Autor: Soraia
Dados do Ministério do Trabalho apontam crescimento no mercado
População continua com protestos contra o fechamento de escolas
Comando Nacional dos Bancários orienta a aceitação de proposta salarial
Químicos aprovam reajuste de mais de 10%
Em Assembleia na última sexta-feira (23), os químicos aprovaram a proposta de reajuste de cerca de 10,07%, que é a estimativa do INPC. A negociação garante a reposição da inflação no período, que será oficialmente anunciada no dia 6 de novembro.
Além do reajuste, todas as cláusulas sociais foram renovadas por mais dois anos. No entanto, a PLR se mantém congelada. A categoria julgou que a proposta é boa, principalmente ao considerar o andamento de outras negociações que acontecem no segundo semestre.
Com data-base em 1º de novembro, o reajuste é válido para todas as faixas salariais da categoria até o teto de R$ 7.929,13.
Como ficam os salários (se a inflação se confirmar em 10%)
Reajuste de 10% para todas as faixas salariais até o teto de R$ 7.929,13.
Piso salarial para empresas com até 49 empregados: R$ 1.351
Piso salarial para empresas com mais de 49 empregados: R$ 1.385
PLR para empresas com até 49 empregados: R$ 930
PLR para empresas com mais de 49 empregados: R$ 1.030
Renovação de todas as cláusulas sociais por mais dois anos
Ato em defesa das escolas públicas
Taxa de desemprego permanece estável em setembro
Juros e salários no Brasil
A despesa governamental com o pagamento dos juros da dívida pública equivale a qualquer outro tipo de despesa do Estado. Mas no Brasil, o atendimento da dívida pública alcançou enorme centralidade, a tal ponto de utilizar como indicador da qualidade das finanças públicas o conceito fiscal de superávit ou déficit primário.
Ao isolar do conjunto das despesas governamentais para somente o pagamento incomprimível do custo da dívida pública, introduz-se a diferenciação entre juros e a demais despesas consideradas menos importantes. Por conta disso, a contabilidade das contas governamentais realça o fato de o Estado fazer ou não economia com as despesas para garantir recursos orçamentários ao pagamento dos juros aos rentistas do dinheiro público.
Em geral, a variável fundamental na determinação do comportamento das despesas financeiras é a taxa básica de juros estabelecida pelo Banco Central. Como a trajetória dos juros, por definir o preço do dinheiro, impacta o conjunto dos preços da economia e motiva o crescimento ou não das atividades produtivas, cabe relacionar o seu comportamento no tempo com a situação do salário médio real dos trabalhadores.
Assim, percebe-se, por exemplo, que entre 2003 e 2014, a taxa de juros básica do Banco Central (Selic) foi, em média, de 6,8% acima da inflação anual. Para o mesmo período de tempo, o crescimento real do salário médio do trabalhador nas seis principais regiões metropolitanas foi de 1,3% ao ano.
Em síntese, para cada 1 ponto percentual de aumento real na taxa básica de juros do Banco Central, o salário médio real do trabalhador cresceu 0,19 pontos percentuais ao ano.
O mais grave ainda ocorreu no governo FHC. Entre 1995 e 2002, por exemplo, a Selic foi, em média, de 15,1% acima da inflação anual.
No mesmo período de tempo, o decréscimo real do salário médio do trabalhador nas seis principais regiões metropolitanas foi de -1,1% ao ano. Noutras palavras, a cada 1 ponto percentual de aumento real na taxa básica de juros do Banco Central, o salário médio real do trabalhador diminuiu -0,07 pontos percentuais ao ano.
O diferencial de tratamento entre os preços do dinheiro e do trabalho no Brasil revela preferências governamentais distintas. Ao mesmo tempo indica o poder do rentismo, capaz de encapsular o Banco Central na defesa de taxa de juros reais sempre positivas.
Noutras economias, o poder do rentismo também segue expressivo, porém não comparável com o Brasil. Nas economias ricas, a taxa de juros tem se mantido próxima de zero, com resultado real negativo, mesmo que sejam países com endividamento público muito maior que o brasileiro.
Por conta disso, o gasto público com o serviço do endividamento público tem sido muito menor do que o verificado no país. Os defensores dos juros altos defendem insistentemente que o governo deve sempre cortar os demais gastos públicos, sobretudo aqueles de investimentos e sociais, para que assim seja possível economizar mais recursos orçamentários para dar solvência ao rentismo. Até quando?
*Marcio Pochmann é professor do Instituto de Economia da Unicamp (SP)
Bancários rejeitam proposta e lutam pela reposição integral da inflação
O Comando Nacional dos Bancários rejeitou a nova proposta de reajuste salarial de 8,75% oferecida ontem pela Federação Nacional dos Bancários (Fenaban). A categoria segue hoje em seu terceiro dia de negociação e reivindica um valor que cubra a inflação de 9,88%, além de reajustesno piso, PLR, vales e auxílios.
Taxa de juros em 14,25% alimenta a recessão no País
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) considera um erro a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano – a maior desde 2006. A história mostra que a alta taxa amplia a recessão econômica, aumenta o desemprego, torna a recuperação da atividade econômica mais distante e difícil e não é a solução para reduzir os índices inflacionários, como acreditam os analistas do Banco Central, que tomaram a decisão nesta quarta-feira, 21.
Os juros altos impedem o reequilíbrio das contas do governo, pois diminuem a receita de impostos e elevam os gastos com pagamentos de encargos da dívida pública, que esse ano pode alcançar mais de 9% do PIB, valor suficiente para manter o programa Bolsa Família por mais de uma década.
Para a CUT, a taxa de juros deve ser reduzida imediatamente para patamares próximos a média mundial.
A CUT defende mudanças urgentes na política econômica atual, que está aprofundando a crise via cortes de investimentos e direitos sociais para garantir o pagamento de juros ao setor financeiro.
A prioridade do governo tem de ser o crescimento econômico, a geração de emprego e renda e ampliação da inclusão social.
São Paulo, 21 de outubro de 2015.
Executiva Nacional da CUT