Fórum de luta será lançado por movimentos sociais em São Paulo

Cerca de 50 entidades irão lançar em 13 de maio, Dia Nacional de Denúncia Contra o Racismo, o Fórum dos Movimentos Sociais do Estado de São Paulo. A atividade começa a partir das 17h, na Quadra dos Bancários, à Rua Tabatinguera, 192, no centro da capital. Na ocasião serão feitos debates em torno dos eixos econômico, político e social e a leitura de carta compromisso.

A iniciativa propõe a construção de bandeiras unitárias, bem como a organização de mobilizações no estado, a exemplo do que tem ocorrido desde o início deste ano frente ao retrocesso de direitos no Congresso Nacional – como a votação do PL 4330, da terceirização ilimitada – e a negligência do governo paulista em temas como o da greve dos professores estaduais deste e de anos anteriores, que cobra educação pública de qualidade e valorização dos servidores.

Para as organizações, os anos de gestão do governo do PSDB em São Paulo não responderam a melhorias à população paulista. Na avaliação das políticas entram transporte público, a água e a violência, itens que constam da carta compromisso dos movimentos. “No maior estado do país, não há nenhuma política pública estadual de referência [no Brasil] em todo o espectro das responsabilidades públicas”, aponta o documento.

“Amargamos agora a falta de água em nossas torneiras, fruto de anos de priorização do interesse privado (por lucro e dividendos), em detrimento do público (investimentos e qualidade do serviço), na maior empresa estatal de São Paulo”, afirmam os movimentos diante da crise do sistema hídrico.

Entre as 50 organizações estão a CUT Nacional, CUT São Paulo, sindicatos e federações cutistas de São Paulo, Central de Movimentos Populares (CMP), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Levante Popular da Juventude, União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE), União de Negros pela Igualdade (Unegro), Consulta Popular, Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen) e Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

1º de Maio em defesa dos direitos dos trabalhadores

O 1º de Maio popular organizado pela CUT no Vale do Anhangabaú reuniu mais de 100 mil pessoas e contou com a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em sua intervenção, ele focou em dois pontos principais: a redução da maioridade penal e o PL n. 4.330, que, se aprovado no Senado, libera a terceirização para todos os setores da empresa.

Como acontece todos os anos, o Sindicato dos Químicos levou um grupo de trabalhadores e dirigentes para as atividades do 1º de Maio organizadas pela CUT no Vale do Anhangabaú e, paralelamente, organizou um ato para atender os trabalhadores da região de Taboão, Embu das Artes e Embu-Guaçu.  

O tom do ato político realizado em Embu das Artes foi o mesmo do ato realizado no Anhangabaú. O PL n. 4.330, que libera a terceirização para todos os setores da empresa, foi o principal assunto lembrado por todos os dirigentes. “Os terceirizados trabalham mais, têm menos direitos e adoecem mais”, lembrou Carlos Gomes, o Carlinhos, coordenador da Regional de Taboão da Serra.

Renan Calheiros admite que terceirizar é precarizar

Em reunião com sindicalistas ontem (28), o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB) deixou clara a sua intenção de fazer o PL n º 4.330 tramitar de  modo que todos os itens considerados polêmicos possam ser avaliados. Calheiros também reiterou sua postura crítica com relação a regulamentação da terceirização na atividade-fim, ponto mais criticado pelo movimento sindical.   

A CUT participou do encontro que reuniu outros senadores e deputados ao lado da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) e Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST).

Saiba quais foram os deputados federais que traíram os trabalhadores e votaram a favor da aprovação do PL nº 4.330, clique aqui

Abaixo os deputados federais eleitos em São Paulo que votaram a favor do PL da terceirização.

Prefeitura entra com ação contra cobrança das sacolinhas

O prefeito Fernando Haddad entrou com uma ação na Justiça para barrar a cobrança das novas sacolas plásticas dos supermercados. A ação foi protocolada nesta terça-feira (28) na Vara de Justiça Estadual. Um pedido similar foi feito pela organização SOS Consumidor, mas teve sua liminar negada.

A ação ajuizada pela prefeitura é contra a Apas (Associação Paulista de Supermercados), Carrefour, Pão de Açúcar, Walmart, Futurama, Sonda, D’Avó Supermercados e Supermercado Dia. Essas empresas passaram a cobras pelas novas sacolas recicláveis quando elas começaram a circular no comércio, no dia 5 de abril.

De acordo com a prefeitura, “ao cobrar pelas sacolas reutilizáveis, o comércio varejista desestimula a política municipal de reciclagem”. Essa prática é um empecilho paras políticas de reciclagem que devem ser implementadas e que os comerciantes devem colaboras com essas novas práticas de combate à degradação ambiental.

Lula diz que projeto da terceirização é volta a 1930

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de um simpósio promovido pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC ontem (28) e falou sobre o Projeto de Lei  nº 4.330, da terceirização, aprovado na quarta-feira (22), na Câmara dos Deputados, que agora segue para votação no Senado:   “É um retrocesso a antes do governo Getúlio Vargas. Estamos voltando a 1930. Eles estão tentando estabelecer uma relação de trabalho com um só vencedor, que é o patrão, e milhões de perdedores. Com essa lei, eles querem voltar a um passado em que a classe trabalhadora era tratada da forma mais perversa possível”, disse. 

Descomemoração da Rede Globo: 50 anos na construção de um império

Para continuar a “Descomemoração dos 50 anos da Globo”, Barão de Itararé e Observatório de Economia e Comunicação da Universidade Federal de Sergipe realizaram hoje (27) o  seminário “Rede Globo, 50 anos de poder e hegemonia”. Com apoio da CUT, CTB, FUP, CONTEE, Fundação Perseu Abramo e Fundação Maurício Grabois, o encontro contou com a participação da Renata Mielli, do Barão de Itararé, que coordenou o debate, dos professores César Bolanõ, da Universidade Federal de Sergipe, e dois pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Marcos Dantas e Susy Santos. O tema do debate foi “A construção do império Global”.

Desde o nascimento, há 50 anos, a Globo oferece ao seu espectador o consumo de um conteúdo hegemônico e elitista. Isso não significa que este conteúdo seja superior aos outros, mas que é seguido pela maioria da população e tem um impacto muito grande na vida das pessoas. Para César a entrada da Globo no mercado em 1965 teve um aporte capital, financeiro e de conhecimento externo. “O apoio ao regime militar lhe permitiu assumir posição particular no mercado”, afirma o professor.

O império da Rede Globo foi construído com incentivos públicos, isenções fiscais e outros benefícios conquistados pelo coleguismo com os militares governantes.  Fez de tudo para salvar o regime dos ditadores, apoiou abertamente as prisões, torturas e assassinatos no momento de grande repressão no País.

“A Globo teve relação profunda com a vida política brasileira, uso político de licença é bastante específico e forte.”, afirma Suzy. Quem indicou o primeiro ministro de comunicações do período democrático foi Roberto Marinho. “Talvez ele tenha indicado o maior quantidade de ministros”, completa ela.

César fala também do Controle do conteúdo nacional da TV Globo. “A emissora compra direitos de reprodução e produz articulando o máximo possível de produção independente pelo brasil. Assim ela garante a hegemonia”. Hegemonia de informação, esta que conta os fatos no ponto de vista da classe dominante e faz um serviço de desinformação quando se trata de movimento social.

Além da linha editorial da emissora que criminaliza a política e demonstra ser uma empresa séria, a Globo está envolvida em inúmeros casos suspeitos. Segundo o manifesto em repúdio ao autoritarismo da linha editorial da emissora assinado por várias entidades, até hoje a Globo não mostrou o DARF (Documento de Arrecadação de Receitas Federais) do pagamento dos seus impostos. Esta atitude reforça a suspeita da bilionária sonegação da empresa na compra dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002.

Outro assunto que é recente, mas tem herança de nascimento da Rede Globo é o caso do HSBC. Para Adriana Oliveira Magalhães, secretária de Imprensa da CUT São Paulo, a empresa tem interesses privatistas. “O jornalismo parcial demonstra que a Globo tem partido, ainda que tente dizer que é neutra. E além de ser acusada de sonegar impostos, cadê a cobertura especial para abordar os desvios ocorridos no HSBC e o nome da Lily como ex-esposa de Roberto Marinho?”, questiona. O caso HSBC que a dirigente cita é o caso recente em que houve vazamento bancário de depósitos feitos entre 2005 e 2007 por clientes HSBC, sonegadores e criminosos. Há uma lista de mais de 8 mil brasileiros que tinham contas numeradas na Suíca, no qual consta o nome Lily de Carvalho, morta em 2011. Ela foi viúva dos jornalistas e donos de jornais, Horácio de Carvalho (19608-1983) e Roberto Marinho (1904-2003). Mas veículos como a Globo e outros tradicionais relacionam a mulher, em todas as reportagens, somente ao primeiro marido.

É por estas e outras histórias que movimentos sociais e representantes da sociedade civil que defendem a democracia descomemoram os 50 anos da emissora.  Para o professor Marcos a Globo serve o Capitalismo, “eles pregam a construção de uma sociedade de consumo”, completa ele. 

Audiência pública discute perigos da terceirização

O Sindicato promoveu hoje (28) uma audiência pública pelo Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho na sede, na Liberdade. Participaram da mesa de debate representantes sindicais e de entidades parceiras, como a CUT e a CNQ. O principal tema discutido na mesa foi a aprovação na Câmara dos Deputados do PL 4.330, que amplia a terceirização e precariza as condições de trabalho.

Osvaldo Bezerra, coordenador-geral do Sindicato, afirma que com a aprovação do PL, a precarização nas relações de trabalho serão ainda maiores. “O elo mais fraco nessa relação é sempre o trabalhador, que vai perder direitos conquistados. É  preciso fazer um combate efetivo à terceirização.”

Para Junéia Martins Batista, da secretaria da Saúde da CUT, se o PL 4.330 for aprovado nas outras instâncias (senado e Presidência da República), as estatísticas de acidentes de trabalho vão aumentar muito. “Os trabalhadores devem se manifestar contra esta situação. É por isso que este ano estamos organizando um 1º de Maio de luta no Anhangabaú. Para deixar claro nossa posição contra a terceirização.”

Novos diretores no comando do Sindicato

A diretoria do Sindicato dos Químicos, eleita para a gestão 2015/2019, tomou posse oficialmente no dia 15 de abril. No último final de semana, dia 25 de abril, aconteceu a posse festiva, com um ato político e apresentação dos integrantes da nova direção à categoria. 

A nova direção conta com integrantes da gestão anterior, mas teve uma renovação de 37% e garantiu uma representação de 33% de mulheres.

 

Conheça a nova direção

1º de Maio de luta no Anhangabaú

A CUT e demais centrais sindicais realizam o ato do  Dia do Trabalho no Vale do  Anhangabaú. As entidades participantes prometem uma atividade mais política, voltada à luta dos direitos dos trabalhadores.

Às 9h do dia 1º de maio (sexta-feira) acontece uma marcha até a praça do Anhangabaú. Os manifestantes irão se concentrar em quatro pontos: praça da República, praça do Arouche, Luz e Pátio do Colégio. E desses locais seguem  em marcha.

Na chegada, no Anhangabaú, um culto ecumênico marca o início das atividades. Em seguida acontece o ato político, que terá como principais temas a defesa dos direitos da classe trabalhadora, da democracia, da reforma política e a favor da Petrobrás. A atividade termina com shows de Thobias da Vai-Vai & Elizete Rosa, GOG, Leci Brandão, Rappin Hood e Alceu Valença.

Leia o manifesto assinado pelos organizadores do 1º de Maio

Em Defesa dos Direitos da Classe Trabalhadora, da Democracia, da Petrobrás e da Reforma Política

O 1º de Maio é um dia de luta por ampliação de direitos da classe trabalhadora e de reflexão sobre os direitos conquistados por trabalhador/as de todo o mundo. A história que se tem registro começa em 1886, quando trabalhadores de Chicago (EUA) fizeram uma greve geral para reivindicar redução da jornada de trabalho de até mais de 16 horas diárias para 8 horas. A polícia entrou em confronto. Dezenas de manifestantes foram feridos e alguns mortos. Anos depois, vários países reconheceram a data como feriado, entre eles, o Brasil, a partir de 1925.

Em 2015, neste Dia 1º de Maio, nós trabalhadores/as estamos nas ruas, reivindicando respeito aos direitos duramente conquistados e por sua ampliação.

Em defesa dos direitos, contra o ajuste fiscal: Continuaremos a pressão contra a aprovação do PL 4330, que retira direitos de todos/as os/as trabalhadores/as ao permitir a terceirização sem limites, em todas as funções de qualquer empresa e setor. Também continuaremos mobilizados contra a Medida Provisória (MP) 664, que muda as regras para a concessão do auxílio-doença e pensão por morte, e contra a MP 665, que dificulta o acesso ao seguro-desemprego e ao abono salarial. Somos contra a política de ajuste fiscal que penaliza o/a trabalhador/a, que gera desemprego e recessão. Defendemos a taxação das grandes fortunas, como primeiro passo para uma reforma tributária em nosso País.

Em defesa da democracia, contra a intolerância: Nossa luta também é pela manutenção do estado democrático de direito, contra a onda golpista em curso, que, caso vitoriosa, trará retrocessos para a classe trabalhadora, para a juventude, para as mulheres. Nossa luta é contra o preconceito de gênero, raça e etnia, crença, orientação sexual, ideologia política e outras opressões.

Corrupção se combate com o fim do financiamento empresarial de campanha: Corrupção se resolve com reforma política, com a proibição do financiamento empresarial de campanha e não com golpe de Estado. Enquanto essa forma de financiamento não for proibida, o sistema político brasileiro continuará a seguir os interesses das empresas que financiam as campanhas, e não aos interesses do povo brasileiro.

Em defesa da Petrobras e do pré-sal, patrimônios do povo: A Petrobras é do povo brasileiro e não dos patrões! Os ataques à empresa por parte do empresariado e seus representantes, contam com o apoio da grande imprensa e tem o objetivo de enfraquecer esse patrimônio brasileiro para que possam privatizá-lo e, assim, os recursos do Pré-Sal, que deveriam ser destinados à saúde e educação, iriam para a iniciativa privada, aumentando ainda mais os lucros dos patrões.

Direito não se reduz, se amplia!
Por reforma agrária, urbana, tributária e política

Entidades que assinam
Centro de Estudos da Mídia Alternativa “Barão de Itararé”
CMP – Central dos Movimentos Populares
CONAM – Confederação Nacional de Associações de Moradores
CONEN – Coordenação Nacional de Entidades Negras
Consulta Popular
CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
CUT – Central Única dos Trabalhadores
FDE – Fora do Eixo/Mídia Ninja
FETRAF – Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar
FLM – Frente de Luta por Moradia
FNDC – Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
Intersindical CCP
Juventude Revolução
Levante Popular da Juventude
MAB – Movimento dos Atingidos Por Barragens
MMM – Marcha Mundial das Mulheres
MPA – Movimento Pequenos Agricultores
MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
MTST –Movimento dos Trabalhadores Sem Teto
Plataforma Operaria Camponesa da Energia
Plebiscito Constituinte
UBES – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas
UBM – União Brasileira de Mulheres
UNE – União Nacional Dos Estudantes
UNEGRO – União de Negros pela Igualdade
UNMP – União Nacional por Moradia Popular