Investigação aponta mais um caso de favorecimento de empresa no Governo Alckmin

Um email trocado entre diretores da Tejofran, descoberto em uma investigação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade),  indica que o superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), Alceu Segamarchi Jr, atrasou e direcionou licitações para favorecer o grupo.

Segundo consta no email, escrito em 29 de maio de 2013, a diretora da Tejofran, Henriqueta Giolito Porto, conta ao seu irmão e diretor da empresa, Telmo Porto, a respeito de uma reunião que teve com o superintendente do DAEE. Segundo ela, Segamarchi afirmou que deixou de realizar concorrências públicas para favorecer a Trail, empresa do grupo Tejofran, na construção e manutenção de piscinões no estado. O edital havia sido lançado em março de 2013, com o valor estimado de R$ 3,8 bilhões.

Outros email  trocado entre diretores da empresa apontava irregularidades nas relações com o Governo Alckmin, revelando relações suspeitas da Tejofran com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), o que levou a investigações do Ministério Público.

A empresa Tejofran é monitorada por autoridades federais e estaduais pela participação no cartel que fraudou licitações de trens em São Paulo de 1998 a 2008, em sucessivas gestões do PSDB.

SP: vagas na indústria de transformação crescem 2,4%

Durante o mês de agosto, o nível de ocupação na indústria de transformação cresceu 2,4% na região metropolitana de São Paulo, conforme a Pesquisa de Emprego e Desemprego do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socieconômicos (Dieese) e da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). No total, foram geradas 39 mil novas vagas na área. Para o economista Alexandre Loloian, coordenador de Análise da pesquisa, o aumento pode ser atribuído às medidas de estímulo ao retorno do crédito anunciadas pelo governo federal.

“O futuro ainda é meio incerto, mas, de qualquer forma, houve forte redução [da empregabilidade] no primeiro trimestre, seguida por relativa estabilidade e por importante recuperação de julho para agosto, que repete o movimento das curvas dos anos anteriores”, afirmou Loloian, prevendo que o total de desocupados deve diminuir no último trimestre do ano. Em termos gerais, o índice de desemprego se manteve estável pelo quinto mês seguido na região.

Dilma propõe pacote contra a corrupção

A presidenta Dilma Roussef (PT) anunciou, na última sexta-feira (26), que pretende implementar um pacote de medidas para combater a corrupção. Entre as providências que a candidata à reeleição aplicaria em caso de segundo mandato, estão: a tipificação do crime de caixa dois; a criação de uma garantia de perda de bens adquiridos por meios ilícitos; aumento da punição a agentes públicos flagrados em desvios; alteração da legislação que diz respeito ao desvio de recursos públicos; e a criação de uma estrutura do Judiciário que acelere investigações e processos contra agentes que tenham foro privilegiado.

“É óbvio que só podemos fazer isso em debate com o Congresso, com o Poder Judiciário e com a sociedade, mas nós sempre viemos considerando isso como sendo o centro da questão do combate à impunidade, e que essa é uma questão importante no Brasil”, assegurou Dilma, que também respondeu sobre acusações do candidato Aécio Neves (PSDB) contra o governo. “O candidato deveria antes responder sobre a questão do aeroporto. O uso indevido de bens públicos é algo muito grave. Em vez de ficar fazendo acusações genéricas e jogando-as ao vento, deveria responder por que quem tinha a chave do aeroporto era seu tio”, declarou.

Sem avanço nas negociações, bancários mantém indicativo de greve para terça-feira (30)

Após uma rodada de negociação com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) realizada no sábado (27) o Comando Nacional dos Bancários manteve o indicativo de greve que pode começar na terça-feira (30).

Os representantes dos bancários consideraram a oferta insuficiente: reajuste de 7,35% (com 0,94% de aumento real) e 8% para o piso (1,55% de aumento real). A categoria com data-base em 1º de setembro, reivindica um índice de 12,5% (aumento real de 5,8%), o piso salarial no valor de R$ 2.979, 25 e a PLR (Participação nos Lucros ou Resultados) equivalente a três salários base mais parcela adicional fixa de R$ 6.247.

A categoria também cobra a valorização dos vales refeição e alimentação, 13ª cesta de auxílio creche babá (um salário mínimo – R$ 724) e melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas.

Segundo a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira, em nota divulgada pela assessoria da entidade após a reunião de sábado, “a média dos ganhos reais das categorias que negociaram no primeiro semestre foi de 1,54%. Os bancos têm rentabilidade bem mais alta do que outros setores, com condições de aceitar as reivindicações dos trabalhadores”, declarou.

Os bancários se reúnem em assembleias que serão realizadas na tarde desta segunda-feira (29) em todo o país para decidir sobre a manutenção da greve e para avaliar uma contra proposta.

Comércio eletrônico deve faturar R$ 35 bilhões em 2014

O comércio eletrônico (vendas pela internet) no Brasil deve faturar em 2014 R$ 35 bilhões. No primeiro semestre, as vendas pela internet superaram R$ 16 bilhões. Segundo Marcelo Castro, diretor de ECom, entre 2012 e 2013, o crescimento das vendas pelo e-comerce foi de 30%. O Brasil está entre os cinco maiores países de comércio eletrônico. 

Os produtos de moda e assessórios lideram as vendas, com 18% das operações, seguido de cosméticos e perfumaria com 16% e eletrodomésticos com 11%. 

A perspectiva do setor é que até o final do ano de 2014, 63 milhões de pessoas realizem pelo menos uma operação de compra pela internet. 

Fundação Butantan rescinde contrato com empreiteira após denúncia da RBA

São Paulo – A Fundação Butantan, responsável pela gestão administrativa e financeira do Instituto Butantan, órgão ligado à Secretaria estadual de Saúde de São Paulo, paralisou ontem (24) as obras de reforma do antigo núcleo habitacional, que está sendo transformado em laboratórios e áreas administrativas.

De acordo com os trabalhadores, o anúncio foi feito ontem por engenheiros da construtora Tenatech, contratada pela fundação para gerenciar as obras. “Disseram que oButantan mandou parar o serviço porque a obra já passou dos 90 dias”, disse o operário Queba Sané, que deixou seu país, Guiné-Bissau, na África, há pouco mais de um ano em busca de melhores oportunidades. “Eles prometeram fazer a medição do serviço em 15 dias e pagar o que devem. Mas não tem outro serviço para nós.”

“Disseram que a obra estava atrasada e que tinha também problema de falta de licitação”, acrescenta o colega Garcia Sambu.

Sané e Sambu contam que na semana passada, depois da fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), ele e outros 23 operários, muitos deles africanos, entregaram carteira profissional no escritório da construtora Tenatech, no canteiro de obras nas dependências do Butantan. E que assinaram um contrato de trabalho com mais de seis páginas.

Segundo eles, a situação começava a melhorar. Além dos R$ 1.800 que receberam no último dia 10, depois que a reportagem da RBA esteve no local, foram pagos outros R$ 660 nesta segunda – nas duas vezes em dinheiro, mediante assinatura de recibo. Tinha melhorado a qualidade das marmitas e tinha sido providenciado um local para as refeições, com mesas e cadeiras, já que até então comiam sentados no chão.

A confiança de que a situação finalmente seria regularizada, com registro em carteira e direitos trabalhistas, foi substituída pela decepção da perda do emprego e por incertezas logo após a breve reunião na tarde de ontem, seguida pelo recolhimento das ferramentas e a orientação de que não deveriam mais voltar ali.

“Disseram que vão pagar. Mas onde vamos encontrá-los, se o endereço que temos é aqui, no Butantan, e se não podemos mais entrar? Onde vamos pegar nossas carteiras”, questiona Sané.

Na quinta-feira passada (18), auditores do Ministério do Trabalho estiveram nas obras, onde encontraram diversas irregularidades, como falta de registro em carteira, uniformes, equipamentos de segurança e refeitório, além dos salários atrasados, conforme denúncia da RBA.

De acordo com o auditor Sérgio Aoki, que esteve no local, representantes da Construtora Tenatech compareceram à Superintendência Regional do MTE, em São Paulo, na terça-feira (23), conforme intimação.

“Como eles tiveram dificuldade para sanar todas as irregularidades dentro do prazo dado, justificando que entre outras coisas faltavam documentação de alguns trabalhadores, estendemos o prazo até a próxima quinta-feira (2)”, disse o auditor.

Ressaltando não serem da alçada do MTE questões relacionadas à rescisão contratual entre Butantan e Tenatech – e sim a garantia dos direitos trabalhistas –, Aoki informou que a fundação já foi procurada. “Se até o prazo final a situação dos trabalhadores não for regularizada pela empreiteira, cabe ao Butantan, tomador de serviço, arcar com a responsabilidade.”

Ainda segundo o auditor, o Butantan admitiu problemas no contrato com a empreiteira, firmado sem licitação. Procurado pela reportagem, o Butantan não se manifestou a respeito.

Contratação sem licitação pela fundação não é novidade. No final de agosto passado, o conselheiro Dimas Eduardo Ramalho, do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, acolheu proposta da Procuradoria da Fazenda Estadual para analisar a contratação da Construteckma Engenharia S.A,  em especial quanto à legalidade do contrato quanto aos princípios que norteiam a aplicação de recursos públicos, tais como a impessoalidade, moralidade, economicidade e publicidade.

Assinado pelo presidente Jorge Elias Kalil Filho, o contrato refere-se à reforma de um prédio, para serviços de sistema de ar, arquitetura e elétrica predial interna, e, segundo a fiscalização, houve dispensa de licitação, contrato e execução contratual, para os quais os responsáveis devem ser chamados para as justificativas.

No dia 15 de abril, o Diário Oficial publicou decisão dos conselheiros Dimas Eduardo Ramalho, Renato Martins Costa e Samy Wurman, que julgaram irregulares a dispensa de licitação bem como o contrato celebrado entre a Fundação Butantan e a Construtora Pillaster Ltda, no valor de R$ 1.015.000,00, para a construção de um prédio administrativo.

A fundação tinha 60 dias para informar as providências adotadas, inclusive apuração de responsabilidades e imposição das sanções administrativas cabíveis, mas não se sabe o desfecho.

Além da Tenatech e da Construteckma, atualmente prestam serviços ao Butantan empresas como a Monthac, Metaflora, na área de jardinagem, Engeko, na reforma do biotério, Guima, no serviço de limpeza, GP, na segurança, L’Equipe, na área de restaurante, Paulicalhas, CACR Engenharia e instalações, Mastim, em serviços de ar-condicionado, Reobra, na reforma do serpentário antigo, Brasiltelhas, na reforma de telhados de vários prédios, e Gatti, empresa que fornece serviços de transporte ininterrupto de vans entre as dependências do Butantan e a estação de metrô com o mesmo nome, nas imediações.

Sindicato inaugura subsede em Embu-Guaçu

Para poder atender melhor as demandas das fábricas da região, o Sindicato dos Químicos de São Paulo inaugurou, em setembro, a subsede de Embu-Guaçu.

 
O novo endereço funcionará, neste período inicial, na forma de plantão, ficando aberto aos trabalhadores de terças e quintas-feiras, para atender dúvidas dos trabalhadores e fazer reserva das colônias de férias e clube de campo. Em breve as homologações também poderão ser feitas no novo local.
 
Segundo Osvaldo Bezerra, o Pipoka, coordenador geral do Sindicato, o Sindicato deve estar próximo de seus trabalhadores. “Um Sindicato atuante é aquele que tem ressonância na sua base. Um Sindicato que está localizado no centro da cidade não tem como alcançar os trabalhadores que estão numa fábrica mais distante, por isso trouxemos uma subsede para cá”, declarou.
 
A dirigente Aparecida Pedro lembrou as distâncias e o trânsito que o trabalhador enfrenta todos os dias em seus deslocamentos. “Sabemos que o trânsito é difícil daqui para São Paulo, e o nosso objetivo é atender melhor a categoria e lutar para melhorar as condições de trabalho nas empresas de Embu-Guaçu”, concluiu.
 
 
Plantão de terça e quinta-feira, das 9h às 18h
Praça Inácio Pires de Moraes, 7, sala 2 – Centro
Tels.: (11) 4661.2589 / 4661.2168

Desemprego de 5% é o menor já registrado em agosto

De acordo com um novo levantamento do IBGE, a taxa média de desemprego foi de 5% em agosto, menor índice para o mês em toda a série histórica da pesquisa, que passou a ser realizada em 2002. Em 2013, a taxa para o mesmo mês foi de 5,3%. O resultado leva em conta seis regiões metropolitanas: Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. O instituto também verificou aumento no rendimento médio dos trabalhadores, que passou para R$ 2.055,30 – acréscimo de 1,7% na comparação com julho e 2,5% em relação a agosto do ano passado.

O IBGE ainda divulgou o resultado de uma análise referente à geração de empregos formais em 2013. Segundo a pesquisa, entre 2012 e 2013, houve uma ampliação de 3,6% no número de pessoas com carteira assinada no Brasil, totalizando 36,8 milhões de trabalhadores nessa condição. O setor privado apresentou expansão do emprego formal em todas as regiões.

Trabalhadores precisam de mais força no Congresso, diz Diap

Para Antônio Augusto de Queiroz, diretor de documentação do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), a bancada dos trabalhadores no Congresso precisa ser fortalecida para evitar retrocessos na lei. Usando como exemplo a terceirização, ele avalia que o tema será debatido independentemente de quem será o presidente eleito, e pode resultar em benefícios ou prejuízos à classe trabalhadora. “A regulamentação da terceirização virá (…) O escopo dessa regulamentação – se ela será boa ou ruim para os trabalhadores – dependerá de dois aspectos: dos trabalhadores elegerem uma boa bancada e de um governo que não apoie as iniciativas precarizantes”.

O diretor também exalta que a atual bancada sindical tem sido ativa e contado com o apoio do governo federal para evitar precarizações, porém, “a batalha é dura”, principalmente se não houver um crescimento no número de representantes dos trabalhadores. “Para o próximo período há a previsão de manutenção da bancada atual, a diminuição de moedas de troca da parte do governo e os 101 itens que a CNI (Confederação Nacional da Indústria) levantou para mudar na legislação do trabalho, com reivindicações que vão desde contestações a enunciados de tribunal, convenções internacionais, até emendas à constituição”, afirmou, ressaltando os tópicos que farão parte das discussões trabalhistas assim que for encerrada as eleição.