Ato em frente ao Instituto Lula reafirma a luta pela democracia

Milhares de trabalhadores participaram de um ato organizado pela CUT em frente ao Instituto Lula, em São Paulo, no domingo (16), em defesa da democracia e do governo de Dilma Rousseff, legitimamente eleito pelo povo. A data foi a mesma escolhida pela direita, que organizou sua manifestação, pela segunda vez, na Avenida Paulista, com bem menos participantes do que em março.

Desde o dia 15 de março, quando os setores conservadores da sociedade se organizaram pela primeira vez contra o governo, o cenário vem mudando gradativamente.

O discurso da direita golpista que não aceita o resultado oficial das eleições e que tomou conta das redes sociais destilando ódio contra o PT e a presidenta vem, aos poucos, se dissipando. “Queremos garantir a democracia no nosso País. Está na hora de acabar com esse terceiro turno. Vamos virar essa página. As eleições são em 2018, vamos esperar as eleições e cada um vota em quem quiser”, disse o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas.

O secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eduardo Suplicy, também defendeu o direito à liberdade de manifestação, desde que pacífica. Suplicy elogiou Dilma, sua retidão e transparência. “Tenho certeza de que ela e sua equipe vão trabalhar para acertar e melhorar a vida da população brasileira”, disse.

O Sindicato dos Químicos de São Paulo participou do ato em defesa da democracia e da presidenta levando mais de 500 trabalhadores. “Podemos até discordar num ou noutro ponto, mas a desestabilidade política não é boa para ninguém. Queremos ver o voto da maioria respeitado”, explicou Hélio Rodrigues, diretor do Sindicato.

O ato também foi um desagravo ao atentado contra o Instituto Lula ocorrido em 30 de julho, quando uma bomba de fabricação caseira foi jogada em direção ao local. No último período, vários diretórios do PT também sofreram atentados.

Governo Dilma vai focar em agenda positiva

A presidenta Dilma Rousseff se reuniu ontem (17) com 12 ministros para avaliar as manifestações ocorridas no domingo (16). De acordo com o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, as mobilizações foram vistas como “um fato natural dentro da normalidade da democracia”.

O  ministro informou que a presidenta Dilma está trabalhando para superar as dificuldades que levaram os insatisfeitos às ruas. “O governo acredita que as medidas econômicas que, em grande parte já foram tomadas, criam condições para que Brasil retome, num curto espaço de tempo, o crescimento”, disse Edinho.

Apesar de reconhecer a legitimidade das manifestações, o ministro disse que o Brasil vive um momento de intolerância, que não condiz com a tradição de respeito à liberdade de pensamento no país. Para o governo, os protestos de domingo tiveram um recuo na quantidade de participantes em relação à primeira manifestação – em março deste ano – mas, conforme o ministro, o número ou o perfil socioeconômico dos manifestantes que foram às ruas não afetam a legitimidade da mobilização.

 

*Com informações da Rede Brasil Atual 

Cecut acontece na próxima semana

O Cecut (Congresso Estadual da CUT/SP) acontece na próxima semana, de  25 a 28 de agosto, em Águas de Lindóia, São Paulo. O tema deste ano  será “Por um Projeto Popular para Mudar São Paulo” e deve  reunir mais de 700 delegados e delegadas. Durante o encontro também será eleita a nova direção que ficará à frente da entidade no próximo período. 

Diretório do PT é atacado novamente

O diretório municipal do PT-SP foi invadido na madrugada de segunda-feira (17). Este é o quarto episódio de ataque contra o partido em 2015. No dia 15 de março, o diretório regional do partido em Jundiaí (interior de São Paulo) foi objeto de um ataque. Em 26 de março, uma bomba foi lançada contra o prédio do diretório zonal do partido no centro de São Paulo.

No dia 30 de julho, foi a vez de o Instituto Lula ser atacado por uma bomba de fabricação caseira. Em nota oficial o  PT pede investigação dos fatos e punição aos culpados. 

Movimentos e sindicatos querem ‘saída pela esquerda’ para crise política e econômica

Movimentos sociais e centrais sindicais esperam levar milhares de pessoas às ruas em todo o país nesta quinta-feira (20) com a proposta de construção de uma agenda popular em contraposição à Agenda Brasil e ao ajuste fiscal. As organizações defendem que os trabalhadores não podem pagar pela crise e cobram reformas estruturais. As informações foram dadas em entrevista coletiva realizada na tarde de hoje (17), em São Paulo.

Os manifestantes irão às ruas também com a frase “Fora Cunha” na ponta da língua. Eles querem a queda do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), suspeito de receber US$ 10 milhões em propina, de acordo com delação obtida pela Operação Lava Jato. Apontam o peemedebista como o principal articulador da ofensiva contra direitos sociais no Congresso.

O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Guilherme Boulos, disse que o ato será em defesa dos trabalhadores e de cobrança ao governo da presidenta Dilma Rousseff. “É um enfrentamento ao ajuste fiscal e à política econômica conduzida pelo governo federal e os governos estaduais. E cobrando uma saída pela esquerda, uma saída popular para a crise. As propostas da Agenda Brasil trazem uma série de retrocessos aos interesses dos trabalhadores. E por isso precisam ser combatidas nas ruas”, afirmou.

A Agenda Brasil foi apresentada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a ministros do governo Dilma como uma forma de retomar o crescimento e realizar reformas. Entre outras coisas propõe mudança no tempo para aposentadoria, aprovação do Projeto de Lei 4.330, de 2004, que regulamenta e amplia a terceirização nas empresas, flexibiliza as regras para concessão de licença ambiental, abre caminho para novas privatizações e ataca as terras indígenas.

“É um pacto entre os de cima. Não é um pacto com o povo brasileiro. O tom da agenda é de retrocessos para a maioria da população. E nós enfrentaremos isso”, afirmou Boulos. Os movimentos avaliam que esta agenda foi organizada pelo lobby de banqueiros, ruralistas e empresários que se articula no Congresso. A agenda que os movimentos levarão às ruas no dia 20 propõe reforma tributária, taxação das grandes fortunas, auditoria da dívida pública e taxação dos lucros e dividendos. “É ajuste para o outro lado”, afirmou.

O presidente da CUT São Paulo, Adi dos Santos Lima, destacou que a mobilização de quinta-feira faz parte de um longo processo que vem se construindo desde 13 de março, quando os movimentos e as centrais fizeram o primeiro ato unificado na Avenida Paulista, e que vai prosseguir até barrar as propostas que atacam os trabalhadores. “Não temos espaço para fazer pacto com o governo sobre a Agenda Brasil. Nosso pacto é com os trabalhadores”, afirmou.

No caso do ajuste, o governo federal pretende cortar seus gastos em R$ 63 bilhões. Os movimentos reclamam que este corte atinge em cheio programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida – que neste ano só terá contratação de obras do modelo Entidades, que contém menos de 2% do orçamento total do programa – e outros setores, como a educação, setor que amargou congelamento de R$ 10 bilhões de recursos. “Em vez de atacar direitos trabalhistas e cortar investimentos sociais o governo devia ajustar as contas em cima dos mais ricos”, defendeu Adi.

Para os movimentos, o presidente da Câmara é hoje o principal representante dessa ofensiva que ataca direitos trabalhistas e sociais. “Ele transformou a Câmara em uma casa da intolerância e da retirada de direitos. Esta também é uma mobilização para enfrentar essa direita conservadora que semeia intolerância e preconceito e está representada por Eduardo Cunha no Congresso Nacional”, disse Boulos.

Os movimentos ressaltaram ainda que a mobilização do dia 20 é totalmente diferente da realizada ontem (16), em várias capitais, que pediu o impeachment da presidenta Dilma. “O debate não é se o impeachment é ou não golpe. Nós derrubamos um presidente (Fernando Collor de Mello, em 1992). Mas a lei é clara: Deve haver crime de responsabilidade. E não há indícios ou provas disso atualmente”, afirmou.

Para a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, o enfrentamento à corrupção no sistema político será mais efetivo com a reforma política defendida pelos movimentos sociais, com o fim do financiamento privado de campanhas eleitorais. E também com a adoção de outras medidas como a democratização dos meios de comunicação, a partir da regulamentação da Constituição Federal.

“Somos contra o impeachment. Mas a passeata do dia 20 não vai diferir especificamente por esse motivo, mas sim do ponto de vista das ideias. A de ontem levou às ruas pautas conservadoras, exaltava o Cunha. Nós levamos as ideias dos movimentos e defendemos os investimentos sociais. Não nos unimos nem nas pautas, nem nos objetivos”, disse Carina.

O secretário-geral da Intersindical, Edson Carneiro,  o Índio, afirmou que a mobilização de domingo faz parte de uma grande articulação que visa a enfraquecer a presidenta com objetivo de fazer uma repactuação do modelo econômico, com prejuízo para os trabalhadores. “Está em curso uma ofensiva da direita que apresenta saídas que pioram ainda mais as condições de vida no nosso país. Há uma movimentação que tenta derrubar a presidenta Dilma, mas concomitante há uma tentativa de restabelecer o modelo de produção em condições ainda piores para o povo.”

Atos em todo o país

Em São Paulo, os manifestantes vão se concentrar no Largo da Batata, em Pinheiros, zona oeste, a partir das 17h. De lá vão em marcha até o Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, região central da cidade. São esperadas 50 mil pessoas na marcha que envolverá 30 entidades e também partidos políticos. “Não vamos discriminar ninguém. Todos serão bem-vindos se tiverem concordância com a agenda proposta pelos movimentos e centrais”, afirmou Adi.

Haverá atos no Rio de Janeiro (Cinelândia, 17h), em Fortaleza (Praça da Bandeira, 14h), Curitiba (Praça Santos Andrade, 11h), Brasília (Praça Zumbi dos Palmares, 17h), Goiânia (Praça do Trabalhador, 17h), Campina Grande (no Parque Solón de Lucena, 15h), Aracaju (Praça General Valadão, 14h), Salvador (Shopping Iguatemi, 9h) e Campo Grande (calçadão da Rua Barão do Rio Branco, 16h).

Sindicato assina manifesto em favor do governo Dilma

O Sindicato dos Químicos, em parceria a outras entidades e centrais sindicais, assinou um manifesto em defesa da presidenta Dilma Rousseff. O texto foi publicado na última sexta-feira (14) nos principais jornais do País.

O manifesto ao mesmo tempo que defende a presidenta em relação aos golpes que ela vem sofrendo, pede mudanças na política econômica, para um crescimento mais sustentável e que que não penalize os trabalhadores.                     

Abaixo a íntegra do manifesto:

Chamado ao diálogo pela democracia, por crescimento econômico, inclusão social e desenvolvimento nacional

O Brasil já deu mostras de que é um país capaz de promover equidade, bem-estar social e qualidade de vida para todos. Por isto, precisamos retomar rapidamente o investimento e a atividade produtiva para aumentar as oportunidades, o emprego, melhorar a distribuição da renda e as políticas sociais.

Tais desafios exigem, das forças vivas da sociedade brasileira, um claro posicionamento em defesa da democracia, do calendário eleitoral, do pleno funcionamento dos Poderes da República, da estabilidade institucional e dos fundamentos constitucionais como condição para a rápida e sustentada transição para o crescimento econômico. Mais do que isto, é necessário desmontar o cenário político em que prevalecem os intentos desestabilizadores, que têm sido utilizados como o condão para a aplicação de uma política econômica recessiva e orientada ao retrocesso político-institucional.

Assim sendo, reafirmamos que qualquer projeto de desenvolvimento nacional deve ser cimentado pelo fortalecimento das instituições e da democracia, sem descuidar do combate à corrupção, e tem que guiar-se pela superação das graves desigualdades econômicas, sociais e regionais, promovendo”:

Combate à inflação; Juros baixos; Aumento do investimento público e privado em infraestrutura econômica e social; Defesa do emprego e do poder de compra dos trabalhadores; Política cambial que incentive a atividade produtiva, especialmente a industrial; Investimentos na qualidade da educação; Ciência, tecnologia e inovação para agregar valor à produção de bens e serviços; Fortalecimento das micro, pequenas e médias empresas; Consolidação do mercado interno de consumo de massa; Fortalecimento e estímulo da participação competitiva do Brasil; Modernização das instituições, das leis e do Estado.

O momento exige diálogo, compromisso com o País, com a democracia e com a necessária afirmação de um projeto de desenvolvimento nacional ancorado na produção, em uma indústria forte, um setor de serviços dinâmico, um comércio vigoroso, uma agricultura pujante e em um Estado indutor e coordenador das estratégias de crescimento econômico e de desenvolvimento social.

Por isto, os Sindicatos abaixo assinados declaram-se dispostos, e conclamam os demais segmentos da sociedade civil organizada, a restabelecer as pontes para o necessário diálogo visando a construção de compromissos e acordos para fortalecer a democracia, o crescimento econômico e o desenvolvimento nacional’.

São Paulo, 14 de agosto de 2015.

Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes – Miguel Eduardo Torres, presidente

Sindicato dos Metalúrgicos do ABC – Rafael Marques, presidente

Sindicato dos Comerciários de São Paulo – Ricardo Patah, presidente

Sindicato dos Empregados em Hotéis de São Paulo – Francisco Calazans Lacerda, presidente

Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de São Paulo – Rene Vicente dos Santos, presidente

Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação de São Paulo – Antonio Neto, presidente

Sindicato dos Bancários de São Paulo – Juvandia Moreira Leite, presidenta

Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo – Antonio de Sousa Ramalho, presidente

Federação dos Empregados do Comércio do Estado de São Paulo – Luiz Carlos Motta, presidente

Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo – Osvaldo da Silva Bezerra, coordenador-geral

Sindicato dos Telefônicos de São Paulo – Almir Munhoz, presidente

Sindicato dos Empregados em Edifícios de São Paulo – Paulo Ferrari, presidente

Ato no Instituto Lula vai da ‘recuperação do debate’ à retomada das ruas

Questão recorrente na cobertura jornalística de eventos, a quantidade de pessoas diante do Instituto Lula, durante toda a tarde de hoje (16), foi uma pergunta várias vezes repetida aos organizadores, que durante a manifestação chegaram a falar em 5 mil presentes. Mas o fator numérico, ali ou na Avenida Paulista, era uma questão menor, nas palavras da cartunista Laerte Coutinho, que viu no ato no Ipiranga uma reação da sociedade. “O que está acontecendo é a recuperação do espaço de debate, da nobreza da política”, comentou, em uma das várias mesas organizadas no local, que sediou a terceira edição da Jornada pela Democracia. O ato terminou exatamente às 18h, com uma versão moda de viola do Hino Nacional.

Durante aproximadamente cinco horas, a discussão foi da postura tida como “golpista” de parte da oposição até à necessidade de mudanças nas diretrizes econômicas do governo Dilma, que também precisaria retomar e fortalecer suas pontes com os movimentos sociais. Estes defendem a manutenção do mandato da presidenta, mas cobram uma política que preserve e amplie direitos sociais, na contramão do atual ajuste.

“Nós temos de estar vigilantes. A tentativa de golpe não está desarmada”, diz o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), agora vice-líder do governo na Câmara. Ao mesmo tempo, acrescenta, “o nosso governo tem de ir ao encontro do povo”, sem aceitar agendas que retirem direitos trabalhistas. “Nosso governo tem de estar muito atento para reorganizar a sua base”, afirma Teixeira, que também chamou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) de “coordenadores do golpismo”.

À esquerda

Para o líder do movimento de moradia Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, da Central de Movimentos Populares (CMP), a eleição de Cunha, no início do ano, deixou o governo “meio fora de compasso” e na retaguarda. Ele avalia que a presidenta deve ter clareza de que só há uma forma de garantir avanços, “justamente com suas bases sociais”. Houve recuo, de fato, em relação a promessas da campanha eleitoral, mas as manifestações de rua poderão garantir acenos “mais à esquerda” por parte do governo. Assim, os movimentos podem ir à rua por democracia e pela Petrobras, mas também em defesa dos direitos dos trabalhadores.

“Nós não vamos sair da rua, que é nosso espaço de luta. Não é só “fica, Dilma”, não é só essa democracia burguesa, uma faca de dois gumes, mas uma democracia proletária, participativa. A hora de ir para a rua é agora. A democracia é branca e tem lado, está ao lado de quem paga”, criticou Gegê, que acredita em crescimento das ações conservadores. “A burguesia não aguenta mais uma nova eleição da esquerda.”

Reformas estruturais ficaram por ser feitas, avalia o coordenador estadual da CMP, Raimundo Bonfim. “Essa é uma crítica que os movimentos sociais fazem aos governos Lula e Dilma.” Mas os movimentos também se posicionam contra as tentativas de derrubar o atual governo. E querem que Dilma implemente o programa que apoiaram na campanha eleitoral. Ele também faz restrições à “agenda Brasil” proposta pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vendo aproximação com a pauta tucana.

“A gente quer fazer o debate de qual projeto político queremos”, afirma Raimundo. Ele lembrou que na próxima quinta-feira (20) haverá novas manifestações pelo país em defesa da democracia, mas também contra o ajuste fiscal e por reformas.

“Não vamos abrir mão de avanços nas reformas estruturais que ainda não foram feitas neste país”, diz o secretário municipal de Desenvolvimento, Trabalhista e Empreendedorismo da prefeitura de São Paulo, Artur Henrique, ex-presidente da CUT. O também secretário municipal Eduardo Suplicy (Direitos Humanos e Cidadania) considerou o ato de hoje uma expressão de “apreço às instituições democráticas”, mas também defendeu o direito à liberdade de manifestação, em referência a eventos contra o governo, “desde que o façam de maneira pacífica”.

Suplicy elogiou a presidenta Dilma e seu “amor à retidão e à transparência”, acrescentando ter certeza de que ela e sua equipe vão acertar e atingir metas de erradicação da pobreza, além de criar um ambiente propício “à melhoria de vida da população brasileira”.

O evento foi organizado diante do Instituto Lula, no Ipiranga, na zona sul da capital paulista, também como desagravo ao atentado ocorrido em 30 de julho, quando uma bomba de fabricação caseira foi arremessada em direção ao local, no que a entidade considerou um atentado político. O mesmo local recebeu um “abraço” simbólico no dia 7, com a presença do ex-presidente, que desta vez não participou. “A vinda do Lula transformaria isso em comício”, disse o diretor do instituto Celso Marcondes. A preocupação era garantir um espaço para debates.

Durante a tarde, várias mesas de discussão foram formadas em um palco montado diante do instituto, na esquina da avenida Nazareth com a rua Pouso Alegre, bem em frente ao Parque do Ipiranga. Professores, intelectuais, sindicalistas, ativistas se revezavam nas mesas. A frase “Não vai ter golpe” foi a mais repetida. Sem incidentes, o ato incluiu samba e churrasco.

Representantes de movimentos sociais comentaram também o encontro com Dilma na última quinta-feira (13), esperando que esse seja o início de uma nova etapa de diálogo e de correção de rota na política econômica. No início de setembro, será instalado um fórum do trabalho e da Previdência, com participação de trabalhadores e empresários. “Esperamos que o fórum funcione e que tenhamos avanço na pauta trabalhista”, comentou o presidente da CUT, Vagner Freitas. No campo político, ele reafirmou que a oposição precisa reconhecer o resultado das urnas e se preparar para a eleição de 2018. “O ‘terceiro turno’ paralisou o Brasil.”

Fetquim assina compra de nova sede de organização e luta

A Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico da CUT do Estado de São Paulo (Fetquim) terá uma nova sede, no bairro da Bela Vista, em São Paulo, a partir do primeiro trimestre de 2016. A assinatura de compra da nova sede foi realizada nesta sexta-feira, 14 de agosto, pelo coordenador político da entidade, Airton Cano, e o coordenador da Secretaria de Administração e Finanças, Nilson Mendes da Silva.

A sede atual da Fetquim funciona hoje na rua Xavier de Toledo, no Anhangabau, centro de São Paulo. “Vamos mudar porque precisamos ampliar o nosso espaço de organização e luta já que a entidade cresceu junto a sua representação no ramo químico e aos sindicatos filiados”, explica Airton Cano.

“Estamos no prenúncio do caos”, diz ambientalista sobre falta d’água em SP

O governo do estado de São Paulo diz estar agindo para evitar o racionamento de água, adotando medidas como a política de descontos, o uso do volume morto, redução da pressão e obras emergenciais, mas para especialistas em meio ambiente, o que o governo está fazendo são paliativos que não vão resolver definitivamente o problema.

“Estamos no prenúncio do caos se as medidas adequadas não forem tomadas”, diz Carlos Bocuhy, do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental, entrevistado na edição de ontem (13) do Seu Jornal, da TVT. Ele cobra de Alckmin planejamento e ações de médio e longo prazo, como o combate aos vazamentos, a recuperação da represa Billings, a despoluição dos rios Tietê e Pinheiros, a construção de novos reservatórios e a proteção dos mananciais.

Para ele, o governo paulista “toma decisões sem consultar nem academia – sem a visão científica – e sem debate amplo com a sociedade. Isso leva a decisões unilaterais, emergenciais, e nunca há um planejamento mais efetivo e eficiente rumo à sustentabilidade.”

Carlos concorda com o Tribunal de Contas do Estado (TCE) que nesta semana apontou a falta de planejamento como a principal causa da falta d’água. “É preciso responsabilizar o governo, principalmente com relação a atitude que o governo vem assumindo ao longo tempo, em que ele passa uma falsa segurança para a sociedade de que está tudo bem.”

Reservatórios

Após 19 dias sem chuva, o nível dos reservatórios que abastecem a região metropolitana da capital continua diminuindo. O mês de agosto normalmente é considerado o mais seco, e as chuvas só esperadas para a primeira quinzena de setembro.

Ontem (13) o sistema Cantareira registrou a 12ª queda consecutiva e opera com 17,4% da capacidade, incluindo os dois volumes mortos já utilizados. O reservatório atende cerca de 6,5 milhões de pessoas da capital e de outros municípios.

Para aliviar o Cantareira no abastecimento destas regiões, a Sabesp tem utilizado outros sistemas, como o Guarapiranga e o Alto Tietê. Com isso, os volumes destes vêm caindo ainda mais rápido.

No sistema Guarapiranga, entre os dias 5 e 13 de agosto, o volume passou de 75% para 72,5%, uma queda de 0,3% por dia. Sem chuvas, o reservatório não consegue recuperar nada do que forneceu.

Para o mesmo período, o nível do reservatório Alto Tietê caiu de 17,6% para 16,4%, com queda de 0,2% por dia.

Movimentos sociais cobram Dilma

Durante o encontro com os movimentos sociais, realizado ontem (13), a presidenta Dilma Rousseff afirmou que está tomando medidas para que o País volte ao caminho do crescimento e  que pretende resolver todos os  problemas até 31 de dezembro de 2018, quando deixa o governo. 

A presidenta também anunciou a criação, em setembro, do Fórum Nacional de Debates sobre Trabalho, Renda, Emprego e Previdência Social, que será mais um canal de diálogo do Executivo com os movimentos sociais. 

Os representantes dos movimentos sociais receberam a presidenta com palavras de ordem, como “não vai ter golpe”. Em seguida, líderes das entidades sociais apresentaram os assuntos de maior importância para cada segmento. Um item foi quase unânime: a retomada do projeto debatido durante a campanha eleitoral. “Foi aquela agenda que nós elegemos. Este ajuste fiscal, como está sendo posto, não condiz com o programa que elegemos “, disse Alexandre Conceição, um dos coordenadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Para ele, a reunião com a presidenta foi importante, porque os movimentos puderam passar recados tanto para o governo, como para a oposição que hoje tenta articular um golpe.

Vagner Freitas, presidente da CUT,  enfatizou a cobrança dos movimentos sociais para que o governo Dilma ouça mais a base social que a elegeu e retome a “agenda vencedora” em 2014. “É para nós que estamos aqui que a senhora tem de legislar”, alertou.