Cai em 15,3% o número de empresas abertas. Nem MEIs estão sendo criadas

O número de empresas abertas no Brasil caiu em 15,3% no primeiro quadrimestre do ano (janeiro a abril), na comparação com o mesmo período do ano passado e nem as  MEIs (micro empresas individuais) estão sendo criadas.

No total foram abertas 1,35 milhão empresas e fechadas 542 mil.  A informação está no “Mapa da Empresas”, divulgado pelo Ministério da Economia.

Além da diminuição no número de novos negócios regularizados chama a atenção o fato de que 82,5% (1,11 milhão) são individuais, são as  chamadas MEIs, criadas para regularizar a situação de trabalhadores que não conseguem emprego formal e passam a emitir uma única nota fiscal para receber o salário.

As MEIs em sua maioria  são abertas por trabalhadores que foram excluídos do mercado formal após a aprovação da Reforma Trabalhista, trabalham normalmente como qualquer outro, tem uma jornada diária normal, como qualquer outro, mas foram terceirizados pela empresa e não têm direito a férias, 13º salário, FGTS e outros direitos.

De acordo com o  pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), Remígio Todeschini,  legalizar o bico, em forma de MEIs, “é o  canibalismo do trabalho”. “É tirar o direito à uma aposentadoria decente porque o contribuinte só precisa pagar R$ 60 por mês, mas quando chegar o tempo de se aposentar vai receber apenas o salário mínimo (R$ 1.212) e, se quiser ganhar mais, vai ter de contribuir individualmente por ele e pela empresa que é dele mesmo”, critica Todeschini.

Câmara aprova extinção de benefícios fiscais para o setor químicos

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (31) a Medida Provisória 1095/2021, que prevê a extinção gradual do Regime Especial da Indústria Química (REIQ) durante este ano, colocando em risco milhares de empregos no setor e impactando nos índices de inflação.

Os deputados aprovaram uma das seis emendas do Senado para a MP, que será enviada à sanção presidencial. De acordo com o texto aprovado, em vez do fim imediato do incentivo, como constava da MP original e como queria o governo de Jair Bolsonaro (PL), haverá uma nova transição até 2027, com extinção a partir de 2028.

Os benefícios fiscais para o setor químico e petroquímico foram conquistados, em 2013, quando o REIQ foi criado, após muito debate, negociação e luta dos trabalhadores e, inicialmente valeria até 2025.

O REIQ previa a redução das alíquotas da contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins sobre matérias-primas químicas e petroquímicas para proteger a indústria nacional e cerca de 85 mil empregos.

A MP aprovada ontem, que prevê a gradual extinção dos benefícios fiscais à indústria química e petroquímica, coloca o setor e os empregos em risco. Isso porque, se por um lado, pode aumentar a arrecadação em mais de R$ 500 milhões. Por outro lado, pode aumentar o preço de produtos industrializados como um todo, uma vez que o setor petroquímico produz matérias primas para os demais e, consequentemente, impactar na alta dos preços que já vem atormentando a população brasileira há mais de sete meses.

*Com informações da Fetquim