Assédio Assédio Moral: o Fantasma no Ambiente de Trabalho

Nesta entrevista a Dra. Margarida Barreto, médica ginecologista e do Trabalho, pesquisadora do Núcleo de Estudos Psicossociais de Exclusão e Inclusão Social (Nexin PUC/São Paulo), explica o que é assédio moral e como o trabalhador deve procurar ajuda e alerta:”Quem é humilhado sistematicamente, pode sair das ideações suicidas e agir, rumo a morte, tirando a própria vida, por não suportar o sofrimento”.

Diesat: O que é assédio moral?
Dra. Margarida Barreto: Assediar alguém significa estabelecer um cerco e não dá trégua ao outro, humilhando, inferiorizando e desqualificando-o de forma sistemática e repetitiva. São ataques verbais e gestuais, perseguições e ameaças veladas ou explicitas; fofocas e maledicências que ao longo do tempo, vão desestabilizando emocionalmente e devastando a vida do outro.

Para a UNIÃO EUROPEIA o assédio moral é um comportamento negativo entre colegas ou entre superiores e inferiores hierárquicos, em que a vitima é objeto de ataque sistemático por longo tempo, de modo direto ou indireto, contra uma ou mais pessoas.

Já a Organização Internacional do Trabalho considera-o todas as vezes em que uma pessoa se comporta para rebaixar o outro, através de meios vingativos, cruéis, maliciosos ou humilhantes contra uma pessoa ou um grupo de trabalhadores. São criticas repetitivas e desqualificações, isolando-o do contato com o grupo e difundindo falsas informações sobre ele.

Qualquer que seja o conceito usado, no assédio há sempre um núcleo ou matriz que encontramos em todos os países, mostrando que estamos ante uma tortura psicológica nas relações interpessoais no local de trabalho, o que nos leva a considerá-la como um problema de saúde publica. Nesta matriz, encontramos algumas táticas que se repetem: isolar, ignorar, desqualificar, desmoralizar, desestabilizar, degradar as condições de trabalho e forçar a pedir demissão ou desistir do emprego, do projeto, da empresa.

Resumiríamos, afirmando que em todos os casos de assédio moral encontramos:
-Repetitividade e persistência da ação
-Intencionalidade
-Temporalidade e direcionalidade
-Degradação das condições de trabalho

Os efeitos são devastadores a vida (físico/psicológico) das pessoas que são humilhadas e sofrem agressões verbais e outros atos de constrangimento, quer no âmbito publico ou privado (a portas fechadas). Aqui, a diferença está na relação de poder estabelecida, que pode ser assimétrica ou simétrica com atos de violência explícitos ou sutis.
 
D: De que forma o trabalhador é assediado no ambiente de trabalho?
M.B: Leymann, o primeiro estudioso do tema, a pratica do assédio moral envolve mais de 40 atos que fazem parte de um processo que ocorre ao longo do tempo, por um período de seis meses. Para ele, existe o assédio moral quando há uma relação assimétrica de poder e este, pode ser em conseqüência de uma experiência maior ou mesmo, uma maior proximidade com a alta hierarquia. Deste modo, ele catalogou quatro grandes grupos de ações: ações contra a dignidade; ações contra o exercício do trabalho; manipulação da comunicação e ações de iniqüidade.
 
Como exemplo de ações muito comuns aqui em nosso país, citaria: isolar dos colegas e ignorar sua presença; dar instruções confusas, sobrecarregar trabalho, bloquear o andamento do trabalho, criticar em publico, constrangendo-o ou desqualificando-o; impor horários injustificados; caluniar; disseminar fofocas e maledicências; transferir de setor sem conhecimento prévio; proibir colegas de conversar, almoçar entre tantos outros atos, contanto que reforce o lema. “Não falte para não perceberem que você não faz falta”, passando a idéia que o trabalhador é um inútil, ou que faz é tão pouco que não tem valor para a Empresa.
 
D: Quando começaram as discussões sobre o problema?
M.B.: Na Europa, o tema foi bastante discutido por Leymann e posteriormente, Marie France Hirigoyen. Aqui no Brasil, começamos a ouvir atentamente os trabalhadores que eram humilhados em seu local de trabalho desde o inicio a partir de 1993. Sabíamos que humilhar o outro não era novo. Mas, os relatos que nos chegavam, eram freqüentes. O fato é que a intensificação das humilhações no trabalho coincide com as mudanças que ocorreram na forma de organizar o trabalho e nas políticas de gestão, nestes últimos 30 anos.
 
Mudou o discurso e novos rótulos surgiram para velhas questões. Por exemplo, ser flexível passou a apontar um novo horizonte de expectativas no qual o trabalhador agora denominado de “colaborador”, deverá estar sempre motivado, ser dinâmico e comunicativo, aberto para os novos desafios, ter capacidade para trabalhar em grupo, ser criativo e competitivo como forma de ascender no mundo do trabalho e em especial ser dedicado a empresa e seu trabalho. O discurso é sedutor, pois a flexibilidade deve ser aceita e internalizada por todos; é uma forma de compensar a insegurança que passo aparecer a partir das demissões massivas e reestruturações constantes. Cada um deve suportar o novo desafio, a nova sobrecarga e mostrar que é capaz de se ajustar aos novos tempos. Com poucas pessoas executando mais tarefas, sob intensa pressão para produzir, não precisamos refletir muito para constatar as consequencias que isso traria no tempo: novas doenças e mais demissões. Fomos percebendo que as humilhações neste contexto, era algo que fazia parte da micropolitica de controle empresarial e que se manifestava na corrente dos gestos cotidianos. Estávamos diante de uma ferramenta de controle dos gestos, da voz, dos pensamentos e emoções. Assim, devemos avaliar as novas doenças, os novos riscos emergentes em associação as mudanças no mundo do trabalho e que foram profundas. Ressalto também que a reestruturação produtiva veio acompanhada de desregulamentações das relações de trabalho, de flexibilização dos direitos, da adoção de novas políticas de gestão quer por injuria ou pelo medo, de controle rígido e disciplinar dos trabalhadores, da colonização do imaginário, quer por política de punição aos que não alcançaram as metas ou por premiação dos “bons” na capacidade de ultrapassá-las e dá produção. É um ambiente propicio para instaurar o conflito entre colegas e a competitividade, passa a ser a regra. Sabemos que as empresas estão mais preocupadas em aumentar seus lucros com poucos gastos que com a saúde dos seus trabalhadores. O que importa é faturar cada vez mais e o trabalhador que adoece vira peça descartável e que deve ser trocada. Então ser flexível para o capital, é ser capaz de se adaptar, em reagir ao invés de agir; em aceitar ao invés de resistir e lutar. Porque afirmo isso?
 
Quando o trabalhador adoece, envelhece ou questiona praticas ilícitas ou não se submete as normas que lhes são impostas, perde o valor e torna-se uma “persona non grata”, o que o obriga, freqüentemente, a deixar a empresa. O valor do trabalhador está em ser guerreiro 24 horas, não adoecer, não ter família, não ter preocupações e preferencialmente, que todo o seu pensamento e emoções, estejam direcionados ao bem estar da empresa. Logo, todo assédio tem como intencionalidade forçar o outro a desistir do emprego, pedindo a demissão ou mesmo desistindo de um projeto ou mudando de setor, de Estado.
 
D: Existe uma categoria que apresente mais denuncias relacionadas a assédio moral?
M.B.: Hoje, é difícil você dizer qual a categoria que não tem assédio moral nas relações de trabalho. Isso porque o assedio tem como causalidade a organização do trabalho e uma cultura organizacional que mantém e reproduz a “voz” da organização, como verdade absoluta e inquestionável. Mas, poderíamos apontar as categorias em que é muito comum: saúde, educação, comunicação em especial com os jornalistas e o setor de serviços, como por exemplo, os bancários.
 
D: Como o movimento sindical pode auxiliar trabalhadores que sofrem assédio?
M.B.: Em primeiro lugar, o dirigente deve ouvir seu companheiro. É necessário que os dirigentes compreendam e conheçam esse novo mundo do trabalho nesta nova configuração, em que os trabalhadores foram transformados em nômades do trabalho e das relações, vivendo uma sociedade sem emprego, com uma vida limítrofe e caótica, tendo que se submeter a exploração. É necessário que os dirigentes conheçam os novos riscos emergentes, reflitam a cultura empresarial, que escutem e compreendam a voz daqueles que sofrem, adoecem e morrem do/no trabalho. Se não conhecem o que acontece de fato no intra-muros, a ação se restringe a julgar ou encaminhar o trabalhador assediado para o medico ou o departamento jurídico, em atos e ações individualizadas. E as ações coletivas, ficam esquecidas.

Se não tivermos uma práxis compromissada com classe trabalhadora, poucas vitórias alcançaremos. Digo isto, pois vejo por esse Brasil, muitos “dirigentes” que sequer sabem o que ocorre dentro daquela empresa em que ele um dia, trabalhou e isso leva a atitudes de indiferença em relação a dor do outro. Falta reflexão-ação, sonhos pessoais que se mesclem com os sonhos coletivos, falta luta ativa, organização por local de trabalho, mobilização e compromisso de classe! Pensar em eliminar o assédio moral das relações laborais passa pela luta por justiça, por dignidade, por generosidade, por respeito nas relações de trabalho, por uma nova forma de organizar o trabalho em que a cultura reforce a autonomia e criatividade para pensar e fazer; que a vida daqueles que produzem riquezas, seja privilegiada em sua plenitude. Um sindicalismo “combativo” não pode defender os interesses do capital, viabilizando a existência de empresas que matam e adoecem centenas de trabalhadores anualmente, com a desculpa que está preservando o emprego. Aqui, é uma questão de defesa da vida. Não podemos sair de um sindicalismo de contestação e caminhar para um sindicalismo de “viabilização das empresas. Enquanto esse cenário persistir, assistiremos o aumento da exploração no trabalho – que é uma face da violência – a intensificação da flexibilidade, mobilidade e humilhações para produzir, sob o olhar passivo do movimento sindical.
 
D: Quais são as conseqüências na saúde destes trabalhadores?
M.B: Quem sofre o assédio moral no trabalho, manifestará algumas reações. A primeira seria uma reação social cuja resposta corporal a ação nociva, se manifesta como isolamento social, ressentimentos, tristeza, reprodução da violência em outros espaços e até mesmo com filhos. Há aumento do uso de drogas, quebra dos laços afetivos e muitas crianças de país que sofreram violência no trabalho, tem menor desempenho na escola. Em segundo lugar, a pessoa assediada sente um mal estar que se manifesta no julgamento negativo de si, como se fosse sem valor ou mesmo um lixo. Além das varias alterações cotidianas, devido aos pensamentos repetitivos e recorrentes, com o tempo, começam a apresentar doenças e danos psíquicos com idéias de indignidade, esquecimentos, choro freqüente e que podem caminhar para a depressão, o burn-out, a síndrome do pânico e outros transtornos da esfera mental E por ultimo, que m é humilhado sistematicamente, pode sair das ideações suicidas e agir, rumo a morte, tirando a própria vida, por não suportar o sofrimento.
 
Assim o assédio moral gera morte. A Marie France lembra que “Não se morre diariamente de todas as agressões, mas perde-se uma parte de si a cada noite, volta-se para casa exausto, humilhado, deprimido. É a repetição do ato que é destruidor”. Estamos diante de um risco que tem repercussões na família, desestruturando-a freqüentemente e devastando a vida daquele que sofre a violência moral ou psicológica no local de trabalho. Estamos falando de mais um risco no ambiente de trabalho, que causa danos a dimensão física, psíquica, moral, intelectual, social, cultural ou espiritual do ser humano. Daí a necessidade de compreender essa relação capital x trabalho para atuar com compromisso de classe, pois ter saúde, ser livre e feliz, envolve a ordem do conhecimento, da razão livre, dos bons encontros, da compreensão não somente de si mesmo, mas dos outros e somente com os outros podemos transformar o mundo do trabalho e a sociedade em que vivemos.
 
D: O que levou a Dra. a pesquisar sobre o tema?
M.B.: Comecei a trabalhar no Sindicato dos Químicos ao final de 1992, logo após o término do curso de especialização em medicina do trabalho. E neste espaço passei a ouvir historias de sofrimento e compreendi desde o inicio que a dor colocada não era resultante de fraquezas individuais. Ao contrário: estava diante de guerreiros e guerreiras da produção e que após dá a vida em uma determinada empresa, sentiam-se traídos porque adoeceram ou porque questionaram a empresa e como resultado, mudava a forma da empresa de lidar com eles. As histórias de sofrimento me atravessavam e na tentativa de ajudá-los ativamente, procurei a Psicologia Social da PUC/SP para fazer o mestrado. Lá, sistematizei uma pesquisa que resultou na escuta atenta de 2072 trabalhadores de 97 empresas do ramo químico, plástico, cosmético e farmacêutico e cujo nome da dissertação foi dado por um trabalhador que após contar sua historia, me disse: “eu vivo dentro da empresa uma jornada de humilhações”. Ele me deu o nome e a chave da compreensão dos gritos de sofrimento que escutava.
 
Mais informações acesse: http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1&lang=PT&cod=53091
 

Catadores temem incinerador em São Bernardo

Catadores de materiais recicláveis da região do ABC, na Grande São Paulo, mostram preocupação com a iniciativa da prefeitura de São Bernardo do Campo de instalar um incinerador de lixo na região. O projeto está em discussão e é tema de uma audiência pública no município nesta sexta-feira (10).

Apenas há um mês houve uma aproximação entre representantes da administração municipal e o Movimento Nacional dos Catadores de Material Reciclável (MNCR), que teme a perda de oportunidades de trabalho na região.
 
“Os catadores de todas as cidades do ABC podem ser prejudicados já que as prefeituras vão poder mandar o material para ser incinerado em São Bernardo. Somos contra o incinerador, o dinheiro que vai ser investido nesta usina vai faltar para a coleta seletiva”, afirma a coordenadora estadual do MNCR, Mônica da Silva.
 
A adoção de incineradores é apontada por gestores públicos como uma alternativa para lidar com os resíduos sólidos em acordo inclusive com a política nacional para a questão, sancionada neste ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
 
Os principais pontos positivos seriam permitir o saneamento sanitário de áreas usadas como lixões sem o devido aterramento, além de permitir a captação de recursos internacionais por meio do mercado de carbono controlado pela Organização das Nações Unidas (ONU).
 
Os catadores, porém, temem que a medida signifique queimar, literalmente, a fonte de renda dos trabalhadores. A prefeitura promete garantir centrais de triagem e ampliar a coleta seletiva, mas mesmo assim a iniciativa é vista com desconfiança.
 
Para Mônica da Silva, a prefeitura de São Bernardo percebeu a mobilização dos catadores e por isso abriu o diálogo com o movimento. O próprio gabinete do prefeito convocou as duas últimas reuniões, quando algumas demandas dos catadores foram ouvidas.
 
As divergências em relação à prefeitura começaram desde o início da atual gestão de Luiz Marinho (PT), em 2008, e só começaram a ser superadas em novembro, quando duas reuniões foram realizadas entre a prefeitura e o MNCR.
 
A relação ainda é repleta de arestas, como o próprio fato de que os catadores só tomaram conhecimento da audiência pública desta sexta e dos procedimentos para participar dela no segundo encontro, quando o prazo para inscrição estavam encerrados.
 
Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidades/2010/12/catadores-temem-incinerador-em-sao-bernardo

Taxa média de juros para empréstimo pessoal fica em 5,27% em dezembro, diz Procon-SP

A taxa média de juros do empréstimo pessoal ficou em 5,27% ao mês em dezembro, uma queda de 0,08 ponto percentual em relação à de novembro (5,35% ao mês), segundo levantamento feito pelo Procon-SP. No caso do cheque especial, a taxa manteve-se em 9,12% ao mês na média de todos os bancos pesquisados: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú, Safra e Santander.

Segundo o levantamento, em dezembro esses bancos praticamente não alteraram as taxas devido à estabilidade da Selic, que permanece em 10,75% desde julho. Para o Procon-SP, as medidas adotadas pelo Banco Central com o objetivo de frear a expansão do crédito não alteraram significativamente as projeções sobre o rumo da política monetária, pelo menos em curto prazo, mas já anunciam a retomada do ciclo de aperto monetário para o ano que vem.
 
“Com exigências maiores para emprestar, os bancos poderão repassar o aumento de custos para o consumidor, que terá de encarar taxas de juros mais altas e prazos menores de financiamento. O Natal é uma importante data comemorativa para o comércio e o clima de festa do mês de dezembro pode induzir os consumidores a comprar mais e a contratar empréstimos”, diz o Procon-SP em nota.
 
Entretanto os economistas da entidade lembram que, para qualquer tipo de contratação, as cobranças começarão a ser feitas no início do próximo ano, período em que há mais despesas com Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e com matrícula e material escolar, entre outras. Além disso, salientam que é preciso planejar o que fazer com o décimo terceiro salário, dando prioridade ao pagamento de dívidas.
 
Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/economia/2010/12/taxa-media-de-juros-do-emprestimo-pessoal-fica-em-5-27-em-dezembro-diz-procon-sp

IBGE lança nova edição do Atlas Nacional do Brasil

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou nesta terça-feira (14) o “Atlas Nacional do Brasil Milton Santos”. O livro, que traz 548 mapas, 76 gráficos, além de tabelas, fotos e imagens de satélite, atualiza informações geográficas sobre o território brasileiro.

Entre os destaques, estão os mapas referentes à cadeia produtiva (carne, algodão herbáceo e mandioca) e o da distribuição dos estabelecimentos agropecuários, publicados pela primeira vez nesta edição.
 
De acordo com o IBGE, a primeira obra desse tipo foi lançada pelo instituto em 1959, com o nome de Atlas do Brasil. Em 1966, uma nova edição intitulada Atlas Nacional do Brasil trouxe atualização dos dados em algumas folhas. Em seguida, o IBGE lançou três publicações em formato semelhante ao atual, nos anos de 1992, 1996 e 2000.
 
Segundo a geógrafa Adma Hamam de Figueiredo, coordenadora do projeto do IBGE, o Atlas reúne informações variadas e é responsável pela difusão do conhecimento geográfico do Brasil entre estudantes de todos os níveis de ensino e para a população em geral.
 
“É um enorme conjunto de informações sobre o território brasileiro, desde a parte física, de recursos naturais, até aspectos sociais, na esfera socioeconômica. Trata-se de um retrato bastante complexo da realidade territorial do país”, explicou.
 
A publicação se estrutura em torno de quatro grandes eixos: O Brasil no Mundo; Território e Meio Ambiente; Sociedade e Economia; e Redes Geográficas. O primeiro trata da inserção do Brasil no cenário mundial e aborda questões como a desigualdade social, o acesso a informações, as redes geográficas e as fontes energéticas. Ressalta que as diversas formas de inclusão do Brasil no mundo afetam a própria geografia do país, pois grande parte das atividades aqui desenvolvidas relaciona-se à competição mundial.
 
A relação entre território e meio ambiente enfatiza que o espaço geográfico representa um dos fundamentos da identidade nacional, o que torna o mapa uma referência central de seu reconhecimento no mundo. Trata da divisão política, da regionalização e do meio ambiente, destacando que o território brasileiro está submetido a tensão constante entre forças que induzem à interiorização da ocupação do território e, simultaneamente, ao reforço do processo histórico de litoralização.
 
O atlas poderá ser adquirido na loja virtual do IBGE (http://www.ibge.gov.br/lojavirtual/default.php) e nas livrarias consignadas (http://www.ibge.gov.br/lojavirtual/livrarias.php).
 
Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidades/2010/12/ibge-lanca-nova-edicao-do-atlas-nacional-do-brasil

Reinauguração do Clube de Campo homenageia Virgílio

Dias após o Ministério Público ter encontrado a vala onde podem estar os restos mortais de Virgílio Gomes da Silva, o Sindicato promoveu uma homenagem ao companheiro reinaugurando o Clube de Campo com o nome desse grande lutador.
 
A reinauguração aconteceu no domingo, dia 12 de dezembro e contou com a presença de familiares do Virgílio, a viúva Dona Ilda Martins da Silva e a filha mais nova do casal, Isabel. Compareceram também: Marcelo Zelic, vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais, Ivan Seixas, presidente do Condepe (Conselho Nacional de Direitos da Pessoa Humana) e Adriano Diogo, deputado estadual, além de mais de 300 trabalhadores da categoria e seus dirigentes.
 
Osvaldo Bezerra, o Pipoka, coordenador da Secretaria de Administração e Finanças do Sindicato acredita que atividades como essa é essencial para a categoria. “É muito importante que os trabalhadores, principalmente os jovens, conheçam e se inspirem com a história de vida de Virgílio”. E Pipoka adianta: “Essa atividade, além de homenagear Virgílio, marca o início do Núcleo de Direitos Humanos do Sindicato dos Químicos”.
 
Devido a grande emoção, Dona Ilda preferiu não se pronunciar, e em seu lugar, a filha Isabel deu um depoimento muito emocionado. “Eu quero dizer a vocês que o meu pai não está mais desaparecido e eu fico muito feliz em poder dizer isso depois de 40 anos. Tenho certeza que sem a ajuda do Sindicato nada disso estaria acontecendo.”
 
Na ocasião o dirigente do Sindicato e vereador, Francisco Chagas, entregou à Dona Ilda o documento que concede a Virgílio o título de Cidadão Paulistano “In Memorian”, em mais uma homenagem ao companheiro. Para encerrar a cerimônia de homenagens, todos foram convidados a ir ao lado de fora do salão e puxar o véu que escondia um totem com o rosto do Virgílio e que continha também algumas palavras referentes à memória do companheiro.
 

Proibidos de receber doações, artistas de rua de SP se dizem perseguidos por Kassab

Em pé, em cima de um caixote, em ruas e praças da capital paulista, a estátua viva do homem prateado tem movimentos leves e calmos. O silêncio é outra de suas características. Ele trabalha quase sem fazer barulho. Os sons só mesmo os que a plateia de passantes produz, admirada e surpresa. “É uma arte tão sutil, tão elevada”, diz Carmen Lúcia, que mesmo carregando várias sacolas parou para apreciar o trabalho.

Trocar de posição, só quando cansa ou um expectador generoso deixa uma doação na ânfora. Grato pela contribuição, o homem vestido de cowboy, com o corpo coberto por tinta prata e lentes verdes claríssimas, se move lentamente – para não destoar da função, nem assustar – e solta um chiado baixinho, de robô enguiçado. Estende a mão e oferece uma pedrinha ao passante gentil.
 
Nos últimos meses, o silêncio do trabalho, antes só quebrado pelo barulho das moedas ao caírem em sua ânfora, foi substituído por constantes avisos de policiais militares de que artistas de rua, como o Homem Prateado, cantores, repentistas, entre outros, não podem mais se apresentar no centro de São Paulo se receberem contribuições do público. “O coronel disse que posso trabalhar sem ânfora”, revela o Cowboy Prateado, contrariado com a deliberação da prefeitura de São Paulo. “Ele (o coronel) trabalha de graça? Ele tem conta para pagar, nós também temos”, reclama o artista.
 
O homem prateado é um dos personagens criados por Luiz Carlos.  Para ele, a arte apresentada nas ruas não oferece perigo,  apenas “deixa a cidade mais alegre”. E a contribuição que as pessoas fazem vem do desejo delas, não de obrigação. “Muitas vezes as pessoas não têm dinheiro, dão 10 centavos e eu fico feliz. É melhor o que é dado de bom gosto do que um valor maior dado por dó”, diz.
 
Com o dinheiro ganho nas ruas, ele cuida do filho de 15 anos, paga a prestação do carro e “claro, pago as contas de toda a casa”, explica.
 
Há 12 anos, o artista se dedica a criar personagens e representá-los durante quatro horas por dia, em cima de seu caixote. Além da dedicação à arte na rua, ele avisa que já fez participações em minisséries da TV Globo, em novelas do SBT e recentemente participou de vinhetas para a Copa do Mundo.
 
Ele conta que a rua é um espaço difícil. É “preciso ter jogo de cintura” para lidar com pessoas hostis, chuva e sol quente na cabeça. Luiz ensina que é preciso ser carismático, ter criatividade e coordenação para ser estátua viva.
 
Apesar dos desafios, ele só não esperava ser proibido de expor sua arte. “Tenho um sentimento de revolta, de tristeza e injustiça sobre essa história de não poder usar o solo público para apresentações”, critica.
 
Rei do violão
 
“E hoje o que encontrei me deixou mais triste / Um pedacinho dela que existe / Um fio de cabelo no meu paletó.”
Enquanto Carlos Rei canta ‘Fio de Cabelo’, quem passa pela 25 de Março, mesmo que não pare, sacode o ombro ou mexe a cabeça. Os flashes das máquinas fotográficas digitais e os celulares nas mãos do público fazem do violonista sertanejo uma  estrela – pelo menos durante as quatro horas que ele passa tocando nas calçadas.
 
Quando a música termina, Nelson Soler, vereador do município de Tabatinga (SP), aplaude e corre para tirar uma foto de um amigo ao lado do músico. Outras pessoas aproveitam o intervalo para pedir uma música.
Carlos Rei é músico desde os 8 anos, e sua grande paixão é a música sertaneja. O violão,  companheiro de mais de quatro décadas, recentemente passou a dividir espaço com a Constituição que ele carrega na bolsa. Além da Bíblia, que o cantor usa todas as manhãs, para evangelizar no centro de São Paulo.
 
“É…, agora, temos de carregar essa informação da Constituição, porque a todo momento um policial  me pede para parar meus shows”, lamenta.
 
“Dizem que eu não posso usar o solo para arrecadar dinheiro”, aponta. Normalmente, ele  procura ponderar com os policiais. “O salário do senhor, o senhor dá para quem quiser. Eu não estou cobrando para cantar. O pessoal vê meu trabalho e aqueles que podem ajudar com cinco centavos ajudam, quem pode ajudar com mais, ajuda mais.”
 
O cantor conta que este ano já sofreu agressões por pessoas identificadas como seguranças quando tocava na praça da Liberdade.  Também sofreu pressão por parte de Guardas Civis Metropolitanos da capital paulista e chegou a apresentar denúncia na ouvidoria do órgão. Logo depois da agressão na Liberdade, ele tentou fazer boletim de ocorrência, mas diz que na delegacia não quiserem nem ouvi-lo.
 
No fim de ano, o problema, segundo o violonista, é com a Polícia Militar. “Os policiais ficam sem jeito. A gente percebe, mas avisam que é ordem do comandante e a gente tem de sair, senão…”, afirma.
 
Jorge já fez uma via sacra pelos órgãos públicos municipais na tentativa de conseguir uma autorização para tocar nas praças de São Paulo, mas nada foi resolvido. Ele chegou a escrever uma carta ao prefeito, pedindo para trabalhar. “Eu deixei lá no gabinete dele, passei lá depois, mas dizem que não tem retorno ainda”, conta.
 
Morador em um albergue, Carlos chegou a São Paulo, vindo de Curitiba, há seis meses, e aos 54 anos de uma carreira sempre ligada à música depende do que ganha nas ruas para comprar remédio, comida e roupa. Isso quando não tem de comprar cordas novas para o violão. “Lá na Liberdade, quebraram as cordas do meu violão”, lamenta.
 
“Salário é para comprar remédio, tenho exames que nem pude fazer ainda. Comprar roupa, calçado. Há 25 anos, sou evangélico, não bebo, não fumo, não gasto dinheiro em bar, nem cachaça”, conta.
 
A mídia das ruas
 
A voz suave e melodiosa de Toninho Nascimento tem fã-clube na TV e nas ruas no centro de São Paulo, onde ele toca duas vezes por semana. Da porta dos prédios, é comum ver seguranças com rádio na mão e ouvidos ligados nas canções da MPB que ele apresenta.
 
Susana Wazima Mapele se posiciona numa escada para ver melhor o cantor e traz na mão um CD de Toninho. “Comprei porque ele é fantástico e eu vou dar de presente”, explica a funcionária pública, que trabalha nas imediações.
 
A fã diz que soube da existência de Toninho no programa do apresentador Raul Gil – e depois “foi uma surpresa maravilhosa saber que ele toca  tão perto”. “É uma oportunidade maravilhosa porque a gente não tem muito acesso (à música), nem tempo”, elabora.
 
“É um show que ele dá aqui (na rua). Você para um pouquinho e sai daqui melhor. Para com estresse, tristeza, para com tudo. Não tem como ouvir uma voz dessa, afinadérrima, e sair daqui triste”, afirma.
 
Avelana Gonzaga é outra expectadora atenta de Toninho. “A prefeitura tem de incentivar trabalhos de artistas, não só cantores, mas teatro. O que tiver, tem de ser divulgado, até para população participar da cultura”, propõe.
 
A alguns metros, o advogado João Juliano explica que ao passar pela praça sempre para para assistir o músico. “É uma maravilha. Sem esses artistas São Paulo ficaria sem graça”, diz.
 
Eunice, segurança de um prédio na lateral da praça, comenta que não pode deixar seu posto na portaria, “mas a gente fica aqui ouvindo”. “Todo mundo é fã dele.”
 
Apesar dos quatro anos em que se apresentou na TV, Toninho se diz um artista de rua e vê nesse tipo de apresentação a oportunidade de levar sua arte de forma indistinta. “A receptividade que existe na rua, não tem nada igual. Todo artista deveria fazer isso, porque é uma coisa maravilhosa”, emociona-se.
 
O músico acredita que a arte nas ruas cria um ambiente mais descontraído e leve, em meio à correria e ao estresse de uma metrópole como São Paulo. “Eu não passo das 14 (horas) justamente para não atrapalhar os escritórios. Eu acredito que faço um papel muito bom para a população, porque de fato eles vêm e me falam: ‘você lavou a minha alma hoje”, depõe o cantor.
 
As ruas, as praças, segundo ele, também são uma vitrine importante para os artistas que não têm recursos para se manter na mídia.  “Artista precisa da TV, que não abre espaço para quem não tem dinheiro para investir.
 
Para aparecer num canal, tem de investir muito dinheiro para estar em evidência e como a gente não tem esse recurso precisa da rua para se expor e vender os shows. Essa é a grande realidade”, argumenta.
 
Depois de passar vários anos tocando em locais públicos em países como Suíça, Itália e França, ele não se conforma com a perseguição que os músicos vêm sofrendo justamente em sua terra natal, a capital paulista.
 
“Eu nunca vivi nada igual em quase 30 anos de profissão. E logo na minha terra…”, lamenta o artista.
 
“Agora, esse governo do (prefeito Gilberto) Kassab (DEM) proíbe (apresentações artísticas). Literalmente proíbe”, explica. “Fui perguntar, saber se havia alguma autorização para poder me apresentar e não há uma autorização. É negado. Não é só música, qualquer tipo de manifestação artística é negada pelo município de São Paulo”, acrescenta.
 
Para ele, a ação da prefeitura lembra os tempos da ditadura, além de desrespeitar a Constituição. “Somos protegidos pela Constituição, que diz que o artista tem o direito de se apresentar em praças públicas, sem prévio aviso, mas eles não respeitam não”, afirma.
 
“Eu me transportei para a década de 70, quando o artista era espancado, torturado. Me parece que a gente tá vivendo aquela época num governo municipal.”
 
O cantor já teve CDs apreendidos pela Guarda Civil Metropolitana de São Paulo (GCM), no segundo semestre desse ano. “Eu faço minha produção, pago, sou cantor. Sobrevivo dos meus discos que são feitos dentro da lei”, define. Toninho, como a maioria dos artistas ouvidos pela Rede Brasil Atual, acredita que a prefeitura de São Paulo está colocando artistas no mesmo patamar dos camelôs ou de quem vende ou pirateia produções artísticas. “Nós, artistas, somos confundidos com quem faz cópia pirata”, define.
 
O músico diz que não se incomodaria de pagar uma taxa para se apresentar, como fez por vários anos na Suíça.  Mas ressalta que não é papel de um governo vetar a arte. “Na Suíça, eu pagava imposto para me apresentar ao longo de todo o dia. Mas, mesmo assim nunca a polícia chegou e pediu a autorização”, informa.
 
“É uma prática do mundo inteiro. Nos Estados Unidos há os músicos que trabalham nas ruas. Os guardas nunca me pararam como também elogiavam o meu trabalho”, desabafa.
 
Ele lembra,  “isso é milenar”. “A prefeitura tirou de maneira brutal e injusta o nosso direito de nos apresentarmos na praça como todo bom artista”, filosofa o cantor.
 
Toninho diz que está preparando um abaixo-assinado para chamar atenção da população sobre as ações da Prefeitura contra artistas que se apresentam pela capital e informa que o cantor sertanejo Fabiano Martins, conseguiu uma liminar para continuar se apresentando.  “O que nós fazemos nas ruas é sempre com amor e deixa a população mais tranquila, isso deveria ser levado em conta”, diz.
 
Como Zezé di Camargo
 
Clayton Alessandro tem 11 anos e uma voz firme de quem sabe o que quer. Seu grande sonho é construir uma carreira como a de Zezé di Camargo.
 
A dificuldade, no momento, não é conseguir espaço na TV, pois ele acabou de gravar participações em um novo programa de uma grande emissora, que ainda vai estrear. O problema, explica o pai, Claudinei, é expor o trabalho nas ruas, sem ter equipamentos e CDs confiscados pela polícia, por solicitação da Prefeitura.
 
“Hoje a gente está tendo uns probleminhas no local de cantar”, atesta. “A gente não rouba, a gente divulga o trabalho dele. As pessoas estão gostando e param para ouvir”.  Sobre a polícia, ele sugere que “deviam ir atrás de outras coisas, eu não arredo pé dos nossos direitos”.
 
Até Clayton se mostra incomodado com a intervenção da polícia em seu ofício, quando se apresenta publicamente. “Teve um dia que eu fui cantar lá embaixo, lá na quinze, e apareceu um senhor dizendo ‘acabei de ser assaltado’. Ele foi assaltado atrás do policial e ele tava cuidando de não deixar eu cantar, e não de cuidar de quem tava assaltando os outros”, conta.
 
A vida de pai e filho é de muito trabalho. Clayton estuda de manhã. O pai trabalha como pedreiro pela manhã e atende à noite em uma pizzaria. À tarde, os dois investem no futuro que Clayton sonha. “A gente morava no Mato Grosso e o nome do nosso trajeto é ‘Sonho de um pai e de um filho: dois caras apaixonados pela música’. Eu sou apaixonado pelo trabalho dele e estou aqui para realizar o sonho do meu filho.”
 
Parte da chateação do cantor é o fato de já ter feito shows para policiais e sempre ajudar na arrecadação de alimentos para instituições de caridade. Ao prefeito de São Paulo, ele faz questão de desejar “um Feliz Natal”. Mas lembra: “Isso é perseguição com quem tem talento”.
 
Outro lado
 
De acordo com a assessoria de imprensa da Subprefeitura da Sé, órgão da prefeitura responsável pela administração da área central da cidade, desde maio deste ano artistas de rua estão proibidos de vender CDs ou DVDs, mesmo que sejam de seu próprio trabalho, ou fazer apresentações com aparelhagem de som, em praças ou ruas da capital paulista. A mesma proibição vale para artistas que recebem doações do público.
 
“A venda de CDs na via pública caracteriza comércio ambulante. A emissão de Termo de Permissão de Uso para esta atividade está suspensa em toda a cidade desde maio desse ano, por uma Portaria do Secretário Municipal de Coordenação das Subprefeituras”, apontou a subprefeitura em nota.
 
A prefeitura justifica que a simples apresentação de artistas na via pública não requer autorização. “Uma vez que a manifestação artística é garantida pela Constituição Federal”. Mas os artistas discordam, afirmando que dependem das doações recebidas nas ruas e da venda de suas próprias produções.

Mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidades/2010/12/proibidos-de-receber-doacoes-artistas-de-rua-se-sentem-perseguidos-pela-prefeitura-de-sp 

2º Encontro da Rede de Trabalhadores na AkzoNobel na América do Sul

Trabalhadores e sindicalistas no Grupo AkzoNobel de Argentina, Brasil, Colômbia, México e Estados Unidos da América (EUA) participaram na última semana, em São Paulo, do 2º Encontro Latino-Americano dos Trabalhadores no Grupo AkzoNobel. Participaram, também, companheiros do sindicato holandês FNV (que organiza os trabalhadores da matriz da empresa na Holanda) e do Conselho dos Trabalhadores da Empresa na Europa.

AkzoNobel é reconhecida atualmente como a maior produtora de tintas, do mundo, com presença em dezenas de Países e cerca de 58.000 trabalhadores, sendo cerca de 4.000 na região, mais os terceirizados.
 
Os trabalhadores da AkzoNobel – Escritórios e Raposo Tavares – participaram do encontro representados pelo companheiro Ronaldo Lima, empregado da empresa e diretor do nosso Sindicato. Para Ronaldo, “ampliar as nossas relações com trabalhadores e sindicalistas de outros Países é um passo fundamental para fortalecer a nossa própria organização e o nosso poder de negociação frente à empresa, no Brasil”. “Juntos somos mais fortes”, complementa o companheiro Geraldo Guimarães, que coordena a Secretaria de Organização de Base do nosso Sindicato, e que também participou do Encontro.
 
Argentina – reestruturação e terceirização
 
“Quando se fala de reestruturação produtiva, dá medo. Sempre dá medo, porque isso significa demissão”. A afirmação do companheiro Ramón, delegado sindical na AkzoNobel da Argentina, reflete o momento pelo qual passam os trabalhadores naquele País. Situação que muitos de nós já vivemos quando a empresa em que trabalhamos, simplesmente decide fechar uma unidade em conseqüência de uma reestruturação sobre a qual não fomos consultados e nem sobre a qual nos dão o direito de negociar previamente alternativas que pudessem diminuir suas conseqüências.
 
Ao mesmo tempo, na Argentina, no México e na Colômbia aumenta a substituição de empregados diretos por trabalhadores terceirizados, com salários mais baixos e com menos direitos. Um desafio para todos os Sindicatos, Comissões de Fábrica e Redes de Trabalhadores em Empresas Multinacionais e grandes Grupos Nacionais.
 
Após o 2º Encontro houve a segunda sessão de Diálogo Social  entre os representantes dos trabalhadores e os gerentes de RH das unidades das empresas no Brasil. O objetivo do diálogo social é melhorar o nível de informação sobre as atividades da empresa e melhorar o ambiente para a ação sindical e a negociação coletiva.
 

Dirigentes do Sindicato se encontram com representante da ICEM

Dirigentes do Sindicato no encontro com Kemal Ozkan (primeiro à esquerda), representante da ICEM

Nivelar por cima, com base nos melhores padrões de salários e condições de trabalho é o objetivo do Sindicato dos Químicos de São Paulo em relação às empresas multinacionais existentes na categoria. Por isso, os dirigentes do Sindicato Geraldo Guimarães, Osvaldo Bezerra (Pipoka), Ronaldo Lima e Kazú (também coordenador Geral da Confederação Nacional do ramo Químico da CUT), se reuniram essa semana em São Paulo com Kemal Ozkan, responsável pelo Setor de Indústrias Químicas e Farmacêuticas da ICEM, a Federação Internacional de Sindicatos da Química, da Energia e da Mineração à qual o nosso Sindicato é filiado.
 
Na qualidade de sindicato global, a ICEM está em posição de estabelecer contato com sindicatos e diretorias de empresas em todos os países, principalmente os mais industrializados.
 
E esse é o objetivo imediato do Sindicato segundo o coordenador da Secretaria de Organização de Base Geraldo Guimarães, também trabalhador da Bayer: “Nossa estratégia para melhorar as condições e as relações de trabalho nas empresas da categoria – produção e escritórios administrativos – passa pela nossa vinculação internacional, já que as indústrias químicas e farmacêuticas são cada vez mais globalizadas.”
“As decisões mais importantes são tomadas lá fora, na matriz das grandes empresas, principalmente em relação à reestruturação industrial que causa desemprego e precarização”, complementa o companheiro Kazú.
 
Para o dirigente Ronaldo Lima, também membro da Coordenação da Rede de Trabalhadores no Grupo AkzoNobel, “as condições de trabalho e de salários difere muito entre a matriz e o que temos por aqui nas nossas unidades. Por isso, temos que criar e fortalecer as Redes de Trabalhadores que podem exigir o nivelamento por cima, pelos melhores padrões”, afirma.
 
O representante da ICEM, companheiro Kemal Ozkan, se comprometeu a contatar os sindicatos dessas empresas nos seus países de origem para nos ajudar na troca de informações sobre as condições existentes naqueles países e para fortalecer a nossa relação e organização internacional.
 
Para ajudar nessa tarefa estratégica para o futuro do nosso Sindicato, foi criada uma Assessoria de Organização e Cooperação Internacional junto à diretoria, conforme explicou o companheiro Pipoka, coordenador de Administração e Finanças do Sindicato: “O objetivo da assessoria é ajudar os nossos dirigentes no trabalho junto às empresas multinacionais, em termos de informação, sindicalização, organização de Redes e negociação. Por isso estamos investindo na ampliação da capacidade de ação do sindicato também nessa esfera internacional. Afinal, nosso Sindicato é um dos que mais tem empresas multinacionais na sua base, inclusive brasileiras, como a Braskem, Eurofarma e Nitroquímica (grupo Votorantin).”
 
(*) Com informações de Nilton Freitas, Assessor de Organização e Cooperação Internacional.
 

Polícia deve convocar 25 pessoas para depor sobre morte de menina em hospital de SP

A Polícia Civil está convocando ao menos 25 pessoas para prestar depoimento até o fim da semana sobre a morte de Stephanie dos Santos Teixeira, 12, que teria recebido uma dose de vaselina na veia após procurar o hospital São Luiz Gonzaga, no Jaçanã (zona norte de São Paulo), na sexta-feira (3). Ela foi internada com dores abdominais, diarreia e vômito, e morreu na madrugada de sábado (4).

De acordo com o delegado José Bernardo de Carvalho Pinto, na segunda-feira (6) foram ouvidos a mãe da menina, o diretor clínico do hospital e a acompanhante de outra criança que também estava sendo atendida.
A mãe de Stephanie teria confirmado que ela foi atendida por uma mulher –enfermeira. Com base nisso, a polícia buscou a lista de funcionários do hospital e chegou a 25 nomes que podem ter envolvimento no caso. Ainda não há uma definição sobre quando será cada depoimento.
 
O hospital apresentou à polícia na segunda-feira as embalagens usadas para armazenar soro e vaselina.
A Santa Casa abriu sindicância para investigar o caso e afastou a equipe que atendeu Stephanie. A direção do hospital informou à polícia que as substâncias ficam guardadas locais separados.
 
Já foram ouvidos no 73º DP (Jaçanã) médicos e enfermeiros do hospital. O delegado José Bernardo de Carvalho Pinto disse que serão ouvidas “quantas pessoas forem necessárias” na investigação.
 
Mais informações acesse: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/841984-policia-deve-convocar-25-pessoas-para-depor-sobre-morte-de-menina-em-hospital-de-sp.shtml
 

Justiça de São Paulo considera inconstitucional fator previdenciário

O juiz federal Marcus Orione Gonçalves Correia, da 1ª Vara Federal Previdenciária de São Paulo, deu uma decisão favorável ao processo de um segurado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para exclusão do fator previdenciário do valor do benefício. Cabe recurso à decisão.

O fator previdenciário é uma equação utilizada para calcular a aposentadoria do segurado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) levando em consideração a idade ao se aposentar, o tempo de contribuição e a expectativa de vida.
 
No parecer, Correia considerou inconstitucional o fator previdenciário. Para o juiz, o instrumento é complexo e de difícil compreensão para os segurados.
 
“Registre-se, no entanto, que entendemos que o fator previdenciário é inconstitucional. Na lei, são introduzidos elementos que influem imediatamente no próprio direito ao benefício”, relata no processo.
 
APOSENTADORIA MENOR
 
Com o aumento da expectativa de vida do brasileiro, haverá uma redução média de 0,4% no benefício do trabalhador que se aposentar desde a última quarta-feira (1º). De acordo com os dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a expectativa de vida ao nascer passou de 72 anos e 10 meses (72,86) em 2008 para 73 anos e 2 meses (73,17) em 2009.
 
O achatamento ocorre devido ao fator previdenciário, mecanismo utilizado pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para tentar adiar a aposentadoria dos trabalhadores mais jovens, penalizando quem se aposenta mais cedo por tempo de contribuição já que esse segurado, teoricamente, vai receber o benefício por mais tempo.
 
A nova tabela do fator previdenciário vale até 30 de novembro de 2011.
 
Mais informações acesse: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/839938-justica-de-sao-paulo-considera-inconstitucional-fator-previdenciario.shtml