PL 4330: Terceirização agrava acidentalidade em atividades fins e meio

A tabela abaixo  demonstra a gravidade  existente em diversos setores da atividade econômica, sabendo que muitos destes setores estão mesclados com atividades terceirizadas. Esses números foram extraídos do fator acidentário de prevenção (FAP) de 2015.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A tabela  demonstra de forma agrupada por subclasse da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) a gravidade da acidentalidade. Das 1380 Subclasses existentes, 182 subclasses   apresentaram índices elevados de frequência, gravidade e custo, com variabilidade média entre 70% a 100%,  segundo resultados do FAP(2015),  da Portaria  MPS/MF nº 238 de setembro de 2014. Das 182 subclasses,  50,5% apresentaram como  indicador  de mortalidade (por 100 mil vínculos) o dobro do indicador nacional que era de 6,53. Quatorze subclasses apresentaram indicadores de mortalidade cinco vezes maiores do que o índice nacional: extração de carvão mineral, fabricação de fósforos de segurança, extração de granito, serrarias, produção de arames, fabricação de obras de caldeiraria pesada, Fabricação de máquinas na indústria metalúrgica, fabricação de máquinas para a indústria têxtil, construção de redes de  água e atividades relacionadas a esgoto, recuperação de materiais plásticos e comércio atacadista de soja e de cereais entre outros.

Na agricultura as  subclasses com maior gravidade são 19, entre as quais:  cultivo de cana de açúcar,  soja, frutas, pecuária,  produção florestal e serviços de apoio à agricultura.  Na indústria de transformação de alimentos: abate e fabricação de produtos de carne (bovinos, equinos, suínos e aves). Na indústria de produtos de madeira, entre oito subclasses: desdobramento da madeira, madeira laminada e artefatos de tanoaria. Na indústria do papel, álcool, plástico e borracha, 15 subclasses apresentam gravidade acentuada: fabricação de papel, usinas de álcool, fabricação de artefatos de borracha e fabricação de materiais plásticos. A Construção e Infraestrutura, registram maior gravidade em 23 subclasses: construção de rodovias e ferrovias, montagem de estruturas metálicas, construção de estações e redes de energia e obras de fundação.  A indústria metalúrgica básica e a fabricação de tratores e veículos têm 45 subclasses com gravidade: caldeiraria pesada, artefatos estampados, fabricação de fios e cabos, fabricação de máquinas, fabricação de tratores, caminhões e automóveis entre outras. Por fim no setor de serviços, com 26 subclasses, a gravidade está presente na coleta de resíduos perigosos, atividades relacionadas a esgoto, comércio atacadista (soja, cereais, resíduos e sucatas) e atividades de malote e correio nacional. A grande maioria destas subclasses apresentam gravidade tanto nas chamadas empresas  mães como  em atividades terceirizadas correlatas.

O que dizem os estudos e pesquisas em nível nacional e internacional a respeito da terceirização?

No Brasil diversos artigos tratam do assunto. Tanto na construção civil em São Paulo e no Rio de Janeiro, TAKAHASHI et al., 2012; e MANGAS; MINAYO GOMES, 2012, mostram que a ocorrência de acidentes se dá por mecanismos de terceirização intensiva e extensiva, além da elevada rotatividade no setor.  Estudo com trabalhadores de Uberaba-MG e Campinas-SP, demonstraram que as condições adversas de trabalho crescem tanto no trabalho informal como terceirizado (CORREA FILHO et al. 2010). No setor de petróleo, a manutenção terceirizada, apresenta maior acidentalidade devido precária formação em Saúde e Segurança do Trabalho (SST) (ARAÚJO; PORTO, 2012; GIL, 2000). Trabalhadores de saúde são afetados pela Terceirização conforme trabalho de PESSANHA; ARTUR, (2013). Em situações de trabalho precarizado aumenta o sofrimento mental com risco de autoagressão (suicídio) (CECCON et al.2014). Em trabalhos terceirizados, de manutenção industrial, houve maior número de acidentes e baixa qualidade de execução (FREITAS; PIRES, 2007).  Na agricultura do Sul e Sudeste, principalmente no Rio Grande do Sul e São Paulo, a política de terceirização tem contribuído para o aumento dos acidentes (SOUZA DE JESUS; BRITO, 2009). No Rio de Janeiro, DE OLIVEIRA SANTOS et al.  (2009) demonstram que os serviços terceirizados de limpeza urbana podem levar ao adoecimento ou aumentar os agravos à saúde dos garis terceirizados.

Os relatos a nível internacional também confirmam as conclusões de estudos nacionais. Na França para  os trabalhadores ligados à manutenção em geral, os riscos de acidentes são maiores para os  terceirizados (GRUSENMEYER, 2014). Na Europa, atividades de limpeza em hospitais, oferecem mais riscos e acidentes para terceirizados pelo não treinamento sobre riscos (SALERNO et al., 2012). Na Índia, e em diversos países, o avanço da terceirização não vem acompanhado da proteção legal de SST (ALE, 2005; PINGLE, 2012).  Na Noruega, na indústria do Petróleo deve existir uma regulação mais efetiva de SST com fornecedores e terceirizados (THAULE –PEDERSEN, 2011).TOMASINA (2012), do Uruguai, aponta que a precarização das relações de trabalho tem reflexos negativos na relação saúde-doença dos trabalhadores. Na Finlândia, em uma análise dos acidentes fatais entre 1999-2008, NENONEN (2011), demonstrou que a terceirização aumenta o risco de acidentes e recomenda programas de educação em SST, de conhecimento dos riscos e da ampliação da supervisão e planejamento de políticas de prevenção.

Em síntese, em muitas atividades finalísticas (onde se concentra o principal objetivo de produção) vê-se que os riscos são graves, pois é elevada a frequência geral dos acidentes e doenças do trabalho, como a gravidade em função do número de dias de afastamento, além do custo elevado de benefícios para a Previdência com o afastamento dos trabalhadores. As pesquisas mostram que a acidentalidade é agravada com a terceirização, tanto em atividades meio (limpeza, vigilância, alimentação, manutenção entre outras), como em atividades finalísticas (fabricação de diversos produtos, entre centenas de serviços e produtos). Em geral as condições de trabalho são inadequadas, os trabalhadores não têm conhecimento dos riscos, não tem qualquer tipo de treinamento adicional e não é aplicada a legislação específica de Saúde e Segurança do Trabalho. Na presente conjuntura e realidade nacional, os dados técnicos aqui apresentados, e as pesquisas aqui relatadas demonstram que a ampliação da terceirização tanto das atividades meio como as para finalísticas contribuirão para a precarização das condições de trabalho e o aumento considerável da acidentalidade. Não, portanto, ao PL 4330!  

Remígio Todeschini: Ex-presidente do Sindicato dos Químicos do ABC e Diretor Executivo do Instituto de Previdência de Santo André- SP

Fundação Butantan está em greve

Os trabalhadores da Fundação Butantan entraram em greve hoje (8) por tempo indeterminado.  As práticas antissindicais da Fundação, que tenta impor um outro sindicato para representar os trabalhadores motivou a greve.

A Fundação está impondo o  Senalba (Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional no Estado de São Paulo) de forma  autoritária aos trabalhadores.  “O objetivo é retaliar direitos dos trabalhadores. O Sindicato dos Químicos tem uma das melhores convenções coletivas do País e, filiando  os  trabalhadores a um outro sindicato,  a Fundação tenta cortar direitos adquiridos”, salienta a diretora do Sindicato dos Químicos,  Elaine Blefari.

O Senalba não representa a atividade-fim da Fundação, que é a produção de imunobiológicos e essa medida vai contra a Convenção 87 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que trata da liberdade e autonomia sindical.

Vacina contra a dengue

Cientes da epidemia de dengue que assola o país, trabalhadores e Sindicato estão de acordo que, se necessário, 30% do efetivo poderão trabalhar para o desenvolvimento da vacina.

Histórico

Os problemas na Fundação são recorrentes e a falta de diálogo e desrespeito à Convenção Coletiva é regra para os patrões. O enquadramento da Fundação junto ao Sindicato dos Químicos só ocorreu em 2010 após muita luta. Os trabalhadores estavam há anos sem receber dissídio coletivo e PLR e, em 2012, o Sindicato intermediou a negociação do pagamento retroativo dos últimos cinco anos, mas a Fundação novamente tentou burlar o acordo e os pagamentos. No ano passado o Sindicato fez novas denúncias, inclusive no Senado, com o apoio do Senador Eduardo Suplicy, sobre o desmonte da Fundação e a paralisação de produção de vacinas.

Dia Nacional de Paralisação será em 29 de Maio

A CUT e demais centrais sindicais e movimentos sociais organizam o Dia Nacional de Paralisação pelos direitos dos trabalhadores que estão constantemente ameaçados. Os atos estão marcados para o dia 29 de maio (sexta-feira) e têm como principais bandeiras o veto ao PL 4.430 e também às MPs 664 e 665.

Segundo o presidente da CUT, Vagner Freitas, a aprovação dessas leis representa um grande retrocesso, um ataque aos direitos da classe trabalhadora. Para ele, o momento exige união de todos os trabalhadores para impedir os avanços contra a CLT. Afinal, “todos conhecem a sanha conservadora, de ataques aos direitos da classe trabalhadora dos empresários, ruralistas e segmentos de direita que foram eleitos no ano passado”.

Entenda os projetos

O projeto de lei 4.330, que foi aprovado pelos deputados e segue para discussão no Senado, amplia a terceirização e retira direitos trabalhistas, além de aumentar a rotatividade e as demissões.

As medidas provisórias 664 e 665 foram elaboradas pelo Ministério da Fazenda como parte de um pacote de ajuste fiscal. As medidas em questão retiram direitos dos trabalhadores. Na última quarta-feira (6) o Congresso aprovou a MP 665, que aumenta o tempo de serviço  para que os trabalhadores possam entrar com o pedido de seguro-desemprego, em casos de demissão, de seis meses para um ano. Nessa mesma MP, muda também a regra do abono-salarial: é preciso ter no mínimo seis meses para ter acesso ao abono de um salário mínimo. A medida segue agora para o Senado.

Inflação desacelera em abril

O índice oficial de preços no Brasil registrou alta de 0,71% em abril. O resultado do mês passado representa uma desaceleração em relação a março (1,32%). No entanto, foi maior que a inflação de abril do ano passado (0,67%)

Com o resultado, a variação acumulada em 12 meses chegou a 8,17%. A variação está muito acima do limite máximo da meta do governo.

A intenção do governo é manter a alta dos preços em 4,5% ao ano, com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo –ou seja, variando de 2,5% a 6,5%.

Os dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor – Amplo) foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (8).

Diretores do Sindicato participam de encontro na Alemanha

Representantes da diretoria do Sindicato dos Químicos de São Paulo estão em Hanôver, na Alemanha participando do Encontro Mundial da Indústria Química. A atividade começou no dia 5 de maio e termina hoje (7)

Os dirigentes  Adir Gomes Teixeira,  Alex Ricardo Fonseca, Célia Alves dos Passos e Lucineide Varjão Soares (Lu),  estão representando o Sindicato no encontro. O objetivo é apresentar o trabalho do Sindicato em defesa dos trabalhadores, além de fazer o intercâmbio de ideias com outras entidades  pelo mundo .

Presidente da CUT reafirma posição contrária às MPs

A CUT reafirma posição divulgada em Nota Oficial publicada em janeiro de 2015, de retirada imediata das Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665, editadas pelo Governo Federal na virada do ano, sem qualquer consulta ou discussão prévia com a representação sindical dos trabalhadores e trabalhadoras.

 

O argumento utilizado pelo Governo de “corrigir distorções e fraudes” não se sustenta, visto que as MPs reduzem direitos referentes ao seguro-desemprego, abono salarial (PIS-Pasep), auxílio-doença, pensões, seguro-defeso, auxílio-reclusão.

 

Tais medidas vão na direção contrária da estruturação do sistema de seguridade social, com redução de direitos e sem combate efetivo às irregularidades que teriam sido a motivação do governo para adotá-las. Medidas de ajuste fiscal não podem ser feitas com prejuízos ao trabalhador, mas sim, com medidas que mexam no bolso dos mais ricos, como a taxação de grandes fortunas.

 

As alterações propostas pelas MPs terão efeito negativo na política de redução das desigualdades sociais, bandeira histórica da classe trabalhadora. Por isso, a CUT conclama seus sindicatos e Estaduais a mobilizarem suas bases e irem às ruas de todo País no próximo dia 29 de maio, Dia Nacional de Lutas contra o PL 4330 que precariza ainda mais as relações de trabalho ao permitir a terceirização sem limites em qualquer categoria e setor,  ampliando as desigualdades de tratamento e de salário, bem como os acidentes e mortes no trabalho, e contra a MPs 664 e 665, que retira direitos da classe trabalhadora.

 

Direitos não se reduz, se amplia.

 

Todos às ruas no dia 29 de maio!

 

Vagner Freitas

Presidente Nacional da CUT

CUT intensifica luta contra MPs 664 e 665

O presidente da CUT, Vagner Freitas, em reunião com a bancada do PT, na última terça (5) em Brasília, disse que o governo não pode ajustar suas contas em cima dos direitos dos trabalhadores. “A posição da CUT é clara: somos contra as Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665″.

O dirigente disse que a CUT não vai permitir que o governo, para não mexer com os empresários, mexa com a parte mais frágil, que são os trabalhadores, retirando direitos e restringindo o acesso  a benefícios fundamentais. “Aumentar o prazo para acesso ao seguro-desemprego é retirar um direito adquirido, restringir o acesso a um benefício previdenciário é retirar um direito adquirido”, disse Vagner.

Na opinião de Vagner, se o governo precisa fazer correções nas políticas públicas para evitar fraudes ou corrigir erros que, porventura, existam, deve se preparar, se capacitar e contratar fiscais. “Não vamos aceitar esses argumentos e nem vamos aceitar que medidas para corrigir distorções sejam tomadas sem debate com o movimento sindical, sem debate com a sociedade.”

Vagner defendeu que essas medidas sejam discutidas no âmbito do Fórum de Debates de Políticas de Emprego, Trabalho, Renda e Previdência – uma antiga reivindicação da CUT – que a presidenta Dilma Rousseff criou na semana passada.

Senado quer saber sua opinião sobre o PL da terceirização

O Senado colocou em seu site uma enquete para a população votar se é a favor ou contra o PL 4.330. O projeto de lei pretende ampliar a terceirização, o que acarreta numa diminuição de direitos trabalhistas.

Para votar é bem simples. Basta clicar aqui, dar sua opinião e fazer uma confirmação por e-mail.

O Sindicato é contra o PL 4330 e junto com  outros movimentos sociais e sindicais faz pressão para que ele não seja aprovado; pois entende que além de cortar direitos adquiridos dos trabalhadores o projeto deve gerar demissões.  

Entenda porque somos contra a ampliação da terceirização: http://tinyurl.com/pl4330fazmal

 

PL 4.330: Conheça os riscos da terceirização para o trabalhador

O Projeto de Lei nº 4.330, que amplia a terceirização para todos os setores da economia, não melhora a situação de quem já é terceirizado e ainda reduz direitos adquiridos dos trabalhadores. O lobby dos empresários, junto aos deputados, já garantiu a aprovação do projeto no Congresso Nacional, porém ainda falta passar pelo Senado e com a nossa luta podemos barrar a aprovação deste projeto. O momento é de união e luta!

 

Veja o que o PL nº 4.330 significa

 

O QUE SE GANHA

• Demissão

• Ampliação da jornada de trabalho

• Mais doenças e acidentes

• LER (Lesão por Esforços Repetitivos)

• Assédio Moral

• Rotatividade no trabalho

• Precarização do trabalho

 

O QUE SE PERDE

• Fim do piso salarial das categorias

• Fim das férias remuneradas

• Fim do 13º salário

• Fim do FGTS

• Fim da PLR (Participação nos Lucros e Resultados)

• Fim do seguro-desemprego

• Fim das convenções coletivas por categoria

 

A terceirização faz mal para a saúde

O trabalhador terceirizado presta serviço para uma terceira, que vende essa mão de obra para empresas de diversos setores. Em geral, esse trabalhador não recebe treinamento adequado e tem jornada mais extensa, portanto está mais sujeito a acidentes de trabalho. Os terceirizados são as maiores vítimas de acidentes. Entre 2010 e 2013, 85% dos trabalhadores em situações análogas à de escravidão eram terceirizados.

 

Conheça os deputados federais de São Paulo que votaram a favor do projeto de lei:

PL 4.330 põe em risco conquistas dos trabalhadores

O Projeto de Lei 4.330/04, em trâmite há 10 anos no Congresso Nacional, escancara a terceirização, põe sob ameaça direitos históricos dos trabalhadores, como 13º salário, férias, horas extras e FGTS, destroi um patrimônio social conquistado com muitas lutas e não protege os terceirizados, como defende o seu autor, o deputado Sandro Mabel (PL-GO), que também é empresário. Empresas prestadoras de serviços são as que mais fraudam direitos, encerram atividades e deixam os trabalhadores a ver navios.

É preciso deixar claro, primeiramente, que o PL 4.330 não visa regular a situação dos trabalhadores terceirizados. Ao contrário, coloca em risco milhões de empregos formais, que podem se transformar em terceirizados – trabalhadores serão demitidos e depois contratados indiretamente para trabalhar mais e ganhar menos, ferindo também o princípio da igualdade de direitos, ao permitir que trabalhadores executem as mesmas funções com salários diferentes.

Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), os acidentes de trabalho são mais frequentes nesse tipo de contratação pois, em geral, os terceirizados são expostos às tarefas que envolvem mais riscos ocupacionais, porém a gestão desses riscos é menos rigorosa pelas terceirizadas, principalmente nos setores elétrico, de construção civil e transportes de cargas.

Estudo da CUT e do Dieese aponta que o trabalhador terceirizado fica 2,6 anos a menos no emprego, tem uma jornada de três horas a mais semanalmente e ganha 27% menos. A cada 10 acidentes de trabalho, oito ocorrem entre terceirizados. O PL, da forma como está, amplia ainda mais a precariedade das condições de trabalho e coloca em risco todos os contratados com carteira assinada, já que permitirá a terceirização sem limites, em qualquer setor da empresa, seja na atividade-fim ou atividade-meio, além de fragmentar a representação sindical.

A CUT parte do pressuposto de que as atividades permanentemente necessárias na empresa não podem ser terceirizadas e defende, ainda, a garantia da responsabilidade solidária entre as empresas envolvidas; a igualdade de direitos e condições de trabalho entre terceirizados e contratados diretamente; a prevalência do acordo coletivo mais favorável; negociação e representação sindical pelo sindicato preponderante.

Qual é o principal interesse das empresas nesse projeto? Ao fazer com que o contrato de trabalho deixe de ser bilateral (entre trabalhador e empresa) e ganha um terceiro componente (a terceirizada), o tomador de serviços vai tirar suas responsabilidades. O trabalhador não terá mais relação direta com quem é dono do Capital. Então, essa é uma guerra do Capital contra o Trabalho.

Há poucos dias, em 22 de janeiro, o Fórum em Defesa dos Trabalhadores Ameaçados pela Terceirização – do qual a CUT faz parte – cobrou do governo federal uma posição sobre os projetos que tratam do tema no Congresso Nacional, durante audiência na Secretaria-Geral da Presidência da República. Um deles, elaborado pelas centrais sindicais e o Ministério do Trabalho, estabelece a igualdade de direitos, a obrigatoriedade de informação prévia, a proibição da terceirização na atividade-fim, a responsabilidade solidária e a penalização de empresas infratoras. O documento está parado na Casa Civil. Outro projeto elaborado pela CUT e apresentado pelo deputado federal Vicentinho (PT/SP), tramita na Congresso Nacional.

A batalha, portanto, não terminou. Ao contrário, com o Congresso conservador que tomará posse no próximo mês, onde a representação dos trabalhadores é menor, o momento é de acirrar o enfrentamento contra o PL 4.330 e a mobilização dos movimentos sociais e sindical é de fundamental importância para o êxito dessa luta.

 

Adi dos Santos Lima | Presidente da CUT/SP