COPOM agrada mercado financeiro e prejudica os trabalhadores

O Copom, do Banco Central, aumentou nesta quarta-feira (2) a taxa básica de juros, a Selic, de 10,75% para 11% ao ano.

Para a CUT, a política de elevação das taxas de juros é totalmente equivocada. Além de prejudicar os/as trabalhadores/as e o desenvolvimento do Brasil, esses aumentos – como já está comprovado – não contribuem para controlar os índices inflacionários, como alega o Copom.

A decisão do Copom de elevar pela nova vez seguida a taxa de juros prejudica  a classe trabalhadora, em especial os que ganham menos, o desenvolvimento do País, a justiça social e a distribuição de renda.

Os aumentos dos juros desestimulam os investimentos, encarecem o crédito e prejudicam a demanda interna. O resultado é a piora sobre as expectativas futuras e consequente desaceleração da atividade econômica, que pode afetar negativamente o mercado de trabalho com aumento do desemprego e queda nos salários. Além disso, os custos financeiros das empresas crescem e elas podem repassar aos preços, causando inflação.

A CUT entende que a solução para o desenvolvimento econômico, com geração de emprego e distribuição de renda, é juros baixos.

Nota do Coletivo Nacional de Mulheres da CUT

Nós, mulheres reunidas no Coletivo Nacional de Mulheres da CUT nos dias 1 e 2 de abril de 2014, vimos com muita preocupação os resultados da pesquisa “Tolerância social à violência contra as mulheres” realizada pelo do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA).  

De acordo com os resultados da pesquisa, a maioria dos homens entrevistados considera que as mulheres seriam “provocadoras” do estupro devido à maneira como se comportam. Muitos entrevistados, apesar de concordarem que “marido que bate na mulher” deve ser preso, acreditam que as brigas de casais devem ser resolvidas entre quatro paredes.

Em nossa sociedade a violência é a faceta mais cruel das desigualdades entre homens e mulheres e acontece toda vez que somos desqualificadas, agredidas, associadas a objetos de posse ou submetidas ao poder dos homens. Durante muito tempo a violência foi considerada um problema das famílias ou exclusivo das mulheres.  No entanto, estamos nas ruas, sindicatos e redes para dizer que a violência contra as mulheres é um assunto público e político. Por isso, em se tratando de briga de “marido e mulher nós metemos a colher”. 

Não toleramos a violência contra as mulheres e tampouco o discurso que atribui às próprias mulheres a culpa pela violência que sofrem. Refutamos a imposição de um padrão de comportamento para as mulheres e afirmamos que nossos corpos não estão à disposição do desejo dos homens. Estamos em luta para reafirmar que somos mulheres livres e trabalhadoras e que nada justifica a violência contra a mulher! Somos livres para usar a roupa que considerarmos adequadas e estamos unidas para denunciar e cobrar a punição dos agressores e assediadores, seja, no transporte público, na rua, no ambiente de trabalho ou doméstico!

Nós, mulheres trabalhadoras, moradoras da periferia e de bairros pobres vivemos a violência cotidiana da ausência de iluminação pública e segurança, o que nos coloca em constante estado de alerta diante de um possível agressor. Também sofremos com o transporte público precário e com o assédio dentro dos ônibus, trens e metrô.

Portanto, garantir o fim da impunidade também é nossa exigência. Reconhecemos que a Lei Maria da Penha significou um grande avanço, demonstrando que a violência contra a mulher não pode ser esquecida, mas deve ser julgada e punida. Essa conquista não se constitui como um ponto de chegada, mas um estímulo para que o Estado potencialize suas medidas para prevenir e coibir a violência contra a mulher e para estimular que mais mulheres rompam o silêncio, denunciem seus agressores e busquem apoio. Temos que conquistar mais delegacias especializadas no combate à violência contra a mulher e maior articulação de políticas públicas para as mulheres junto a setores como educação, transporte, saúde e segurança.

Ação pela correção do FGTS contempla só os sócios

A procura pela ação coletiva para recuperar as perdas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) tem sido grande e, em função disso, o Sindicato resolveu ampliar o prazo de sindicalização até o dia 30 de abril.   

A ação irá questionar a correção do FGTS atrelada à TR (Taxa Referencial), que nos últimos anos ficou abaixo da inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).

A lei do FGTS, que existe desde 1990, determina que o fundo seja corrigido pela TR mais juros de 3% ao ano. Porém, essa correção ficou várias vezes abaixo da inflação nos últimos 23 anos.

É importante observar que só tem correção a receber o trabalhador com carteira assinada depois de 1991. Antes desse período não existe perda a ser reivindicada. Outra questão importante é que mesmo quem sacou o FGTS tem direito a reivindicar as perdas. No entanto, elas serão referentes apenas ao período em que o dinheiro esteve aplicado no fundo.

Para mais informações, consulte a equipe de sindicalização ou o Departamento Jurídico, pelo tel. 3209-3811, ramal 214. 

Cuidado com os aproveitadores

Muitos trabalhadores estão sendo assediados por advogados que oferecem seus serviços nas redes sociais ou em panfletos distribuídos nas ruas. Eles informam sobre as perdas da correção do FGTS e se oferecem para abrir a ação mediante um pagamento adiantado a título de honorários. “Não explicam como é o processo e que há risco de a ação não ser vitoriosa. Além disso, mesmo que o trabalhador ganhe a ação, o dinheiro não irá para a mão dele, será depositado na conta do FGTS”, explica Elaine D’Ávila Coelho, assessora jurídica do Sindicato dos Químicos.

De acordo com a advogada, a forma mais segura de ingressar com a ação é a coletiva. Isso porque, no caso de perda da ação, o Sindicato arcará com as despesas do processo.   

População abraça Instituto Butantan

O centenário prédio do Instituto Butantan será abraçado pela população no próximo dia 4 de abril, às 11 horas. A iniciativa do protesto é da  Associação dos Servidores do Instituto Butantan, com apoio do Sindicato dos Químicos. O  objetivo é chamar atenção das autoridades para o sucateamento da edificação que está em  péssimas condições de conservação e segurança, colocando em risco o patrimônio de um dos principais institutos de pesquisas do mundo.

Trabalhadores aprovam reajuste de 10% no piso e licença- maternidade de 180 dias

Depois de duas rodadas de negociações, e a recusa de uma proposta inicial, os trabalhadores do setor farmacêutico aprovaram o reajuste de 10% para os pisos e de 7% para as demais faixas salariais, além da licença-maternidade de 180 dias. Acompanhe abaixo todos os avanços garantidos graças às mobilizações nas fábricas.

Reajuste

7,0% de reajuste para salários até R$ 6.300,00

Acima de R$ 6.300,00 reajuste fixo de R$ 441,00

Piso

R$ 1.155,00 – 10,02% de reajuste (para empresas até 100 trabalhadores)

R$ 1.300,00 – 10% de reajuste (para empresas acima de 101 trabalhadores)

PLR (para quem não tem programa próprio)

R$ 1.186,00 – 7,03% de reajuste (para empresas até 100 trabalhadores)

R$ 1.645,00 – 7,01% de reajuste (para empresas acima de 101 trabalhadores).

Abono 

R$ 740,00 – 5,71% de reajuste. Pagamento em duas parcelas iguais (julho e outubro), ou parcela única, em setembro.

Vale Alimentação

R$ 91,09 – 7% de reajuste para empresas até 100 trabalhadores

R$ 144,45 – 7,0% de reajuste para empresas acima de 101 trabalhadores

Acesso a Medicamentos

Para salários até R$ 1.840,08 (7%) – 80% do valor da nota fiscal até o limite mensal de compra.

Para salários de R$ 1.840,9 até R$ 2.969,41 (7%) – 50% do valor da nota fiscal até o limite mensal de compra.

Para salários acima de R$ 2.969,42 (7%) – 30% do valor da nota fiscal até o limite mensal de compra.

Para salários acima de R$ 5.850,59 (3,52%), limite de subsídio fixo de R$ 1.755,17.

Licença-maternidade de 180 dias garantida

A licença-maternidade está garantida para as empresas com mais de  250 trabalhadores. 

Dilma pede “tolerância zero” com violência contra a mulher

Um dia após a divulgação de pesquisa sobre violência contra a mulher, a presidenta Dilma Rousseff defendeu nesta sexta-feira (28) “tolerância zero” à prática deste tipo de crime. O levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que a maioria dos brasileiros concorda que o comportamento da mulher pode motivar o estupro.

“Pesquisa do Ipea mostrou que a sociedade brasileira ainda tem muito o que avançar no combate à violência contra a mulher. Mostra também que governo e sociedade devem trabalhar juntos para atacar a violência contra a mulher, dentro e fora dos lares. Tolerância zero à violência contra a mulher”, escreveu nesta sexta-feira (28) a presidenta em sua conta pessoal no Twitter.

O levantamento do Ipea mostrou que 58,5% dos entrevistados concordaram totalmente ou parcialmente com a frase “Se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros”.

Os pesquisadores avaliaram também a seguinte frase: “Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”. O levantamento mostra que 42,7% concordaram totalmente com a afirmação e 22,4% parcialmente; 24% discordaram totalmente e 8,4% parcialmente.

Segundo Dilma, as conclusões da pesquisa mostram a necessidade de garantir a aplicação de leis, como a Lei Maria da Penha, que protege mulheres da violência doméstica e familiar. “O resultado deixa claro o peso das leis e das políticas públicas no combate à violência contra a mulher”, comentou.

Com aprovação de marco civil da internet, Brasil vira referência mundial em democratização da rede

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça (25), por maioria, o marco civil da internet, que há cinco meses travava a pauta da casa e foi o pivô da maior crise já enfrentada entre o governo Dilma e a base aliada. A expectativa, agora, é que o projeto seja aprovado pelo Senado em tempo recorde, sem alterações, para que siga à sanção presidencial.

Com isso, o Brasil passará a ser referência mundial em legislação sobre rede mundial de computadores: o projeto é, na opinião dos movimentos de defesa da democratização da comunicação, especialistas em redes de informação e em democracia participativa, um avanço significativo que deve servir de exemplo para o mundo.

Prova é a nota divulgada às vésperas da votação, pelo físico britânico Tim Berners-Lee, considerado o pai da internet, na qual ele enaltece a proposta de marco legal brasileira. “Se o Marco Civil passar, sem mais atrasos ou mudanças, será o melhor presente para os usuários de internet no Brasil e no mundo”, afirma ele.

Para o cientista, o principal mérito do projeto, tal como o da própria web, é ter sido criado de forma colaborativa, refletindo o desejo de milhares de internautas. “Esse processo resultou em uma política que equilibra os direitos e responsabilidades dos indivíduos, governo e empresas que usam a internet”, acrescentou.

Os movimentos de luta pela democratização da comunicação, que atuaram continuamente para defender a aprovação do projeto, comemoraram o peso da força da sociedade civil na batalha. Só o abaixo-assinado eletrônico liderado pelo ex-ministro da Cultura, Gilberto Gil, e entregue nesta terça à Câmara, conquistou 350 mil assinaturas favoráveis ao marco civil, feito histórico no parlamento.

De forma geral, a proposta aprovada pela Câmara disciplina direitos e deveres dos usuários da internet, mantendo a liberdade e democracia na rede, protegendo os dados dos usuários de espionagens praticadas pelo mercado ou por outros governos e impedindo que as empresas de telecomunicações discriminem usuários, ao limitar a velocidade de acesso para os que contratarem os pacotes mais populares. A norma legal também discrimina como a Justiça deve agir para responsabilizar crimes cibernéticos.

Construção do consenso

A quase unanimidade em torno do texto que, até a semana passada, dividia a Câmara e ameaçava até colocar PT e PMDB em lados opostos, só foi possível porque o governo aceitou alterar dois pontos reivindicados por parlamentares da base e da oposição, e que não comprometeram os três pilares essenciais da proposta construída com a participação da sociedade civil e encaminhada ao parlamento pela presidenta: a garantia da neutralidade da rede, de proteção à privacidade dos usuários e da garantia da liberdade de expressão.

Segundo o relator da matéria, deputado Alessandro Molon (PT-RJ), o primeiro deles foi a retirada do artigo que obrigava as empresas a manterem data centers para a armazenagem de dados exclusivamente no Brasil. A alegação dos opositores da norma era que a medida ia encarecer o custo da internet para os usuários, sem trazer o resultado esperado: a proteção dos dados dos usuários. 

O relator, entretanto, fortaleceu o artigo que trata do tema no texto final, ao prever que a lei brasileira seja aplicada à proteção de dados de brasileiros, independentemente de onde estejam armazenados. “Este texto está maior, mais forte e mais protetivo do internauta brasileiro”, afirmou em plenário, ao defender a mudança.

O outro ponto alterado, e o mais polêmico, diz respeito à prerrogativa para determinar as exceções à neutralidade da rede. O texto original falava que a prerrogativa era exclusiva do presidente da república, por decreto. Com a alteração, o texto agora define que a prerrogativa continue do presidente, mas determina que que ele ouça a Anatel e o Comitê Gestor da Internet.

A mudança, embora enaltecida pela oposição e pelos partidos da base que estavam contra a proposta como definitiva, possui efeitos práticos sutis, quase inócuos. Mas foi suficiente para fazer com que bancadas como a do PMDB, do PSB e do PSDB, por exemplo, encontrassem a justificativa para passar a apoiar a proposta, visando, inclusive, mais apoio popular nas eleições de outubro.

Outras duas mudanças no texto também ajudaram o relator a angariar votos nas bancadas feminina e evangélica. Uma delas passou a responsabilizar o provedor pela divulgação de cenas de nudez ou de sexo privado, divulgadas sem o conhecimento de uma das partes. A outra ampara o controle parental de conteúdo, de forma a permitir que os pais possam limitar o nível de acesso de filhos a sites julgados impróprios.

Posicionamentos contrários

Apenas o PPS, que possui uma bancada de oito deputados, votou contra o projeto. Vaiado pelo público que acompanhava a votação e por colegas deputados, o deputado Roberto Freire (PPS-RJ) justificou a posição alegando que o “Brasil se transformou na Turquia”, país que disciplina a utilização da internet de forma autoritária e chegou a proibir o uso de redes sociais como o Twitter e o Facebook.

Segundo Freire, o texto do marco civil, já nos seus primeiros parágrafos, revela a intenção do governo de disciplinar a internet, uma ferramenta não regulamentada nos demais países democráticos. “É como se tivéssemos os neoliberais, que defendem a liberdade de mercado, e aqueles que querem a intervenção do Estado”, comparou ele, de forma desastrosa.

Vários parlamentares criticaram sua posição. Entre eles o deputado Amauri Teixeira (PT-BA) que, em tom bastante exaltado, esclareceu que a intenção do projeto era justamente o contrário: impedir que o mercado ou governos de plantão se apropriassem de uma ferramenta tão importante para a democracia, com forte impacto na diminuição das desigualdades sociais e na prestação de serviços públicos de melhor qualidade.

O deputado Márcio Macedo (PP-SE) fez coro e criticou a incapacidade de Freire de entender o tempo histórico em que vive. “Precisamos combater esse reacionarismo anacrônico do colega que me antecedeu. Perdoem, mas ele perdeu a noção do presente e do futuro e não sabe o que diz”, afirmou.

Eduardo Cunha: rabo entre as pernas 

Personagem-chave na crise que paralisou a Câmara por cinco meses ao se posicionar contra o marco civil para defender os interesses das empresas de telecomunicações, o líder da bancada do PMDB, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) acabou dando a mão à palmatória e reconhecendo que perdeu a guerra que tentou travar contra o governo.

Em pronunciamento na bancada, explicou que mantinha sua posição por uma internet sem regulamentação, mas esclareceu que, como líder da segunda maior bancada da casa, acataria a decisão da maioria dela. “Eu sou líder de uma bancada e tenho que expressar o que a maioria da minha bancada quer, mesmo que a minha posição seja vencida”, informou.

Pesquisa da Apeoesp mostra deficiências da rede estadual de ensino

Pais, alunos e professores desaprovam a forma atual de progressão continuada implementada pelo governo do Estado de São Paulo.  A conclusão é da pesquisa “Qualidade da Educação nas Escolas Estaduais de São Paulo”, iniciativa da Apeoesp (Sindicato dos Professores de São Paulo) e realização do Instituto Data Popular.

A pesquisa ouviu 2.100 pessoas em todas as regiões do Estado de São Paulo – 700 professores, 700 pais e 700 alunos.  Dos pais entrevistados, 94% se colocaram contra o atual sistema de progressão continuada que resulta numa verdadeira “aprovação automática” dos alunos.  Dentre os professores, 63% também desaprovam a forma atual de progressão continuada e, dentre os estudantes, 75% tem a mesma opinião.   

Um dos dados mais significativos revelados pela pesquisa é o de que pais e alunos valorizam muito os professores. Os docentes são os mais bem avaliados pelos pais e os alunos entre os agentes envolvidos na escola pública. Os professores receberam dos pais nota 6,39 e dos alunos, nota 6,35.

A qualidade da educação está ligada diretamente à qualificação e valorização dos professores para 34% dos pais e 40% dos alunos.

A falta de segurança é percebida como um dos principais problemas da escola pública por 32% dos professores, 37% dos pais e 25% dos alunos. Os dados apontaram que 57% dos professores e 70% dos alunos já sofreram algum tipo de violência.

A pesquisa também detectou que 36% dos professores e 35% dos alunos já presenciaram casos de discriminação contra alunos homossexuais. A discriminação pela cor da pele foi presenciada por 29% dos professores e por 33% dos alunos.