Para Haddad, ocupação dos espaços públicos da cidade é prioridade

Em entrevista ao site Brasil 247, o prefeito de São Paulo Fernando Haddad falou sobre as mudanças pelas quais a cidade passou, principalmente em relação aos espaços públicos. “Tudo o que é espaço público está sendo ocupado na cidade. Pelo público. Tem um conceito que perpassa toda a administração: é a reapropriação do público pela cidadania”, afirma.

Haddad também comentou sobre a rivalidade política atual e como isso prejudica o sistema democrático. “Uma democracia que é só divergência cria as condições da sua destruição. É o que estamos vivendo hoje. Um Fla-Flu radical solapa as bases da democracia. Você precisa ser tem um espaço do entendimento, nem que seja apenas no plano institucional. E nem esse está sendo respeitado”, conclui.

Leia a entrevista na íntegra abaixo:

Depois de enfrentar resistência para implantar faixas exclusivas de ônibus, o sr. se vê diante da oposição às ciclofaixas. Qual é sua posição a respeito?

As ciclofaixas vivem exatamente o mesmo tipo de campanha que as faixas de ônibus viveram no início da gestão. É um período de acomodação. Daqui a pouco, as pessoas percebem os benefícios e isso se resolve. Hoje, ninguém mais fala das faixas de ônibus e foram 360 quilômetros. Isso, sim, com um impacto gigantesco na cidade.

Qual é o seu balanço sobre as faixas de ônibus?

Houve um aumento de 46% na velocidade dos ônibus. O usuário ganhou 38 minutos por dia. Eu acredito que não haja precedente histórico nisso: devolver, em média, 38 minutos/dia ao trabalhador. As ciclovias vivem o mesmo momento, mas com uma incompreensão maior, porque essa mudança é mais transformadora.

Como assim?

A ciclovia dialoga com outras dimensões da vida. Dialoga com a agenda da saúde, do esporte, do meio ambiente – e não apenas com a questão da mobilidade. Ela atinge vários setores.

Mas muitos criticam a pouca utilização e também o custo de implantação.

Não haverá plena utilização enquanto toda a malha não estiver instalada. Há quem diga que só será plenamente utilizada quando atingir mil quilômetros de malha. Eram 60 quilômetros quando eu assumi e hoje são 230. Vamos chegar a 500 até o fim do meu mandato.

Há quem diga que a topografia de São Paulo, com subidas e descidas, não é adequada para o uso das bicicletas, assim como o clima.

Várias cidades têm subida e descida. É o caso, por exemplo, de São Francisco, que tem uma das maiores malhas cicloviárias do mundo. Eu consultei vários especialistas com a seguinte questão: ‘o que vem primeiro, o ciclista ou a ciclovia?’. Todos são unânimes em dizer que a ciclovia vem primeiro, com exceção do cicloativista que é uma figura à parte nesse processo. O cicloativista é o pioneiro que toma risco, em defesa da causa.

Muitos estavam morrendo…

Pois é. Se você for a Buenos Aires, o prefeito Macri tem excelentes níveis de aprovação e as ciclovias são tão ou menos utilizadas do que em São Paulo. Estivemos lá recentemente e ele nos disse que as pessoas querem ter à disposição a ciclovia. É um serviço a mais.

Mas pegou na classe média a acusação feita por Veja São Paulo sobre o custo de R$ 650 mil por quilômetro.

Bom, mas é uma acusação falsa, com falhas aritméticas. Dei várias entrevistas demonstrando isso. Misturavam outras obras, como o aterramento de fios na Paulista, a reforma semafórica na Faria Lima, como se isso fosse o custo da ciclofaixa.

Má-fé?

Acredito que não, mas talvez essa ânsia de escandalizar, de querer dizer que ninguém presta.

Essa política sofre um cerco midiático?

Pode até ser, mas a pesquisa mostra que 66% dos paulistanos aprovam a mudança. Podem até tentar, mas não vão conseguir mudar essa percepção. As pessoas querem esse serviço e querem se conectar com a modernidade. Além disso, mandamos todas as planilhas para os tribunais demonstrando que o custo é de R$ 185 mil por quilômetro e não de R$ 650 mil.

Mas a classe média não se sente mais espremida, ao se ver entre a ciclofaixa e a faixa exclusiva de ônibus?

A ciclofaixa não tirou nenhuma faixa de rolamento do carro. E o que muita gente não sabe é que, por incrível que pareça, o trânsito piora a taxas decrescentes desde que eu assumi. Vou te dar um dado técnico da CET. De 2011 para 2012, último ano da administração anterior, o trânsito piorou 14%. De 2012 para 2013, primeiro ano das faixas exclusivas, piorou 7%. De 2013 para 2014, piorou 2%.

Não tem como melhorar?

Olha, nós estamos fazendo muita obra viária em São Paulo. Mas muitas pessoas não veem porque essas obras estão acontecendo na periferia. Agora, túnel e viaduto, eu tô fora. Aí é uma questão de concepção de cidade. Está provado cientificamente que quanto mais viário, mais trânsito. Isso é cientista falando, não é o prefeito. Veja o que o José Serra fez na Marginal Tietê. Destruiu o pouco verde que havia, fez duas faixas de rolamento para carro e o trânsito é pior do que era antes disso. Como é contraintuitivo, as pessoas não acreditam. Mas também era contraintuitivo que a Terra girava em torno do Sol.

Do ponto de vista quantitativo, os investimentos estão maiores ou menores do que nas gestões anteriores?

Olha, a demagogia tirou R$ 2,5 bilhões dos cofres de São Paulo. Primeiro, com o congelamento das tarifas de ônibus. Depois, com a suspensão da revisão do IPTU. Apesar disso, investimos no ano passado R$ 4,4 bilhões, o que foi um recorde.

De onde vieram os recursos?

Combate à corrupção e redução dos gastos de custeio. Só na recuperação de ativos desviados pela corrupção, vamos chegar a R$ 300 milhões. Isso, numa cidade, é inédito. Só os bancos que foram usados nesse processo já devolveram mais de R$ 100 milhões. Esse dinheiro será carimbado para as creches.

Um setor em que o ritmo de investimentos segue abaixo do prometido.

Nós perdemos R$ 2,5 bilhões em arrecadação, mas estamos correndo atrás disso.

O sr. citou vários pontos, mas sua popularidade segue baixa. Há uma incompreensão?

É preciso olhar a série histórica. São Paulo é uma montanha russa. Um dia você tem 40%, no outro 20%, depois 30% e assim por diante. Não é só a complexidade dos problemas. É a única cidade do mundo em que todos os meios de comunicação falam mal da cidade simultaneamente. O Bom Dia Rio, Bom Dia Bahia e outros do tipo não têm 10% do mau humor do Bom Dia São Paulo.

É hora de valorizar o orgulho de ser paulistano?

Eu não só tenho orgulho de ser paulistano, como tenho certeza de que é a melhor cidade para se viver no Brasil. Outro dia fizeram uma pesquisa sobre trânsito. São Paulo ficou em sexto lugar. Rio, Salvador, Recife, Fortaleza e Belo Horizonte são piores.

Um sucesso recente foi o Carnaval, especialmente com os blocos de rua. Como isso aconteceu?

Nossa gestão mudou o paradigma. Tudo o que é espaço público está sendo ocupado na cidade. Pelo público. Tem um conceito que perpassa toda a administração: é a reapropriação do público pela cidadania. A praça wi-fi é isso, a ciclofaixa é isso, a faixa exclusiva de ônibus é isso, a comida de rua é isso, o carnaval de rua é isso. Agora, dois anos não mudam o que se fez nos últimos 50 anos. Mas minha aposta é que as pessoas compreenderão que uma nova cidade está sendo forjada.

Mas hoje sua reeleição parece distante.

Em alguns locais, existe um padrão. No Rio Grande do Sul, por exemplo, ninguém se reelege. Aqui, em São Paulo, há também um padrão. A direita fez sucessores e a esquerda, não. O Maluf elegeu o Pitta e o Serra fez o Kassab. Marta e Erundina não se reelegeram.

O sr. está conformado ou espera mudar esse padrão?

Se o padrão vai mudar, 2016 é que vai dizer. 2016 vai dizer se São Paulo quer se encontrar com a modernidade ou não. É isso, a meu ver, o que está em jogo. Uma concepção de cidade como espaço público ou como espaço privado. Agora, eu nunca me prendi a pesquisas. Se levasse isso em consideração, não teria vencido em 2012. Até porque eu nunca cheguei a aparecer nem em segundo lugar.

O fato de ser petista, a seu ver, afeta sua popularidade?

Sim, o PT hoje está sob ataque. Mas a conduta de uma pessoa, ou de um dirigente, não pode ser estendida a um partido. É muito perigoso criminalizar a política, ou assumir a negação da política. E tem muitas outras coisas, que não têm nada a ver com o município, como a crise de segurança e a crise da água, que também afetam o bom ou o mau humor do paulistano. Você acha que o cidadão tem os compartimentos federativos na cabeça? Quando eu vou à periferia, a primeira coisa que me questionam é sobre o policiamento. O que não é da nossa esfera.

Como o sr. vê o ambiente político de hoje no país?

Com muita preocupação. A democracia não é apenas o espaço da divergência. É também o espaço da construção de consensos, entre forças antagônicas. Uma democracia que é só consenso é utopia, jamais vai existir. Uma democracia que é só divergência cria as condições da sua destruição. É o que estamos vivendo hoje. Um Fla-Flu radical solapa as bases da democracia. Você precisa ser tem um espaço do entendimento, nem que seja apenas no plano institucional. E nem esse está sendo respeitado.

Em São Paulo, o clima de radicalização política parece mais acentuado. Isso já o atingiu?

Eu ando a pé pelo meu bairro e nunca fui hostilizado, nem ofendido na rua. Há quem aborde, cobre, peça explicações. Mas uma ofensa jamais ocorreu.

Mas o PT vem sendo muito associado à corrupção.

Criminalizar agremiações ou coletivos é muito errado. Isso vale para igreja, time de futebol, partido, o que for. Se há problemas, eles têm de ser combatidos. Você não pode rifar uma instituição porque um ou outro indivíduo cometeu erros. Você depura e retoma os princípios originais. Não creio que possa ser positivo para a democracia brasileira rifar o PT.

O sr. vê esse desejo de depuração?

Sim, mas com as cautelas devidas. É preciso esperar as pessoas serem julgadas.

O sr. se orgulha de ser petista?

Eu não me vejo em outro partido porque entendo que o militante médio do PT está comprometido com princípios nos quais eu acredito, sobretudo o combate à desigualdade e à intolerância. As bandeiras mais avançadas ainda são empunhadas pelo miitante do PT.

Numa entrevista recente, o sr. disse que não aguenta mais a corrupção. Qual é a solução? O fim do financiamento privado?

Eu acredito que o financiamento empresarial de campanha é um mal que deve desaparecer. Inclusive, o Supremo Tribunal Federal já decidiu isso e só não promulga isso porque houve um pedido de vista. O empresário financiar a política é uma perversa Lei Rouanet da política. Assim como os departamentos de marketing das empresas passaram a definir o que merece ser apoiado, no limite, os empresários definirão as políticas públicas. Está errado isso.

Como seria sua reforma política?

Acho que com pequenos reparos é possível fazer uma boa reforma. Cito dois exemplos: o fim do financiamento privado e a proibição das coligações proporcionais. Resolvendo esses dois pontos, resolvemos 80% dos problemas da democracia representativa do País.

Como o sr. vê o Brasil pós-Lava Jato? Veremos a ‘berlusconização’ do Brasil, com salvadores da pátria, ou uma depuração mais madura, com uma reforma política?

Hoje, a grande mídia favorece esse movimento de berlusconização. Eu tenho receio de um processo parecido no Brasil. Hoje, a coisa mais difícil é convencer alguém a ficar na máquina pública. A pessoa bem-sucedida abre mão de recursos. Ela vai se privar da família, do tempo livre, em troca de fazer o bem, se a pessoa for bem intencionada. Isso é reconhecido por alguém? Não vejo nenhum movimento no sentido de fazer a cidadania discernir sobre isso. Quando você criminaliza coletivos, ao dizer que ninguém de determinado partido presta, é um equívoco muito grande.

O sr. é favorável à volta do ex-presidente Lula, em 2018?

Na eleição passada, eu apostei com amigos que o Lula não seria candidato. Disse que ele respeitaria o espaço da presidente Dilma Rousseff. E agora? Lula será o candidato em 2018? Pode ser, mas não é certo que será. Se ele pudesse desenhar o futuro, talvez não quisesse voltar à presidência. Não custa lembrar que o Eduardo Campos vinha sendo preparado para isso. Todo mundo sabe disso e todo mundo se esquece disso. Acho que ele só poderá se recolocar se sentir que há ameaças às conquistas da população mais pobre. Se ele o fizer, terá o entusiasmo dos petistas e de muitos não-petistas.

E em São Paulo? Haverá coesão interna, com a ex-prefeita Marta Suplicy o apoiando?

Acredito que o PT inteiro deve trabalhar pela permanência da Marta. É um grande quadro, foi quem eu comecei na vida pública e fez uma administração reconhecida pela população. O meu mandato, em grande medida, é de continuidade ao que ela fez.

O dia em que Haddad deu uma aula para Sheherazade e Marco Antonio Villa

Na última quinta-feira (12), véspera de Carnaval, o prefeito Fernando Haddad (PT) concedeu uma entrevista à rádio Jovem Pan que, no mínimo, deixou os entrevistadores incomodados. Ofuscado por conta do feriado, o “bate-papo”, que mais pareceu um interrogatório da oposição, se transformou em um ambiente perfeito para que o petista se saísse por cima e colocasse os jornalistas – no caso, Rachel Sheherazade, Marco Antonio Villa e Joseval Peixoto – expostos ao ridículo.

Com ironias que beiravam o desrespeito e uma clara falta de conhecimento acerca dos temas tratados, Villa, Sheherazade e Peixoto ficaram um tanto quanto irritados, principalmente diante da tranquilidade que o prefeito passava ao longo das respostas. “O senhor nos convenceu de que é um bom debatedor”, disse Joseval ao final da entrevista de mais de uma hora e meia de “sangria” do prefeito.

Para ilustrar o que foi a entrevista, selecionamos cinco momentos, entre outros inúmeros, em que Haddad buscou desconstruir os ataques dos jornalistas, que acabaram se portando mais como candidatos da oposição em um debate de campanha eleitoral.

1º. Tempo até o trabalho: Barueri não é São Paulo, Sheherazade 

Logo no início da entrevista, Rachel Sheherazade comenta com Joseval Peixoto o quanto demorou para chegar ao trabalho naquela manhã. A jornalista reclamava que, por conta do trânsito, havia levado quase duas horas para chegar da sua casa em Barueri até os estúdios da Jovem Pan, na avenida Paulista.

“Aproveitando que o prefeito tá aqui: onde eu morava não tinha esse trânsito”, provocou a folclórica apresentadora do SBT, ressaltando que normalmente levava uma hora para chegar ao trabalho e que, naquela manhã, um acidente teria provocado um trânsito maior.

“Você vem de Barueri? Uma hora até aqui é razoável, não?”, respondeu prontamente o prefeito, lembrando que Barueri já é uma outra cidade e que a locomoção até a capital passa por rodovias que não são de competência da prefeitura. “Tem que mudar pra cá. Aqui se vive bem, posso garantir”, completou.

2º. Rejeição: “Você está errado” 

Logo na primeira pergunta, Villa vai à lona na tentativa de nocautear Haddad. Sem se basear em nenhum dado concreto, o jornalista, que também é historiador, afirmou que a alta taxa de rejeição do prefeito é algo inédito e questionou o que estava errado: os eleitores ou a sua gestão. Haddad respondeu: “Você”.

“Quem? Os eleitores”, disfarçou o entrevistador. “Não. Você está errado”, insistiu Haddad, brincando ainda com o fato de Villa ser historiador e não ter consultado dados das gestões anteriores. Tanto Kassab quanto Marta Suplicy, que antecederam o petista na prefeitura, apresentaram taxas de rejeição igual ou superiores à do atual prefeito com o mesmo tempo de governo.

3º. Ciclovias, sempre as ciclovias 

Ainda que aprovadas pela maior parte da população, Villa resolveu atacar as ciclovias implantadas pelo prefeito e, pelo tom da pergunta e pela maneira como conduziu esse tópico, chegou a ser ironizado pelo prefeito.

Com frases como “Tem mais gente andando no deserto do Saara do que nas ciclovias”, “prejudicou todo mundo” e “O carro está sendo tirado da vida das pessoas”, o historiador pareceu apenas reproduzir os argumentos daqueles que perderam suas vagas de estacionamento para as bikes. Haddad não perdoou e foi enfático.

“Você quer mesmo que eu responda?”, brincou o prefeito, que seguiu dando uma aula de como todas as grandes metrópoles do mundo estão se mobilizando, já há anos, para implantar o transporte individual não motorizado como modal de expressão. “O futuro do transporte público é ciclovia, isso no mundo inteiro”.

Não satisfeito, Villas seguiu com ataques e gafes, como quando, para justificar seu argumento de que a capital era muito acidentada para bicicletas, citou, de maneira infeliz, a cidade de Campos do Jordão. “E se o senhor fosse prefeito de Campos de Campos do Jordão? O senhor faria ciclovias?”, questionou, ao que Haddad respondeu de maneira simples. “Eu estou falando de megalópoles”.

4º. Matéria mentirosa serve de base para pergunta 

Depois de demonstrar irritação entre uma pergunta e outra, Villa passou a bola para Sheherazade, que foi pouco feliz ao fazer um questionamento baseado em uma matéria da Veja São Paulo. No último final de semana antes do carnaval, a revista publicou uma matéria de capa em que acusava a prefeitura de um suposto superfaturamento na construção das ciclovias.

O caso, no entanto, foi desmentido poucos dias depois pela prefeitura, mas a jornalista insistiu com a questão.

“Me desculpe ser tão sincero: mas a Veja errou e errou feio”, disse Haddad, explicando que, ao contrário do que a publicação afirmou, foram construídos 156 km de ciclovias a um custo médio de R$180 mil por quilômetro. “Está tudo planilhado e disponível para quem quiser ver”, assegurou, esclarecendo que o que a revista fez, na verdade, foi pegar uma obra de intervenção urbana na Faria Lima – que inclui uma ciclovia – somar e dividir pelo número de quilômetros.

“O senhor tem medo de uma CPI?”, insistiu Sheherazade. “Que CPI, o que! Eu não temo nada. Criei uma controladoria geral do município que já botou muito corrupto na cadeia. Eu desbaratei a maior quadrilha de corrupção da história de São Paulo: a máfia do ISS”, lembrou.

5º. A gafe do Plano Diretor: “Ah, foi o senhor?”

No final da entrevista Villa foi além e mostrou, se não for falta de conhecimento, ao menos confusão ao falar sobre o Plano Diretor.

Em um determinado momento, Haddad falava sobre sua amizade com Gabriel Chalita (PMDB) e sobre as alianças com partidos opositores, como o PSDB, que era o partido anterior de Chalita. Quando citou o que considera picuinhas de oposição, como quando o PSDB se colocou contra o Plano Diretor que a prefeitura conseguiu aprovar no ano passado, Villa escorregou e resumiu bem como foi toda a entrevista.

“Aprovou agora um Plano Diretor na Câmara. Você vai vetar?”

“Mas fui eu quem mandei para a Câmara”, afirmou o prefeito.

“Ah, foi?”, confundiu-se o jornalista.

“Aprovou em julho do ano passado”, sepultou Haddad.

Eleições no Sindicato

Os sócios e sócias do Sindicato dos Químicos de São Paulo elegem, em março, a nova direção da entidade, que ficará no comando até 2019.

A Chapa 1 – Organizar, Lutar e Conquistar é a única a concorrer ao pleito e se compromete a dar continuidade ao projeto cutista que está na direção da entidade desde 1982.

A chapa conta com alguns integrantes da atual gestão, mas teve uma renovação de 37% dos candidatos e garantiu uma representação de 33% de mulheres em sua composição.

A votação acontece nos dias 2, 3, 4, 5 e 6 de março e, para facilitar a participação de todos os sócios, haverá urnas fixas na sede e regionais e urnas itinerantes nas principais empresas de São Paulo.

A apuração dos votos acontece na manhã de sábado, 7 de março, a partir das 9h, na sede do Sindicato dos Químicos de São Paulo (Rua Tamandaré, 348, Liberdade). 

Confira o itinerário das Urnas

Urnas Fixas

Urna 1 – SEDE CENTRAL

 R. Tamandaré, 348 – Liberdade

Urna 2 – Subsede SANTO AMARO

R. Ada Negri, 127 – Santo Amaro

Urna 3 – Subsede LAPA

R. Domingos Rodrigues, 420 – Lapa

Urna 4 –  Subsede SÃO MIGUEL

R. Arlindo Colaço, 32

Urna 5 – Subsede TABOÃO

Estrada Kizaemon Takeuti, 1751

Urna 6 – Subsede CAIEIRAS

R. São Benedito nº 105 – Jd São Francisco

Urna 49 – Subsede EMBU-GUAÇU

Praça Inácio Pires de Moraes, 7, sala 2 – Centro

Urna 7 – Avon industrial e Avon cosméticos

Urna 8 –  Blau

Urna 9 – Fundação Butantan

Urna 10 – Nitroquímica

Urna 11 – Otto Baumgart

Urna 12 – Baxter

Urna 13 – Sansuy (2 unidades)

Urna 14 – Zaraplast matriz e filial

 

Urnas itinerantes

Urna 15 – Empresas de Caieiras

Mazda, IBQ, Sintequímica, Athenas, KR, Costa Aguiar, Reimold, Danfler, SW, Mamaplast, Produplast, Serlonas, Serplastic, Sabs, Nova Mark, Bag Plast, Polyplastic, Maxpol, Salzburg, Woldi

Urna 16 – Empresas Zona Leste

Muriel-GFG, Caprichosa, Machini, Iraja, Imake, Tec Tubos

Urna 17 – Empresas Zona Leste

Air liquide, Devintex, Formcar do Brasil – produtos automotivos LTDA, Pack Light, Polierg, Inkstand, Degradée, Multitons, Ciamix, Art Tecnica, Perez, Fiplas

Urna 18 – Empresas Zona Leste

Tecnoplast, Plastifer, Zuka produtos infantis LTDA matriz e filial, BCF, Mack-Ross, Tepron, Crystalpack

Urna 19 – Empresas Zona Leste

Indutil, Dermiwil, Anaconda/Casa Adelino, Farmaervas, Galdo Plast, Plast-Leo

Urna 20 – Empresas Zona Leste

Vilapack, Dileta, Carly, Romafilm, Hydropress, Famapack, PQ Silicas Brasil, Plastilania, Colordex

Urna 21 – Empresas Zona Leste

ACP, Fabriplast – indústria e comercio de plástico LTDA, Ebram, Domaplast, Abracor

Urna 22 – Empresas Zona Leste

Santa Cruz, Gasparotto, Lafra, Rayon, AZ 4, Plasvik, LBS Laborosa, Jonas Vogel, New Turtle, Indiplas, Projetelas, Duplex, Lifeplas

Urna 23 – Empresas Zona Leste

Jaques Dijoux, Blisfarma, Artefasa, Plast Mark, Colauto, Sabrinia, Artefasa

Urna 24 – Empresas Zona Leste

Baldacci, Walpack, Cremer S.A., Ophthalmos, 5 S Indústria, Polirama, Dreco, TRB Pharma, New Pen, Lancini, Alpina, Plaxiglas, Magica

Urna 25 – Empresas Zona Leste

Construlev, Boto, Dutoplast, Moduline, Injecom, Braslimpia, Luaplast, THR – Indústria, Factoplast, Cegeplast, Cimapla,

Urna 26 – Empresa Zona Leste

Sigmaplast, Imake, Uninjet, Technocap, Lucheti, Technoveda, Rock Bolt do Brasil, Ind. E Comércio de Plástico LL Baquelite, JTS, Floral Atlanta, Nuno

Urna 27 – Empresas Zona Leste

Primo, Jean Carlo, Nova Vulcão, Presley Light, Decorplac, Darplas, Alpes, Kohatsu, Retoque, Plastcap, Injeplastic, Eternety, Giraplast Embalagens

Urna 28 – Empresas Zona Sul

Eurofarma (2 unidades), Biosintética

Urna 29 – Empresas Zona Sul

Emplarel, Solventex, Sanval, Classic Amenities, Krolon-Polibeny, Laboratil

Urna 30 – Empresas Zona Sul

Schering, Electro Plastic, Freedom, Fabiani, D’altomare, Tayo, Biancolor, Apsen, Portofino

Urna 31 – Empresas Zona Sul

Poly-Vac S/A, Technopharma, Weckerle do Brasil, Virbac, Poliprop, Medlab, Serpac

Urna 32 – Empresas Zona Sul

Indaco, Fer-Plastic, Piatex, Hazak Indústria e Comércio LTDA, Tec Vidros, ITW Delfast, Flagian, Descartável, Polifibra

Urna 33 – Empresas Zona Sul

Bayer, Montana, Shering Plough – Indústria Farmacêutica, Acriresina, Symrise Aromas, Nicol’s

Urna 34 – Empresas Taboão

Novartis, Huntsman, Sherwin-Willians

Urna 35 – Empresas Taboão

Kanaflex, Gerresheimer Plásticos SP LTDA, Triospuma, Fábrica de Ideias, Propack, Libbs, CCP

Urna 36 – Empresas Taboão

ATB, Nasha

Urna 37 – Empresas Taboão

Foseco, Akzo Nobel, Logoplaste, Vedic Hindus, Mueller

Urna 38 – Empresas Taboão

Bergamo, Biolab Samus

Urna 39 – Empresas Taboão

J Kovacs, Oxyplas, Xiksis, Magno, Blanver, Kert Cosméticos, Qualinjet, Frascomar Julyplast

Urna 40 – Empresas Zona Oeste

Camada, Injectra, Toyoplast, Jorge Lockmann, Acme do Brasil, Juvenal Oliveira

Urna 41 – Empresas Zona Oeste

L’Oréal/Procosa, Globalpack, Weleda, Jet Plast

Urna 42 – Empresas Zona Oeste

Alcon Laboratórios do Brasil LTDA, Almeida Prado, Cristália Produtos Químicos e Farmacêuticos LTDA, Nobelplast Embalagens LTDA, Nobelpack Embalagens e Logística LTDA, Nobeltec Indústria e Comércio de Embalagens de Plástico e Papel, Plastirrico Indústria e Comércio LTDA

Urna 43 – Empresas Zona Oeste

Alpha Plástico, Opus, Cromaster, Allpac, Natural Line, Grarampac, Plano

Urna 44 – Empresas Zona Oeste

Scipião, Cryovac, Anastácio, Gilvadan, Roche, Pulvitec, DSM Nutricionais

Urna 45 – Empresas Zona Oeste

Althaia, Vitaderm, Mecaplastic, MB7, Cária, Momenta Farmacêutica, Uma, Boreto & Cardoso

Urna 46 – Empresa Zona Oeste

Piter Pan, Acrilar, Hazak, Probac, Floreal, Espada, Perucas Estoril

Urna 47 – Empresas Zona Oeste

Vitalab, Bubai Du, Kitoplastic, Styron do Brasil, Cromex, Ecolabor, Irmãos Perfeito, Rasul, H&N Homeopatia

Urna 48 – Empresas Zona Oeste

ATP/Altaplast (2 unidades), Marron, Plastness Eletros, Alel, GKL, Multicores, Atual Pastic, Algoes, Korbet, Manufato Comércio e Serviços LTDA, EBT – Empresa Brasileira Termoplastica LTDA, Gávea

Farmacêuticos definem reivindicações dia 27

Com data-base em 1º de abril, os trabalhadores do setor farmacêutico se reúnem na próxima sexta-feira, dia 27 de fevereiro, às 19 horas, na Subsede Taboão (Estr. Kizaemon Takeuti, 1.751) para definir e aprovar a pauta de reivindicações que será entregue à bancada patronal.

As negociações com os patrões, sob coordenação da Fetquim (Federação dos Trabalhadores Químicos), começam em março num cenário bastante positivo. “Todos os indicadores da indústria farmacêutica estão positivos e nossa meta é conquistar, além da reposição da inflação, 5% de aumento real”, adianta Adir Gomes Teixeira, secretário de Organização do Sindicato. Outros pontos importantes, como redução da jornada de trabalho, extensão da licença-maternidade de 180 dias para todas as empresas e organização no local de trabalho, também devem integrar a pauta de 2015.

Lucro alto

O faturamento da indústria farmacêutica representou 18% dos R$ 356,5 bilhões que a indústria química como um todo faturou no Brasil no ano passado. De acordo com o Sindusfarma – entidade que representa as empresas nas negociações com os trabalhadores – o valor das vendas cresceu 13,3%, chegando a mais de R$ 65,7 bilhões. O volume de vendas também aumentou 7,9%, atingindo mais de 3,1 bilhões de unidades.

O desempenho do mercado de medicamentos genéricos foi ainda melhor, com aumento de 18,4% no faturamento, totalizando R$ 16,2 bilhões, e crescimento de 10,5% no volume de unidades vendidas, que somou mais de 871,7 milhões de unidades.

Outro resultado positivo da indústria farmacêutica no ano foi o crescimento das exportações, que superou o verificado nas importações. Segundo informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as exportações do setor cresceram 3,5%, enquanto as importações cresceram apenas 0,07%, o que fez o déficit comercial do setor registrar um recuo de 0,8%, algo inédito nos últimos 10 anos.

A produção física da indústria farmacêutica é outro bom indicador do setor. Segundo a Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, o crescimento foi de 5,7% no estado de São Paulo e 2,1% no Brasil em 2014.

Com relação ao emprego no setor, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego mostram que foram gerados 1.525 novos empregos nas empresas farmacêuticas do estado de São Paulo.

Nível do Cantareira sobe, mas situação ainda é muito grave

Com as chuvas dos últimos dias, o nível do Cantareira, que diariamente caía, subiu para 9,5% de sua capacidade.  O governo do estado  e a Sabesp voltam a repensar a necessidade do racionamento de água que tinha previsão para começar em março. No entanto, a situação ainda é muito grave e não deve ser esquecida.

O professor da Unicamp Antônio Carlos Zuffo, em reportagem do site El País, afirma que a Sabesp Camufla o problema. “O valor real do reservatório é -20%. A Sabesp não está levando em conta o volume morto que foi gasto. Ainda estamos recuperando a segunda parcela [do volume morto], estamos muito longe ainda do volume operacional”.

Pesquisa aponta Dilma como campeã no combate à corrupção

Em pesquisa realizada pelo Datafolha, 46% dos entrevistados acreditam que o governo da presidenta Dilma Rousseff é o que mais investiga casos de corrupção. O segundo lugar fica com o governo de Lula, com 16%.

Em seguida vem o governo Fernando Collor de Mello, com 11% dos pesquisados, Fernando Henrique Cardoso, com 4% e Itamar Franco, com 1%.

Os dador também mostram que 40% dos entrevistados afirmam que o governo Dilma é o que mais pune os corruptos.

‘Agora a gente conversa com o médico como se fosse um amigo’

São Paulo – Bem na divisa do estado de Rondônia com a Bolívia, a mais de 600 quilômetros da capital, Porto Velho, está São Francisco do Guaporé, cidade de 18 mil habitantes. Até bem pouco tempo, quando crianças, adultos e idosos ficavam doentes, o jeito era chamar a mãe, o pai, parentes, e buscar ajuda para poder ir a cidades vizinhas. “Médico era coisa difícil.”

Quem conta é a dona de casa Edite Rodrigues. Ela esteve na capital paulista levar seu testemunho ao simpósioPrograma Mais Médicos: Perspectivas e opiniões, que o Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) realizou no último dia 11.

Conforme relatou, em sua fala simples, antes do programa federal o atendimento no posto de saúde era muito precário. Até havia equipe de atenção à saúde da família, mas faltava justamente o médico, profissional que, além de diagnosticar doenças, ainda coordena a estratégia de trabalho na localidade.

E quando aparecia algum por lá, como ela destaca, mal conseguia conversar com as pessoas doentes e seus familiares, principalmente com aquelas mais humildes, de baixa escolaridade ou analfabetas. “Hoje, o médico vai na comunidade, vai visitar, ver criança nascer, atender criança de baixo peso. A gente consegue consulta até para micose; e conversa com ele como se fosse amigo. Antes não, ele era uma autoridade máxima.”

No distrito de Albuquerque, zona rural de Corumbá (MT), também há novos vínculos sendo formados entre profissionais de saúde e a população. “Temos médico todo dia, e não mais uma vez por semana. Antes, quando a gente ia (ao posto), não sabia se ia ser atendido”, conta a dona de casa Nilza de Souza. “Minha mãe é cadeirante; o médico vai atender em casa. Agora temos duas pessoas em uma: um médico e um amigo. Então só tenho a agradecer.”

Os laços, conforme o agente comunitário de saúde Joilson da Silva, da mesma localidade, eram impossíveis há pouco mais de um ano. “Não tinha como criar vínculo. Faltava médico; ninguém queria vir para cá, na zona rural, a 70 quilômetros”, afirma ele, na função desde 2005.

A agente de saúde Iraci Vera dos Santos, de São Francisco do Guaporé (RO), a situação também não era fácil: “É difícil andar sozinho, fazer nosso trabalho sozinho. E a consulta era super rápida porque o médico não tinha tempo para nada”, lembra.

“Agora é possível acompanhar as famílias diariamente. Gestantes, diabéticos, crianças, idosos. Hoje acompanhamos hipertensos, acamados. Como é difícil tirar e levar para o postinho quem não pode andar! Por isso a população está adorando.”

Iraci disse torcer para os médicos não irem embora tão cedo, já que agora é possível fazer reunião com médicos, enfermeiros, demais agentes e organizar o trabalho. E comemora: “A gente organiza o mês. Não é fácil, mas estamos avançando”.

Também agente de saúde, Maria do Carmo Santos Pereira, do município de Nossa Senhora das Dores, no semiárido sergipano, a 72 quilômetros da capital, Aracaju, vê diversas melhorias com a chegada de médicos. “Antes, eles chegavam ao posto às 9h, 9h30, e queriam ir embora ao meio-dia”, conta.

“Hoje, o médico vai às casas porque tem de conhecer a família. Acorda às 5h para ir para até a zona rural, muito distante de tudo. A gente chega lá às 6h30 para a ginástica das idosas. Todas estão felizes, vaidosas. Fizeram até desfile. Secaram o cabelo, fizeram maquiagem. Foi muito bonito mesmo”. À vontade, brinca: “Espero que os médicos fiquem por muito tempo. Pelo menos até eu me aposentar”.

Na mesma cidade há outra certeza: “Foi Deus que colocou o doutor Rodolfo aqui”, acredita a sertaneja Maria da Graça Lima, 88 anos. O médico, de acordo com ela, “vai na casa do povo, visita todo mundo, recebe a gente bem”. E garante: “Eu vivia doente das ‘perna’, não conseguia nem abaixar, apanhar nada no chão. Mas graças a Deus, e aos remédios do doutor, estou muito satisfeita. Não sei como vamos ficar se um dia ele se for”, diz.

A fala da gente simples guarda semelhança com a de um doutor, o orientador de mestrado e doutorado do Departamento de Medicina Preventiva da Unifesp Elisaldo Carlini. Aos 83 anos, ele rememora os tempos de infância no interior paulista, no pequeno município de Pirajá. Numa infância sem médico, como costuma dizer, teve boqueira, que era queimada, e bronquite, tratada com tatuzinhos de jardim que sua mãe colocava num paninho que ele carregava pendurado no pescoço.

Cinco dias depois, quando morriam e já fediam, eram substituídos por outros vivos. A solitária era cuidada com mastruz com leite. Mordido por um cachorro louco, contou com soro antirrábico, que veio de cidades vizinhas, trazido de trem e depois a cavalo. E teve ainda muita sorte de chegar a tempo a outra cidade maior e conseguir curar o tracoma, doença inflamatória dos olhos, que poderia deixá-lo cego.

“O que vivi há mais de 80 anos ainda é vivido por metade da população brasileira, sobretudo a mais pobre, que vive pelo interior desse país sem assistência. É preciso maior compreensão sobre a grandeza da profissão do médico, que é mais digna quando bem exercida.”

Carlini integra a comissão organizadora do simpósio realizado pela Faculdade de Medicina Unifesp, com apoio da Organização Pan-Americana da Saúde, para discutir com estudantes, médicos, agentes comunitários de saúde, gestores municipais e usuários do sistema público os avanços, desafios e as perspectivas a curto, médio e longo prazo do programa federal que já levou 14.462 mil médicos a 3.785 municípios e 34 Distritos Sanitários Indígenas – e que atualmente atende 50 milhões de pessoas.

Outras vertentes do programa são o investimento de R$ 5,6 bilhões para construção, ampliação e reforma de Unidades Básicas de Saúde (UBS), e R$ 1,9 bilhão para construir e ampliar Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). De acordo com o Ministério da Saúde, das 26 mil UBS que tiveram recursos aprovados, 20,6 mil (79,2%) estão em obras ou já foram concluídas, e 363 UPAS, de um total de 943, já foram concluídas.

Também pelo programa há a reestruturação e ampliação da formação médica no país, que até 2017 deverá abrir 11,5 mil novas vagas de graduação em medicina e 12,4 mil vagas de residência médica para formar especialistas, até 2018, em saúde da família. O Ministério da Educação já autorizou a abertura de 4.460 novas vagas na graduação, sendo 1.343 em instituições públicas e 3.117 em faculdades privadas, principalmente em localidades do Norte e Nordeste, com escassez de profissionais.

“Espero que nossos brasileiros estudem mesmo para serem médicos e que enquanto isso possamos continuar esse programa com outros médicos, mesmo quando os de agora forem embora e vierem outros”, diz Edite Rodrigues, de São Francisco do Guaporé.

Mais do que um encontro de avaliação da política por coordenadores do programa no Ministério da Saúde e do Ministério da Educação, o encontro foi espaço para que brasileiros de diversas regiões do país, como a dona Edite, pudessem falar sobre a diferença que faz em suas vidas ter um médico para consultar tanto na hora de resolver um problema de saúde como aprender a evitar doenças.

Convidados e trazidos a São Paulo pela comissão organizadora, eles dividiram a mesa de debate com agentes comunitários de saúde e médicos brasileiros e estrangeiros participantes para contar o significado do acesso ao atendimento médico.

Em suas participações, os médicos, mais familiarizados com entrevistas e palestras, falaram principalmente sobre os projetos construídos com as equipes das unidades de saúde para estreitar o vínculo com a população atendida, que, segundo eles, já vêm trazendo resultados positivos.

Entre eles, a confiança da população, que passa agora a procurar mais os centros de saúde e a seguir tanto os tratamentos prescritos como as recomendações para evitar problemas de saúde, como a prática de exercícios físicos e alimentação adequada, com mais cereais, verduras, legumes, frutas, carnes e laticínios frescos, em vez de frituras em excesso, comidas gordurosas e açucaradas – como em geral são os produtos industrializados.

Crescem denúncias de agressões contra as mulheres

O número de denúncias de agressões contra as mulheres aumentou 40% no Brasil em 2014. Os dados foram divulgados oficialmente pela Secretaria de Políticas para as Mulheres do governo federal, durante a inau­guração da primeira Casa da Mulher Brasileira em Campo Grande (MS) no início do mês.

Na opinião da secretaria da Mulher do Sindicato dos Químicos de São Paulo, Elizabete Maria da Silva, a Bete,  as mulheres hoje estão mais informadas sobre seus direitos e denunciam mais, graças as inúmeras campanhas que o governo federal tem realizado. “Ainda assim, sabemos que os números não refletem a realidade, pois muitas mulheres ainda temem denunciar os agressores”, diz. 

Exclusivamente pelo Ligue 180, serviço te­lefônico de denúncias de agressões contra mu­lheres, 485 mil atendimentos foram realizados no ano passado, dos quais 52.962 envolveram denúncias de agressão, apontadas como física, psicológica, moral e sexual.  O Ligue 180 não é apenas um canal de denúncia, agora por meio deste sistema as queixas são conduzidas às autoridades competentes.  

Casos de dengue aumentam na zona norte

A zona norte registrou  maior incidência de casos de dengue nas primeira quatro semanas do ano, 5,9 doentes para cada 10 mil habitantes. Na zona oeste foram 2,2 para cada 100 mil; na sul, 1,9; na leste, 0,6; e na sudoeste, 0,5. O total de casos notificados foi de 1.368.

Na avaliação do secretário-adjunto, Paulo Puccini, responsável pelo balanço, o aumento no número de casos na zona norte está atrelado ao fato de a região ser abastecida por águas dos reservatórios da Cantareira, o mais ameaçado pela seca, fato que tem levado os moradores a estocarem água em casa de maneira improvisada. “A população tem o direito de se prevenir da falta de água. O que pedimos e insistimos é para que isso seja feito com o cuidado de tampar os recipientes ou colocar uma tela.”

O primeiro balanço, feito entre os dias 4 e 24 de janeiro, registrou 1.304 casos. Nesse ritmo, a cidade terminaria o ano com 90 mil casos de dengue. Se a incidência chegar a 120 mil, pode ser considerada epidemia, segundo parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Para o secretário José de Filippi Júnior, a queda no número de casos deve ocorrer como fruto da intensificação das campanhas de prevenção. “Não podemos permitir que o mosquito se crie, e para isso é preciso eliminar o foco, ou seja, tampar qualquer reserva de água que esteja sendo feita”, explica. 

Sindicato elege nova diretoria em março

Os trabalhadores associados do Sindicato dos Químicos de São Paulo elegem, em março, a nova direção da entidade, que ficará no comando até 2019.

A Chapa 1 – Organizar, Lutar e Conquistar é a única inscrita a concorrer ao pleito. Ela conta com alguns integrantes da atual gestão e uma renovação de 37% dos dirigentes, além de uma representação de 33% de mulheres em sua composição. 

A votação acontece nos dias 2, 3 ,4 ,5,e 6 de março e, para facilitar a participação de todos os sócios,  haverá urnas fixas na sede e regionais e urnas itinerantes nas principais empresas de São Paulo.  A apuração dos votos acontece na manhã de sábado, 7 de março, a partir das 9h, na sede do Sindicato dos Químicos de São Paulo (Rua Tamandaré, 348, Liberdade).

Acompanhe informações sobre a eleição aqui no site, no facebook e no Sindiluta. Em breve, divulgaremos o itinerário das urnas.

A participação de todos os associados é muito importante!