21 de março: Dia Internacional de Luta contra a Discriminação Racial

No dia 21 de março, é celebrado o Dia Internacional de Luta contra a Discriminação Racial. A data, instituída pela ONU (Organização das Nações Unidas) em memória às vítimas de um massacre na África do Sul em 1960, quando 20 mil pessoas faziam um protesto contra a Lei do Passe, que obrigava a população negra a portar um cartão com os locais onde a circulação era permitida. A polícia do regime de apartheid abriu fogo contra a manifestação pacífica e matou 69 pessoas e feriu 186.

“O Brasil não está vulnerável”

O Brasil de hoje não é um caso típico de país vulnerável a ataques especulativos.” Quem afirma é Paul Krugman, Prêmio Nobel de 2008, colunista de CartaCapital e um dos mais brilhantes economistas em atividade. Na terça-feira 18, Krugman fará a abertura, em São Paulo, do Fórum Brasil, evento organizado por esta revista com o objetivo de discutir temas cruciais sobre o futuro do País, da Justiça à infraestrutura. Da capital paulista, o professor de Princeton segue por um tour pela América do Sul. Além de refutar o relatório do Fed, o banco central norte-americano, que incluiu o Brasil entre as economias mais frágeis entre os emergentes, Krugman elogia a reforma do sistema de saúde promovido pelo governo Barack Obama e enxerga um cenário “menos catastrófico” na Europa, à exceção de Portugal. “Quando olho para Lisboa, vejo as marcas de um longo processo de ruína fisscal”.

 

CartaCapital: O anunciado estouro da bolha dos países emergentes, Brasil incluído, faz sentido?

Paul Krugman: O caso do Brasil é particularíssimo. O país da era Lula emergiu muito mais forte do que se poderia imaginar. Mas o fluxo de dinheiro desde então foi intenso demais, o real passou por um processo de supervalorização e agora temos uma onda, não exatamente de fuga de capitais, mas de diminuição significativa da entrada de recursos. Mas esta é, em geral, a natureza do investimento maciço em mercados emergentes: busca-se um retorno rápido do investimento, até ocorrer uma queda de confiança, pelas mais variadas e subjetivas razões. Mas esta não é uma crise como aquelas que assolaram os mercados emergentes nas últimas décadas.

CC: Não se corre o risco de uma repetição de 1998 ou mesmo 2002 no Brasil?

PK: Não, de forma alguma. Não vejo o Brasil de 2014 em meio a um cenário desastroso. No fim dos anos 1990, vivemos o que acreditávamos ser uma crise financeira global. O que, convenhamos, depois de atravessarmos 2008, parece café-pequeno. Mas é importante lembrar que, mesmo quando o Brasil se tornou o próximo alvo da crise e viveu a inevitável desvalorização do real, muitos colegas meus tinham certeza absoluta de que estavam diante de mais uma catástrofe econômica, que não aconteceu. O Brasil passou por um momento difícil, mas provou não ser vulnerável como se imaginava. E, uma década e meia depois, o País é ainda menos vulnerável. Não há um déficit gigantesco em moeda estrangeira, a situação fiscal é aceitável e a inflação não é significativamente alta. O Brasil de hoje não é, definitivamente, um caso típico de país vulnerável a ataques especulativos.

CC: Turquia, Indonésia, Índia, África do Sul e Brasil seriam, segundo o Fed, os países emergentes mais vulneráveis à retirada dos estímulos à economia americana. É um equívoco?

PK: Insisto que não há, neste momento, assim como nos anos 1990, altos níveis de endividamento do Brasil em moeda estrangeira. Também não há endividamento significativo do setor privado. O Brasil, que mostrou solidez mesmo durante a fuga de capitais de 1999, não deveria ser, neste momento, de forma alguma, classificado como uma economia vulnerável. É preciso levar em conta, obviamente, o fato de o País ter tido a maior valorização de moeda durante o período da crise financeira global. Mas isso é apenas uma prova de que a economia brasileira tem capacidade de navegar nos altos e baixos das flutuações monetárias, com eventuais solavancos. Simplesmente, não consigo concordar com a análise do Fed. Talvez a Turquia seja, dessa lista, a mais próxima do cenário daquela época, mas não há grau de comparação com o Brasil.

CC: O senhor já afirmou que considera uma bobagem o termo BRIC, sigla que denomina o bloco composto por Brasil, China, Russia e Índia.

PK: BRIC é, para mim, a pior sigla de todo o alfabeto financeiro. O que há em comum entre uma democracia estável como o Brasil, exportadora de matéria-prima, e, de forma menos global, de produtos manufaturados, um estado corrupto como a Rússia, baseado na exportação de energia, e dois universos singulares, únicos, China e Índia? Apenas o fato de serem países continentais. É absolutamente insano do ponto de vista intelectual acreditar que eles podem ser incluídos em um mesmo escaninho. O Brasil sofre duplamente por conta deste tipo de pensamento reducionista. Há uma ideia, errônea, de que o Brasil é apenas mais uma economia latino-americana.

CC: Seus colegas Dani Rodrick e Arvind Subramanian escreveram artigo sobre a “narrativa de vitimização” de governos de mercados emergentes, incluído o Brasil, apressados em culpar a política monetária dos Estados Unidos como principal responsável pelas dificuldades enfrentadas. O senhor concorda?

PK: Foram os senhores mesmos, brasileiros, que criaram este termo “guerra cambial”. E, francamente, isso é uma bobagem. Não foi a injeção de estímulo na economia que originou o fluxo de capitais para o Brasil, e sim a depressão econômica nas grandes economias do Norte. Mesmo se o Fed acreditasse que a estabilização de economias emergentes era uma de suas tarefas, a mera sugestão de que ele fosse apertar os cintos, naquele momento, vá lá, para prevenir uma exuberância momentânea no Brasil, é, no mínimo, algo muito distante do razoável. Com o aumento progressivo de postos de trabalho e uma diminuição do índice de desemprego, o sentido das injeções do Fed se desfaz no ar.  Há um consenso quanto a isso. É algo absolutamente previsível, não há qualquer surpresa. O que acontece é que os juros estupidamente baixos nos EUA só fazem sentido se você acreditar na necessidade de uma estagnação perpétua, ou em uma depressão longuíssima.

CC: Como o senhor avalia a condução da economia brasileira durante o governo Dilma?

PK: Eu me preocupo mais com o que Brasília não deveria fazer neste momento. Por exemplo, não deveria reagir com mão muito pesada à desvalorização do real. Quando se pensa em termos monetários, há dois tipos de países. Um deles é a Grã-Bretanha de 1992. Se a moeda se desvaloriza, há aumento imediato de competição e expansão econômica. Outro é a Argentina de 2001, que, muito por conta do tamanho da dívida em moeda estrangeira, vê a desvalorização afetar de forma intensa o setor privado e a economia se contrai. O Brasil de hoje é mais próximo da Grã-Bretanha de 1992. Brasília deve se preocupar um pouco com a possibilidade de crescimento da inflação, mas o maior perigo é o Banco Central apertar demais os cintos em um esforço para proteger o real. No mais, a verdade é que os investidores não têm mais o mesmo entusiasmo de antes em relação ao Brasil. Assim são as marés do mercado.

CC: A diminuição do ritmo de crescimento chinês acende o sinal amarelo para a economia brasileira?

PK: Sim. Neste ano o Brasil sofreu com uma safra de café muito aquém do esperado, apenas parcialmente compensada pelo aumento do preço do produto. Haverá um inevitável choque de comércio com a desaceleração da China e a diminuição do valor das matérias-primas. Até pouco tempo atrás a onda de comércio era favorável ao Brasil, e nos próximos anos muito provavelmente não o será.

CC: Qual a sua opinião sobre a ênfase dada por Brasília ao comércio Sul-Sul e no Mercosul e à decisão de não seguir adiante com a Área de Livre Comércio das Américas?

PK: As duas maiores economias da América Latina partiram para caminhos bem diversos, com o México no Nafta e o Brasil no comando do Mercosul. Há uma questão geográfica, tão óbvia quanto determinante, que diminui o real poder de decisão política. O México transformou-se intensamente, não é mais um mero exportador de petróleo, integrou-se de forma decisiva ao sistema de produção americano. Mas o Nafta é apenas uma peça de um quebra-cabeça que inclui uma fronteira extensa e milhares de trabalhadores mexicanos nos Estados Unidos. O Brasil jamais será mais integrado ao sistema americano do que ao da comunidade europeia, por exemplo. Não havia uma oportunidade real para o Brasil neste caso. E a utopia da Alca, se alcançada, jamais se traduziria em um Nafta expandido. O Nafta é mais do que uma iniciativa de comércio sem taxações específicas, é um investimento geopolítico de interdependência entre países fronteiriços.

CC: O senhor afirmou que os dois primeiros anos da administração Obama fizeram dele o mais importante presidente dos Estados Unidos desde Ronald Reagan.

PK: Reagan foi um presidente importantíssimo, e não sou um fã do que resultou, política e economicamente, de seus oito anos de mandato, mas a dimensão do que foi feito naquele período é inegável. Obama realizou algo extremamente grandioso, a reforma da saúde pública, e um bocado de outras mudanças importantes. Não havia, até o Obamacare, a garantia de atendimento médico à população. O mecanismo criado por Washington é inábil e confuso, mas, politicamente, a opção de um sistema amplo de saúde inexistia. Conseguimos uma reforma que cobrirá, eventualmente, até 95% da população. Foi finalmente estabelecido o princípio de que a saúde dos cidadãos é um direito garantido pelo governo, ideal pelo qual a esquerda lutou nos últimos 70 anos. Quando Obama deixar o governo, essa conquista será politicamente irreversível.

CC: O senhor tem criticado a tentativa da direita de apresentar o Obamacare como um assalto ao bolso dos cidadãos comuns. O programa é um novo imposto e um mecanismo de transferência de renda?

PK: Sim, o Obamacare é tudo isso. Mas a oposição ao programa vai além de qualquer lógica relacionada às suas consequências econômicas. Quase todos os estados comandados por republicanos recusaram, durante o processo de implementação do novo plano, o auxílio federal na expansão do Medicaid, o programa de saúde pública voltado para os mais pobres, que nada mais seria do que dinheiro limpo vindo de Washington. São governadores prejudicando sua economia, seu orçamento, apenas com o objetivo de negar o acesso à saúde aos cidadãos menos ricos, uma questão puramente ideológica.

CC: O senhor acredita que Obama será um ator político importante em sua sucessão?

PK: Não. Hoje o campo de candidatos viáveis no Partido Democrata tem um único nome: Hillary Clinton. Se ela quiser se candidatar, não há disputa. Obama não é um presidente popular, não é amado por seus correligionários. Eles idolatram Bill Clinton, curiosamente, muito mais hoje do que quando ele era presidente.

CC: A estratégia democrata para novembro passa pela defesa do aumento do salário mínimo, uma bandeira da esquerda desde 2008. A elevação conduzirá à redução de postos de trabalho, como argumenta a oposição?

PK: Ainda que se acredite nos números oferecidos pelo Congressional Budget Office, agência federal do poder legislativo americano, e há enorme margem para interpretação, não é plausível o cenário de desastre econômico pintado pelos republicanos. Enquanto os democratas queriam explicar macroeconomia para o povo, os republicanos ofereceram lógica muito mais simplória, de compreensão imediata: se aperto os cintos, o governo deveria fazer o mesmo. E não é bem assim. A única exceção é justamente no caso do salário mínimo. Todas as pesquisas mostram que o raciocínio da maioria, aqui, é o de que quem trabalha duro deve receber um pouco mais. Não acho que a pregação republicana de que o aumento significará corte de postos de trabalho, uma premissa falsa, será comprada pelos eleitores. Aqui, pela primeira vez em muitos anos, os democratas encontraram uma narrativa apoiada pela maioria absoluta dos americanos.

CC: Como o senhor avalia a maneira do governo Obama de lidar com a crise financeira global?

PK: A economia seguiu em depressão, o índice de desemprego seguiu alto, a recuperação econômica foi menos forte. Quem sabe em uma década a percepção pública mude, mas o índice de desemprego hoje segue muito maior do que o prometido pela Casa Branca, o que, para muita gente séria, significa, simplesmente, que o estímulo fracassou.

CC: Algo muda no Fed com a saída de Ben Bernanke e a entrada de Janet Yellen?

PK: Não creio. É mais do mesmo. Talvez Yellen seja menos agressiva. Bernanke, no trato pessoal, é muito mais moderado do que permite supor a sua faceta pública. Ele precisou se mostrar mais duro no comando do Fed para conquistar certo consenso no mercado. E a verdade é que uma mudança significativa na direção do Fed só se justificaria se o cenário fosse muito mais negativo, mas não é o caso. Não vejo espaço para uma mudança no ideal inflacionário ou para uma meta de crescimento maior do PIB. O que veremos é continuidade.

CC: O senhor tem sido um crítico constante das políticas de austeridade fiscal. Como vê a situação da Comunidade Europeia neste momento?

 

PK: As políticas de austeridade fiscal alimentaram a depressão econômica. Mas, apesar delas, tivemos duas surpresas favoráveis: a coesão política dos países da Comunidade Europeia e a ação decisiva do Banco Central Europeu. O comprometimento dos países de permanecer na Zona do Euro foi muito mais forte do que eu previ, com manutenção das regras do jogo mesmo com índices de desemprego devastadores de dois dígitos, como os da Espanha. E boa parte dos problemas de liquidez foi reduzida nos últimos dois anos. Portugal ainda vive o pior dos mundos, mas Espanha e Itália já respiram. Os paí-
ses mediterrâneos, lentamente, voltam a se tornar mais competitivos. Até mesmo a Grécia começa a se recuperar, a se reinventar como um polo econômico turístico a preços promocionais. É um tanto quanto deprimente, mas o recomeço se dará com pacotes turísticos às Ilhas Gregas a preços módicos para estrangeiros.

 

CC: O senhor está, então, otimista?

PK: Bem, no sentido, novamente, de que o quadro poderia ser muito pior. Hoje, comemora-se a possibilidade de um crescimento de 1,2% do PIB na Zona do Euro, o que é ridículo. Se considerarmos março de 2014, desde 2007 o crescimento econômico da Europa é menor do que o de 1929 a 1936, no auge da Grande Depressão. E o custo humano da atual crise europeia foi imenso. Mas poderia ter sido muito, muito pior. Quem ainda me assusta é Portugal. A partida de jovens trabalhadores para fora do país, para o Brasil inclusive, é ainda mais significativa do que a de décadas atrás. Hoje, quando olho para Lisboa, vejo as marcas de um longo processo de ruína fiscal, me lembra muito a região montanhosa dos Apalaches aqui nos Estados Unidos. Portugal é atualmente a tradução mais exata da armadilha do euro e, no entanto, não vejo um grande movimento de abandono luso da federação europeia. Não vejo no futuro uma sequência de secessões na Comunidade Europeia. Mas não é improvável um cenário de uma Europa Ocidental com baixo crescimento econômico por décadas a fio.

 

Reflexões sobre um golpe em nossa história

A arquitetura das pirâmides e os guerreiros de terracota do primeiro imperador da China são evidências de que, desde a antiguidade, a ideia de vencer a morte – e se deslocar no tempo – sempre fascinou o espírito humano. Seria ótimo se pudéssemos – como descrito no livro The Time Machine, de H.G. Wells (de 1895) – também voltar ao passado e corrigir nossos erros, para garantir uma vida melhor no presente ou no mais remoto futuro. A ciência moderna tem desmentido essa possibilidade. Há, no entanto, outras maneiras de estabelecer pontes entre antes e agora, sem o recurso a outras dimensões, como hipotéticos “buracos de minhoca” ou “dobras” no espaço-tempo einsteiniano.

A História, por exemplo, mescla, com naturalidade e ironia, o passado e o presente, e, bruxa ou fada, surpreende e enfeitiça, burlando-se dos sonhos, esperanças, desventuras, dos indivíduos, povos e nações, que participam da caminhada desta nossa pobre espécie em sua ingente jornada para o futuro.

Completam-se, neste mês, os primeiros 50 anos do golpe militar de 1964. Pela forma como foi engendrado e deflagrado, com a participação de uma potência estrangeira – a cada dia crescem as provas e evidências do envolvimento norte-americano –, o golpe já deveria, há muito, ter sido condenado. Pelos abusos cometidos desde o primeiro momento, e que se multiplicaram depois com o fortalecimento do radicalismo antidemocrático e da repressão mais sanguinária, era para se tratar de um episódio já execrado pela sociedade brasileira.

A geração que levou o povo às ruas nas memoráveis campanhas das Diretas Já e na eleição de Tancredo Neves para a Presidência da República não soube, no entanto, se dedicar como deveria a manter viva, no coração do povo, a chama da liberdade e da democracia. A aliança que possibilitou a redemocratização se esfacelou com o tempo. Muitos movimentos, sindicatos e partidos se enfraqueceram, ou foram cooptados ou absorvidos pelo sistema.

As sucessivas crises econômicas e o abandono da população à própria sorte do ponto de vista da cultura e da cidadania – inclusive por parte da mídia que havia participado da luta pela redemocratização – aprofundaram o processo de “breguização” do país e abriram as portas para o ressurgimento de um conservadorismo visceral, subjacente, que sempre viveu da ignorância e despolitização do povo brasileiro.

O voto, no Congresso e fora dele, tornou-se majoritariamente fisiológico. Passou a ganhar a eleição quem oferecesse mais à população, isolando-se, ou deixando-se para segundo plano, nas campanhas políticas, questões como o fortalecimento do país ou a defesa e a preservação do Estado de Direito.

O Brasil mudou sua política externa, houve avanços econômicos e sociais, ­como o combate à fome e à exclusão, e a incorporação de milhões de pessoas ao consumo. Mas com relação a questões como a forma de se enxergar o combate à violência, a criminalização da política e a descaracterização dos partidos – com a sua transformação em meras frentes de defesa de interesses – a sociedade brasileira, depois do retorno da democracia, evoluiu muito pouco.

Voltamos a 1964, com o aparecimento de dezenas de “institutos” de diferentes tipos – financiados com dinheiro estrangeiro – dedicados a defender o neoliberalismo e a colonização do país. E a combater o nacionalismo como algo anacrônico e estéril, em uma época que todas as evidências demonstram que os países mais bem-sucedidos são justamente os que não têm vergonha de defender claramente sua posição e interesses em um mundo cada vez mais competitivo.

Como há 50 anos, “forças ocultas”, que já não se importam em não parecer ocultas, querem pintar o Brasil como se estivéssemos à beira do abismo, para defender velhos e perigosos caminhos de salvamento da Pátria. “Analistas”, locais e estrangeiros, movem permanente campanha de desestabilização da economia, por meio da distorção dos fatos e da manipulação de dados, voltada para o enfraquecimento da imagem do país no exterior.

Pela internet desferem-se ataques à democracia e crescem as pregações golpistas, com a defesa do recurso à violência e à tortura, crescem no mesmo meio em que vicejava nos anos 1960. Como ocorria às vésperas de março de 1964, multiplicam-se publicações, “filósofos” e “comentaristas” que professam um anticomunismo esquizofrênico e patológico – já que claramente psicótico e desprovido de qualquer contato com a realidade –, como se estivéssemos em plena Guerra Fria, e se sustentam pela distorção da história e da verdade, como se vivêssemos em outro planeta, situado em hipotético universo paralelo.

Mistura-se o comunismo com o fascismo, quando foram as tropas soviéticas que destroçaram os nazistas na batalha de ­Berlim em 1945. Atribui-se qualquer suposto ataque ao conservadorismo ocidental a uma fantasia denominada “marxismo cultural”. Atacam-se as bases filosóficas da modernidade, para propor a volta a um obscurantismo tosco e medieval. Dessa fantástica doutrina, faz parte a defesa, na internet – como cláusula pétrea de uma Igreja agora governada por um papa que prega a conciliação – a excomunhão de pessoas por suas convicções políticas.

Grupelhos voltam a desfilar, na frente dos quartéis – como aconteceu em junho –, com as mesmas faixas e bandeiras usadas daqueles anos sombrios.

Esse meio século de triste história deveria representar um marco e uma oportunidade de reflexão sobre o Brasil que queremos e para onde estamos indo como sociedade. É preciso voltar a colocar a defesa do regime democrático em primeiro lugar na lista das prioridades nacionais.

Chegamos a um ponto em que até mesmo pessoas que lutaram pela volta do Estado de Direito, pressionadas pela maré conservadora, estão defendendo a adoção de leis “antiterroristas” no Brasil. “Terrorista” era o termo usado contra os que foram perseguidos pela ditadura. Seus rostos, que podiam ser vistos em cartazes infames que se espalhavam pelos bares e colunas das estações rodoviárias nos anos mais duros da repressão, eram encimados por esse termo, seguido do apelo à delação.

As mesmas fotos que ilustravam os cartazes de procurados são, às vezes, a única forma de lembrar os que foram torturados, assassinados ou desapareceram naquela época.

Hitlernautas e apresentadores de programas sensacionalistas propagam a aceitação normal do retorno desse conceito – “Guerra Contra o Terror” é a base da doutrina de segurança norte-americana e de seus sabujos pelo mundo.

Deixar de raciocinar com base em princípios e convicções políticas, para se deixar pautar pelo clamor fascista que estiver em voga, é o caminho mais curto para vir a justificar – dependendo do governo de turno – a impressão de novos cartazes como aqueles. Ou de acabar, eventualmente, aparecendo com o próprio rosto em um deles.

Família de Gushiken derrota revista Veja em processo

Familiares do ex-ministro Luiz Gushiken ganharam um processo contra a revista Veja por publicar acusações sem provas.

Em 2006, a revista acusava, sem provas, Gushiken de manter contas secretas no exterior. O processo foi aberto na época, mas a decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) só foi tomada agora: a revista deverá pagar uma indenização à família de Gushiken (falecido no ano passado) de 100 mil reais

Copa Sindquim chega a sétima edição

VII Copa Sindquim já tem data pra começar. A abertura acontecerá no dia 6 de abril (domingo) na quadra da Playball.

Confira o cronograma do Campeonato:

21/03 (sexta-feira): Fim das Inscrições dos times. As inscrições podem ser feitas também nas Subsedes.

30/03 (domingo): Congresso técnico.
Às 10h na Sede do Sindicato (Rua Tamandaré, 348)

06/04 (domingo): Abertura da VII Copa Sindiquim, na quadra da Playball

Plenária sobre projeto Remédios mais baratos

O Sindicato promoverá no dia 21 de março (sexta-feira), na subsede de Santo Amaro, uma plenária para discutir o projeto Remédios Mais Baratos.

A atividade pretende discutir os dos Projetos de Emenda Constitucional (PEC)  que prepõem o fim dos impostos nos medicamentos, com presença dos seus autores: o deputado federal e dirigente do Sindicato Francisco Chagas (PT) – PEC 301- e a deputada estadual Beth Sahão (PT) – PEC 09.

 

Serviço:

Plenária: Remédios Mais Baratos

Quando: dia 21 de março (sexta-feira) às 18h

Onde: Subsede Santo Amaro

Rua Ada Negri, 127

ProUni e Fies representam 30% das matrículas em universidades privadas

O Ministério da Educação divulgou dados de bolsas ativas pelo ProUni (Programa Universidade Para Todos) e pelo Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). Segundo os dados, dos 5.3 milhões de estudantes universitários brasileiros em instituições privadas, 1,6 milhão é beneficiado por um desses programas. O número representa 30% das matrículas nas universidades privadas. Em 2011 essas políticas públicas representavam 11% no número de estudantes.

A Copa não é do governo. A Copa é do Brasil, é dos trabalhadores

Em entrevista exclusiva à CUT, ministro do Esporte destaca os 3,6 milhões empregos gerados pelo evento, garante 90% das obras de mobilidade e diz que minoria não “perdoa Lula por ter trazido a Copa”

Alagoano de nascimento, paulistano por opção e eleição e palmeirense por paixão, o deputado Aldo Rebelo, aos 58 anos, já passou por seis mandatos e presidiu a Câmara Federal, mas hoje enfrenta provação maior que a de um juiz de futebol em sua primeira final, e na várzea. Ministro do Esporte, o também escritor e jornalista tem sob sua responsabilidade a defesa da Copa do Mundo de Futebol, uma megaprodução de interesse e repercussão mundial – pelo porte e cifras que movimenta -cobiçada por dezenas de países e vista por mais de um bilhão de pessoas em todo o Planeta.

Embora a Copa seja um evento privado, nas mãos da todo-poderosa FIFA, e com várias matrizes de responsabilidade, é sobre o costado do Governo Federal que tem recaído a maior parte das cobranças e críticas à sua realização no Brasil. Mais precisamente sobre as costas do ministro Aldo Rebelo, apesar de o certame, na esfera do governo, ter acompanhamento “multidisciplinar” e envolver o carimbo e ação de vários ministérios.Nem o fato de os brasileiros esperarem há 53 anos para ver mais uma Copa em solo verde e amarelo e, assim, vingar a tragédia do Maracanã, tem minimizado a tarefa de quem zela pelo evento em nome do governo. Em 2007, o então presidente Lula viu, pessoalmente em Zurique, o anúncio oficial de que o Brasil sediaria a Copa do Mundo em 2014. Recebeu a taça das mãos de Joseph Blatter, presidente da FIFA, “e nunca foi perdoado por isso”, na opinião de Aldo Rebelo.

É a essa luta de classes, a esse ódio ao Lula, o primeiro operário a chegar à Presidência da República e a fincar o Brasil no mapa, que o ministro do Esporte atribui parte da avalanche de notícias ruins, desinformação proposital, críticas sem fundamento e até alguns protestos, no que por vezes aparenta ser uma campanha contra a Copa para atingir o governo federal e as forças progressistas. “Há uma minoria que age por razões políticas e ideológicas. Uma minoria, e vamos dizer a verdade, que não perdoou o fato de a Copa do Mundo ter sido trazida para o Brasil pelo Lula. Isso é parte da agenda anti-Lula, que continua. Esse homem não vai ser perdoado nunca. Ele trouxe a Copa, trouxe a Olimpíada – os dois maiores eventos do Planeta. A China planeja levar uma Copa para lá daqui a 40 anos. A França organiza-se e faz um esforço de Estado enorme para sediar a Olimpíada em 2024”. E conquistamos os dois eventos seguidos”, explica o ministro.

Aldo Rebelo também não tem mais perdão do que Lula e vem sendo carimbado de “ufanista” e “nacionalista” pela chamada grande mídia por conta da sua defesa apaixonada e incondicional da Copa do Mundo no Brasil. Quem o ‘ataca’ cai na armadilha de uma das máximas do jornalismo sobre o que é mais notícia: o cachorro morder o homem ou o homem morder o cachorro?

Ingenuidade, despreparo, oposição, luta de classes ou má-fé de quem ‘carimba’ o ministro ser chamado de ufanista é óbvio, como é previsível que ele defenda a Copa no Brasil. Notícia seria se ele criticasse a realização do maior evento do futebol mundial em terras brasileiras.

Aldo Rebelo, no entanto, não se limita a ‘ufanar’ a Copa. Afiado, mostra com números, dados, informações e exemplos, à disposição de todos, como, quando e porquê a Copa será importante para o Brasil, à sua economia, cultura, turismo, desenvolvimento esportivo, para os investimentos estrangeiros e para a classe trabalhadora. O legado é verdadeiro, segundo ele, que admite a confusao de informações imposta ao povo.

Aldo garante que não tem evento, canteiros de obras e condições de trabalho mais fiscalizados e controlados do que os da Copa. Diz que mais de 90% das obras de mobilidade urbana estarão concluídas antes do campeonato acabar, em julho. Destaca que tais obras não foram feitas por causa da Copa e que serão um legado para as cidades-sede e todos os brasileiros e brasileiras, assim como as arenas multiuso, onde o gramado, com o tempo, se transformará em mero detalhe, assim como os jogos de futebol.

Lojas, bares, feiras, congressos, exposições, atividades esportivas e populares e até casamentos serão realizados nesses novos espaços, a exemplo do que acontece no na arena de Wembley, em Londres, onde são realizados somente oito jogos por ano, segundo Aldo. No restante do tempo, o que mais a população  faz no lendário estádio londrino é beber muita cerveja.

Abaixo, a entrevista que o ministro concedeu ao Portal da CUT Nacional, na segunda-feira (10), realizada, a pedido da reportagem, na sede da Central, onde foi recebido pelos presidentes da CUT Nacional, Vagner Freitas, e estadual São Paulo, Adi dos Santos Lima.

CUT Nacional – O sr. tem dito que um dos mais importantes legados da Copa do Mundo para o Brasil é a geração de 3,6 milhões de empregos, número apontado por uma consultoria de mercado (veja mais no link 1 no final da reportagem) no documento “Brasil Sustentável – Impactos Socioeconômicos da Copa do Mundo. Este número é oficial, é o que vale? O governo federal tem este mesmo número?

Ministro do Esporte, Aldo Rebelo – Esse dado integra documento elaborado em conjunto pela consultoria norte-americana Ernst & Young e a Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro. É um estudo de mercado e não foi encomendado pelo governo federal nem realizado a nosso pedido. Foi feito para criar referências ao mercado. Além desse número, há também referência ao crescimento do PIB, na qual eles calculam que o evento vai gerar um acréscimo ao PIB brasileiro de 0,4% ao ano até 2019. Há outros números relacionados com arrecadação tributária, investimentos públicos e privados e aponta que para cada um real de investimento público há a contrapartida de quase quatro reais de investimentos privados. O governo não fez um cálculo próprio sobre o número de empregos gerados, apenas trabalha com dados possíveis de serem recolhidos, como o da Apex, que na Copa das Confederações, em 2013, apontou mais de 900 empresas estrangeiras visitando o País durante o torneio.

 

“Posso afirmar que não há no Brasil nenhuma

atividade cujos empregos gerados estejam

sendo tão fiscalizados do ponto de vista

da correção como os da Copa do Mundo”

 

CUT Nacional – O sr. não é ministro do Trabalho, mas poderia falar se esses 3,6 milhões de novos postos gerados pelas obras e serviços da Copa do Mundo obedecem ao que é preconizado pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) como trabalho decente? Existe a preocupação com o que acontece com o trabalhador nas obras da Copa?

Aldo Rebelo – Existe, sim, a preocupação do governo. Quando a Copa do Mundo veio para o Brasil (decisão foi anunciada em 30 de novembro de 2007), o presidente Lula pediu ao ministro-chefe da CGU Controladoria-Geral da União (Jorge Hage)que o dinheiro aplicado na Copa fosse o mais fiscalizado do País. O Tribunal de Contas da União destinou um ministro para cuidar exclusivamente da Copa do Mundo no Brasil e outro está a cargo exclusivo da Olimpíada. Nenhuma outra atividade no Brasil tem um ministro destacado com exclusividade para acompanhar e controlar um evento. Os empregos gerados pela Copa são os mais fiscalizados pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho). Não conheço nenhuma atividade que tenha provocado a visita pessoal do presidente do TST, à época o ministro Oreste Dalazen, a todos os canteiros de obras de todos os estádios construídos para a Copa. Há um Grupo de Trabalho na OIT (Organização Internacional do Trabalho), da nossa companheira Laís Abramo (coordenadora do escritório do órgão no Brasil), que também acompanha as atividades da Copa. O que eu posso te afirmar é que não há no País nenhum evento cujos empregos gerados foram e estejam sendo tão fiscalizados do ponto de vista da correção, não só por parte do Poder Executivo, mas pelo Judiciário, Ministério Público, Ministério Público do Trabalho. As obras do Maracanã, por exemplo, têm o acompanhamento e controle de 12 órgãos, entre eles os Ministérios Públicos Federal e Estadual. Defensoria Pública, Tribunal de Contas, Delegacia do Trabalho e outros. Pela repercussão internacional desses eventos naturalmente a imprensa, o movimento sindical, a Federação Nacional dos Engenheiros e Arquitetos, todos acompanham. Nós achamos que isso é bom porque a Copa tem de ser um evento não só exemplar do ponto de vista do Esporte, mas da própria transparência das atividades nas obras em todo o País.

CUT Nacional – Ministro, todos esses números podem ser acessados nos portais do governo federal, do Ministério do Esporte, no site oficial da Copa 2014 (veja link 2, abaixo), portal da Transparência. Qualquer pessoa que fizer uma busca no Google encontrará esses e outros dados e também a matriz de responsabilidades da Copa. Quem quiser vai saber que que o dinheiro investido no evento não vem somente dos cofres públicos, mas de várias matrizes como Confederação Brasileira de Futebol, construtoras, iniciativa privada, bancos.  Mas o que tem prevalecido é um senso comum e informações divulgadas pela chamada ‘grande mídia’’ que destacam notícias sobre protestos, corrupção, desvios, desmandos e tudo isso é quase sempre colocado nas costas do governo federal. Tem como mudar essa percepção?  Por que há esse clima pesado e com tanta desinformação em torno de um evento desejado por quase todos os países?

Ministro Aldo Rebelo – Há um principio que foi tornado lei em comunicação citado pelo “Príncipe da Comunicação”, o nazista Joseph Goebbels, de que “uma mentira contada mil vezes torna-se uma verdade”. Alguns órgãos da mídia, infelizmente, acham que isso pode valer para a Copa no Brasil. Acho que não porque não há mil mentiras que repetidas dez mil vezes passem a valer por uma verdade. A Copa é um evento disputado por todo o Mundo. Todos os países desejam sediar um evento como este, como a Olimpíada. Vou citar um caso, o do Japão, que venceu a disputa para sediar a Olimpíada de 2020. O jornal ‘Folha de S.Paulo’fez um  editorial  publicado em 10 de setembro de 2013, leia integra no  link 3, abaixo) que, em resumo, dizia que o significado da Olimpíada para o Japão e que cumpria dois grandes objetivos: o primeiro, a retomada do crescimento de uma economia que há décadas está estagnada e o segundo, que o Japão irá retomar um protagonismo geopolítico na Ásia que vem recebendo sombra muito grande da China.  Ou seja, no jornal Folha de S.Paulo, para o Japão uma Olimpíada é fator de desenvolvimento econômico e de projeção de poder geopolítico, mas para nós, Brasil, segundo o mesmo jornal, a Copa, a Olimpíada, representam só um desperdício de dinheiro público, uma fonte de escândalo. Como é que nós podemos aceitar uma coisa dessas?

CUT Nacional – Mas é que isso foi e tem sido disseminado, que está na mídia, na cabeça de boa parte da sociedade.

Aldo Rebelo – A Copa se mantém porque é um evento que, por si só, tem muita força, muito prestigio, que carrega a fantasia do povo. Todo mundo sonha em ver no seu País as principais seleções do mundo. Quem não quer ver aqui no País as seleções do Brasil, Espanha, Itália, Alemanha, Rússia, Argentina, Uruguai, Inglaterra e tantas outras? É um evento que tem muita força.

CUT Nacional– Então o pior inimigo da Copa do Mundo no Brasil, neste momento, é a desinformação crítica divulgada por parte dos chamados ‘grandes meios de comunicação’?

Aldo Rebelo – As pessoas estão buscando outras fontes de informação. O próprio UOL (que é do grupo Folha) teve de publicar as razões para ser a favor da Copa (reportagem ‘Sete argumentos econômicos para defender a Copa do Mundo no Brasil’, íntegra no link4).  É porque essas razões, esses argumentos existem e, naturalmente, se não houver um mínimo de contrapartida à desinformação os próprios veículos de comunicação acabarão perdendo credibilidade. Eles vão ser obrigados a fazer um contraponto à campanha negativa que fizeram antes.

CUT Nacional – Então, o sr. acredita que a mídia e o ‘time do contra’ estão começando a voltar atrás na avalanche de críticas que vêm fazendo a tudo que se relaciona à Copa no Brasil?

Aldo Rebelo – A copa do Mundo mais do que a Olimpíada é um evento privado.  O governo federal está investindo é em obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), obras de mobilidade urbana já previstas antes da Copa. Nenhuma delas vai ser levada por nenhuma seleção de futebol; nenhum viaduto, nem universidades, nem aeroportos serão levados do Brasil após o evento. A única coisa que poderiam levar é a Taça de campeão e isso não vai acontecer porque essa vai ficar aqui. Não tem dinheiro do Orçamento da União nas obras da Copa. Mas dirão que tem renúncia fiscal. E tem sim, em matéria-prima para construir os estádios. Mas renúncia fiscal é uma política que se pratica em função do interesse público. O Estado brasileiro, o Poder Público faz renúncia fiscal do papel jornal, por exemplo, para obter como benefício mais acesso da população à leitura de um jornal que custe menos. Quando o governo faz renúncia fiscal no setor automobilístico é em troca de empregos, de maior competitividade da indústria. Com os estádios, a renúncia serviu para modernizar a infraestrutura esportiva do nosso País, que é uma necessidade. Não estão sendo construídos estádios só para a Copa.

 

“Vamos entregar mais de 90% das obras de

mobilidade urbana. São obras para o trabalhador.

A Copa do Mundo foi apenas uma referência para

o governo federal antecipar o início dessas obras”

 

CUT Nacional – Ministro, este é outro senso comum e fonte de desinformação disseminada sobre a Copa no Brasil: de que estádios como o de Manaus, Cuiabá, Natal vão se tornar elefantes brancos, sem uso, após o campeonato. Como lidar com essa informação negativa, que parece ainda mais forte e disseminada no Sul e Sudeste do País? O que o sr. diz ao trabalhador para mostrar que o dinheiro do imposto que ele paga não foi gasto na construção de estádios e que essas obras não ficarão às moscas após a Copa?

Aldo Rebelo – Primeiro que esses estádios não são apenas campos de futebol. São arenas multiuso, que se destinam a jogos, feiras, congressos, eventos em geral. Veja o caso de Wembley (em Londres), maior estádio da Inglaterra que recebe oito jogos por ano. Estive lá e perguntei como sustentam o estádio, já que não há jogos e me responderam que sobrevive de casamentos, de museus, bares, encontros, feiras, congressos. Aqui no Brasil a lei proibiu a venda de cerveja dentro dos estádios. Em Wembley, o gramado é um detalhe, pois o que mais tem lá são bares (risos). Na Arena de Natal, que é um desses bons exemplos, o espaço interno destinado a lojas é hoje negociado pelo melhor preço da cidade, porque todo mundo quer ter lá uma academia, uma agência bancária, uma farmácia. O local é bonito, centralizado, confortável, seguro, tem estacionamento. Essas arenas multiusos estão destinadas a acolher nas cidades eventos esportivos e não esportivos que se multiplicam no País e não têm mais alternativa. Em São Paulo, por exemplo, não pudemos fazer o centro de mídia da Copa porque o espaço do Anhembi estava ocupado até 2019. O Palmeiras está inaugurando o seu estádio e a busca por espaço para eventos já é grande. Isso não acontece só em São Paulo. Fizemos pesquisa com jornalistas estrangeiros e o terceiro destino turístico mais visado, mais cobiçado na Copa, depois de Rio e São Paulo, é Manaus.

CUT Nacional – O sr. acredita que a Copa do Mundo vai conseguir trazer a democratização do conceito de esporte e de atividade física como essenciais à saúde, essenciais à qualidade de vida da classe trabalhadora? Copa e Olimpíada contribuirão para tornar o Brasil uma potência esportiva, como já ocorreu com outros Países que sediaram esse tipo de evento?

Aldo Rebelo – Fui procurado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, em 2012, para uma cooperação com o Ministério do Esporte na difusão das práticas de atividade físicas e esportivas como formas de saúde.  Na ocasião, disse a eles que deviam procurar o Ministério da Saúde e me responderam que Ministério da Saúde lembra doença e o do Esporte é que lembra saúde. Fizemos o acordo e a Sociedade Brasileira de Cardiologia vai produzir informações para serem difundidas por secretarias, ministérios como forma de estimular a prática esportiva voltada à saúde.

CUT Nacional – E o que mais o governo, o seu ministério está fazendo nesta área?

Aldo Rebelo – O governo federal está construindo cinco mil quadras esportivas e cobrindo cinco mil quadras em escolas públicas. Já selecionamos 260 centros de iniciação ao esporte, que são equipamentos para prática de até três modalidades – de alto nível, de esporte de lazer, e educacional. Achamos que o esporte é um elemento importante da democratização da vida do País.

CUT Nacional – Mas ministro, para o trabalhador poder chegar a um espaço, a um centro esportivo ele precisa ficar menos tempo no trânsito quando vai ou sai do local de trabalho. Entra aí a questão da mobilidade urbana. O sr. declarou que as obras em andamento para a Copa já faziam parte de um projeto que nada tem a ver com esse evento. Como estão, de verdade, as obras de mobilidade, uma preocupação e item da pauta de reivindicações da CUT à classe trabalhadora?

Aldo Rebelo – No Ministério do Esporte, a primeira obra de mobilidade que inaugurei foi em dezembro de 2011, em Belo Horizonte (MG). De lá para cá, essas obras não pararam de ser executadas. A cidade de Cuiabá (MT) será outra quando terminar a Copa do Mundo.

CUT Nacional – Em uma escala de zero a dez, o sr. diria que essas obras de mobilidade urbana estão em que nível?

Aldo Rebelo – Das obras que constam da matriz de responsabilidade (link 6), nós vamos entregar mais de 90%. E obras inclusive que nenhuma seleção e, provavelmente, nenhum turista da Copa vai utilizar, como a ligação da Jacu-Pêssego-Radial Leste. São obras para o trabalhador.  A Copa do Mundo foi apenas uma referência para o governo federal antecipar essas obras de mobilidade urbana.

CUT Nacional – Como essas obras mudarão a cara dessas grandes cidades? Ainda vai faltará muito para a mobilidade urbana melhorar no Brasil?

Aldo Rebelo – No caso de Cuiabá, por exemplo, o prefeito (Mauro Mendes)disse que a Copa antecipou pelo menos em 30 anos a construção do VLT – Veículo Leve sobre Trilhos. Tem o metrô de Fortaleza. Essa ligação da Jacu-Pêssego; a FATEC em Itaquera, que recebeu investimentos dos governos federal, estadual e municipal.  Itaquera, que é o bairro com menor IDH de São Paulo, mudou. E isso ocorreu em todo o Brasil. O impacto da Copa do Mundo vai além do emprego que será gerado, da afirmação do País como destino de investimentos do mundo todo.

 

“No editorial da Folha de S.Paulo, uma Olimpíada no

Japão é fator de desenvolvimento e poder geopolítico.

No Brasil, segundo esse mesmo jornal, é desperdício

de dinheiro público e fonte de escândalo”

 

CUT Nacional – Sobre manifestações, ministro, o sr. teme que ocorram protestos contra a realização da Copa ainda antes e durante o evento ou brasileiro vai ceder à paixão pelo futebol?

Aldo Rebelo – Contra a Copa, não acredito. Manifestações para melhorar o transporte coletivo, a educação, a saúde, a segurança pública são protegidas pela Constituição Federal.

CUT Nacional – Mas eventuais manifestações e protestos, se ocorrerem, não poderão ser instrumentalizados politicamente por críticos ao governo federal e à realização da Copa no Brasil?

Aldo Rebelo – Não creio que (opositores) terão coragem nem que eles queiram correr o risco de deixar todo o êxito da Copa nas mãos do governo federal. Claro que há os desesperados, mas acho que se ocorrerem manifestações vai ser coisa isolada. Na última, em São Paulo, a polícia teve de proteger manifestantes. Em Manaus, tentaram convocar e não obtiveram êxito. Não acredito em manifestação contra a Copa, acho que isso não tem muita possibilidade de prosperar. Em defesa de reivindicações sociais, elas podem ocorrer antes, durante e depois da Copa, mas serão manifestações de outra natureza.

CUT Nacional – O sr. disse que política não tem a ver com futebol, com a Copa e vice versa. O atraso nas obras da Arena da Baixada, em Curitiba, por exemplo, chegou a ser atribuído, equivocadamente, ao governo federal – a obra é privada e sob responsabilidade do clube Atlético-PR. Foi atraso mesmo ou uma questão política, uma espécie de boicote de governos estadual e municipal que são de oposição ao Federal?

Aldo Rebelo – A questão da Arena da Baixada não foi política. Houve um problema na gestão da obra. O governo federal procurou ajudar como mediador, construindo um caminho que ajudasse na retomada das obras da arena. A Copa não é um empreendimento do governo federal, a Copa é do País. Aqui em São Paulo, ela é dos três governos (federal, estadual e municipal), é do construtor. No caso da Arena de Itaquera, que é privada, é do Corinthians.

 

“Há uma minoria que não perdoou o fato de a Copa

ter sido trazido para o Brasil pelo Lula. Isso é parte da

agenda anti-Lula, que continua. Esse homem não

vai ser perdoado nunca. Ele trouxe a Copa, a Olimpíada”

 

CUT Nacional – O sr. acredita que a maioria do povo brasileiro tem essa visão, esse tipo de informação, de discernimento?

Aldo Rebelo – Tem sim. Há uma minoria que age por razões políticas e ideológicas. Uma minoria, e vamos dizer a verdade, que não perdoou o fato de a Copa do Mundo ter sido trazida para o Brasil pelo Lula. Isso é parte da agenda anti-Lula, que continua. Esse homem não vai ser perdoado nunca. Ele trouxe a Copa, trouxe a Olimpíada, os dois maiores eventos do Planeta. A China planeja levar uma Copa para lá daqui a 40 anos. A França, e até fui convidado para um debate lá – se organiza e faz um esforço de Estado para sediar a Olimpíada de 2024. E o Brasil traz uma em seguida da outra. Tem gente que não perdoa. Por isso, a gente precisa ter paciência, persistência e fazer o que é certo para preparar e organizar esses dois eventos da melhor forma possível. O Brasil vai fazer uma Copa à altura das melhores expectativas. Eu costumo dizer o seguinte: temos muito orgulho da Copa e da Olimpíada. E vamos caprichar para fazer a melhor Copa do Mundo, mas o Brasil já fez coisas mais importantes que esses dois eventos.

CUT Nacional – Vai ser a Copa das Copas, como disse a presidenta Dilma Rousseff em discurso recente?

Aldo Rebelo – Nós somos o único país que participou de todas as edições da Copa do Mundo. Somos o único país a ganhar cinco títulos em 19 edições. Temos o maior astro das copas, que é o jogador que ganhou três, o Pelé; temos o maior artilheiro de todas as copas, o Ronaldo; somos um país onde o futebol, além de esporte, é uma plataforma de identidade nacional, a primeira grande plataforma de inclusão social de um país desigual. A primeira celebridade negra e pobre do Brasil foi dada pelo futebol, quando os pobres e negros não tinham acesso a nada. Por que o futebol é tão forte no Brasil, sendo uma instituição que se formou à margem do Estado e do mercado? Quando olhamos para uma sociedade como a nossa tudo que existe ou tem a força do Estado ou a força do Mercado. Quando o Estado chegou ao futebol, com Getúlio Vargas, em 1940, o futebol já era uma instituição consolidada. O mercado é uma presença ainda mais recente. O futebol para nós é essa instituição querida pelo povo, por essa razão é que a campanha contra a Copa é fadada ao fracasso, porque o futebol é muito forte, mesmo com suas contradições, com suas deformidades. Você vai a uma aldeia indígena e não encontra nada que lembre uma sociedade urbana, mas vê índios com camisas do Palmeiras, do Corinthians, do Vasco, do São Paulo, do Cruzeiro, de todos os times de futebol do Brasil. A Espanha tem clubes regionais: Catalunha, País Basco, Bilbao – e não há como imaginar alguém da Catalunha, do Barcelona, torcendo pelo Real Madri. Aqui no Brasil é diferente, e isso é que dá ao mundo inteiro a ideia de que nós podemos fazer a Copa das Copas. Vamos fazer, como disse a presidenta Dilma, a Copa das Copas.

CUT Nacional – No Brasil, a TV é monopolizada e controlada por poucas empresas familiares que decidem, por força dos patrocinadores, qual é o horário em que o torcedor vai assistir o seu time jogar, se antes ou depois da novela das nove (a CUT luta pela democratização dos meios de comunicação). Tem o preço alto dos ingressos, a dificuldade de acesso aos estádios. Tudo isso não tira um pouco o brilho do que o sr. acabou de falar sobre a instituição futebol?

Aldo Rebelo – Essa é uma relação que hoje o futebol tem com o mercado. O futebol tornou-se uma fonte importante para detentores dos meios de transmissão, patrocinadores. Mas não podemos ter uma visão unilateral das coisas. A presença desses patrocinadores ajudou a melhorar o salário dos jogadores, a renda dos clubes, mas, ao mesmo tempo, também traz um risco inerente da mercantilização de qualquer relação social. A relação do torcedor com seu clube é uma relação de paixão, de afeto, não é de consumidor, de alguém que vai receber algo em troca. Quando o patrocínio entra, isso cria na cabeça do torcedor uma ambiguidade, porque para o patrocinador o futebol e o clube são um produto, mas para o torcedor é algo afetivo.

CUT Nacional – Então, ministro, o que pode ser feito por um esporte nacional tão adorado pela população e que promete trazer esse legado para o Brasil por meio da Copa?

Aldo Rebelo – Nós temos debatido desde o calendário, complicado porque há excessos e, ao mesmo tempo, tem a maior parte com ausência de calendário, jogadores que ficam três meses sem jogar ou jogam uma série e acabam desempregado. Esses são dilemas que precisamos enfrentar.

CUT Nacional – Ministro (que na sequência se reuniria com o Bom Senso Futebol Clube),qual é a previsão do pódio da Copa do Mundo no Brasil? E o seu Palmeiras?

Aldo Rebelo – Brasil (1º), Alemanha (2º), depois pode vir Itália, Argentina. O Palmeiras. O mínimo que nós queremos este ano…ah! não pode ser Libertadores, né?

Links para acessar sites e textos citados nesta reportagem

1 –Brasil Sustentável – estudo Ernest & Yung e  FGV- RJ sobre a Copa no Brasil e a economia: http://fgvprojetos.fgv.br/sites/fgvprojetos.fgv.br/files/estudo_9.pdf

2 – Portal oficial da Copa do Mundo 2014, alojado no portal do Ministério do Esporte: www.esporte.gov.br

3 – Editorial da Folha de S.Paulo sobre o fato positivo de o Japão sediar a Olimpíada de 2020: 

http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2013/09/1339515-editorial-toquio-legado-brasileiro.shtml

4 – Empresas do Grupo Folha:

http://www1.folha.uol.com.br/institucional/conheca_o_grupo.shtml

5 – Reportagem do Portal UOL – Veja sete argumentos econômicos para defender a Copa do Mundo no Brasil – publicado em 06 de março de 2014: 

http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2014/03/06/veja-sete-argumentos-para-defender-a-copa-do-mundo-no-brasil.htm

6 – Tudo sobre a Matriz de Responsabilidade da Copa do Mundo 2014:

http://www.copa2014.gov.br/pt-br/brasilecopa/sobreacopa/matriz-responsabilidades

7 – Reportagens sobre reunião do ministro com Bom Senso FC: 

http://www.esporte.gov.br/index.php/noticias/24-lista-noticias/46870-movimento-bom-senso-discute-propostas-de-modernizacao-do-futebol-com-o-ministro-do-esporte

TV ainda é meio de comunicação preferido por 76% dos brasileiros

A televisão é o meio de comunicação preferido da maioria dos brasileiros (76,4%). Na sequência, mas ainda muito distante, vem a internet, que tem a preferência de 13,1% da população do País. Esses dados integram o documentoPesquisa Brasileira de Mídia 2014 – Hábitos de Consumo de Mídia pela População Brasileira, divulgado sexta-feira (7) pela Secom (Secretaria de Comunicação Social), órgão da Presidência da República.

Segundo a pesquisa, apesar de os usuários de internet passarem mais tempo navegando que os telespectadores passam assistindo a programas na TV, o alcance da televisão é muito maior que o da web nos lares brasileiros: só 3% dos entrevistados disseram não assistir nunca a televisão. No caso da internet, 53% dos entrevistados afirmaram não ter o hábito de acessar a rede mundial de computadores. A abrangência do rádio é substancialmente menor. Cerca de 39% dos entrevistados não têm por hábito ouvir rádio e apenas 21% ouvem rádio todos os dias.

O objetivo da pesquisa, segundo a Secom, é, ao detectar por quais meios de comunicação o brasileiro se informa,  subsidiar e nortear a elaboração da política e das estratégias de comunicação do governo federal. O levantamento foi realizado pelo Ibope Inteligência, que  ouviu 18.312 pessoas em 848 municípios entre 12 de outubro e 6 de novembro do ano passado. A margem de erro é de 1 ponto percentual, assumindo o intervalo de confiança de 95%. A pesquisa custou R$ 2,4 milhões e será realizada anualmente a partir de agora.

Apesar de a pesquisa mostrar hábitos de consumo de mídia, a verba e as políticas de publicidade do governo federal continuarão sendo definidas por dados de audiência e vendagem, como o comScore*, por exemplo. “Os critérios (de publicidade do governo federal em meios de comunicação) são os que já existem, adotados pelo governo brasileiro desde 2008, critérios técnicos baseados em pesquisa de audiência no caso de televisão e rádio, de circulação no caso de jornais e revistas. Essa pesquisa (divulgada hoje) vai basear estratégias de comunicação do governo no futuro. Estamos falando de coisas diferentes”,disse Oministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Thomas Traumann.

Falta confiança – Por conta da sua diversidade, os novos meios de comunicação ainda não ganharam a confiança dos leitores: apenas 28% confiam muito ou sempre em notícias de sites; 24% em notícias de redes sociais, e 22% em notícias de blog.

Parte da vice-liderança da internet apontada pela pesquisa encomendada pelo governo federal se explica pelo custo do acesso, nível de escolaridade e interação com ferramentas tecnológicas. A maioria dos brasileiros (53%) ainda não acessa a rede, mas a proporção de cliques cresce à medida que aumenta a renda e a escolaridade dos entrevistados.  

Enquanto 21% dos entrevistados com renda familiar de até um salário mínimo acessam a rede semanalmente, a proporção sobre para 75% se analisados aqueles com renda superior a cinco salários mínimos. A mesma relação se repete quando a pesquisa mensura os acessos à internet em casa. Entre os respondentes com renda superior a cinco salários mínimos, 78% tem acesso à web em casa, enquanto o acesso em domicílio do grupo com menos de um salário mínimo de renda se limita a 16%.

Os mais escolarizados também levam vantagem: 87% dos entrevistados com nível superior disseram têm acesso à internet pelo menos uma vez por semana. Por outro lado, só 8% dos entrevistados que cursaram até a 4ª série acessam a rede mundial de computadores ao menos uma vez por semana.

 De acordo com o levantamento, 53% dos entrevistados que usam jornal impresso afirmaram confiar sempre ou muitas vezes nas notícias veiculadas. Essa porcentagem cai para 50% quando o universo em questão são as notícias exibidas no rádio, para 49% no caso da televisão e chega a 40% entre os leitores de revistas.

Apenas 28% dos usuários afirmam confiar sempre ou muitas vezes nas informações veiculadas pela internet

A confiança é baixa entre os entrevistados que usam a internet: apenas 28% dos usuários afirmaram confiar sempre ou muitas vezes nas informações veiculadas em sites. A confiança nas notícias veiculadas em redes sociais é de 24% e ainda menor entre os blogs: 22%.

O Ibope também questionou as pessoas sobre a confiança nas propagandas veiculadas em diferentes meios de comunicação. De novo, os jornais impressos foram considerados os mais confiáveis: 47% dos entrevistados que usam esse meio afirmaram confiar sempre ou muitas vezes em anúncios de publicidade publicados em jornais impressos, índice superior ao constatado entre os anúncios de TV (42%), rádio (42%), revistas (36%), sites (23%), redes sociais (22%) e blogs (19%).

Na pesquisa, foi perguntado aos entrevistados que usam internet quais são os sites, blogs ou redes sociais mais acessados entre segunda e sexta-feira. De forma espontânea – ou seja, sem que o pesquisador tenha apresentado uma lista previamente elaborada –, o mais citado foi o Facebook (63,6%). Em segundo, aparece o site da Globo.com (7%) e, em terceiro, o G1 (5,6%). Além desses três, os dez primeiros incluem Yahoo (5,0%), YouTube (4,9%), UOL (4,8%), R7 (2,9%), MSN (2,7%), iG (2,7%) e Terra (2,3%). Ao todo, o levantamento relaciona 20 sites, blogs ou redes sociais.

De acordo com a sondagem, de segunda a sexta-feira, os internautas ficam, em média, três horas e 39 minutos na internet, enquanto os telespectadores passam três horas e 29 minutos vendo TV. Os que ouvem rádio nesse período dedicam três horas e sete minutos a esse hábito e os que leem jornais impressos, uma hora e cinco minutos.

Outro dado da pesquisa revela que 75% dos entrevistados nunca leem jornais e 85% nunca leem qualquer revista. Apenas 6% dos brasileiros entrevistados disseram ler jornais diariamente. Mesmo em baixa, o jornal impresso é o veículo apontado como de  maior credibilidade: 53% das pessoas consultadas responderam que confiam sempre, ou muitas vezes, nos jornais.

Publicidade – O ministro Thomas Traumann disse que a política de publicidade do governo federal em relação à internet tem evoluído ao longo dos últimos anos.

“Em 2011, os gastos de publicidade da Secom em internet foram em torno de 8%, em torno de 9,5% em 2012. Em 2013, eles foram para 11,5% e este ano o orçamento já anunciado ano passado iria para 15%. É uma evolução natural”, afirmou o ministro, ao comentar os resultados da “Pesquisa brasileira de mídia 2014 – Hábitos de consumo de mídia pela população brasileira”, encomendada pela Secom.

De acordo com o ministro, não foi a pesquisa que fundamentou a evolução nos gastos com publicidade em internet. “Essa é uma evolução que o mercado todo já está fazendo”, comentou. Traumann destacou que o Palácio do Planalto tem feito um trabalho forte na rede mundial de computadores, como o lançamento da página oficial do Palácio do Planalto no Facebook e o relançamento do Portal Brasil.

“Já temos essa avaliação clara de que a internet é um espaço privilegiado onde a comunicação do governo tem de estar. Temos feito uma política desde o ano passado de tentar uniformizar os sites dos ministérios, de utilizar a internet como plataforma privilegiada nas informações do governo”, disse o ministro.

Destaques- A TV é mais popular entre os maiores de 65 anos (73% assistem todos os dias), entre as mulheres e entre as pessoas que realizam atividades domésticas.

Mulheres costumam assistir mais televisão do que homens: nos dias de semana, elas passam, em média, três horas e 47 minutos ligadas na programação; eles, três horas e dez minutos. No fim de semana, a diferença diminui – as mulheres reduzem o tempo à frente da TV e os homens aumentam. Programas de notícias e jornalismo são citados por 80% das pessoas quando questionadas sobre o que assistem na TV; as novelas, por 48%. No fim de semana, porém, os programas de auditório assumem a liderança: são lembrados por 79%.

A média de intensidade de uso da televisão é de três horas e 29 minutos (a intensidade de consumo é medida em horas gastas por dia com o meio de comunicação). Goiás (cinco horas e 22 minutos) e Tocantins (quatro horas e 28 minutos) são os estados com maior intensidade de uso da TV. Intensidade é maior entre mulheres, inativos, maiores de 65 anos e habitantes de cidades com população superior a 500 mil habitantes. 67% dos entrevistados assistem somente TV aberta (no Acre, esse índice chega a 86%). TV a cabo é mais usada entre os mais jovens e à medida em que aumenta a renda e a escolaridade. 53% afirmaram nunca acessar a internet (no Piauí, esse percentual chega a 70%); 39% disseram nunca ouvir rádio; os que nunca assistem TV são 3%

E a pesquisa revela ainda  que: notícias de jornais impressos são consideradas as mais confiáveis (19% afirmam confiar sempre); notícias em blogs e redes sociais são as menos confiáveis (20% nunca confiam). O programa “Voz do Brasil” é conhecido por 68% dos brasileiros; 50% consideram o conteúdo ótimo ou bom; 66% nunca ouvem.

Sindicato lança revista da Secretaria da Mulher

Durante ato pelo Dia Internacional da Mulher, no domingo (9), a Secretaria da Mulher Trabalhadora lançou a Revista “Químicas na luta pela igualdade” em uma atividade na sede do Sindicato. A publicação traz um perfil das trabalhadoras da categoria e enumera as conquistas garantidas ao longo dos anos.

Você pode acessar a revista neste link.