Doria maquia dados para afrouxar quarentena

O governo Doria eliminou a fase vermelha do Estado de São Paulo, aos finais de semana,  poucos dias após ter decretado.

O recuo significa que bares, restaurantes, shoppings e outros serviços poderão funcionar normalmente no próximo final de semana.

O governador alegou que houve melhora nos índices da pandemia. No entanto, apresentou dados parciais que não retratam a realidade. Os números de novos casos, mortes e pessoas internadas seguem elevados. A redução na taxa de ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) se deu principalmente por aumento de leitos.

Os números mostrados por Doria para justificar a medida mostram dados parciais, apenas dos três dias da atual semana epidemiológica, o que impede uma leitura real da situação. Na média diária de novos casos, por exemplo, o governo Doria indicou tendência de queda, por ter registrado 8.496 casos por dia, nesta semana, ante 11.238 na semana anterior. Mas só foram considerados três dias dessa semana, sendo um deles o domingo – quando normalmente já existe uma queda significativa nas notificações.

Doria claramente recuou por pressão dos empresários. Desde que anunciou as novas medidas de restrição, em 22 de janeiro,  o governador vem sofrendo pressão de empresários que realizaram vários protestos.

SP e outros 16 Estados cancelam feriado de Carnaval

Os festejos de Carnaval já tinham sido cancelados, mas agora várias cidades do país estão cancelando também o ponto facultativo do Carnaval devido ao avanço das contaminações por Covid-19.

São Paulo e outros 16 Estados já aderiram a essa decisão. São eles: Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Santa Catarina e Sergipe. O objetivo é evitar viagens e aglomerações que, n o final do ano, contribuíram muito para o avanço da pandemia.

O governo federal manteve os dias 15 e 16 de fevereiro e até às 14 horas da quarta-feira de Cinzas ( 17) como ponto facultativo para os órgãos públicos federais, mas cada estado e prefeitura tem autonomia pra decidir se libera ou não seus funcionários públicos.

Lira, candidato de Bolsonaro assume a Câmara

O deputado federal Arthur Lira é o novo  presidente da Câmara.  Para garantir a vitória do seu candidato Bolsonaro distribuiu bilhões do orçamento e prometeu muitos cargos nos últimos dias.

A vitória de Lira deixa Bolsonaro mais tranquilo em relação aos inúmeros pedidos de impeachment que estão parados na Câmara.

O atual presidente, Rodrigo Maia, já arquivou quatro pedidos de impeachment e deixa outros 59 para decisão do seu sucessor, que claramente apoia Bolsonaro.

Recorde de mortes por Covid-19 em 5 estados  

No mês de janeiro o Brasil registrou 29.558 mil mortes por Covid-19, segundo o consórcio de veículos de imprensa. O número é o terceiro mais alto desde o início da pandemia e o maior desde julho – quando o país teve o recorde mensal de mortes pela doença.

Cinco estados tiveram recordes de óbitos: Amazonas, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rondônia. Cerca de 10% das mortes do país foram registradas no Amazonas.

Janeiro também é o segundo mês consecutivo em que as mortes de um mês superam as do mês anterior. O aumento percentual em relação a dezembro é de 35,5%.

Petroleiros distribuem botijão de gás em protestos

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos realizaram nesta segunda-feira (1º) atos em todo o país contra a política de reajuste dos derivados do petróleo imposta pela direção da Petrobrás.

Em ações de solidariedade, a categoria subsidiou a distribuição de 1.180 botijões de gás, que foram doados ou vendidos pela metade do preço praticada pelas distribuidoras. As mobilizações ocorreram em regiões da periferia de Pernambuco, Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba e Esteio (RS).

Desde 2016, a empresa pratica o Preço de Paridade de Importação (PPI), que varia conforme o sobe e desce do valor do barril de petróleo no mercado internacional e as oscilações do dólar e dos custos de importação, o que faz com que os reajustes sejam frequentes e abusivos.

Os petroleiros vêm denunciando há quatro anos esse disparate, que fez o preço do botijão de gás subir mais de 130% desde julho de 2017 e a gasolina e diesel sofrerem reajustes nas refinarias de 60% e 43%, respectivamente.

O preço do barril do petróleo segue no mesmo ritmo e aumentou 15,40% neste mesmo período enquanto a inflação medida pelo INPC (IBGE) ficou em 15,02%.

Fim do auxílio emergencial levará país ao caos

O governo Bolsonaro alega não ter dinheiro para continuar pagando o auxílio emergencial dos trabalhadores, mas gasta quase R$ 3 bilhões com alimentação, milhões deles com leite condensado e chiclete.

Para desmontar os argumentos mentirosos do governo e impedir a explosão da pobreza no país, a CUT e mais de 270 entidades parceiras lançaram nesta terça-feira (2) uma campanha pela manutenção do auxílio emergencial até o fim da pandemia.

Atualmente, quase 40 milhões de pessoas vivem na miséria no país, com renda per capita de até R$ 89 por mês. E outros 27 milhões de brasileiros passaram a viver, desde janeiro, com menos de R$ 8,20 por dia – R$ 246 por mês.

Com o fim do auxílio emergencial, aprovado pelo Congresso Nacional depois de muita pressão dos sindicatos e dos movimentos sociais, mais 17 milhões de brasileiros podem ser jogados para abaixo da linha da pobreza, apontou um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/ FGV).

“Vai ser um crime acabar com o benefício porque as pessoas têm que comer e viver de alguma maneira”, diz o presidente da CUT, Sérgio Nobre. “Países tão capitalistas e neoliberais quanto o Brasil não estão colocando a iniciativa privada para resolver o problema, o Estado está investindo, rodando moeda e amparando o setor mais vulnerável”, complementa Sérgio.

O auxílio emergencial foi a única fonte de renda para 36% dos quase 60 milhões de brasileiros  que receberam o benefício de R$ 600 (R$ 1.200 para mães chefes de  família). Todo esse contingente de pessoas pode ficar sem renda nenhuma para sobreviver em meio a piora da crise sanitária, social e política no Brasil e o aumento do desemprego.

Auxílio até o fim da pandemia

Assine a petição pela continuidade do auxílio emergencial aqui.

Eleição da Câmara define que projetos serão priorizados

A escolha dos sucessores de Rodrigo Maia na Câmara dos Deputados e de Davi Alcolumbre no Senado, nesta segunda-feira (1º) vão impactar diretamente as pautas que devem ser priorizadas no próximo período e podem significar mais perdas para os trabalhadores.

Na opinião do diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Júnior, as discussões sobre os direitos dos trabalhadores na Câmara, independentemente do grupo que ganhar o comando, “estarão muito próximas à visão tipicamente neoliberal”.

“O que significa perda de direitos dos trabalhadores e flexibilização do conjunto de formas de contratação, jornada e outros direitos dependentes dos postos de trabalho. Como também defende o governo de Jair Bolsonaro”, explica.

Independência

Fausto enfatiza a importância e a necessidade de se manter um Legislativo independente para garantir o “equilíbrio” e atuar contra a “visão autoritária” do governo Bolsonaro. “Vamos ver agora, a partir desta eleição como fica. Os deputados continuam os mesmos  mas a presidência da Casa tem um poder muito grande, um deles é escolher a pauta que será discutida e votada”, acrescenta.

*Com informações da Rede Brasil Atual 

Dória insiste com o volta às aulas

Mesmo com o grande avanço da pandemia no Estado de São Paulo e com algumas cidades retrocedendo para a fase vermelha (a pior fase), o governo Dória insiste com o volta às aulas.

O Tribunal de Justiça de São Paulo derrubou na última semana a liminar que havia suspendido o retorno das aulas presenciais nas escolas públicas e privadas de todo o estado. O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) disse que irá recorrer da decisão.

O Sindicato realizou uma pesquisa no ano passado para verificar o real estado das unidades escolares para uma possível volta às aulas presenciais e constatou que para seguir as determinações da OMS (Organização Mundial da Saúde) quanto ao número de alunos por sala de aula (20 no máximo),  O Estado deveria realizar uma estupenda reforma em todas as suas 5.681 unidades. O que até hoje não foi feito.

Hoje, 93,4% das unidades ultrapassam o limite de 20 alunos: 51% delas têm mais de 30; e 17,6% têm mais de 35 alunos (quase o dobro). As escolas não oferecem iluminação, ventilação, banheiros, pias, torneiras, cestos de lixo, quadras esportivas e 99% delas não têm ambulatórios ou enfermarias. Um cenário degradante que abriga 3,8 milhões de alunos, 343,7 mil professores e 74,3 mil trabalhadores da educação da rede estadual (ensino médio e fundamental). Ao todo, as três redes públicas (estadual, municipal e federal), contam com mais de 8 milhões de pessoas aglomerando-se num transporte público mal equipado e já superlotado.

Para o Sindicato, incluir os professores no grupo prioritário de vacinação é reconhecer a vulnerabilidade do setor diante da pandemia. “É perfeitamente possível os professores, diferentemente, dos trabalhadores da saúde, realizar seus trabalhos de forma remota”, diz a professora Bebel, presidente do Sindicato.