Mobilizações da CUT em 6 de julho dão início às campanhas do segundo semestre

 A Central Única dos Trabalhadores (CUT) irá realizar na próxima quarta-feira (6) uma série de mobilizações em todo o país que, de forma simbólica, dão início às campanhas salariais de diversas categorias no segundo semestre. Temas ligados às futuras reivindicações, a valorização da educação e um modelo de distribuição de renda que descentralize a política econômica e a importância do aumento real para a economia serão destacados durante os atos.

Movimentos sociais como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), a Central de Movimentos Populares (CMP), a Marcha Mundial de Mulheres, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e outras entidades da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) participarão dos atos em apoio ao processo.
 
O secretário-geral da CUT, Quintino Severo, lembra que pautas como a jornada de 40 horas semanais, o combate à terceirização e aprovação do Plano Nacional de Educação serão colocadas em discussão. “Queremos retomar toda a pauta que tivemos no Congresso Nacional de março, em conjunto às campanhas salariais do segundo semestre. Este é um momento importante para os trabalhadores ampliarem a distribuição de renda. Não acreditamos no argumento de que salário cria inflação, pelo contrário”, disse.
 
O presidente da CUT, Artur Henrique, explicou o porquê de a CUT não realizar ato unificado com as demais centrais. “A diferença não é só de pauta, mas de concepção e prática, mesmo nos pontos em que supostamente há convergência. A proposta deles não tem uma linha sobre negociação coletiva”, criticou. Segundo ele, o impasse sobre o fim do fator previdenciário e sobre a terceirização também influenciaram para a decisão.
 
“Nós somos contra, mas algumas centrais querem fortalecer as empresas prestadoras de serviço para ampliar alguns sindicatos, mesmo que isso signifique a morte de trabalhadores e
menores salários”, disse o dirigente.
 
Atividades nas capitais
A segunda edição da Marcha dos Catarinenses abriu as atividades no sul do país. Segundo a CUT-SC, cerca de 4 mil pessoas compareceram à mobilização na sexta-feira (1º) para cobrar trabalho decente e políticas públicas que visem ao desenvolvimento e estimulem a valorização da renda. Na avaliação do presidente da CUT-SC, Neudi Antonio Giachini, o governador Raimundo Colombo (ex-DEM) não dá reconhecimento às categorias do estado.
 
“É um governo que não tem compromisso com a sociedade. Defendemos a realização de conferências regionais, mas o governo já alegou que não tem recursos. Se levarmos como base os anos anteriores, quando o governo catarinense deixou de lado as conferências, sendo que a maioria foi realizada por vontade e articulação dos movimentos organizados, teremos grandes desafios pela frente”, pontuou o dirigente.
 
Em São Paulo, a mobilização será realizada a partir das 10h na Praça da Sé. Para o presidente da CUT no estado, Adi dos Santos Lima, as reivindicações atingem o cotidiano dos paulistas. “Faremos um grande ato no centro da cidade para levarmos à população paulista nossas reivindicações e lutas do próximo período. Explicaremos, por exemplo, a política de privatização realizada no estado há anos, como no caso dos pedágios, que neste mês de julho chegaram a ter o aumento de até 9,77%”, disse o dirigente. Cerca de 10 mil militantes são esperados em passeata, até a Praça do Patriarca.
 
A mobilização no Rio de Janeiro seguirá o lema dos aumentos reais dos salários e o fim do fator previdenciário. Em especial, as reivindicações terão exemplos recentes dos movimentos que acontecem na cidade, como a dos servidores públicos da saúde, educação e segurança. A concentração do ato ocorrerá na Igreja da Candelária, região central da capital fluminense.
 
Na Bahia, haverá ato também neste sábado (2), durante desfile cívico que marca a separação definitiva de Brasil e Portugal, com bandeiras do Dia Nacional da Mobilização. No dia 6, os militantes farão panfletagem no centro de Salvador pela manhã e à tarde, na estação de transbordo de Cajazeras.
 
Para conferir a programação completa das capitais, visite o site da CUT Nacional.

Um mês após morte de camponeses, Ibama fecha madeireiras de Nova Ipixuna

Pouco mais de um mês após a morte do casal de líderes extrativistas José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, em Nova Ipixuna (PA), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) contabiliza o fechamento de todas as 12 madeireiras que atuavam no município. A região é um polo madeireiro mas, atualmente, toda e qualquer atividade do setor é considerada ilegal por falta de licença ambiental, de acordo com o órgão.

Segundo dados atualizados do Ibama, cerca de 30 fiscais começaram, nesta quinta-feira (30), a retirar máquinas e madeira dos estabelecimentos. Eles contam com apoio de homens do Exército, da Força Nacional e da Polícia Federal.
 
A Operação Disparada, iniciada em 28 de março com frentes em outros três municípios paraenses (São Felix do Xingu, Santana do Araguaia e Pacajá), pediu a cassação de todas as 12 licenças ambientais de madeireiras e serrarias de Nova Ipixuna, pelo histórico de reincidência de práticas ilegais.
 
Foram arrecadados R$ 3,4 milhões em multas aplicadas desde o final de maio. As apreensões somam 768 m³ de madeira em tora e 631m³ de madeira serrada, além do embargo de 315 hectares de áreas desmatadas.
 
Para o professor da Universidade Federal do Pará (UFPA) Rodolfo Salm, praticamente toda a exploração madeireira na região amazônica infringe a lei. Mesmo em explorações formalmente legalizadas, não se tem clara a amplitude dos efeitos sobre a floresta.  “A indústria madeireira na Amazônia por si só já causa um grande impacto”, define o professor.
 
Paulo Vinicius Marinho, gerente-executivo do Ibama em Marabá (PA), conta que todas as madeireiras já receberam algum tipo de autuação do Ibama. Mas a Secretaria de Meio Ambiente do Pará, por muitas vezes, concedia licença ambiental novamente. “Nós conseguimos o cancelamento das licenças pela própria insustentabilidade dessas serrarias na região”, destaca.
 
O Ibama reconhece que apesar de fiscalizar por meio de operações aquela região do estado desde 2007, apenas em maio deste ano, após a morte dos extrativistas e da evidente ação ilícita de madeireiros, o órgão intensificou a fiscalização.
 
Reação aos crimes
Ele afirma que o órgão se baseia prioritariamente na apuração de crimes ambientais – alguns deles, inclusive, denunciados pelo próprio casal assassinado. Porém, Marinho diz que não compete ao Ibama promover ações em áreas onde se encontram lideranças rurais ameaçadas de morte. Ao órgão, segundo ele, cabe apenas apurar denúncias de crimes ambientais e analisá-las. “Vale dizer que o Ibama é um orgão de proteção ambiental, não é um orgão de segurança pública”, pontua.
 
Ele conta que no caso do assassinato do casal em Nova Ipixuna uma reunião foi realizada logo após o crime, na qual participaram representantes do Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra), Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério do Meio Ambiente, Ministério Público Federal e Polícia Federal. Foram definidas ações de cada órgão diante da visibilidade do caso.
 
No entanto, o professor Rodolfo Salm acredita que as ocorrências na região Amazônica, como assassinatos, desmatamento e extração ilegal de madeira não são exceção, mas representam a regra na região.
 
O gerente-executivo do Ibama detalha a ação no município paraense: “O município está na posição 68ª no ranking do desmatamento, tinha ações fiscalizações pontuais, mas não tão energéticas como em outros municípios que exigem uma presença maior do Ibama. Quando aconteceu o assassinato do casal, houve a necessidade tanto para dar uma resposta à sociedade e à altura do crime cometido de se fazer uma ação mais impactante.”
 
A ideia então, segundo o gerente do Ibama, foi combater  todo o polo, seja serrarias, seja quem, de fato, realiza o desmatamento. “O colono não derruba a madeira dele, se ele não tem pra quem vender”, analisa.
 
Ele explica que, durante a operação, o Ibama vem realizando uma comunicação contínua com o Incra, oferecendo informações referentes ao comércio de lotes. Marinho admite que há claros indícios de que assentados pelo programa de reforma agrária estejam cometendo crimes ambientais, principalmente a extração ilegal de madeira.
 
A Secretaria de Meio Ambiente do Pará foi procurada para confirmar a cassação das licenças e responder sobre como se dá a obtenção de licenças ambientais por madeireiras, mas não respondeu à solicitação da Rede Brasil Atual.
 
Para mais informações acesse: http://redebrasilatual.com.br/temas/ambiente/2011/06/um-mes-apos-morte-de-lideres-extrativistas-nova-ipixuna-fecha-todas-as-madeireiraswww.

Para cobrar pedágio de motorista irritado, só com bom humor

Sob sol forte ou chuva intensa, os arrecadadores de pedágio trabalham em cabines ou na pista dos pontos de cobrança para garantir a passagem rápida de veículos em 227 praças de pedágio no estado de São Paulo. O estado tem o maior número de pontos de cobrança do Brasil.

A função, relativamente nova, cresce com a expansão dos pedágios no país. A rotina de quem mantém as praças oscila entre o desafio de atender bem e rapidamente e o perigo de trabalhar entre veículos de todo tipo e tamanho. Somado ao convívio nem sempre harmonioso com o público.
 
O dia é de sol, mas o vento forte que atinge a praça de pedágio é tão intenso quanto o ruído de caminhões e carros que passam aos milhares pela praça de Barueri (a 20 quilômetros do centro da capital paulista).
 
A arrecadadora de pedágio Tairini Figueiredo é preparada para atender em cabines e pista, mas gosta mesmo de atender os carros que param com problemas no asfalto, próximo às cabines, diz. Apesar do perigo, ela anda com desenvoltura e segurança entre as ilhas de concreto que separam os módulos de cobrança. O local parece um labirinto de asfalto, concreto, cancelas e veículos barulhentos. “Eu já me acostumei e mantenho atenção redobrada”, explica.
 
Na pista, a trabalhadora atende os motoristas que passaram na cabine errada ou esqueceram a carteira em casa, por exemplo. Sempre que a sirene soa é sinal de que houve um imprevisto e os arrecadadores de pista correm contra o tempo para liberar o motorista o mais rápido possível.
 
Gentileza gera gentileza
A disposição de Tairini em resolver problemas nem sempre é bem interpretada pelos motoristas. “O carro não pode ficar parado”, ensina Tairini. Agressões verbais são comuns e junto com acidentes são o principal problema dos trabalhadores ouvidos pela Rede Brasil Atual.
 
Neste dia 1º de julho, quando passam a valer as novas tarifas nos pedágios do estado de São Paulo, com aumentos de até 10%, os atendentes já imaginam que vão ouvir no mínimo algumas brincadeiras. “O assalto vai ser com arma ou sem arma”, ironizam motoristas ao passar pelo local de cobrança. “Eu respondo com tranquilidade e discrição sem retrucar ou atacar”, explica a arrecadadora Aline Garcia, entrevistada na cabine de pedágio. “Somos preparados para lidar com todo tipo de situação”, argumenta.
 
Além do aumento do preço, a principal reclamação dos motoristas é sobre a própria existência do pedágio. Mas a irritação decorrente de problemas pessoais dos usuários também sobra para os profissionais que trabalham nas praças. “Tem gente que nos coloca para cima e tem gente que nos coloca para baixo”, detalha Aline.
 
Ela já passou por humilhações de usuários, mas diz ter uma receita infalível. “Eu quebro qualquer falta de educação com educação e gentileza”, diz a trabalhadora, que cursa psicologia.
 
Para Tairini, o segredo do trabalho é ser atenciosa com o usuário e se manter atenta com as vias que oferecem risco de atropelamento. “Ao encontrar uma pessoa irritada, meu desafio é que ela saia bem daqui, mais calmo pelo menos”, indica.
 
Episódios de maus tratos por parte de quem passa pelo pedágio e de acidentes são discutidos pelos menos três vezes por semana em reuniões com a chefia e quando necessário com psicólogos. “Eu aprendi: o que acontece aqui, fica aqui”, aponta o arrecador Valdomiro Lopes Jr.
 
Tairini chegou a ser alvo de ataque de um usuário, que jogou o carro em cima da trabalhadora e depois fugiu. “Eu atendia uma pessoa na lateral da pista, quando percebi o carro passou e levou meu RT (rádio). Meu equipamento quebrou o retrovisor, se não fosse isso eu teria sido levada pelo carro. Fiquei abalada de início, mas me recuperei”, lembra, ainda sem entender o motivo do quase atropelamento.
 
A rotina literalmente corrida e o desafio de lidar com o público são as principais motivações da arrecadadora. “Lidar com o público não é para qualquer um. Aqui é um microcosmo da sociedade. Lidar com pessoas diferentes e poder ser útil e gentil é o que me anima”, revela.
 
Dois metros por um
Aline trabalha numa cabine de dois metros por um, aproximadamente, durante sete horas diárias. Quando a reportagem entrou na cabine, ela ainda atendia algumas pessoas que estavam na fila até que o fechamento do local começasse a valer.
 
Uma motorista parou no pedágio, pagou a tarifa e manteve-se ao celular todo o tempo. Segundo Aline, 90% dos usuários passam pelo local ao telefone. “A não ser quando há blitze da polícia”, lembra.
 
Ela também diz perceber que parte dos motoristas passa desatento. Em geral, os motoristas não recordam se já pagaram ou qual valor foi entregue à atendente. “Outro dia um usuário me deu R$ 100. Eu perguntei se ele tinha nota de R$ 20. Aí ele percebeu a troca de notas”.
 
Aline tem de 12 segundos a 1 minuto para atender cada carro. Em média ela diz que atende 390 veículos por hora, independentemente de ocorrências que possam atrapalhar o procedimento padrão.
 
Além de atender com gentileza e realizar a cobrança da tarifa de pedágio, muitas vezes os arrecadadores têm de acalmar motoristas irritados ou com problemas. Aline já atendeu uma usuária que foi avisada ao passar pela cabine que o filho fora acidentado. A profissional teve de garantir atendimento médico para a passageira.
 
Lidar com artistas, famosos e casos inusitados também fazem parte do dia a dia. “Temos de ter educação e discrição a todo momento não importa se é famoso ou se vemos algo estranho acontecer no carro”, diz. O lado cruel do trabalho, segundo a futura psicóloga, são os acidentes, causados em geral por motoristas desatentos. “Às vezes ocorrem pequenas batidas traseiras, um vai batendo no outro. Às vezes o usuário passa bêbado”, descreve Aline.
 
Se o lado difícil são as pessoas, o lado bom do trabalho também são elas. “Um dia nunca é igual ao outro. Gosto muito de ver pessoas diferentes”, explicita.
 
Para mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/trabalho/2011/07/arrecadadores-de-pedagio-apostam-no-bom-humor-para-lidar-com-usuarios-irritados

Injectra é a campeã da IV Copa Sindiquim

 

No último domingo, dia 14 de agosto, aconteceram as partidas finais da IV Copa Sindiquim. Após um jogo muito disputado, que terminou empatado em 3 a 3 no tempo normal, a Injectra ganhou de 3 a 2 nos pênaltis da Allpac. O jogo para determinar o 3º lugar foi ganho por w.o. pela Otto Baumgart. A Secretaria de Cultura do Sindicato comemora o sucesso do campeonato e agradece a todos os times que participaram. E ano que vem tem mais!

Confira a tabela com os resultados da 2ª fase do campeonato:

CUT é diferente das outras centrais

Em maio, quando a Central Única dos Trabalhadores (CUT) decidiu realizar no próximo 6 de julho um Dia Nacional de Mobilização em defesa da classe trabalhadora, sua Executiva Nacional deliberou que era necessário procurar entidades com histórico de luta, mobilização, representatividade e, especialmente, com bandeiras de luta em sintonia com a Plataforma que a CUT formula e pratica desde a sua criação. O objetivo era e continua sendo claro: priorizar a unificação em torno de uma pauta comum entre as entidades dos movimentos sociais com essas características.

 
Por isso, a CUT procurou o MST, a CMP (Central de Movimentos Populares), a Marcha Mundial de Mulheres, a FUP (Federação Única dos Petroleiros) e outras entidades da CMS (Coordenação dos Movimentos Sociais), que apoiaram a ideia e se incorporaram ao processo de mobilização e organização dessa ação unitária da CUT e dos movimentos sociais.
 
Como sempre, saímos na frente
Temos assistido recentemente tentativas de algumas centrais sindicais de pegar carona nas mobilizações da CUT.
 
Um exemplo recente dessas tentativas foi o anúncio, por parte de outras cinco centrais, de que estariam realizando uma mobilização – justamente – no dia 6 de julho. Fizeram isso mais de um mês depois de a CUT ter anunciado o seu Dia Nacional de Lutas para a mesma data.
 
Sob o falso argumento da unidade das centrais sindicais em torno da pauta trabalhista aprovada no Pacaembu, em junho de 2010, e das conquistas obtidas nos últimos anos, dizem que basta fazermos mobilizações conjuntas para obtermos vitórias.
 
A avaliação da conjuntura nacional feita pela direção da CUT é diferente.
 
Essa suposta unidade é falsa
Talvez o único ponto em que temos consenso entre as centrais sindicais seja a redução da jornada de trabalho para 40 horas, que é fundamental, mas somente a nossa “unidade” não foi capaz de colocar a proposta para ser aprovada pelo congresso nacional.
 
Porém, e os outros pontos da nossa pauta?
 
Vamos elencar algumas propostas que nos diferem, a começar pela mais evidente e aquela que, a julgar por todas as práticas das demais centrais, é instransponível para aquelas entidades:
 
Convenção 87 e fim do imposto sindical
Lutamos por liberdade e autonomia sindical, com aprovação da convenção 87 da OIT; pelo fim do imposto sindical e a implementação de uma contribuição da negociação coletiva aprovada pelos próprios trabalhadores em assembleias.
 
Trabalho decente
Pela implementação da agenda do trabalho decente, com mais e melhores empregos, por igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, a luta contra a precarização e a terceirização, e a luta pela redução da jornada de trabalho para 40 horas sem redução de salário; pelo fim do fator previdenciário e pela regulamentação da convenção 151 da OIT. Pelos enunciados aqui expostos, pode-se ter a falsa impressão que todas as centrais têm acordo em relação a este parágrafo, mas não existe tal acordo, como veremos a seguir.
 
Terceirização
Temos uma posição muito clara em relação à terceirização: ela é responsável pelo aumento das mortes, acidentes de trabalho e de doenças profissionais e vem sendo utilizada pelo capital para precarizar as condições de trabalho, reduzir custos, enfraquecer o movimento sindical criando milhares de sindicatos de gaveta. Por tudo isso, propusemos um projeto de lei, apresentado pelo deputado federal Vicentinho (PT-SP), regulamentando a terceirização. Enquanto isso, algumas centrais sindicais que têm alguma representação em empresas terceirizadas querem aumentar a terceirização, ou seja, querem fortalecer o setor empresarial na falsa expectativa de aumentar o número de sindicatos filiados a elas. Enquanto isso, os trabalhadores…!!!!
 
Convenção 151 da OIT
Essa convenção garante a negociação coletiva para os trabalhadores do setor publico em todo o Brasil. Foi incluída como reivindicação pela CUT nas Marchas da Classe Trabalhadora e encaminhada pelo ex- presidente Lula ao Congresso Nacional, que a aprovou. Estamos agora precisando aprovar rapidamente a regulamentação da 151, para que ela possa entrar em vigor em todo o território nacional, democratizando as relações de trabalho no setor público. Foram realizadas milhares de horas de negociação junto ao Ministério do Planejamento para aprovar um projeto que regulamente a negociação coletiva e a solução dos conflitos.
 
E o que fazem as outras centrais sindicais?
Criaram outro grupo no âmbito do Ministério do Trabalho – hoje totalmente aparelhado por uma central – para discutir o mesmo assunto e embaralhar o processo que já vinha bastante adiantado. E o que é mais grave: as premissas defendidas por algumas centrais são para piorar a situação, ou seja, querem implementar a unicidade sindical e o imposto sindical no setor publico, na contramão de tudo aquilo que defendemos. O movimento sindical no setor público já nasceu sob o manto da liberdade e autonomia sindical e sem o imposto. As demais centrais não estão preocupadas com a negociação coletiva e sim com a organização sindical no setor público do ponto de vista deles.
 
Para nós da CUT, a luta pelos pressupostos das convenções 87 e 151 da OIT são princípios fundamentais e históricos da CUT. Isso, somado à legislação de combate às práticas antissindicais, direito à negociação coletiva e a organização por local de trabalho são pressupostos para consolidarmos uma nova estrutura sindical de acordo com os princípios cutistas e que fortaleça as entidades sindicais realmente representativas, com o fortalecimento da negociação coletiva rumo ao contrato coletivo de trabalho por ramo de atividade.
 
Fim do fator previdenciário
Milhões de trabalhadores aguardam as discussões sobre o fim do fator previdenciário para decidir o que fazer de suas vidas: se aposentam ou se esperam o resultado das negociações. Enquanto isso, a tábua de expectativa de vida do IBGE vai sendo alterada a cada ano e, assim, aumenta o tempo necessário para que as pessoas se aposentem.
Em lugar de apresentar propostas concretas e viáveis, como a CUT fez ao apresentar para o debate o Fator 85/95, em 2009, as centrais repetem o mantra do “fim do fator previdenciário” sem dizer como isso pode acontecer.
 
Apostam assim na demagogia e deixam na espera milhões de trabalhadores e trabalhadoras. E o que é pior, a cada ano a situação piora. Quando começamos esse debate, em 2009, um trabalhador para ter 100% do seu benefício precisava ter 35 anos de contribuição e 62.4 de idade. Hoje, dois anos depois, precisa ter 64.7 anos de idade para alcançar os mesmos 100%.
 
Educação
Defesa da implementação do Plano Nacional da Educação com a destinação de 10% do PIB brasileiro para a educação; a ampliação da educação no campo e a qualificação profissional com participação dos trabalhadores. Esta é uma luta que a CUT e suas entidades têm levado adiante sem o real envolvimento das outras centrais.
 
Alimentos
Defesa da reforma agrária, aprovação da PEC do trabalho escravo, do limite de propriedade da terra para diminuir a enorme concentração hoje existente; a mudança do modelo agrário, com a ampliação dos recursos e de politicas publicas para a agricultura familiar, que é responsável por 70% dos alimentos que chegam a mesa dos brasileiros (as); a luta contra os agrotóxicos e contra os especuladores do agronegócio. Como é sabido, as outras centrais não têm dedicado seus esforços à luta por essas mudanças – a não ser que se entenda que simplesmente assinar panfletos genéricos sobre os temas pode significar luta de fato.
 
Reformas política e tributária
Por uma reforma política que amplie a democracia direta e que fortaleça a democracia representativa e por uma reforma tributária que seja progressiva com base na renda e no patrimônio. As demais centrais têm debatido esses assuntos e estão empenhadas, colocando gente na rua, para pressionar por essas mudanças?
 
Somos diferentes: lutamos em todas as frentes
Esses são alguns exemplos da impossibilidade de fazer mobilização conjunta com as outras centrais, pois como faremos atos políticos se os objetivos são outros?
 
Faríamos mobilizações conjuntas só para produzir imagens para a mídia convencional, sem nenhuma consequência ou avanço para a classe trabalhadora?
 
É evidente que não. O que precisamos é construir nosso próprio Dia Nacional de Mobilização, com muitos militantes nas ruas de diferentes cidades do País, para defender a pauta da CUT e dos movimentos sociais, com todas as suas especificidades, e convencer a opinião pública da importância de nossas bandeiras.
 
As demais centrais, ao elaborarem a agenda das suas mobilizações, colocam quase todas as suas fichas na disputa junto ao Congresso Nacional acreditando que essa é a única frente de luta.
 
Para a CUT, a principal tarefa é mobilizar os trabalhadores/as na base. O dia 06 de julho será um dia de assembléias em todos os sindicatos filiados à Central (atrasos na entrada, paralisações de uma, duas ou quatro horas, passeatas, manifestações nos aeroportos, etc).
 
E a luta deve se dar em todas as frentes – no Legislativo, Executivo e Judiciário – no Governo Federal, nos Governos Estaduais e Municipais.
 
É importante ainda deixar claro que não faltou à CUT, nos últimos anos, disposição para dialogar e elaborar propostas em conjunto com as demais centrais. Investimos muito tempo e trabalho nessa tarefa, porém o vai e vem das outras entidades em suas posições, deixando os processos de tomada de decisão inconclusos, é o que de fato prejudica essa unidade na luta.
 
Continuaremos sempre buscando a unidade na luta quando o assunto for de interesse geral da classe trabalhadora, como é o caso da luta pela redução da jornada de trabalho para 40 horas sem redução de salário.
 
SOMOS DIFERENTES! SOMOS CUT!
Artur Henrique, presidente nacional da CUT
 
Para mais informações acesse: http://www.cut.org.br/cut-em-acao/43/a-cut-e-diferente-das-outras-centrais

Começam as inscrições para o ProUni do segundo semestre

Estão abertas as inscrições para estudantes interessados em uma bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni) do segundo semestre de 2011. O prazo para as inscrições se encerra às 23h59 do dia 24 de junho, sexta-feira. As inscrições serão feitas exclusivamente pela internet, no site do Prouni.

Podem concorrer a bolsas candidatos que não possuam diploma de curso superior e que tenham cursado o ensino médio em escola pública ou em estabelecimento privado com bolsa integral. São duas modalidades de bolsa: as integrais, destinadas a candidatos com renda familiar de até um salário mínimo e meio por pessoa; e as parciais (50%), para pessoas com renda familiar de até três salários mínimos por pessoa.
 
Para participar da seleção, é preciso ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2010, atingido o mínimo de 400 pontos na média das cinco provas e não ter tirado zero na redação. Além disso, o candidato deve se enquadrar em pelo menos uma das condições abaixo:
 
– ter cursado o ensino médio completo em escola da rede pública;
– ter cursado o ensino médio completo em instituição privada, na condição de bolsista
integral da respectiva instituição;
– ter cursado todo o ensino médio parcialmente em escola da rede pública e parcialmente em instituição privada, na condição de bolsista integral na instituição privada;    
   
– ser pessoa com deficiência;
– ser professor da rede pública de ensino, no efetivo exercício do magistério da educação básica e integrando o quadro de pessoal permanente de instituição pública e que estejam concorrendo a bolsas nos cursos  de licenciatura, normal superior ou pedagogia.
Para efetuar a inscrição, o candidato deverá informar seu número de inscrição e senha no Enem 2010 e seu número no Cadastro de Pessoa Física (CPF). Caso o candidato não se recorde de seu número de inscrição, ou de sua senha no Enem 2010, poderá recuperá-los no endereço: http://sistemasenem2.inep.gov.br/resultadosenem/Cursos
 
 
O site do ProUni disponibiliza informações sobre as instituições participantes e cursos oferecidos. No momento da inscrição, o estudante escolhe a modalidade de bolsa e até três opções de instituições de ensino superior, cursos e turnos dentre as disponíveis, conforme sua renda familiar per capita e seu perfil socioeconômico.
 
As notas de corte de cada curso são informadas diariamente pelo sistema, a partir do segundo dia de inscrição, em caráter exclusivamente informativo. O candidato pode acompanhar as notas de corte e alterar suas opções até o encerramento do período de inscrição. A inscrição válida é sempre a última confirmada pelo candidato.
Neste semestre, haverá somente uma etapa com três chamadas e a lista de espera. Veja o cronograma:

Etapa Única de Inscrição
– Inscrições:     20/06 (seg)  –   24/06 (sex)
– 1ª Chamada
Resultado candidatos pré–selecionados     27/06 (seg)
– Comprovação de informações e processo seletivo próprio     27/06 (seg)  –   06/07 (qua)
– 2ª Chamada
Resultado candidatos pré-selecionados     12/07 (ter)
– Comprovação de informações e processo seletivo próprio     12/07 (ter)  –   19/07 (ter)
– 3ª Chamada
Resultado candidatos pré-selecionados     25/07 (seg)
– Comprovação de informações e processo seletivo próprio     25/07 (seg)  –   29/07 (sex)
– Lista de Espera
Manifestação de Interesse     06/08 (sáb)   –  08/08 (seg)
– Divulgação no Sisprouni      11/08 (qui)
– Convocação, comprovação de informações e processo seletivo    11/08 (qui)  – 18/08 (qui)
 
Para mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/educacao/2011/06/comecam-as-inscricoes-para-o-prouni-do-segundo-semestre

Sem proposta do governo, servidores da saúde fazem paralisação de 48 horas

Os servidores públicos da Saúde de São Paulo fazem paralisação de 48 horas a partir desta quarta-feira (15), após diversas tentativas de negociar com o governo estadual. Eles estão em campanha salarial há três meses por 26% de reajuste. No entanto, a Secretaria Estadual de Saúde ainda não apresentou proposta para a categoria, mesmo em negociação com o secretário Giovanni Cerri.

Em carta aberta à população, o Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (SindSaúde-SP) informa que o governo oferece somente um adicional de até R$ 39 no Prêmio de Incentivo, que seria parte da remuneração e representaria no máximo 4% de reajuste do salário total. A categoria se queixa  de que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e os secretários de governo tiveram 26% de aumento (mesmo índice pleiteado pelos servidores), enquanto os salários-base dos servidores da Saúde variam de R$ 180,35 a R$ 414,30.
 
“Esse governo diz que é um novo governo, que quer dialogar com os sindicatos, mas é o mesmo que há 16 anos não investe em saúde pública, terceiriza os serviços, paga os piores salários do Brasil e reduz o atendimento aos usuários dos serviços públicos. Lutamos para reverter esse quadro”, diz a carta.
 
Segundo o secretário-geral do SindSaúde, Helcio Aparecido Marcelino, a entidade está surpresa com a quantidade de unidades que estão aderindo à greve. “Nós estamos surpresos, são muitas unidades seguindo na luta com a gente”, disse. “Até agora, é silêncio total da parte do governo. Nenhuma contrapartida, nenhuma proposta”. A assembleia que vai definir os rumos do movimento está marcada para a manhã da sexta-feira (17), na capital paulista.
 
Até o momento, segundo o sindicato, estão em greve funcionários do Hospital das Clínicas, do Centro de Referência da Saúde da Mulher, do Hospital Darcy Vargas e de mais 15 hospitais da Grande São Paulo, além de sete em cidades do interior, como Assis, Sorocaba e Lins. O atendimento de rotina (exames e consultas) está suspenso, mas as unidades mantêm o pronto-atendimento de emergências.
 
Além do reajuste e gratificação, os servidores reivindicam aumento no valor e redefinição para o prêmio de incentivo, extinção da política de bônus por desempenho, políticas de proteção à saúde do trabalhador, licença-maternidade de 180 dias para todos os regimes de contratação, reestruturação para o plano de carreira, entre outras. A data-base da categoria é 1º de março.
 
Para mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/trabalho/2011/06/sem-proposta-do-governo-servidores-da-saude-entram-em-greve-por-48-horas

Copom aponta alta de salários como motor do crescimento no trimestre

Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta quinta-feira (16), o BC, apesar de reconhecer a queda da inflação e melhora do cenário, argumenta que faltam sinais mais claros de que as pressões sobre altas de preço estejam realmente arrefecendo. Há sinais de que o crescimento da economia brasileira, em um cenário internacional de retração e incertezas, deva ser assegurado pela expansão da massa salarial e do crédito.

O documento revela a avaliação dos diretores do BC, que participam das reuniões do Copom e decidem os rumos da taxa Selic – juros básicos da economia. Na última reunião do Copom, realizada na semana passada (dias 7 e 8), a taxa foi elevada de 12% para 12,25% ao ano, na quarta alta consecutiva – todas durante o governo da presidenta Dilma Rousseff.
 
“O conjunto de informações disponíveis sugere persistência da alta de preços observada em 2010, processo liderado pelos preços livres, que em parte se reflete no fato de a inflação dos serviços seguir em patamar muito elevado”, sustenta o texto. “Embora incertezas crescentes que cercam o cenário global e, em escala bem menor, o cenário doméstico, não permitam identificar com clareza o grau de perenidade de pressões inflacionárias recentes, o comitê avalia que o cenário prospectivo para a inflação mostra sinais mais favoráveis.”
 
O Copom lista indicadores que sugerem retração da indústria, mas acredita que a expansão do crédito e da massa salarial deva contribuir para manter o crescimento da economia no trimestre. “O Comitê entende que o dinamismo da atividade doméstica continuará a ser favorecido pelo vigor do mercado de trabalho, que se reflete em taxas de desemprego historicamente baixas e em substancial crescimento dos salários”, resume.
 
A ata sustenta ainda que a expansão da massa salarial real nas seis regiões metropolitanas – de 4,3% em abril, ante igual mês de 2010, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – segue como “fator-chave” para manter o avanço do crescimento da demanda doméstica.
 
Gasolina mais cara
A projeção do Copom para o aumento do preço da gasolina neste ano subiu de 2,2% para 4%. Para o botijão de gás, o BC mantém a expectativa de que não haverá aumento de preços neste ano. As projeções de reajuste das tarifas de telefonia fixa e de eletricidade, para o acumulado em 2011, foram mantidas em 2,9% e 2,8%, respectivamente.
 
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Para professor, decisão do STF sobre “marchas da maconha” é “interpretação óbvia da Constituição”

A decisão unânime do Supremo Tribunal Federal (STF) de autorizar protestos por descriminalização e regulamentação do uso de drogas, conhecidas como “marchas da maconha”, foi comemorada por ativistas. Para o professor de Direito Penal da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Túlio Vianna, a posição dos ministros foi “corretíssima” e “traz expressos o direito a livre manifestação de pensamento e direito de reunião”.

Para Vianna, os votos refletem a óbvia interpretação da Constiuição Federal sobre os direitos de liberdade de expressão e manifestação. “O surpreendente era os juízes (de instâncias inferiores) decidirem pela proibição”, opina. “O argumento de apologia ao uso da maconha é absurdo, o juiz não pode prever o que as pessoas vão dizer numa manifestação. É um argumento premonitório. O juiz tem que julgar fatos, não suposições.”
 
O professor defende a legalização da maconha e esclarecimentos sobre os reais efeitos da droga, além de alegar que a repressão ao uso favorece o tráfico e a violência que se usa para coibí-lo.
 
O cientista social Marco Magri, membro dos Coletivos Marcha da Maconha e Desentorpecendo a Razão (DAR), disse ao jornal espanhol El País que o STF se mostrou “mais aberto do que a maioria da sociedade brasileira que tende a ser conservadora”.
 
O relator do processo, ministro Celso Mello, deixou clara a defesa da liberdade de expressão ao manifestar sua posição a respeito das proibições anteriores de marchas. O magistrado pontuou, porém, que as manifestações não poderiam se trasnformar em encontros para o consumo de drogas.
 
Túlio Vianna defende a postura. Sentenças anteriores de proibições levaram em conta suposições por parte dos juízes regionais, e o STF passou uma ordem clara de que as marchas não devem ser proibidas. “Se os juízes vão obedecer ou não, não sei, mas a ordem é clara. É possível que procurem outros argumentos para protelar a realização das marchas”, disse.
 
Ele lembra que, em 2009, impetrou habeas corpus preventivo no Juizado Especial Criminal de Belo Horizonte para garantir a realização da Marcha da Maconha 2009, proibida em 2008 por decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. “Argumentamos que era cerceamento da liberdade de expressão. O juiz não chegou a julgar o habeas corpus, mas deu a entender que garantiria a manifestação e a marcha aconteceu. Em São Paulo, os juízes foram mais conservadores e proibiram”, lembra.
 
Após a proibição deste ano em São Paulo, os manifestantes mudaram o nome da marcha e se propuseram a ir às ruas sem nenhum símbolo ou palavra que se relacionasse com a droga. Na ocasião, houve tulmuto e a polícia reprimiu com hostilidade a passeata que se propunha defender a liberdade de expressão.
 
Para mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidadania/2011/06/decisao-do-stf-sobre-marchas-reflete-interpretacao-obvia-da-constituicao

Moradores conquistam direito de participar do projeto Nova Luz, em São Paulo

O primeiro Conselho Gestor das Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis) da capital paulista foi formado na terça-feira (14), na região da Luz e Santa Ifigênia, área central da cidade. Para os movimentos sociais, é a primeira oportunidade para a população local participar do projeto Nova Luz, iniciativa articulada pela prefeitura da capital paulista que pretende requalificar 45 quarteirões na área delimitada pela rua Mauá e pelas avenidas Ipiranga, São João, Duque de Caxias e Cásper Líbero.

O projeto Nova Luz enfrenta resistência de moradores e lojistas da região que reclamam da falta de diálogo e transparência. Parte das obras depende de desapropriações e demolições que colocam em dúvida o futuro de moradores e negócios da região. De acordo com o Plano Diretor da cidade, a formação de um conselho gestor é obrigatório para Zeis – áreas demarcadas no território de uma cidade, para assentamentos habitacionais de população de baixa renda.
 
Há quatro meses, movimentos sociais da região reúnem-se com a prefeitura para apresentar propostas a serem implementadas pelo Conselho Gestor para minimizar os impactos sociais do projeto Nova Luz, descrevem os moradores.
 
Segundo a urbanista Simone Gatti, a formação do primeiro conselho gestor da Zeis “representa um momento histórico para os movimentos de moradia que atuam no centro de São Paulo”.
 
Para a presidente da Associação de Moradores Amoaluz, Paula Ribas, a moradia nunca recebeu atenção do projeto Nova Luz, nem mesmo da própria prefeitura. “Hoje somos uma unidade junto a movimentos sociais de moradia, assim consolidamos a voz e vez nesse processo histórico”, avalia.
 
O projeto de revitalização da Luz foi aprovado pela lei 14.917/09 e dividido em duas etapas, ambas licitadas pela prefeitura junto a empresas particulares. Na primeira etapa, que deve terminar em junho deste ano, as empresas do consórcio que venceu o processo licitatório – Concremat, Companhia City, Aecom e FGV – realizaram o projeto urbanístico da Nova Luz.
 
Na próxima etapa que deve entrar em licitação no segundo semestre, a empresa vencedora vai implantar o projeto urbanístico, com desapropriações, demolições e realizar novas construções.
 
Para mais informações acesse: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidades/2011/06/moradores-da-luz-obtem-primeiro-conselho-gestor-da-zeis-em-sao-paulo