter o direito de escolher o que eu quero pra mim”, diz o diretor. O mote principal do filme é ele mesmo, que é negro e não sabe sambar. Mesmo com seu avô sendo muito importante durante a criação da escola de Samba Nenê da Vila Matilde, sua família não tem envolvimento nenhum com o samba. Resolve, então, entrar para a bateria da escola de samba (aprende a tocar cuíca para isso) e desfilar no Carnaval.
 

Para Lula, país alcançará meta de redução do desmatamento antes de 2020

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira(6) que o Brasil vai alcançar “muito antes de 2020” a meta de redução do desmatamento da Amazônia em 80%. “Muita gente achava que era impossível”, disse ele, em seu programa semanal de rádio, Café com o Presidente.

Para Lula, a redução de 14% no desmatamento da Amazônia registrada este ano – a menor taxa em 22 anos – abre caminho para que a meta estabelecida em Copanhague no ano passado seja alcançada.
“Há uma lição para todos. O governo aprendeu que não basta proibir, não basta a Polícia Federal prender, não basta multar, é preciso conversar e dialogar”, afirmou. Para o presidente, é importante que o governo federal envolva prefeitos e governadores e coloque à disposição meios para que os estados possam se desenvolver sem precisar do desmatamento.
 
“A gente percebe que (desta forma) todo mundo participa e que os resultados são mais extraordinários do que apenas proibir ou perseguir”, disse. “E, se houver desmatamento, que seja uma coisa feita de forma bem cuidada, com o manejo correto da floresta”, completou.
 
Escolas
 
No mesmo programa, Lula disse que a entrega de escolas técnicas, de universidades e de extensões universitárias durante o seu governo colocam o  Brasil no patamar de países desenvolvidos. “Estou convencido de que a companheira Dilma vai continuar esse processo”, disse.
 
Ele lembrou a inauguração de 30 escolas técnicas e de 25 extensões universitárias na semana passada. “Vamos terminar de entregar tudo o que prometemos”, afirmou, ao se referir a 214 escolas técnicas e 126 extensões universitárias.
 
Lula destacou que com o Programa Universidade para Todos (ProUni), cerca de 704 mil alunos frequentam o ensino superior. Já por meio do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), a renovação de estudantes na rede federal mais que duplicou, segundo ele.
 
“Esse é um passo extremamente importante porque vai colocando o povo brasileiro em uma confiança de que nós poderemos dar os passos que não demos nas décadas passadas”, disse.
 
Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/ambiente/2010/12/para-lula-pais-alcancara-meta-de-reducao-do-desmatamento-antes-de-2020