Crise hídrica não está resolvida e merece atenção do governo

O gerente técnico do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Carlos Thadeu de Oliveira, declarou que a crise hídrica é uma questão que ainda não foi superada. O Idec colabora com a Aliança Pela Água, um movimento que surgiu para esclarecer a população na questão da falta de água.

Por meio do aplicativo “Tá Faltando Água”, o coletivo recebeu 12.493 casos de falta de abastecimento no País. Desse total, mais de sete mil reclamações são da grande São Paulo. Segundo Carlos Thadeu, isso é reflexo do agravamento da crise hídrica nos últimos dois anos.

O gerente chamou atenção para a cobertura da mídia, que não foca mais tanto o assunto, como se tudo estivesse bem. Apesar do nível do sistema Cantareira estar subindo nos últimos dias, a situação ainda é preocupante. “Para que estivéssemos tranquilos, precisaríamos acabar o verão com o reservatório acima do volume morto. Sabemos que ele não deve ser usado”, disse.

Carlos afirmou que ainda não há previsão de sair do volume morto, mas destaca que o governo deveria investir em medidas para reduzir os vazamentos de água, sendo que cerca de 30% do recurso tratado é perdido dessa maneira em São Paulo. 

Sérgio Nobre: “Cunha só quis tirar o foco do problema dele”

O secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, afirmou na noite desta quarta-feira (2), após o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmar em entrevista coletiva que aceitou o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, que o deputado está em uma situação muito delicada, inviabilizado de continuar a liderar a Câmara. “Acho que esse é um movimento para tirar o foco do problema dele, que está sendo muito questionado, e está fazendo isso de maneira triste, sem pensar no país.”

Nobre afirmou que amanhã (3), a CUT, com as demais centrais sindicais do país, e com setores empresariais, vai fazer um ato para reforçar que o país não suporta mais a agenda da crise, e a agenda da Lava Jato interferindo na economia. “Nós precisamos discutir crescimento e geração de emprego. Não podemos perder as conquistas que tivemos nos últimos anos, como emprego, melhoria da saúde, educação. O mundo todo olha admirado para as conquistas que nós tivemos”, disse Nobre.

“Nós temos de virar a página e parar de discutir crise, impeachment e pensar em como crescer, como melhorar a renda, como incluir pessoas, essa é a agenda do país. Então, amanhã vamos dar esse recado, pois o Eduardo Cunha está na contramão da agenda do país. Essa decisão de colocar o tema do impeachment agora é para tirar o foco de cima de um problema que é dele. Ele está sendo cobrado por atitudes que cometeu, e desconsiderando as consequências para o país. É um tema inapropriado para o momento.”

O ato será realizado amanhã às 10h, dentro do encontro de centrais e entidades empresariais que farão pacto pelo desenvolvimento, às 10h, no Espaço Hakka, na Liberdade, centro da capital paulista.

Dilma: “Não tenho conta no exterior, não faço coação e não barganho votos”

A presidenta Dilma Rousseff afirmou há pouco em pronunciamento que recebeu com indignação a decisão do presidente da Câmara de encaminhar no Congresso processo de impeachment contra um mandato conferido democraticamente. A presidente disse que não existem “atos ilícitos” em sua gestão e que nenhuma acusação paira sobre ela. 

“São inconsistentes e improcedentes as razões que fundamentaram esse pedido. Não existe nenhum ato ilícito praticado por mim, não paira contra mim nenhuma suspeita e desvio de dinheiro público”, ressaltou. E rechaçou de maneira contundente qualquer possibilidade de “acordo” entre o Executivo e Cunha visando a livrá-lo do processo que pode determinar seu afastamento do cargo e cassação.

“Não existe ato ilícito. Não possuo conta no exterior, não tentei coagir instituições ou pessoas para safisfazer interesses pessoais. A imprensa noticiou que houve interesse de votos em troca do arquivamento dos pedidos. Eu não aceitaria qualquer tipo de barganha, nem atentei contra princípios morais e éticos que ofendam a vida da nação. Há improcedência no pedido. Não podemos deixar que interesses abalem a democracia. Devemos ter tranquilidade e confiar no Estado democrático de direito”, declarou.

Leia íntegra:

Recebi com indignação a decisão do senhor presidente da Câmara dos Deputados de processo de impeachment contra mandato democraticamente conferido a mim pelo povo brasileiro. São inconsistentes e improcedentes as razões que fundamentam esse pedido. Não existe nenhum ato ilícito praticado por mim. Não paira contra mim nenhuma suspeita de desvio de recurso público. Não possuo conta no exterior nem ocultei do conhecimento público a existência de bens pessoais. Nunca coagi ou tentei coagir instituições ou pessoas na busca de satisfazer meus interesses. Meu passado e meu presente atestam a minha idoneidade e meu inquestionável compromisso com as leis e a coisa pública. Nos últimos tempos e nos últimos dias a imprensa noticiou que haveria interesse na barganha de votos de membros da base governista no conselho de ética da Câmara dos Deputados. Em troca haveria arquivamento dos pedidos de impeachment. Eu jamais aceitaria ou concordaria com quaisquer tipos de barganha, muito menos aquelas que atentam contra o livre funcionamento das instituições democráticas de meu país, bloqueiam a Justiça ou ofendam princípios morais e éticos, os que devem governar a vida pública. Tenho convicção e absoluta tranquilidade quanto à improcedência deste pedido, quanto ao seu justo arquivamento. Não podemos deixar conveniências e interesses indefensáveis abalarem a democracia e a estabilidade de nosso país. Devemos confiar nas instituições e no Estado Democrático de Direito.

Alckmin intensifica violência contra alunos da rede estadual

Diante do fortalecimento do movimento estudantil contra a reorganização escolar, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) tem respondido com o uso de violência, colocando sua polícia militar contra estudantes, na tentativa de incriminá-los e de deslegitimar seu protesto.

 
Quatro alunos menores de idade foram presos em manifestações que ocorreram hoje de manhã, na Av. Dr. Arnaldo, em Pinheiros, e na noite de ontem (1º) na Av. Nove de Julho. A Tropa de Choque foi acionada na manifestação de ontem.
 
Houve também uma depredação na escola Estadual Coronel Antônio Paiva de Sampaio, em Osasco, o que tem gerado suspeitas. Os criminosos invadiram a escola, depredaram o local e roubaram alguns equipamentos. A ação está sendo criticada como uma tentativa de incriminar os alunos.
 
Na Escola Estadual Maria José (Mazé), na Bela Vista, alunos relataram agressões por parte da polícia militar e pelo diretor da escola. Douglas Izzo, presidente da CUT São Paulo criticou a violência contra os alunos. “Os relatos dos estudantes são repugnantes. As ocupações são demonstrações de uma luta democrática e educação não é caso de polícia, mas a ditadura de Alckmin demonstra que o modo de governar é na pressão, na falta de diálogo e no desrespeito”, declarou.

Prefeitura de São Paulo amplia programa de coleta seletiva

O secretário municipal de Serviços de São Paulo, Simão Pedro, anunciou que a partir do ano que vem, a prefeitura pretende ampliar a prática da coleta seletiva por meio de uma parceria com as cooperativas de catadores de lixo.

Segundo ele, apenas 12 distritos de 96 ainda não possuem a coleta. Os trabalhadores serão os responsáveis por gerenciar um fundo dos catadores, com recursos das centrais mecanizadas de triagem de resíduos.

Outra novidade é a inauguração pelo prefeito Fernando Haddad (PT), prevista para o dia 15 de dezembro, da primeira planta de reciclagem para resíduos sólidos na cidade, com foco nos resíduos das feiras livres. “Isso nós queremos fazer também até o ano que vem e assim avançar, com São Paulo dando exemplo da redução de gases do efeito estufa, ampliando a coleta seletiva e ampliando a reciclagem”, disse o secretário. 

Aumenta a expectativa de vida no Brasil

O IBGE ( Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou hoje (1º) dados de pesquisa que apontam para o aumento da expectativa de vida no País. Os dados se referem a 2014, e mostram que expectativa de vida do Brasil subiu para 75,2 anos.

 
Para os homens, a expectativa de vida foi calculada em 71,6 anos e das mulheres, 78,8 anos. O estado de Santa Catarina apresentou o maior índice, com 78,4 anos. O Instituto também divulgou que a taxa de mortalidade infantil caiu, sendo de 14,4 óbitos a cada mil nascidos. O resultado representa uma queda de 90,2% da mortalidade infantil desde 1940.
 
O resultado completo da pesquisa pode ser visto no site do IBGE. 

Quatro agentes são denunciados pela morte de Virgilio Gomes da Silva

Quatro agentes da ditadura militar foram denunciados pelo Ministério Público Federal de São Paulo como responsáveis pela tortura e morte de Virgilio Gomes da Silva em 1969. Virgilio era operário  e militante, e é considerado o primeiro desaparecido político no período do golpe de 1964.

Os agentes denunciados são o major Inocêncio Fabrício de Matos, um dos chefes da Operação Bandeirante, e seus subordinados Homero Cesar Machado, Maurício Lopes Lima e João Thomaz. Todos responderão por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, tortura e impossibilidade de defesa da vítima) e ocultação de cadáver.

Diversas buscam foram realizadas, mas seus restos mortais nunca foram encontrados. Virgilio foi operário da Nitro Química, empresa da categoria que fica em São Miguel, Zona Leste de São Paulo, filiado do PCB e militante do Sindicato dos Químicos.

Governo intensifica ação contra as ocupações escolares

Alunos da rede pública seguem na luta contra a reorganização escolar. Ontem (29) representantes das escolas ocupadas se reuniram na escola Caetano de Campos para discutir sobre as ocupações. Alguns pontos afirmados em um manifesto único foram a não demissão de professores, contra a superlotação de salas e contra o fechamento de escolas.

 
Os alunos buscam diálogo com o governo Geraldo Alckmin (PSDB), autor do projeto de reorganização escolar. Entretanto, têm enfrentado manobras do governo tucano que tentam de qualquer maneira desmobilizá-los.  
Em um áudio divulgado pelo site Jornalistas Livres, Fernando Padula Novaes, chefe de gabinete do secretário de Educação Herman Voorwald, instrui dirigentes de ensino para que atuem contra as ocupações de alunos, referindo-se à situação como uma guerra.
 
Foi divulgada na mesma reunião que o decreto que oficializa a reorganização já está pronto e deverá ser divulgado amanhã (1º). Hoje (30) alguns alunos bloquearam a Av. Faria Lima pela manhã em um protesto.  

Combate à violência contra as mulheres ganha destaque

Ontem (26) foi marcado como o Dia Internacional para Eliminação da Violência contra Mulheres. “Dos 24 países com a maior taxa de feminicídio, 14 estão na América Latina, e o Brasil é um deles”, declarou Luiza Carvalho, diretora regional da ONU Mulheres para América Latina e Caribe.

O tema também foi pauta de uma audiência na Comissão de Direitos Humanos e Legislação do Senado Federal, presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS). A Secretária Nacional de Mulheres da CUT, Junéia Martins Batista, falou sobre a importância da união das trabalhadoras no combate à violência contra as mulheres e lembrou que a opressão está não só no trabalho, mas também nas casas.

O Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos aponta que nos últimos dez anos, a Central de Atendimento à Mulher (180) atendeu 4,7 milhões de casos. O serviço é gratuito e está disponível 24 horas por dia. Por meio dele as mulheres podem fazer denúncias de forma segura e também buscar por ajuda.

Alckmin corta bônus de professores do estado

Na luta contra a reorganização escolar, alunos da rede pública seguem firmes, ocupando um total de 185 escolas em todo o estado de São Paulo. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) está cada vez mais pressionado e tem investido em medidas para deslegitimar o movimento. Dessa vez, o alvo são os professores.

 
Com a ocupação dos prédios, não foi possível realizar a aplicação do Saresp, exame que avalia as escolas. De acordo com os resultados do exame,  os professores receberiam um bônus no ano seguinte, mas o pagamento foi cancelado pelo governo nas escolas que não aplicaram a prova.
 
O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) fará uma assembleia nessa sexta-feira (27) para decidir se entrará na Justiça contra a decisão de cortar o bônus dos professores. Maria Izabel Noronha, presidenta da Apeoesp, criticou a medida e afirmou que os professores não podem ser penalizados por não conseguirem aplicar o exame nas escolas ocupadas.