O Sindicato dos Químicos realizou uma assembleia virtual em 27 de agosto e a categoria aprovou a prestação de contas referente ao ano de 2019 e a previsão orçamentária do ano de 2020. Na ocasião também foi aprovada a venda de dois imóveis do Sindicato.
Mês: julho 2023
Assembleia virtual
EDITAL 1 – PRESTAÇÃO DE CONTAS 2019
EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA VIRTUAL
SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS QUÍMICAS, FARMACÊUTICAS, PLÁSTICAS E SIMILARES DE SÃO PAULO, TABOÃO DA SERRA, EMBÚ, EMBÚ-GUAÇU e CAIEIRAS, com fundamento no artigo 5° da Lei 14.010/20, através da Coordenação da Diretoria Colegiada, convoca todos os associados do Sindicato em dia com suas contribuições, para comparecerem à Assembleia Geral Ordinária, a qual, em virtude da decretação do Estado de Calamidade Pública, reconhecido pelo Poder Público, em razão da pandemia do Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, será realizada na plataforma virtual https://us02web.zoom.us/meeting/register/tZ0tc–vpjIjGNdKBfBj7xx_XcIPUi35hCoL, no dia 27 de agosto de 2020, às 18h30 em primeira convocação e, às 19h00 em segunda convocação, para discutir e aprovar a seguinte ordem do dia: 1) Apresentação do Balanço Financeiro e Patrimonial do ano de 2019, com o respectivo parecer do Conselho Fiscal, nos termos do artigo 117 do Estatuto Social; 2) Deliberação sobre o Balanço apresentado. Os associados deverão observar os seguintes procedimentos para habilitação ao sistema de votação online: 1º Acessar o link https://us02web.zoom.us/meeting/register/tZ0tc–vpjIjGNdKBfBj7xx_XcIPUi35hCoL, onde o associado fará a sua inscrição para a assembleia, informando o nome completo, empresa, data de nascimento e CPF; 2º A inscrição também poderá ser feita no site do Sindicato https://quimicosp.org.br/, onde o associado deverá informar os dados mencionados; 3º O prazo para a inscrição dos associados será até o dia 27 de agosto de 2020, às 12h00. São Paulo, 22 de agosto de 2020. Coordenação da Diretoria Colegiada.
EDITAL 2 – PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA 2020
EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA VIRTUAL
SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS QUÍMICAS, FARMACÊUTICAS, PLÁSTICAS E SIMILARES DE SÃO PAULO, TABOÃO DA SERRA, EMBÚ, EMBÚ-GUAÇU e CAIEIRAS, com fundamento no artigo 5° da Lei 14.010/20, através da Coordenação da Diretoria Colegiada, convoca todos os associados do Sindicato em dia com suas contribuições, para comparecerem à Assembleia Geral Ordinária, a qual, em virtude da decretação do Estado de Calamidade Pública, reconhecido pelo Poder Público, em razão da pandemia do Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, será realizada na plataforma virtual https://us02web.zoom.us/meeting/register/tZ0tc–vpjIjGNdKBfBj7xx_XcIPUi35hCoL, no dia 27 de agosto de 2020, às 19h00 em primeira convocação e, às 19h30 em segunda convocação, para discutir e aprovar a seguinte ordem do dia: 1) Previsão orçamentária para o ano de 2020, com o parecer do Conselho Fiscal; nos termos do artigo 116 do Estatuto Social; 2) Deliberação sobre a Previsão apresentada. Os associados deverão observar os seguintes procedimentos para habilitação ao sistema de votação online: 1º Acessar o link https://us02web.zoom.us/meeting/register/tZ0tc–vpjIjGNdKBfBj7xx_XcIPUi35hCoL, onde o associado fará a sua inscrição para a assembleia, informando o nome completo, empresa, data de nascimento e CPF; 2º A inscrição também poderá ser feita no site do Sindicato https://quimicosp.org.br/, onde o associado deverá informar os dados mencionados; 3º O prazo para a inscrição dos associados será até o dia 27 de agosto de 2020, às 12h00. São Paulo, 22 de agosto de 2020. Coordenação da Diretoria Colegiada.
EDITAL 3 – VENDA DE PATRIMÔNIO
EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA VIRTUAL
SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS QUÍMICAS, FARMACÊUTICAS, PLÁSTICAS E SIMILARES DE SÃO PAULO, TABOÃO DA SERRA, EMBÚ, EMBÚ-GUAÇU e CAIEIRAS, com fundamento no artigo 5° da Lei 14.010/20, através da Coordenação da Diretoria Colegiada, convoca todos os associados do Sindicato em dia com suas contribuições, para comparecerem à Assembleia Geral Ordinária, a qual, em virtude da decretação do Estado de Calamidade Pública, reconhecido pelo Poder Público, em razão da pandemia do Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, será realizada na plataforma virtual https://us02web.zoom.us/meeting/register/tZ0tc–vpjIjGNdKBfBj7xx_XcIPUi35hCoL, no dia 27 de agosto de 2020, às 19h30 em primeira convocação e, às 20h00 em segunda convocação, para discutir e aprovar a seguinte ordem do dia: 1) Apresentação da proposta de venda dos seguintes imóveis pertencentes ao Sindicato e apresentação da avaliação prévia do valor de venda, realizada por profissional habilitado, nos termos do artigo 121 do Estatuto vigente: Imóvel 1: Uma casa residencial, situada na Rua Antonio Gonçalves Dias, 295, Solemar – Praia Grande/SP com 268,00 m² de terreno e 138,87 m² de área construída, registrado no Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais e Tabelião de Notas Distrito de Solemar – Praia Grande, livro 557, página 283, em 26/11/2008, avaliado em R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais). Imóvel 2: Um imóvel rural consistente no TERRENO situado à Estrada da Ponte Alta, gleba nº 110, parte integrante do 6º perímetro da Capital, no Distrito de Parelheiros, com área de 12a há 10a aproximadamente com as seguintes dividas e confrontações: começa na ponte do Rio Embú Guassú, margem da Estrada da Ponte Alta; deste ponto sobe o rio até a cerca divisa com a gleba nº 111 até o ponto de divisa com a gleba nº 106; deste ponto deflete a direita e pela cerca divisa com as glebas nºs 109 e 108, atingindo a margem da Estrada da Ponte Alta, defletindo à direita e seguindo a Estrada da Ponte Alta até a ponte, onde teve início a presente descrição, INCRA 638.358.024.503-8, área total 12ha, devidamente descrito e individualizado na MATRICULA nº 141.813 do 11º Registro de Imóveis desta Capital, em 31/08/1983, avaliado em R$ 1.250.000,00 (hum milhão e duzentos e cinquenta mil reais). 2) Deliberação sobre a proposta de venda, encaminhamentos e assuntos correlatos. Os associados deverão observar os seguintes procedimentos para habilitação ao sistema de votação online: 1º Acessar o link https://us02web.zoom.us/meeting/register/tZ0tc–vpjIjGNdKBfBj7xx_XcIPUi35hCoL, onde o associado fará a sua inscrição para a assembleia, informando o nome completo, empresa, data de nascimento e CPF; 2º A inscrição também poderá ser feita no site do Sindicato https://quimicosp.org.br/, onde o associado deverá informar os dados mencionados; 3º O prazo para a inscrição dos associados será até o dia 27 de agosto de 2020, às 12h00. São Paulo, 22 de agosto de 2020. Coordenação da Diretoria Colegiada.
Pesquisa revela: 5ª turma diminui desgastes físicos e psicológicos dos trabalhadores de turno
Pesquisa inédita realizada pela UNB/Fetquim/CUT/Intersindical sobre trabalho em turnos demonstra que frente ao desgaste físico e psicológico das jornadas de turnos um número maior de folgas e escalas em 5 turnos é capaz de diminuir problemas de saúde físicos e mentais dos trabalhadores, especialmente daqueles que trabalham na produção de produtos químicos de alto risco ou periculosidade.
A pesquisa coletou dados de 508 trabalhadores/as no 2º semestre de 2019, de 28 empresas na região do ABC, Campinas e Jundiaí.
Dos 508 trabalhadores entrevistados, 283 eram de 5 turmas, com jornada média semanal de 33 horas e 36 minutos, e outros 225 eram trabalhadores de outros tipos de turno ( 6X3, 6X2, 6X1, e 5X2), perfazendo em média jornadas de 36h e 27 minutos a 42 horas semanais.
Os desgastes de saúde física, mental e da vida social e familiar registrados neste estudo confirmam: em qualquer atividade de turno há um profundo desgaste físico que rompe com ciclo cicardiano (o relógio biológico), alterando, portanto, a produção de hormônios, horas de alerta e descanso, eliminação e reparação do corpo.
Dentre os sintomas mais comuns estão problemas de adaptação do sono acompanhados de sonolência e insônia, problemas gástricos, cardíacos, distúrbios psicológicos que geram ansiedade, angústia, depressão, desânimo, fadiga adrenal e estresse, entre outros sintomas.
“Neste período de autoritarismo e governo voltado só para uma classe social, os patrões estão tentando desfazer os acordos anteriores de 5ª. Turma, conquistados após anos de luta e demonstração do risco de termos trabalhadores cansados, alterados fisicamente e psiquicamente para lidar com produtos inflamáveis e explosivos, como o caso dos químicos, petroquímicos, petroleiros, entre outras categorias, que usam as jornadas de 5 turmas para evitar acidentes e o adoecimento dos trabalhadores”, afirma André Alves, secretário de Saúde da Fetquim. “Resistiremos para que as jornadas de turno tenham mais folgas, como querem os trabalhadores entrevistados, em defesa de sua saúde e segurança”.
Para Airton Cano, coordenador político da Fetquim, “os resultados dessa pesquisa ampliam a necessidade da luta pela manutenção da 5ª. turma e outras jornadas de turno, com um número maior de folgas, para a preservação da saúde dos trabalhadores e a garantia do cumprimento da Constituição Federal de 1988 que estabeleceu a negociação coletiva ao turno”.
Confira abaixo os principais dados da pesquisa:
5ª. turma e turnos fixos
Na comparação entre os trabalhadores no regime de 5ª. turma e jornadas de 4 a 3 turmas fixas, a pesquisa mostra que 52,1% dos entrevistados dos turnos fixos à tarde apresentam problemas psíquicos. Esse porcentual é ainda maior entre os trabalhadores dos turnos fixos noturnos, chegando a 64,7%.
Tabela 1. 5 turmas X turnos fixos
Tipo de turno | Com sintoma psíquico | Sem sintoma psíquico |
5ª. turma | 28,6% | 71,4% |
Fixo Manhã | 34,2% | 65,8% |
Fixo Tarde | 52,1% | 47,9% |
Fixo Noite | 64,7% | 35,3% |
Comparações 5ª. turma e Não quinta turma (6X3, 6X2,6X1)
Os problemas psíquicos de depressão, como falta de motivação são 3,5 vezes maiores nos turnos que não são 5ª. turma e o desânimo aparece em dobro nos turnos de não 5ª. turma do que em relação aos que trabalham em regime de 5ª. turma. Na soma de problemas físicos e psíquicos, os que trabalham em turnos de não 5ª. turma apresentam 68% de sintomas, enquanto os que trabalham em 5ª. turma são só 54%.
Os muitos satisfeitos são o dobro dos que trabalham em 5 turmas (64,1%) do que os que trabalham em outros turnos (35,9%).
As vantagens e desvantagens do trabalho em turno
As principais vantagens declaradas pelos trabalhadores da 5ª. turma são as folgas, os adicionais e a flexibilidade de horário para resolver os problemas do dia a dia.
Em relação às desvantagens registradas pela pesquisa na 5ª. Turma estão: trabalho nos finais de semana e feriados, as dificuldades do trabalho noturno e o sono, e restrições de convívio social e familiar. Aos que trabalham em 4 e 3 turmas, o principal problema é o trabalho aos sábados de forma alternada, a dificuldade para conseguir dormir durante o dia e o prejuízo na vida social.
Conclusões do Estudo
1) 5ª. turma: A maior vantagem está no maior número de folgas, menos problemas de saúde (física e mental), mais convívio familiar, mais satisfação no trabalho e os adicionais de turno.
2) Não 5ª. Turma com turnos fixos: número de folgas menor, mais problemas de ordem psíquica e menos vantagens.
3) A grande desvantagem de 3 turmas fixas são as jornadas de turno semicontínuas com sábados alternados de trabalho, o que diminui consideravelmente o número de folgas para descanso e convívio familiar e social.
4) Na jornada de 4 turmas, com escala 6X3, os problemas de ordem familiar e social são minimizados pelas folgas, persistindo os demais problemas de ordem física e mental.
Histórico da luta do turno de 6 horas e da 5ª Turma na Constituição
A conquista da 5ª Turma é fruto da pressão sindical do Sindicato dos Químicos do ABC, da CUT e demais centrais sindicais e dos sindicatos da área química, petroquímica e petróleo de São Paulo e do Brasil ocorrida em 1987. “Foi um movimento unificado com o apoio técnico do DIESAT, que envolveu também setor elétrico, siderúrgicas, papel e papelão entre outras categorias que inscreveram na Constituição o Art. 7º que determina para as atividades de turno ininterrupto a jornada para 6 horas, ou salvo negociação coletiva sindical”, explica Remigio Todeschini, coordenador da pesquisa.
Essa norma constitucional permitiu acordos sindicais em todo o Brasil com cinco turmas de trabalho, majoritariamente de 8 horas, com um número de folgas, perfazendo a jornada de 33 horas e 36 minutos.
Após uma intensa mobilização, com assembleias em porta de fábrica, turno a turno, o sindicato patronal Sinproquim assinou o acordo da 5ª. Turma em 22 de dezembro de 1988, com prazo de 150 dias para a implantação.
Inicialmente foram contempladas com a 5ª. Turma as empresas: Carbono Capuava (atual Cabot); Brasivil (atual Unipar, ex-Solvay); Polibrasil ( atual Braskem); Poliolefinas ( atual Braskem); Oxiteno; e Unipar Química (atual Braskem). A Petroquímica União (atual Braskem) fez o acordo no decorrer do ano de 1989.
“Nesta época estavam ao nosso lado o Jacques Vagner, que coordenava o Sindiquímica em Camaçari, na Bahia, e o Miguel Rossetto, do pólo petroquímico de Triunfo, no Rio Grande do Sul”, conta Remígio Todeschini, que foi presidente do Sindicato dos Químicos do ABC e hoje é assessor de Saúde e Previdência da Fetquim. “O ABC conquistou o primeiro acordo no país da 5ª turma, na sequência foi Camaçari e depois o Sul, depois de uma greve”, lembra. “Na metade do ano de 1989 foi feito o acordo com a Petroquímica União (atual Braskem)”.
Pesquisa
Esta pesquisa da Fetquim foi realizada em parceria com a Universidade de Brasília ( UNB/NEVIS), coordenada pelo pesquisador e assessor de Saúde e Previdência da Fetquim, Remígio Todeschini, e teve a supervisão dos professores Wanderley Codo e Ãngela Almeida, também da UNB.
Corte no mercado formal atingiu vendedores, mulheres e faixa etária mais alta
O fechamento de quase 1,1 milhão de postos de trabalho formais neste ano, conforme divulgado na última sexta-feira (21), em que pese o resultado positivo de julho, atingiu alguns segmentos com mais intensidade. De acordo com os dados do “novo” Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, o corte foi mais profundo, em números absolutos, entre mulheres. trabalhadores com ensino médio, de faixas etárias mais elevadas e no setor de serviços.
No recorte por idade, por sinal, os jovens foram os únicos que tiveram crescimento de janeiro a julho. O que pode indicar, também, abertura de vagas menos qualificadas. O saldo é de 90.921 para a faixa até 17 anos e de 21.082 empregos com carteira de 18 a 24 anos. No intervalo de 30 a 39, foram fechados 366.425 postos de trabalho. De 40 a 49, menos 264.265. E de 50 a 64 anos, perda de 328.988.
Das vagas eliminadas neste ano, mais da metade (594.617) é de trabalhadores com ensino médio completo, segundo o Caged. Houve redução em todas os níveis de escolaridade. Do total de empregos perdidos, 53,5% (584.868) são mulheres.
Comércio demite vendedores
Entre os setores, o grupo de serviços que inclui vendedores em lojas e mercados cortou 633.221 vagas, com 2,074 milhões de contratações e 2,707 milhões de demissões. Em seguida, a área de serviços administrativos fechou 265.183.
No total de 2020, o país registra 7.821.801 admissões e 8.914.379 desligamentos, resultando em menos 1.092.578 empregos com carteira. Nos últimos meses, chamou a atenção a queda no ritmo de demissões. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, analistas citaram algumas hipóteses: efeito de medidas emergenciais, demora na coleta de informações e mesmo subnotificação.
Bolsonaro quer acabar com a Farmácia Popular e com outros benefícios
O governo Bolsonaro deve anunciar nesta terça-feira (25) o programa Renda Brasil que se limita a reorganizar parte dos programas sociais criados nos governos de Lula e Dilma Rousseff, ambos do PT.
Para aumentar o valor do benefício dos atuais R$ 190,00 pagos pelo Programa Bolsa Família para R$ 247,00, a proposta do governo é acabar com quatro benefícios que eles consideram ineficientes, conforme divulgou o Estadão. São eles:
a) abono salarial do PIS/PASEP (benefício anual de um salário mínimo (R$ 1.045,00) voltado para quem ganha até dois pisos ( R$ 2.090,00);
b) salário-família (pago a trabalhadores formais e autônomos que contribuem para a Previdência Social, de acordo com a quantidade de filhos);
c) seguro-defeso (pago a pescadores artesanais no período de reprodução dos peixes, quando a pesca é proibida, mas com alto índice de irregularidades);
d) Farmácia Popular (promove a distribuição de medicamentos de uso comum, para tratamento de hipertensão, diabetes e asma, por exemplo; também é considerado sem foco pelos técnicos, por beneficiar famílias independentemente de suas rendas, sejam elas pobres, classe média ou ricas.
De acordo com o que vem sendo publicado na imprensa, o novo programa social, com um valor de apenas R$ 57,00 maior do que o Bolsa Família, vai ser anunciado junto com o fim do auxílio emergencial de R$ 600,00 aprovado pelo Congresso Nacional para ser pago durante a pandemia do novo coronavírus.
O governo federal diz ainda que o Renda Brasil vai ser casado com o programa de emprego, batizado de Carteira Verde Amarela, uma minirreforma trabalhista que Guedes já tentou aprovar por meio da Medida Provisória (MP) nº 905, que não foi votada e perdeu a validade.
A MP previa muitos benefícios para os patrões e muitos direitos a menos para os trabalhadores. Agora, a proposta volta, aliada ao Renda Brasil, prevendo a desoneração da folha de salários (redução nos encargos que as empresas pagam sobre salários) para empresários que contratarem com salários mais baixos e menos direitos os beneficiários do programa.
Sindicatos foram fundamentais para garantir direitos na pandemia
A crise econômica, aprofundada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), é a desculpa perfeita do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) e de parte do empresariado para arrochar salários e usurpar direitos duramente conquistados com muita luta pelos trabalhadores. Só as categorias mais organizadas, com sindicatos fortes e combativos, conseguiram preservar empregos e direitos nas duras negociações salariais em épocas como a atual, mostra pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O boletim “De olho nas negociações” do Dieese analisou 8.574 acordos negociados no primeiro semestre deste ano contra 8.827 no mesmo período do ano passado. Embora o aumento no número de acordos seja de apenas 3%, o que se nota é que em todas as cidades do país, sem exceção, houve algum tipo de negociação relacionada a Covid-19.
A pesquisa do Dieese mostra também que nas datas bases do primeiro semestre de 2020, o número de cláusulas relativas a reajustes salariais caiu em relação ao mesmo período do ano passado de 2.970 para 2.153 (- 27,50%). As maiores quedas foram registradas nos dois primeiros meses, após o início da pandemia. Em abril foi 41% menor e em maio 39%.
Segundo o técnico responsável pela pesquisa, Luís Ribeiro, embora tenha mudado o perfil de negociações, geralmente de reajustes salariais, para o de manutenção do emprego, o que se viu foi um “fenômeno nacional”, com os sindicatos se desdobrando, indo à luta, desafiando as dificuldades de realização de assembleias por causa da quarentena e das adversidades para conseguirem manter direitos.
“O próprio número no aumento de acordos, num momento em que o governo federal apresentou diversas medidas que não precisariam da atuação dos sindicatos mostra que os representantes dos trabalhadores foram além. Muitos conseguiram negociar tanto um período maior de estabilidade do emprego como uma melhoria no rendimento dos trabalhadores atingidos pela MP 936 de suspensão de contrato e redução de jornada e salários”, diz Ribeiro.
A luta dos sindicatos tem sido cada vez mais difícil, com as negociações entre empresas e trabalhadores demorando mais para chegarem a um acordo, afirma o diretor-técnico do Dieese, Fausto Augusto Júnior.
“O tempo médio de negociação era de um mês. Hoje têm categorias que estão lutando desde o mês de maio para conseguir impedir tanto a retirada de direitos, de pautas sociais como avançar nas questões salariais ”, diz.
Fausto ressalta que as maiores dificuldades têm sido sentidas por trabalhadores de empresas públicas como os Correios e a Petrobras que estão próximas da data-base.
“A maior dificuldade nas negociações das empresas públicas se deve a postura do atual governo [Jair Bolsonaro] de reduzir direitos a qualquer custo”, afirma o diretor-técnico do Dieese.
Governo que aprovar contratação por hora
A mais nova investida do governo Bolsonaro contra os trabalhadores, apresentada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, é mudar a forma de pagamento das empresas de mensal para ‘por hora’. Eles querem autorizar as empresas a contratarem até 50% do seu quadro de trabalhadores ganhando por hora trabalhada, tendo como base o salário mínimo (R$ 1.045,00), em vez do salário mensal.
Se a proposta for aprovada, um dos primeiros impactos para os trabalhadores brasileiros, será a redução salarial, alerta a assessora econômica do Sindicato e professora da Unicamp, Marilane Teixeira.
As horas trabalhadas semanais podem não chegar sequer ao valor do salário mínimo, diz Marilane. Segundo ela, 11 milhões de pessoas trabalham em média 14 horas semanais. Outros 22,7 milhões variam de 15 a 39 horas, e a maioria, 44 milhões, trabalha de 40 a 44 horas por semana. Já o número de trabalhadores acima de 45 horas é de 19 milhões. O trabalhador que exerça atividade de segunda a sexta, durante oito horas poderá receber R$ 836,00 – valor R$ 209,00 abaixo do salário mínimo.
Marilane lembra que o trabalho intermitente, legalizado na reforma do governo Temer, também prevê o pagamento por hora trabalhada, mas o contrato não é contínuo e sem intervalos, e é exatamente a possibilidade da empresa contratar “para sempre” um trabalhador por hora que Guedes quer implementar agora, diz.
O conceito do governo é o de reduzir o valor do salário, mas ganhar em termos de arrecadação com o aumento da massa trabalhadora. Mas, em tempos de crise econômica, as empresas não vão contratar mais, avalia a economista. “O resultado será uma queda brutal em termos de renda, aumento da insegurança, queda do consumo e economia completamente estagnada”, salienta.
Mais de 3 milhões perderam empregos nos trimestre
O número de desempregados no Brasil aumentou 31% em 12 semanas, período mais crítico da pandemia do novo coronavírus, e atingiu nesses três meses 3,1 milhões de brasileiros, de acordo com pesquisa PNAD COVID19 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta sexta-feira (14).
Com isso, o total de trabalhadores desempregados no país subiu para 12,9 milhões de pessoas (13,7%) no período de 19 a 25 de julho, 550 mil a mais do que na semana anterior. A alta é recorde se comparada à primeira semana de maio (10,5%).
CUT vai propor plano de ação para retomada do desenvolvimento
Representantes dos trabalhadores dos vários setores da indústria brasileira se reúnem, nesta quarta-feira (12), por videoconferência, no Encontro Nacional do Macrossetor da Indústria da CUT (MSI-CUT).
A primeira ‘etapa’ do encontro foi realizada no dia 5 de agosto para ouvir as propostas elaboradas em encontros regionais, realizados anteriormente, para um plano de reorganização e recuperação da indústria brasileira que vem sofrendo desmonte, falta de investimentos e participação nacional na produção.
Desde a crise de 2016, depois do golpe que destituiu a presidenta Dilma Rousseff, a atividade industrial, que já apresentava índices de crescimento inferiores aos registrados nos 2000, sofreu retração ainda maior.
Este cenário levou os dirigentes da CUT a realizar o encontro para construir e articular um plano para salvar a indústria brasileira e, por consequência, os empregos de milhões de trabalhadores do setor.
Lucineide Varjão, presidenta da Confederação Nacional do Ramo Químico (CNRQ-CUT) e uma das coordenadoras do macrossetor, afirma que um dos objetivos principais do encontro é “salvar os empregos e os direitos dos trabalhadores e repensar a atuação sindical, já que muitos trabalhadores vivem outras formas de organização no trabalho”.
Ela destaca a efetiva participação de lideranças regionais na elaboração das estratégias – para salvar empregos – como um caminho correto no momento conjuntural pelo qual passa o país.
“Parte importante do debate do Macrossetor Indústria da CUT é construir ações a partir dos debates regionais realizados”, diz Lú Varjão.
O encontro, realizado em parceria com o Instituto Trabalho, Indústria e Tecnologia (TID), resultará na conclusão da proposta do Plano 10+, um conjunto de diretrizes para orientar políticas, programas e ações relativas ao setor para os próximos 10 anos.
A proposta está sendo construída a partir da visão dos trabalhadores e com base em um projeto de desenvolvimento econômico e social que busca a melhoria da qualidade de vida e da distribuição de renda da população.
O Plano 10+ tem como diretrizes priorizar a inovação e a modernização tecnológica por meio de investimentos, além de uma política externa soberana que promova a indústria nacional, o desenvolvimento regional e a geração de empregos de qualidade.
Indústria na UTI
Como todos os setores econômicos, a indústria brasileira sofreu fortes impactos com a crise econômica aprofundada pela pandemia do novo coronavírus. Já fragilizado desde o início da recessão em 2015, o setor industrial teve uma retração de 19,74% na comparação do segundo trimestre deste ano com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgados nesta terça-feira (11).
A queda de fevereiro até junho deste ano – período que coincide com o início da pandemia no Brasil – chega a 13,5%. Ainda que a demanda por bens industriais tenha avançado 5,2% entre maio e junho deste ano, a queda acumulada em doze meses na produção industrial é de 5,6%.
Para o setor, o cenário recente não é animador. De acordo com dados pesquisados pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), os anos posteriores ao agravamento da crise econômica, em 2016, mostram que a produção em janeiro deste ano era menor do que a média da produção em 2012.
Ainda de acordo com o Dieese, a queda na atividade se deu pela estagnação da economia brasileira, pelo pouco crescimento de investimentos, além do ritmo lento do consumo interno, ou seja, pessoas comprando menos, e o excesso de estoques.
Com o início da pandemia, o cenário se agravou com a paralisação dos mercados interno e externo, a queda da procura por produtos, a contenção de custos por parte das empresas e a suspensão de investimentos.
O setor industrial foi um dos que mais desligou trabalhadores no período. No mercado de trabalho total, de março a maio de 2020 houve uma queda de 2,4 milhões no número de ocupados na Indústria e nas atividades de Construção, se comparado ao trimestre anterior.
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), apontam que o setor eliminou 1,2 milhões postos de trabalho com carteira assinada, de janeiro a junho deste ano.
Hoje, 20 anos da Marcha das Margaridas
Ato virtual hoje, 12 de agosto, às 14 horas marca os 20 anos da Marcha das Margaridas.
Em 12 de agosto de 1983, Margarida Maria Alves, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, foi assassinada na porta da sua casa por denunciar abusos e derespeitos aos direitos dos trabalahdores rurais.
Coordenadora-geral da 6ª Marcha das Margaridas, que em 2019 reuniu mais de 100 mil mulheres na capital federal, Mazé lamenta a situação em que o Brasil está mergulhado, “com um governo que não se preocupa com a saúde da nossa sociedade, que nega os direitos da classe trabalhadora, machista, racista, negacionista”. Mas avisa: a luta continua. “Pra gente é um momento muito desafiador e as Margaridas continuam na luta, continuam em movimento. Apesar da pandemia, continuamos honrando a memória de Margarida Alves. Nos inspirando naquilo que ela sempre colocou pra gente, que é melhor morrer na luta que morrer de fome. Seguiremos em marcha até que todas nós sejamos livres.”
A dirigente relata que o adoecimento pela covid-19 tem chegado de forma mais forte à população do campo, da floresta e das regiões ribeirinhas. “Tem saído das grandes capitais, indo para os pequenos municípios e automaticamente chegando aos nossos territórios, às nossas comunidades indígenas, quilombolas, nos assentamentos, nos mais diversos locais onde a gente mora”, lamenta. “E isso nos preocupa muito diante da dificuldade de acesso à saúde pública. Quem vive no campo sofre muito mais com as dificuldades dessa falta de atenção básica para essa população que está em situação de vulnerabilidade social mais drástica. Ainda mais em um governo que não está nem aí para a população, sobretudo com os agricultores e agricultoras familiares.
*Com informações da Rede Brasil Atual