A iniciativa teve dois objetivos bem específicos e que foram atingidos plenamente. O primeiro objetivo era ampliar os interlocutores que podem fazer a discussão sobre uma política ambiental que preveja a reutilização dos resíduos sólidos. O segundo era aprimorar a política já existente com novas propostas e uma participação ainda mais efetiva.
O deputado estadual, Simão Pedro, falou sobre o esforço feito na Assembleia Legislativa de São Paulo, para aprovar leis que preservem o meio ambiente. Contudo, lembrou que algumas já aprovadas não têm a fiscalização necessária. Destacou o trabalho da ex-prefeita Marta Suplicy que foi mal entendido e apresentado pela opinião pública como taxas impopulares sem a discussão do contexto e aplicação do imposto.
O advogado ambientalista, Pinheiro Pedro, foi enfático em diagnosticar a luta de classes colocada nas discussões sobre a política ambiental. Segundo o jurista, as empresas que mais produzem resíduos sólidos pressionam para que o governo tenha uma política mais condescendente. Os trabalhadores precisam ficar de olho e pressionar para não pagar a conta. Quem produz o lixo tem que se responsabilizar por ele.
Hélio Neves, presidente da Feraesp (Federação dos Trabalhadores Rurais do Estado de São Paulo) fez uma fala política em que destacou a importância dos trabalhadores no processo de preservação do meio ambiente. Ninguém quer ser catador de lixo para sempre e todo o processo deve levar em conta que esse trabalho é passageiro. Ainda assim é preciso que o Estado (governos municipais, estaduais e federal) invista em preços mínimos que garantam o sustento dos catadores.
A plateia também contribuiu na atividade com várias opiniões e perguntas, além dos elogios à atividade. A ideia de que o Estado precisa investir, seja o que for necessário, para preservar a natureza é consenso que foi enfatizado por vários militantes, inclusive investimentos em novas tecnologias devem ser feitos como alternativa para substituição de aterros e incineradores. Os catadores de lixo devem ser valorizados e a melhor forma é a existência de preços mínimos, estabelecidos pelo Estado.
A educação ambiental tem que ser pensada no conjunto de qualquer processo ambiental. O ideal é que o consumo reduza. O Seminário marca uma postura socialista frente ao tema. Os resíduos devem diminuir a padrões menores e os cidadãos participarem de uma estrutura proposta pelo Estado que gere o menor número de lixo possível.
A atividade foi um pontapé inicial numa grande discussão. O Sindicato dos Químicos de São Paulo é um importante ator nesse processo e entende que os trabalhadores precisam intervir de forma decisiva. Novas atividades virão e um documento do Seminário será formalizado em breve.