Bolsonaro censura chargista e gera reação  

O cartunista Ricardo Aroeira fez uma crítica a live de Bolsonaro em que incentivou as pessoas a invadirem hospitais para checar a ocupação.  Na charge o cartunista transformou uma cruz vermelha no símbolo do nazismo (a suástica) e escreveu “bora invadir outro”.

A charge, publicada primeiramente pelo jornalista Ricardo Noblat em seu blog, foi considerada criminosa pela Secretaria de Comunicação e pelo Ministério da Justiça do governo federal, que anunciaram publicamente que o autor e o jornalista seriam processados baseados na Lei da Segurança Nacional.

A partir daí surgiu um movimento espontâneo de cartunistas que cresceu rapidamente nas redes sociais com mais de 100 reproduções da charge de Aroeira com características específicas de cada artista como forma de protesto em defesa da democracia e em solidariedade ao colega.

O cartunista disse que quando ele desenhou a charge não esperava nada disso, nem que ia virar inimigo do Estado e muito menos que ia receber tanta solidariedade dos colegas e de artistas, que foram tão importantes para mantê-lo mais tranquilo com tanto afeto e até ajuda jurídica que têm recebido. “Eu estava me sentindo inseguro e com isso fui ganhando uma sensação de segurança real”, completou.

Aroeira recebe apoio de cartunistas e entidades

O presidente da Associação dos Cartunistas do Brasil, José Alberto Lovetro, conhecido com Jal, disse que um governo vai atrás de uma charge e não vai atrás das ações antidemocráticas, como ataques aos poderes que o país vem assistindo.

“Charge é ferramenta da democracia porque é uma consequência da ação e não fala palavrões. Na ditadura não terá charges e é isso que eles querem. O humor gráfico pode ser revolucionário e é nisso que a gente acredita, porque a charge é um termômetro do que está rolando nas ruas e a gente tá muito entrosado com que a população está pensando e se o governo quiser saber isso, é só prestar atenção”, disse Jal.

Ele disse que os cartunistas atuais estão agindo espontaneamente porque não podem deixar a luta de outros colegas morrer em vão. Ele cita Henfil, Ziraldo, Laerte, Jaguar, Tarso de Castro, Sérgio Cabral, entre outros, que foram tão importantes na luta e em defesa da democracia.

“Nós somos fortes e precisamos desta chacoalhada para lembrarmos disso. A gente faz parte da história”, ressalta Jal.

Um abaixo assinado “Pela Liberdade de Expressão, em solidariedade ao cartunista Aroeira”, também já foi lançado e já conta com mais de 50 mil assinaturas.

 

CUT lança Plataforma pela Vida

A CUT lançou hoje a Plataforma Emergencial “Em Defesa da Vida,, Trabalho e Renda, Saúde, Soberania Alimentar e Moradia”. A iniciativa contém várias propostas para enfrentar a crise econômica e a situação de emergência sanitária.

Entre as propostas, segundo a central, está a criação de uma “fila única” de acesso a leitos de UTI, tanto público como privados. A entidade defende garantia de fornecimento de equipamentos de proteção individual e coletiva (EPIs e EPCs) para trabalhadores em serviços essenciais, especialmente os da saúde.

Confira aqui a íntegra do documento da CUT

 

 

Brasil está perto de ter 1 milhão de pessoas contaminadas pelo coronavírus

O Brasil está cada vez mais perto de atingir a triste marca de 1 milhão de pessoas contaminadas por coronavírus. No último dia 16 o país registrou 1.282 mortes e ontem, 17, 1.209 mortes e 31.475 novos casos nas últimas 24 horas. O total de óbitos é de 46.665 e o de contaminações, de 960.309, segundo dados do levantamento realizado pelo consórcio formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL junto às secretarias estaduais de Saúde.

O estado de São Paulo é o epicentro da pandemia e registrou no dia 16 de junho 365 óbitos – número mais alto desde o início da pandemia. No estado já são mais de 11.500 mortes em decorrência da doença e o total de infectados ultrapassa 190 mil pessoas. Mesmo assim o governo flexibilizou a quarentena.

Beneficiários do Bolsa Família começam a receber hoje (17) terceira parcela do auxílio

Os beneficiados do Programa Bolsa Família começam a receber nesta quarta-feira (17) a terceira parcela do auxílio emergencial de R$ 600 (R$ 1.200 para mães chefes de família).

O governo ainda não anunciou a data de pagamento da terceira parcela do auxílio para os mais de 50 milhões de trabalhadores informais e desempregados que receberam a primeira parcela até 30 de abril.

Também não foi divulgado o calendário de pagamento da segunda parcela do auxílio para o segundo lote de 8,5 milhões trabalhadores que tiveram o cadastro aprovado após dias e dias de espera.

O auxílio emergencial, aprovado pelo Congresso Nacional em março, prevê o pagamento de três parcelas de R$ 600 para trabalhadores informais, autônomos, microempreendedores individuais (MEIs), desempregados de baixa renda, além dos integrantes do Bolsa Família. O governo deve estender o pagamento do auxílio em pelo menos mais duas parcelas, mas com valor inferior, de R$ 300,00 ou R$ 200,00, ao contrário do que foi aprovado pelo Congresso.

Coronavírus pode exterminar com população indígena o país

Os incentivos às invasões de terras e à devastação da Amazônia, o descaso pela proteção dos territórios indígenas e o garimpo ilegal, promovidos pelo  governo  Bolsonaro, somados agora à falta de planejamento para entregar o auxílio emergencial de R$ 600,00 (R$ 1.200 para mães chefes de família) para ajudar as aldeias na pandemia do novo coronavírus (Covid-19), pode levar a dizimação de 800 mil indígenas do país.

O  Brasil já registra 236 mortes de indígenas por Covid-19. Obrigados a irem às cidades receber os benefícios a que têm direito, os indígenas estão se contaminando e levando a doença para suas seis mil aldeias e seus territórios. Uma situação que deve continuar com o pagamento das próximas parcelas do auxílio emergencial, aprovado pelo Congresso Nacional para ajudar os mais carentes durante a pandemia.

As mortes recentes por Covid-19 de duas lideranças indígenas, José Carlos Ferreira, da Terra Indígena Arara da Volta Grande, que lutou contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no último dia 07; e de Paulinho Paiakan, outra liderança indígena, nesta quarta-feira (17), junto com o registro de  3.079 indígenas testados positivos, além das mais de 230 mortes, a maioria  na Amazônia , segundo levantamento da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), mais do que acendeu o alerta porque a tragédia já era anunciada, afirma a Secretária-Geral da CUT Nacional, Carmen Foro.

“O coronavírus tem uma dimensão trágica na vida população brasileira e se não houver sérias providências teremos exterminados os 800 mil indígenas do país. Por isso, a situação desses brasileiros nos preocupa e somos solidários à sua luta pela sobrevivência, e cobramos do governo federal ações que mitiguem o sofrimento dessa população que, sem defesa imunológica e sem assistência médica, pode ser a mais atingida pela pandemia com resultados devastadores”, afirma Carmen.

Entidades mostram em números o avanço da Covid-19 nos territórios indígenas

A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), diz que só nos estados da região, são mais de 3.600 casos confirmados e 249 óbitos em 45 povos indígenas, segundo os dados atualizados no último dia 14 deste mês.

Nas Terras Indígenas da Bacia do Xingu, a Covid-19 já é uma realidade cruel. Em apenas uma semana, os casos registrados nas 53 cidades da Bacia cresceram 60%, de 3,2 mil para 6,1 mil.

A região de Altamira, município referência para 11 terras indígenas, sete unidades de conservação e nove municípios da região, já contabiliza 80 mortes e mais de 2 mil casos confirmados. E o único hospital que atende casos de média e alta complexidade está com as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) lotadas.

A subnotificação é um fato denunciado pelas organizações indígenas. Em Manaus, epicentro dos casos, indígenas são registrados como mulatos nos hospitais de atendimento dos pacientes infectados pelo coronavírus. Além disso, a secretaria Especial de Saúde Indígena, do Ministério da Saúde, só contabiliza caso indígena aquelas vítimas que vivem em aldeias e não aqueles que vivem em centros urbanos. Uma evidente situação de racismo institucional, afinal, indígena é indígena dentro ou fora de seu território.

“Com o sistema de saúde colapsado no Amazonas e sem nenhum leito de UTI nos municípios de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos, a população indígena do Rio Negro está entre os grupos mais vulneráveis à pandemia de covid-19 no mundo”, alertou a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro, em nota divulgada.

*Com informações da CUT

Centrais sindicais criticam Bolsonaro e ataques a democracia

Em debate realizado na TVT, na última terça-feira, 16, com presidentes de várias centrais sindicais, a crítica ao governo foi unânime.  Todos afirmaram que o governo Bolsonaro não tem um projeto de governo para o país e consideraram gravíssimos os ataques a democracia.

“Em vez da pandemia e dos empregos, ele (Jair Bolsonaro) prefere atacar as instituições”, afirmou Sérgio Nobre, presidente da CUT Nacional. O dirigente também considerou um fato “gravíssimo” o ataque, com rojões, ao Supremo Tribunal Federal (STF), no último sábado (13). “Um crime que não pode de maneira nenhuma deixar de ter uma resposta muito forte da sociedade.”

Ricardo Patah, da UGT, lembrou que, além dos efetivamente desempregados, o país tem 5 milhões de desalentados, pessoas que desistiram de procurar trabalho. Ao mesmo tempo, o governo mostra uma “ação política descompromissada”, sem apontar para a recuperação da economia.

Ele lembrou que a central representa trabalhadores que estão “na linha de frente” da pandemia, como motoboys, comerciários e motoristas de ônibus. Patah avalia que o número de mortes no Brasil poderá chegar a até 100 mil. “Para alguns não é nada, mas são 100 mil trabalhadores, homens e mulheres, que tombaram por ausência de políticas públicas”, lamentou.

José Calixto, da Nova Central,  associou a precarização no mundo do trabalho à perda de dinamismo industrial. O peso da indústria, que já chegou a aproximadamente 35% do PIB, agora está em torno de 10%. “O governo atual não tem política para o setor e essa crise industrial é anterior a pandemia”, observou Calixto.

Sérgio Nobre e Ricardo Patah lembraram da tramitação da Medida Provisória (MP) 936, que acabou sendo aprovada no início da noite de hoje pelo Senado. “No começo da pandemia, dissemos que a coisa mais importante era proibir demissões no Brasil, ter estabilidade no emprego, um conjunto de medidas articuladas”, observou o presidente da CUT.

“O governo tomou uma série de medidas que não foram construídas na negociação. É hora do governo investir com recursos do Estado a fundo perdido”, acrescentou o dirigente. Os acordos individuais para redução de jornada e salários, como consta na MP, muitas vezes deixam os trabalhadores sem alternativa, lembrou, defendendo a presença das entidades sindicais em todas as negociações. “No governo Bolsonaro não temos interlocução com ninguém”, criticou.

 

Empresários lançam carta aberta em defesa da vida e da democracia

 

 

Organizações lançam carta aberta em defesa da vida e da democracia no Brasil. A iniciativa é liderada pela Instituto Ethos, o Instituto Capitalismo Consciente Brasil, a plataforma Liderança com Valores, Sistema B Brasil e Plataforma de Investimento Social Gife.

“A ação se dá por adesão dos empresários e a  gente espera que com esse compromisso eles possam participar de forma ativa na construção de um caminho para superação da tripla crise: econômica, sanitária e política”, explicou o diretor-presidente do Instituto Ethos Caio Magri em entrevista à jornalista Marilu Cabanãs, da Rádio Brasil atual.

A carta é inédita entre a classe empresarial, principalmente neste momento em que parte do setor pressiona pela reabertura da economia diante do crescimento da pandemia. Já são quase  868 mil casos confirmados da Covid-19,, e 43.332 vidas perdidas. O presidente do Ethos destaca a importância de defender “de maneira forte e clara a democracia, as instituições, a República e a vida. É a questão fundamental que está abraçando todo esse processo”.

Um trecho do manifesto reforça que “o compromisso é com uma democracia, uma sociedade, uma livre economia e um projeto de país que reduza as desigualdades, erradique a pobreza e preserve o meio ambiente; um país em que possamos nos reconhecer e nos unir como nação”.

“O Brasil vai se transformar no campeão de mortes. São Paulo vai se transformar na cidade campeã de mortos no mundo. E, provavelmente, uma referência que vai ser maior até que alguns países. (Isso) pela irresponsabilidade da forma como as políticas públicas estão lidando com essa situação”, afirma Magri.

A carta está aberta para adesão do meio corporativo e pode ser acessada, clicando aqui.

Final de semana tem novos ataques ao Congresso e ao STF

Novos atos contra a democracia aconteceram no final de semana em Brasília. O grupo bolsonarista que se identifica como “300 do Brasil” atirou fogos de artificio no edifício do (STF) Supremo Tribunal Federal.

Mas desta vez o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha, mandou fechar a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para carros e pedestres e também exonerou o subcomandante da Polícia Militar, por sua falta de ação diante dos ataques.

Após a exoneração a polícia do DF prendeu Renan Silva Sena pelos ataques. O bolsonarista é o mesmo que xingou e cuspiu em enfermeiros durante manifestação em Brasília.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, esteve na Esplanada e se solidarizou com os bolsonaristas que pedem o  fechamento do Congresso e do STF.

Relaxamento da quarentena pode aumentar em 70% o número de mortes em SP

Uma pesquisa realizada pela USP (Universidade de São Paulo), em conjunto com a FGV (Fundação Getúlio Vargas), concluiu que o relaxamento da quarentena em São Paulo pode ocasionar um aumento de 71% no número de mortes causadas pelo Covid-19, até o início de julho.

Sem a reabertura do comércio a previsão de mortes era de 14.600, um número já bastante alto. Com a reabertura estima-se 24.900 óbitos.

Especialistas consideram a decisão de abertura do comércio, tomada pelo governador João Dória, prematura.

Bolsonaro quer vetar auxílio emergencial

Bolsonaro declarou que vai vetar o valor de R$ 600 reais nas duas parcelas adicionais que serão pagas aos brasileiros que estão sem renda durante a pandemia.  Para ele, essa diferença traria um impacto adicional de R$ 100 bilhões nas contas públicas. O governo nem cogita a ideia de estender o auxílio até o final do ano.

Porém, uma nota técnica de economistas da (UFMG) Universidade Federal de Minas Gerais mostra que o auxílio, se pago às mesmas pessoas, no mesmo valor, até o mês de dezembro, pode mitigar os impactos da crise trazida pela Covid-19 à economia brasileira.

“O custo da política é três vezes maior, mas os benefícios tendem a ser cinco vezes maiores em termos de PIB e arrecadação do governo. As famílias usam esses recursos para pagar aluguel, comprar comida, pagar contas. O auxílio pode ajudar a mitigar os impactos da crise”, disse a economista Débora Freire em entrevista à Rádio Brasil Atual.