‘Nada justifica um golpe no Brasil’, afirma Maria Rita Kehl

“Nada justifica um golpe no Brasil, nem de direita e nem de esquerda, mas a possibilidade de isso ocorrer assanha setores conservadores, até então desconhecidos, e que hoje se sentem à vontade para pedir a volta dos militares. Com isso, demonstram, inclusive, desconhecimento sobre a ditadura militar e os casos de corrupção que assolaram os governo nos anos de chumbo.” A opinião é da psicanalista, especialista em Psicologia pela PUC-SP, ensaísta e jornalista, Maria Rita Khel, indicada, em 2010, pela presidenta Dilma Rousseff para integrar a Comissão Nacional da Verdade, que investigou os crimes durante o período da ditadura.

Nesta semana ela recebeu a reportagem do Portal da CUTem seu consultório, no bairro de Perdizes, em São Paulo, e demonstrou preocupação com o cenário político. “Esse é o pior momento que vivemos, com esse atual presidente da Câmara dos Deputados.”

A autora do livro “Ressentimento” (editora Casa do Psicólogo), que aborda quatro pontos de vista diferentes – na clínica psicanalítica, na produção literária, nos movimentos sociais e na filosofia, analisa o avanço do ódio e do conservadorismo no país. Veja a entrevista a seguir:

Como você avalia esse momento da conjuntura política em que setores conservadores de direita avançam e pedem o impeachment da presidenta Dilma?

Eu tenho tanto medo dessa onda conservadora que está na sociedade que não consigo dizer se vai ou não ter impeachment, porque o medo me impede de enxergar claramente a conjuntura. O fato do Eduardo Cunha estar na operação Lava Jato, quer dizer, isso que é triste, porque não podemos contar com a sociedade para defender o governo. Quem está mobilizado nesse momento é a direita pelas redes sociais e pelo descontentamento que já vinha desde o governo Lula, mas que estava em minoria por não querer o governo do PT, além de estarem mobilizados pela crise econômica. Isso, não é absurdo que, quando os governos de esquerda, mesmo que sejam moderados, estão no poder, quem está insatisfeito é a direita, então é ela quem vai pra rua. Só que esse governo de esquerda não criou base de esquerda, pois fez tanta concessão com a direita que ficou atordoado.

Outra coisa que também criticamos [do Lula] foi a coalizão com o PMBD, embora o PMDB no período militar tenha sido um partido valoroso – porque o MDB foi um partido que teve elementos valorosos de oposição e, quando virou o PMDB, principalmente depois das alianças com os governos petistas, vira um partido ônibus: entra quem quer. Esse é o pior momento com o atual presidente da Câmara, Eduardo Cunha. O PMDB quer estar perto do poder, seja ele qual for. Se naquele momento o Executivo tivesse colocado limite nas reivindicações, o PMDB não iria deixar de apoiar e nem virar oposição. Tanto que ele só vira oposição hoje porque o governo está desprestigiado por conta de uma crise econômica. Quer dizer, é um partido sem moral, sem fibra. É fácil virar oposição e ficar chantageando a presidenta, no entanto, quando Lula estava forte, era a hora de ter barrado e não barrou.

Mesmo não havendo fundamentação jurídica para o afastamento da presidenta Dilma alguns especialistas afirmam que pode acontecer. Podemos falar em golpe?

Se não há fundamentação, quer dizer que vai existir? Não tem elementos. Vai trazer o exército? Eu não sei se a imprensa espelha algo que está acontecendo no país. Acho a democracia um valor inestimável, temos que preservá-la, defendê-la sempre de qualquer maneira. Nada justifica um golpe, nem de direita e nem de esquerda, um golpe que suprime a democracia, que suprime a liberdade. Há uma retomada do conservadorismo, inclusive uma direita pra lá de conservadora que pede a volta dos militares. Isso é de uma ignorância, é como se os militares viessem colocar a ordem na casa. A corrupção endêmica começa na ditadura porque não havia notícia, nem imprensa livre e nas estatais permitia-se que se metesse a mão. A sociedade brasileira nunca conseguiu erradicar a corrupção, inclusive a corrupção nas grandes estatais começa ali. Mas no ponto que nos dói mais, há uma responsabilidade do PT, nessa despolitização da sociedade brasileira.

E como você avalia o comportamento da mídia nesse processo?

A mídia é conservadora, no entanto, a imprensa, as televisões, o patrão deles não é só o dono da empresa, o patrão deles são os leitores e os telespectadores. Se a imprensa fica mais conservadora é porque esses leitores estão mais conservadores, uma coisa alimenta a outra. A Folha de S. Paulo no final dos anos 1970 virou uma imprensa progressista quando a grande parte da sociedade brasileira estava contra a ditadura. Na ditadura, a Comissão Nacional da Verdade não conseguiu comprovar isso e não lembro se está anexo dos relatórios; dizia-se que Octávio Frias [morto em 2007] emprestava os carros pra levar presos ou cadáveres. Então, não é que eles eram contra a ditadura por princípios, mas quando foi crescendo a onda de insatisfação no país pelos militares, a imprensa se coloca contra. Não dá para saber quem vem primeiro, se é o ovo ou a galinha.

Há uma torcida [por parte da mídia] contra o atual governo?

É claro que tem uma torcida contra o governo do PT. Eu não acho que a imprensa seja golpista, ela é de direita, conservadora. Naquela outra passeata da direita [15 de março deste ano] a estimativa da Globo era de 1 milhão de pessoas e a PM, que é PM, falou em duzentas mil e olhe lá . Nós [esquerda] temos que fazer crescer o Brasil de Fato, o Portal da CUT, a TVT e a imprensa de esquerda.

A Câmara dos Deputados, sob comando de Eduardo Cunha, tem colocado pautas que vão contra os direitos dos trabalhadores e contra os direitos humanos, como é o caso da terceirização, do financiamento empresarial de campanha, da maioridade penal e da PEC 451, que viola o direito à saúde, entre outras. Qual sua avaliação sobre isso?

O que eu posso dizer desse Congresso? No caso das igrejas evangélicas não sei analisar o crescimento delas, eu respeito as religiões que vieram do protestantismo de Lutero, mas é claro que essa bancada é uma bancada mais conservadora. Avaliar o Congresso nesse momento é me pedir pra dizer um monte de palavrão porque é uma decepção gigantesca, porém a sociedade votou nesses representantes. Eduardo Cunha é uma pessoa que não se detém diante do apelo ao bom senso, da moralidade. Ele tem um projeto pessoal, manipula fortemente, não sei em que base ele manipula, me parece que tem uma prática mafiosa, isso é o que os jornais dizem.

Podemos falar que o Brasil está passando por uma crise institucional, uma falência na representatividade dos partidos políticos?

Eu gostaria de poder dizer que há uma falência, e que os partidos não representam a sociedade brasileira, mas eu posso está errada porque os partidos talvez representem a sociedade brasileira. Talvez a sociedade brasileira esteja num retrocesso conservador, já que ela tem uma tendência conservadora. O Brasil foi o último país livre dos países do ocidente a abolir a escravidão. Foi uma elite que deitou na sopa porque os outros países já tinham abolido, e que só deixou de ser porque se tornou economicamente inviável por uma elite cafeeira e canavieira.

Nas duas ditaduras que tivemos aqui, a oposição foi fraca. Se considerarmos a oposição à ditadura Argentina, Chilena e Uruguaia, não é que lá houve muito mortos e muitos mais presos, porque as ditaduras eram brutais – aqui houve menos porque teve menos oposição. A questão é que a passeata dos cem mil em apoio ao Jango foi superada pela Marcha da Família com Deus pela Liberdade. A sociedade do Brasil na sua formação socioeconômica é conservadora. Muitas mudanças progressistas foram efeitos de arranjos da elite, porque não valiam mais à pena como é o caso da escravidão e da República. E, mesmo assim, no caso da República o primeiro grande ato qual foi? Reprimir Canudos de uma maneira horrorosa e violentíssima. Então, tem um conservadorismo aqui, principalmente com os pobres, com os quilombolas, camponeses.

Sindicato participa de ato em apoio ao Lula

Mais de mil pessoas participaram hoje (7) de um ato em apoio ao ex-presidente Lula. Militantes da CUT, sindicatos e movimentos sociais se reuniram em frente ao Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, São Paulo, para demonstrar apoio e pedir que investiguem o atentado a bomba que o prédio sofreu no último dia 30 de julho. 

Os manifestantes fizeram um abraço simbólico ao prédio e pediram menos ódio e mais tolerância. Lula, que chegava ao Instituto, também participou do ato, cumprimentando os participantes e recebeu homenagens.

 

TVT amplia sua programação

Desde segunda-feira (4) a TVT apresenta novidades em sua programação.A nova grade estreia para comemorar 5 anos do canal dos trabalhadores. 

 
A emissora, que mostra a visão dos trabalhadores em seus programas, aumentou para 45 minutos o diário Seu Jornal, com as notícias do dia.
 
A TVT também lançou três novos programas: Vídeo Popular – 30 anos depois, com um panorama dos movimentos sociais nos últimos 30 anos; Art é Arte, sobre movimentos artísticos da periferia; ePanorama, com grandes reportagens que vão ampliar temas do dia a dia.

Resultado da Petrobras no primeiro semestre é superior ao da BP, Chevron e Exxon

Apesar do lucro líquido da Petrobras no primeiro semestre ter sido 43% inferior ao do mesmo período de 2014, totalizando R$ 5,9 bilhões, segundo dados divulgados ontem (6), na comparação com outras grandes petrolíferas a estatal brasileira ficou à frente da britânica BP, cujo lucro despencou em 144%, e das norte-americanas Chevron e Exxon Mobil, que apresentaram redução de 69% e 49%, respectivamente.

O lucro operacional foi de R$ 22,8 bilhões, 39% superior ao do 1º semestre do ano passado. O crescimento é explicado pelo maior lucro bruto, devido à maior produção e exportação de petróleo, melhores margens de comercialização de derivados, bem como menores gastos com participações governamentais e importações.

Mesmo com a crise no setor, por conta da queda acentuada dos preços do barril de petróleo e, no caso da Petrobras, agravado pela variação do real frente ao dólar, a estatal brasileira conseguiu elevar sua produção de petróleo e gás natural em 9%, chegando à marca de 2,784 milhões de barris por dia. Somente no pré-sal, a produção atingiu, em junho, o recorde de 747 mil barris por dia.

Para a Federação Única dos Petroleiros (FUP), tais resultados “reforçam a importância de se preservar a companhia como uma empresa integrada de energia.” Ao atuar em diferentes segmentos do setor energético, a empresa consegue ver reduzido o impacto da crise do setor de petróleo e gás.

Além de ter elevado a produção de petróleo e gás, a estatal manteve sua produção de derivados em cerca de 2 milhões de barris por dia, aumentou a geração de energia elétrica em 15% e continua sendo a líder do mercado nacional de distribuição de derivados, através da BR.

“A integração, portanto, é um grande trunfo não só para a empresa, mas, principalmente, para o povo brasileiro, cujas conquistas sociais estão diretamente relacionadas aos investimentos e empregos impulsionados pela estatal nos últimos anos”, diz a FUP, em nota, que defende também a manutenção da estatal como operadora única do pré-sal e o fim da venda de ativos da empresa.

Os investimentos totalizaram R$ 36,2 bilhões, 13% abaixo do 1º semestre de 2014. O segmento de exploração e produção no Brasil concentrou 78% dos recursos. Em dólares, os investimentos atingiram US$ 12 bilhões, 33% abaixo do mesmo semestre do ano passado (US$ 18,1 bilhões).

A Petrobras recebeu também R$ 157 milhões referentes a valores repatriados na Operação Lava Jato.

O Sindicato quer saber

Com data-base em 1º de novembro, a Campanha Salarial dos Químicos já começou. Os sindicatos filiados à Fetquim estão se reunindo para traçar estratégias e definir as reivindicações. Nosso Sindicato faz parte dessas discussões e quer saber quais as prioridades da categoria para definir a pauta de reivindicações.  

Para dar sua opinião responda a pesquisa neste link. https://quimicosp.org.br/conteudo/qual-a-conquista-mais-importante-para-voce/

 

Polícia investiga ataque ao Instituto Lula

O Instituto Lula informou, em nota divulgada em seu site na internet, ter sido “alvo de um ataque político com artefato explosivo” por volta das 22 horas de ontem (30). A Polícia Civil foi ao local.

“O objeto foi arremessado contra o prédio do Instituto de dentro de um carro. Felizmente, não houve feridos”, diz a nota.

Além das polícias Civil e Militar, o instituto informou ter comunicado o ataque ao secretário da Segurança Pública do estado de São Paulo, Alexandre de Moraes, e ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que afirmou que “espera que os responsáveis sejam identificados e punidos”.

O Instituto Lula se localiza no bairro do Ipiranga (zona sul da cidade). Seu presidente é Paulo Okamotto, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o presidente de honra.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse na tarde de hoje (31) que acionou a Policia Federal (PF) para participar das investigações do atentado. Ele afirmou que podem ser necessárias medidas de proteção ao instituto, devido à conotação política do caso.

De acordo com o portal GGN, dois carros participaram do atentado e as imagens foram registradas pela webcam da porta do instituto. O primeiro passa lentamente e atira a bomba, que continha inúmeros parafusos, informa a publicação.

O artefato tinha o potencial de matar uma pessoa. Ainda segundo o GGN, em seguida um outro automóvel passa pelo local, lentamente, como se estivesse analisando os estragos.

O Instituto Lula deverá divulgar as imagens para ajudar na identificação dos autores.

(Com informações da Agência Brasil)

Governo Alckmin rescinde contrato de construção da Linha 4-Amarela

O governo de São Paulo rescindiu hoje (30) o contrato com o consórcio Isolux Córsan-Corviam, para construção das estações restantes da Linha 4-Amarela do Metrô – Vila Sônia, São Paulo-Morumbi, Higienópolis-Mackenzie e Oscar Freire. O consórcio foi notificado ontem (29), e a multa pode chegar a R$ 23 milhões. Segundo o governo, a medida foi tomada devido ao descumprimento dos prazos para entrega das estações, abandono de obras, violações de cláusulas contratuais e falta de pagamento das empresas subcontratadas.

O valor total dos contratos, que correspondem a dois lotes de obras, era de R$ 559 milhões. Essa fase das obras foi iniciada em 2012 e as estações estavam previstas para ser entregues – após vários adiamentos – em 2016 (Higienópolis-Mackenzie e Oscar Freire), 2017 (São Paulo-Morumbi) e 2018 (Vila Sônia). A previsão agora é que as duas previstas para 2016 só sejam entregues em 2017. A primeira previsão de entrega de toda a linha era 2010.

Em março deste ano, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) já havia ameaçado romper o contrato e abrir uma nova licitação, mas não o fez. Agora, o governo informou que lançará um novo edital de licitação nos próximos dias. O consórcio Isolux Córsan-Corviam, no entanto, continua alegando que o Metrô não entregou projetos executivos que seriam indispensáveis para a continuidade das obras.

A linha 4-Amarela começou a ser construída em setembro de 2004 e é a única operada por uma empresa privada. Além dos atrasos, houve um acidente em 2007, quando uma cratera se abriu nas obras da estação Pinheiros, matando sete pessoas. Até hoje ninguém foi responsabilizado pelo acidente.

Marcha das Margaridas vai levar 100 mil mulheres a Brasília

Mais de 100 mil mulheres devem ocupar Brasília nos próximos dias 11 e 12 de agosto para  participar da 5º edição da Marcha das Margaridas, grande referência na luta por direitos das mulheres do campo e da cidade, e que acontece a cada três anos.

A Marcha é uma ação coordenada pela CONTAG em parceria com a CUT, outras centrais e vários movimentos sociais. O nome Margaridas é em homenagem à Margarida Maria Alves,  pioneira  nas lutas por direitos dos trabalhadores rurias, e  brutalmente assassinada em Agosto de 1983.

Dieese avalia Dialoga Brasil como avanço

 

O site Dialoga Brasil, lançado no último dia 28, pela presidenta Dilma Rousseff, foi avaliado pelo diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, como “um passo muito grande do país na transparência e participação”. A avaliação foi feita em sua coluna semanal na Rádio Brasil Atual. 

O espaço de participação on line já está em funcionamento e inicialmente abre consulta a respeito de temas na área da saúde, educação, segurança pública e combate à pobreza. “Os programas estão abertos para qualquer cidadão apresentar sua visão”, diz.

A respeito da eficácia do debate no ambiente da internet, o diretor comentou: “Este processo será permanentemente acompanhado. Estamos atuando em uma forma para que a sociedade possa monitorar e acompanhar o programa”.

 

Alckmin acumula déficit de R$ 1,7 bilhão em 2015

 Desde que assumiu o governo paulista, em 2011, o governador  Geraldo Alckmin (PSDB) não consegue tirar o estado do vermelho. O déficit do orçamento neste ano é ainda pior do que os anos anteriores.  A previsão, publicada ontem (29) no Diário Oficial, é de um  déficit nas contas  de R$ 1,7 bilhão.

É o quinto ano seguido que o governo Alckmin gasta mais do que arrecada. Em 2014, os gastos superaram as receitas em R$ 355 milhões. O valor foi menor do que nos anos anteriores: R$ 994 milhões, em 2013; R$ 982 milhões em 2012 e R$ 1 bilhão em 2011.

A situação impactou severamente no caixa do governo Alckmin. E o Tesouro Estadual caiu de R$ 7,9 bilhões, em 2012, para R$ 1,8 bilhão em 2014, devido ao uso desse dinheiro para compensar o déficit.

Pedalada fiscal

Para arrecadar mais dinheiro e reduzir o déficit  o governo vai dar um calote na  Nota Fiscal Paulista Os pagamentos que seriam realizados em outubro deste ano foram adiados para abril de 2016. E o total dos créditos caiu de até 30% do valor do ICMS tributado, para até 20%. A ação pode ser classificada como “pedalada fiscal”, já que vai garantir um caixa maior do que o governo Alckmin realmente teria se efetuasse o pagamento na data correta.

Porém, para o conselheiro, a arrecadação vai ser afetada pelas mudanças na Nota Fiscal Paulista. “As pessoas podem pensar: já que o governo mudou uma vez, pode mudar de novo. E vão deixar de se preocupar em pedir a nota fiscal”, observou. A arrecadação de ICMS corresponde a 86% da verba que o governo paulista tem para compor o orçamento anual, realizando obras, pagando salários e mantendo em funcionamento os serviços de saúde, transporte, educação e outros.