Movimento do Passe Livre organiza projeto de lei de iniciativa popular sobre tarifa zero no transporte

 

São Paulo – Ativistas do Movimento do Passe Livre (MPL) estão desenvolvendo um projeto de iniciativa popular para assegurar tarifa zero no transporte público municipal de São Paulo. O objetivo é que o transporte seja financiado de maneira indireta, diferentemente do atual modelo misto – que combina subsídio da prefeitura com a passagem paga na catraca pelo passageiro. O início do processo de coleta de assinaturas de apoio deve começar em maio.

Na quinta-feira (28), na Faculdade de História e Geografia da Universidade de São Paulo (USP), estudantes, ativistas e estudiosos do setor discutiram a viabilidade da isenção de pagamento no transporte público. De janeiro a março, pelo menos 11 manifestações ocorreram na cidade contra o aumento de R$ 2,70 para R$ 3, promovido este ano pela administração do prefeito Gilberto Kassab (ex-DEM, rumo ao PSD).

Segundo Mariana Toledo, integrante do MPL, a luta contra o aumento da passagem no município continua e outras manifestações de rua não estão descartadas. Atualmente, o movimento está concentrado no projeto e nos preparativos para a mobilização de coleta de assinaturas, com meta de aprontar o texto até maio. “Só baixar a tarifa não resolve o problema do acesso ao transporte e nem do direito à cidade”, defende.

O MPL pretende convidar movimentos sociais, partidos políticos e organizações sindicais para ajudar na coleta de assinaturas. Para o projeto ser levado à Câmara de Vereadores, é necessário que 5% do eleitorado participem do abaixo-assinado. No caso da capital paulista, o número ficaria em torno de 500 mil assinaturas.

Chico Whitaker, ativista do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), considera que a gratuidade do transporte faz mais sentido se implantada pelo Executivo, já que mudaria completamente a gestão atual do transporte público. O MCCE foi responsável pela mobilização que culminou na aprovação de dois projetos de lei nacionais de iniciativa popular, o da Ficha Limpa e o que pune compra de votos com cassação de mandato.

Vereador na gestão Luiz Erundina, quando se tentou implantar o tarifa zero na cidade, Whitaker conversou com a Rede Brasil Atual antes de conhecer os detalhes da mobilização por parte do MPL. “Um projeto de iniciativa popular não pode ser tão complexo. Se fosse feito, teria de conter o aumento do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) em ‘x’ por cento e em tais condições para distribuir os recursos e constituir um fundo de transporte para permitir a gratuidade na cidade”, analisa.

Para Lúcio Gregori, ex-secretário de Tansportes (1990-1992), também durante a gestão Erundina, a prefeitura da capital não tem qualquer intenção de aceitar a implementação de uma iniciativa como essa. À época, quem rejeitou foi a Câmara dos Vereadores. “A tarifa zero é um tema absolutamente atual, o que é surpreendente, já que o projeto original foi apresentado há 21 anos”, diz Gregori. 

Na gestão Erundina, houve uma iniciativa de gratuidade de ônibus. No terminal de ônibus no bairro de Cidade Tiradentes, na zona leste, e as linhas desse terminal não cobravam passagem. Segundo Lúcio Gregori, as pessoas pegavam uma linha do bairro para o terminal e depois uma linha expressa para o resto da cidade. “Essa experiência foi muito boa e utilizada durante vários anos inclusive depois do nosso governo”, conta o ex-secretário.

O professor da USP Mauro Zilbovicius discorda da impossibilidade. Ele lembrou que os circulares da universidade são uma exemplo de tarifa zero e demostram que o argumento que o transporte seria depredado ou mesmo utilizado de maneira excessiva por ser de graça não se concretiza. Mauro explica que um projeto dessa natureza tem mais resistência política do que propriamente técnica. “As questões técnicas são passíveis de solução. O problema é a naturalização do transporte como algo que tem de ser pago por quem usa, em de se considerar um serviço público, como a saúde e a educação.”

Para mais informações, acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidades/2011/04/movimento-do-passe-livre-desenvolve-lei-de-iniciativa-popular-sobre-tarifa-zero

Trabalhadores celebram dia com desemprego em baixa e crescimento da massa salarial

 

Brasília – Os trabalhadores comemoram o seu dia em meio a um cenário de aumento da massa salarial e queda do desemprego. Uma preocupação, no entanto, pode pôr em xeque a perspectiva de aumento no poder aquisitivo: a alta da inflação.

Em março, o desemprego atingiu os menores níveis da história para o mês: 6,5%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioecômicos (Dieese), que usa outra metodologia, a taxa foi de 11,2% – menor nível para o mês desde 2001.

Se o desemprego está em queda, os trabalhadores começaram 2011 ganhando mais, em média. A massa salarial, segundo o IBGE, encerrou março em R$ 35,052 bilhões, com alta real (descontada a inflação) de 6,7% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Esse processo dá continuidade às conquistas do ano passado, quando 88,7% das categorias profissionais conseguiram não apenas repor as perdas com a inflação, como obtiveram ganhos adicionais, de acordo com o Dieese.

Para os próximos meses, no entanto, o cenário parece menos favorável. A inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu 0,79% em março e acumula 6,30% em 12 meses, próximo ao teto da meta estabelecida pela equipe econômica do governo, que é 6,5%.

Apesar disso, o coordenador de Relações Sindicais do Dieese, José Silvestre, não acredita que os trabalhadores terão perdas aquisitivas generalizadas em 2011. Ele reconhece que as perspectivas não são menos positivas que em 2010, mas não acredita que a alta dos preços esteja fora de controle. “Existe, de fato, um aumento da inflação neste ano, mas isso está muito mais relacionado a fatores externos, como alimentos e combustíveis, do que ao aquecimento da demanda”, diz.

Sobre o risco de as categorias não conseguirem repor as perdas com a inflação neste ano, o coordenador admite que menos trabalhadores obterão ganhos reais nas negociações. Ele, no entanto, avalia que boa parte das categorias continuará a conquistar reajustes reais em 2011. “O cenário não é idêntico ao de 2010, mas ainda é positivo. A economia continua crescendo e diversas categorias conseguirão aumentos acima da inflação nas negociações sindicais”, declara.

Segundo Silvestre, 15% das categorias profissionais conquistaram reajustes reais (acima da inflação) superiores a 3% no ano passado, contra 5% em 2009 e 4% em 2008. “Em 2011, muito provavelmente essa proporção não vai se repetir, mas os ganhos reais continuarão”, ressalta.

Para mais informações, acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/trabalho/2011/05/trabalhadores-celebram-dia-com-desemprego-em-baixa-e-crescimento-da-massa-salarial

CUT fecha Dia do Trabalhador reafirmando a disputa sindical

 

Foi uma semana inteira de debates, atividades culturais, diversão e atos políticos em torno do tema “Brasil-África: Fortalecendo as Lutas da Classe Trabalhadora”.

Quase no encerramento, durante o ato político da noite deste domingo, Dia do Trabalhador, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, uma figura que pela primeira vez participava das comemorações que são feitas no Brasil nesta data fez um comentário enfático: “Esta é a melhor celebração de 1º de Maio em que eu já estive em qualquer lugar do mundo”, disse Danny Glover, ator de cinema estadunidense, militante do movimento negro dos EUA e filho de pai e mãe sindicalistas.

“E sabem o que há de tão especial nesta celebração da CUT? O reconhecimento de que há um relacionamento extraordinário entre o Brasil e a África, de que somos filhos e filhas de Mandela, e de que está nascendo um novo dia para o continente africano. E a CUT sabe disso”, disse.

O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), que horas antes havia estado na celebração que as demais centrais estavam realizando em outro ponto da cidade, também fez uma declaração enfática, desta vez marcando as posições políticas que a CUT vem defendendo há quase três décadas no Brasil: “Sou cutista e tenho orgulho de estar aqui, porque na CUT há o que existe de melhor no movimento sindical brasileiro”.

De alguma forma, deram a deixa para a fala que encerraria depois o ato político. “Mais uma vez a CUT mostra ousadia e inovação, ao eleger como tema a importância de fortalecermos as relações entre Brasil e África, entre nossos povos e entre nossa luta por direitos e avanços sociais”, iniciou Artur Henrique, presidente da CUT.

Também em sua fala, Artur destacou a disputa sindical que se acirra no Brasil. “Neste Primeiro de Maio nós estamos também levantando mais uma vez a necessidade de acabar com o famigerado imposto sindical, que estimula a criação de aproximadamente 2,3 novos sindicatos por dia, a maioria sindicatos que não representam nada, que não fazem nada para melhorar a vida dos trabalhadores”, afirmou.

“Cada vez mais precisamos é fazer com que os sindicatos no Brasil sejam fortes, representativos, e isso só vamos conseguir quando os trabalhadores puderem escolher, decidir como querem financiar seu sindicato”, completou. A CUT defende o fim do imposto sindical e que em seu lugar seja introduzida a contribuição sobre a negociação coletiva, que seria votada em assembleias de trabalhadores da base de cada sindicato. Essa forma de financiamento tende a fortalecer sindicatos que têm atuação e a acabar com os sindicatos de fachada, que por não fazerem nada não conseguiriam convencer os trabalhadores a aprovar a contribuição.

Artur lembrou ainda que essas duas medidas precisam vir acompanhadas por uma legislação que acabe com as práticas antissindicais e pela ratificação da Convenção 87 da OIT, que garante liberdade e autonomia sindical.

Antes, lideranças partidárias já haviam declarado ao público presente que suas entidades vão apoiar as bandeiras da CUT. O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou: “Podem contar com a solidariedade do PT para acabar com o imposto sindical, com as práticas antissindicais e para reduzir a jornada de trabalho”.

Marco Maia investiu na mesma linha. “A Presidência da Câmara assume compromisso para reduzir a jornada e para acabar com o fator previdenciário”, disse. Maia, inclusive, entregou a Artur uma cópia do ato oficial de seu gabinete que instituiu, na semana anterior, uma comissão especial na Câmara para debater e fazer avançar uma legislação que acabe com as mazelas da terceirização no mercado de trabalho.

Adi dos Santos Lima, presidente da CUT-SP, voltou a lembrar a necessidade de participação de todos para a ampliação das mudanças no Brasil. “Acreditamos na solidariedade de nossos parceiros para continuar fazendo avançar as conquistas sociais”. Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, que participou do ato representando a presidenta Dilma Rousseff, disse que o governo federal mantém seu “compromisso fundamental de diálogo permanente com o movimento sindical”.

A festa desse domingo foi encerrada por uma apresentação de Martinho da Vila e Mart’nália. Outros shows aconteceram e o público se animou, apesar da persistente chuva que caía. Chico César, Rappin Hood, Ilê Ayê – um dos mais apreciados pela audiência, e o angolano Do Murras marcaram presença.

Por todo o Brasil, as CUTs estaduais realizaram celebrações. Fechando a noite, os sindicatos cutistas da região do ABC fizeram ato em São Bernardo (SP). Também em São Paulo, a estadual da CUT fez comemorações descentralizadas em outros pontos da cidade.

 

Para mais informações, acesse: http://www.cut.org.br/destaques/20620/cut-fecha-dia-do-trabalhador-reafirmando-a-disputa-sindical

Suicídio no trabalho, um drama que vem crescendo

 

Um livro sobre um tema importante foi lançado quinta-feira no Sindicato dos Químicos, em São Paulo. O assunto leva a uma reflexão quando se aproxima mais uma celebração de 1º de maio. O título é ‘Do assédio moral à morte em si – Significados sociais do suicídio no trabalho’, com organização de textos selecionados por três especialistas em saúde no trabalho: Margarida Barreto, médica do trabalho e pesquisadora do Núcleo de Estudos Psicossociais de Exclusão e Inclusão Social (Nexin PUC/SP), Lourival Batista Pereira, coordenador da Secretaria de Saúde e Meio Ambiente, e o psicólogo e mestre em psicologia social pela PUC/SP Nilson Berenchtein Netto. Em entrevista à Rede Brasil Atual, Nilson Berenchtein Netto disse que o suicídio relacionado ao trabalho é um tema que vem crescendo estrondosamente e não é uma novidade. Esta questão existe desde a antiguidade, segundo ele. Em si, não é um assunto novo, mas a forma como está se dando é muito característico da forma como a sociedade está organizada, do modo de produção capitalista. Apesar de não ser uma novidade, este tipo de suicídio não alarmava tanto. Mas nos últimos dez anos o número de suicídios relacionados ao trabalho cresceu enormemente e fica difícil esconder. Em geral, o que a sociedade costuma fazer? Esconde o fato, diz o psicólogo.

Os sinais de quem sofre assédio moral geralmente são tristeza, a vontade de não ir trabalhar, a falta de vontade de se relacionar com as pessoas (principalmente as do ambiente de trabalho), até mesmo de falar sobre a situação. Uma coisa que Berenchtein diz ter escutado muito em palestras e discussões é que, quando a pessoa começa a dar sinais de depressão ou até mesmo comete uma tentativa de suicídio, é dispensada do trabalho para não estabelecer o vínculo trabalho-suicídio. As pessoas não se incomodam que a pessoa morra, desde que não seja no local de trabalho. O psicólogo diz que os sindicatos terão um papel fundamental no apoio ao trabalhador nesses casos. É lá que o trabalhador poderá fazer suas denúncias, ser ouvido. No local de trabalho, além de sofrer a violência e assédio, não há espaço para falar sobre o problema.

Para mais informações, acesse: http://www.metronews.com.br/metro_news_/f?p=287:24:1348840328898919::::P24_ID_NOTICIA,P24_ID_CADERNO:65708,901,%20Suicidio-no-trabalho,-um-drama-que-vem-crescendo

Livro sobre atos suicidas ocasionados por condições de trabalho é lançado em SP

 

Livros podem ser adquiridos pelo telefone: 3209.3811 ramal: 216

São Paulo – Foi lançado na quinta-feira (28) pelo Sindicatos dos Químicos de São Paulo o livro “Do Assédio Moral à Morte em Si – Significados Sociais no Suicídio do Trabalho”. A publicação nasceu com o objetivo as questões de assédio moral em locais de trabalho que levam a atos de suicídio, mostrando que, apesar de não ser discutido em sociedade, é uma realidade que o mundo do trabalho está vivendo.

A organização dos textos selecionados para a publicação foi feita por três especialistas em saúde no trabalho. Margarida Barreto, médica do Trabalho e pesquisadora do Núcleo de Estudos Psicossociais de Exclusão e Inclusão Social (Nexin PUC/SP), Lourival Batista Pereira, coordenadora da secretaria de Saúde e do Meio Ambiente e o psicólogo e Mestre em Psicologia Social pela PUC/SP, Nilson Berechtein Netto.

“O meu desejo e de todos os autores é que esse livro seja um instrumento, uma ferramenta e mais do que isso uma arma na luta dos trabalhadores”, destacou Netto. Para a médica Margarida Barreto, a forma com que o trabalho foi constatado nos últimos anos é tão opressor e violento, que as pessoas sobrecarregadas de serviço perdem o fundamental da vida delas, levando a atos suicidas, classificados por elas como “assassinato corporativo”, pois não foi cometivo individualmente, mas resultado da condição indigna que as empresas oferecem.

“O suicídio é uma realidade ainda pouco comentada na sociedade, mas o fato é que estamos vivendo essa realidade”. Margarida Barreto ressalta, também, que a venda do livro será feita a preço de custo para que ele possa ser lido por trabalhadores de todas as áreas.

Para mais informações, acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/trabalho/2011/04/livro-sobre-atos-suicidas-ocasionados-por-condicoes-de-trabalho-e-lancado-em-sp

Exigência de certidão de antecedentes criminais faz empresa pagar indenização

Uma atendente de call center obteve na Justiça do Trabalho uma indenização por danos morais de R$ 5 mil, com juros e correção monetária, porque lhe foi exigida a apresentação de certidão de antecedentes criminais para ser efetivada a sua contratação. Ao examinar o caso, a Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve a decisão, ao não conhecer do recurso de revista das empresas condenadas – Mobitel S.A. e Vivo S.A. 

Segundo o ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, relator do recurso contra decisão proferida pelo Tribunal Regional do Trabalho do Paraná, a relação de emprego destinada ao teleatendimento de clientes escapa de possíveis casos em que a exigência de certidão de antecedentes criminais se justifique, dentro de padrões de razoabilidade. Nessa situação, a prática patronal resultou em dano moral à trabalhadora e a ilicitude do comportamento, explica o ministro, “dispensa prova de dano, que é presumido, estabelecendo-se pronto nexo de causalidade”. 

O relator esclarece ainda que, ao exigir essa certidão, “sem que tal providência guarde pertinência com as condições objetivamente exigíveis para o trabalho oferecido, o empregador põe em dúvida a honestidade do candidato ao trabalho, vilipendiando a sua dignidade e desafiando seu direito ao resguardo da intimidade, vida privada e honra, valores constitucionais”. 

Processo 

A trabalhadora foi admitida pela Mobitel S.A. em 08/05/06, na função de atendente de call center (representante II), para prestar serviços exclusivamente à Vivo S.A., em Londrina, no Paraná. Em 18/05/07, pediu dispensa do emprego. Na reclamação trabalhista que ajuizou em fevereiro de 2008, ela alegou condições estressantes a que estava submetida no exercício das suas atividades, com quadro depressivo oriundo da forma de trabalho imposto pela Mobitel. 

Por essa razão, pleiteou não apenas indenização por danos morais, mas também a nulidade do pedido de demissão, para que a causa do afastamento fosse revertida para dispensa sem justa causa do contrato de trabalho, condenando as reclamadas ao pagamento das verbas rescisórias. Entre as causas para pedir indenização por danos morais, estava a exigência de certidão de antecedentes criminais. 

A 3ª Vara do Trabalho de Londrina rejeitou o apelo da trabalhadora quanto aos danos morais e à reversão do pedido de demissão em dispensa sem justa causa. Porém, por meio do recurso ao Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR), a autora insistiu na sua pretensão e obteve decisão favorável à indenização por danos morais devido à exigência da certidão de antecedentes, fixada em R$ 5 mil. 

Ao analisar o recurso das empresas ao TST, o ministro Bresciani entendeu que a condenação estabelecida pelo TRT observou o princípio da restauração justa e proporcional, nos exatos limites da existência e da extensão do dano sofrido pela trabalhadora, sem, contudo, abandonar a perspectiva econômica de ambas as partes. Nesse sentido, considerou o valor razoável para a situação, não vislumbrando ofensa aos preceitos legais e constitucionais indicados pelas empresas. A Terceira Turma, então, decidiu não conhecer do recurso de revista. 

Histórico 

Apesar da decisão de hoje, a exigência de certidão de antecedentes criminais já foi considerada possível pelos ministros do TST, no caso de determinados empregadores – dependendo da atividade a ser exercida pelo trabalhador. Em processo julgado pela Quinta Turma, em outubro de 2010, uma empresa de telefonia teve reconhecido o direito de exigir a apresentação da certidão ao contratar funcionário que teria acesso a residências de clientes para instalação de linhas telefônicas.

Para mais informações, acesse: http://ext02.tst.gov.br/pls/no01/NO_NOTICIASNOVO.Exibe_Noticia?p_cod_area_noticia=ASCS&p_cod_noticia=12189

Rio pede desculpas oficiais a presos e torturados pela ditadura

 

Rio de Janeiro – Cerca de 160 pessoas receberam um pedido oficial de desculpas do estado do Rio, por terem sido torturadas durante o período da ditadura militar. A cerimônia foi realizada na sede do Arquivo Nacional na quarta-feira (27). Cada uma delas também recebeu uma indenização de R$ 20 mil.

O chamado ato de reparação, realizado pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, contemplou pessoas detidas ou torturadas em órgãos do estado do Rio entre 1964 e 1979. Durante a cerimônia, um video  com depoimentos de pessoas torturadas e de seus familiares comoveu quem participava do evento.

Presa em 1970, Regina Toscano, que recebeu a homenagem simbólica, falou sobre o evento. “Não apaga o sofrimento, mas é um gesto. O importante é que isso fique na história, que a gente não esqueça, que as novas gerações saibam que existiu este momento (de torturas e prisões políticas) e que foi importante para que a democracia hoje pudesse existir.”

O secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, Rodrigo Neves, acredita que a reparação é importante também para a construção da memória do país.

“O Rio de Janeiro foi o epicentro da resistência democrática e um dos territórios que mais sofreu a atroz perseguição e tortura de pessoas e lideranças do período. É importante fazermos este gesto simbólico. Mais importante do que a indenização é a entrega do pedido de desculpas a pessoas tão valorosas, que chegaram a colocar suas vidas em risco para que a gente pudesse construir a democracia brasileira.”

Mais infoemações, acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidadania/2011/04/rio-pede-desculpas-oficiais-a-presos-e-torturados-pela-ditadura

1º de maio de luta e reflexão

 

Nesta quarta-feira (27), a CUT-SP realizou no museu Afro Brasil, na zona sul da capital paulista, o primeiro dia de seminários internacionais que compõem a programação do 1º de Maio, que neste ano tem como tema “Brasil-África – Fortalecendo as lutas da classe trabalhadora”.

O debate faz parte de uma série de atividades que contarão com representantes sindicais de 13 nações africanas e prosseguirão até o Dia Internacional do Trabalhador discutindo assuntos como preconceito, inclusão social e trabalho decente.

Foi justamente o último desses temas que norteou os diálogos desta quarta. Presidente da CUT-SP, Adi Lima, destacou na mesa de abertura a necessidade dos movimentos sociais brasileiros estreitarem laços com as organizações do continente. “Conhecemos pouco sobre a África, berço da humanidade, com quem temos uma dívida muito grande pelos escravos que de lá partiram e vieram para o nosso país”, afirmou.

A seguir, o coordenador do Programa de Empregos Verdes e Trabalho Decente da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Paulo Muçouçah, a integrante do Departamento Sindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Ana Paulino, e o representante do Ministério do Trabalho e Emprego, Warlen Ferreira, fizeram um balanço das ações ligadas ao trabalho digno no Brasil.

Transformar teoria em prática

Em relação à ações práticas, os debatedores destacaram a construção, em 2003, de uma agenda nacional e de um plano nacional de trabalho decente que tem como prioridade a geração de mais e melhores empregos com igualdade de oportunidades e de tratamento, a erradicação do trabalho e infantil e o fortalecimento do diálogo entre governo, empresários e trabalhadores.

Para Ana, porém, é preciso que os movimentos sociais cobrem para que a teoria seja transformada em algo prático. “Após o presidente Lula assumir o governo, o Brasil começou a pensar em uma agenda do trabalho decente. Mas, temos grandes desafios a superar, começando por estabelecer consensos dentro do próprio movimento sindical. Também devemos qualificar a participação da bancada dos trabalhadores no fórum tripartite que discute o tema e monitorar as metas que foram estabelecidas”, comenta.

Um próximo passo fundamental acontecerá em maio de 2012, com a realização da 1.ª Conferência Nacional de Trabalho Decente. O encontro será precedido por etapas estaduais e municipais, nesse caso, nos locais onde o poder executivo convocar. Portanto, a pressão da classe trabalhadora será fundamental.

Coordenador da mesa, o secretário da Relações do Trabalho da CUT-SP, Rogério Giannini, destacou a prioridade que a Central levará para o evento nacional. “Daremos ênfase à organização no local de trabalho, ao direito de greve para que tudo isso que apontamos como importante se torne algo efetivo e não fique apenas no campo dos conceitos”, comentou.

Inclusão e desenvolvimento

No período da tarde, os trabalhadores discutiram a inclusão social nas sociedades em desenvolvimento com a presença do secretário das Relações Internacionais do Congresso Sul Africano dos Trabalhadores (Cosatu), Bongani Msuku.

Antes, o técnico do Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada (IPEA), André Campos, destacou a importância do aumento da taxa de atividade, ocupação, formalização e remuneração para a inclusão social. 



“Muito por conta da política de valorização do salário mínimo conquistada pelas centrais, estamos observando um processo de distribuição de via mercada de trabalho, que não acontecia antes de 2004. Entre 2004 e 2010, tivemos um cenário de mercado favorável ao trabalhador”, avaliou.

Contudo, ele adverte para o desafio que o movimento sindical tem de vencer a desigualdade que ainda persiste no processo de contratação e ascensão, especialmente entre mulheres, negros e jovens.

Para isso, defende, é necessário ampliar as políticas públicas que promovam a manutenção da elevação do mínimo, o aumento da oferta de crédito, a redução da taxa de juros, reformas agrária e urbana, a ampliação da economia solidária e políticas transversais para estabelecer equidade de gênero e raça. “O resultado que obtivemos nos últimos anos mostra que não precisamos de menos, mas de mais Estado.”

Passamos do apartheid político para o econômico

Representante da Cosatu, Msuku afirmou que a herança da exploração colonial e a substituição do regime de apartheid pelo neoliberalismo deixaram profundas marcas que precisam ser superadas. Entre elas, a visão de que o continente é fornecedor de mão-de-obra barata e consumidor de produtos manufaturados, a concentração de renda e os serviços básicos voltados a atender o mercado externo. Segundo ele, as melhores estradas são as que levam para o aeroporto, às praias e aos portos; na educação, os cursos de medicina e tecnologia são dominados pelos brancos, enquanto a maior parte dos negros continua sem emprego; 72% dos gerentes das instituições financeiras africanas são brancos, apesar de representarem apenas 10% da população no continente. 



“Passamos do apartheid político para o econômico. É assim que o neoliberalismo funciona”, criticou.

Para ele, a forma de reverter esse processo é restabelecer o diálogo com os países vizinhos para estabelecer uma nova estratégia de desenvolvimento, definir um plano de aplicação dos recursos internos para solução dos problemas dos países africanos que geram a riqueza, buscar a independência do financiamento que vem do assistencialismo e do Fundo Monetário Internacional (FMI) e a solidariedade do Sul ao Sul. 



Tudo isso, porém, depende da fiscalização dos trabalhadores. “Nada substitui a organização no chão da fábrica, na base, no local de trabalho”, define.

Organização sindical tem que ser lei – Ex-vice presidente da CUT, José Feijóo, fortaleceu a necessidade do estado promover o crescimento que, por sua vez, seja indutor do desenvolvimento social, conforme aconteceu a partir do governo do presidente Lula. Ele ressaltou que isso ocorreu por meio do investimento em políticas públicas e do diálogo com os movimentos sociais.

Mas isso, diz ele, não significa que a questão do trabalho decente esteja resolvida. “Ainda não conquistamos a organização sindical como direito, o que inclui criar punições para práticas antissindicais. Além disso, temos que avançar na inclusão social por meio da educação,  promover a igualdade de oportunidades no processo de contratação e de ascensão dentro das empresas e garantir que  as políticas públicas de saúde e de seguridade social se mantenham como direitos universais”, aponta.

Por fim, Feijóo alterta para a necessidade do Brasil ser mais democrático internamente, alterando a democracia meramente do voto por uma que permita maior participação do povo através de referendos e plebiscitos, e externamente. “Temos a obrigação de estabelecer uma relação internacional de comércio justo e não de exploração, com a qual sempre convivemos.”

Os debates do seminário internacional continuam nesta quarta. Leia baixo a programação:



27/04 – Workshop Internacional – Local Museu Afrobrasil



28/04 – Mostra de Cinema Brasil-África – Local Auditório Sindisaúde

Workshop Internacional – Local Museu Afrobrasil

Oficinas Culturais – Local Museu Afrobrasil



29/04 – Seminário Sindical Internacional  “Desenvolvimento, sustentabilidade e inclusão social  – Os desafios da relação Sul-Sul” – Local Sesc Vila Mariana



30/04 – Samba com Feijoada: Arlindo Cruz, Jorge Aragão, Diogo Nogueira, Leci Brandão e Marcinho do Cavaco, no Vale do Anhangabaú, a partir das 9h

Cortejos: Capoeira, Maculele, Moçambique, Jongo, Tambores do Vale

Escola de Samba Tom Maior



01/05 – Shows: Mart´nália, banda Ilê Ayê (Bahia), Rappin´Hood, Dog Murras (Angola), Chico César e Martinho da Vila,  no Vale do Anhangabaú, a partir das 9h

Ato político sindical-social: Com sindicalistas e movimentos sociais do Brasil e da África.

Ato inter-religioso: Diversas confissões religiosas celebrarão juntas esta data internacional dos trabalhadores (as).

Ato cultural: Com a presença dos atores Celso Frateschi e Danny Glover.

Homenagens: Lula e Nelson Mandela

Atividades Simultâneas

– Exposições e Feiras

– Exposição fotográfica

– Exposição de esculturas e charges

– Feira de Livros

– Feira gastronômica

– Heróis de todo o mundo (vídeo com personagens afro-brasileiro,

fundamentais da nossa história)

– Desfile de roupas de padronagem africana

– Desfile de penteados Afro

– Exposição de tecidos 

Organização no local de trabalho completa 30 anos

 

São Bernardo – Os trabalhadores brasileiros comemoram 30 anos da representação no local de trabalho. Negociar com patrões, estabelecer um diálogo de igualdade ainda hoje não é tarefa fácil.

Mas há 30 anos, os trabalhadores do ABC mostravam para um país inteiro que era preciso mudar. As lutas por melhores salários e condições de trabalho ganharam força no chão de fábrica.

A TVT faz uma série de reportagens sobre a organização no local de trabalho. 

Para assistir o vídeo, acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/trabalho/2011/04/organizacao-no-local-de-trabalho-completa-30-anos

Kassab não cumpre metas e pode ser processado

O prefeito de São Paulo Gilberto Kassab poderá ser processado por improbidade administrativa caso não cumpra as 223 propostas do Plano de Metas 2009-2012. Para a Rede Nossa São Paulo, que propôs a criação do plano, a reprovação popular penaliza mais do que possível ação judicial.

Para ouvir a reportagem, acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/radio/programas/jornal-brasil-atual/kassab_processo_metas.mp3