Brasil é o sexto país com mais mortes por Covid-19

O Brasil registra mais de 135 mil casos de Covid-19 e mais de 9 mil mortes. Já é o sexto país com mais vítimas fatais da doença, segundo dados da Universidade Johns Hopkins (EUA). Os cinco primeiros países com mais óbitos são EUA (72.617), Reino Unido (30.150), Itália (29.684), Espanha (25.613) e França (25.538).

O avanço do contágio pressiona o sistema de saúde de vários estados. Pelo menos quatro deles já têm mais de 90% dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) destinados ao tratamento de pacientes mais graves ocupados.

Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará e Roraima são os estados que estão em situação de alerta máximo devido a falta de vagas em suas UTIs.

No Maranhão, no Pará, no Ceará e no Rio de Janeiro o lockdown já é uma realidade.

Na cidade de São Paulo, epicentro da pandemia, a prefeitura anunciou um esquema de rodízio restritivo a partir de segunda-feira (11).

Os carros com placas de final par só poderão rodar em dias pares e veículos com final ímpar, nos dias ímpares. A medida vale para toda a cidade, durante 24 horas, inclusive sábados e domingos.

São Paulo deve caminhar para um lockdown em breve. Especialistas são unânimes em afirmar que o distanciamento social é a única forma de evitar o contágio e conter a propagação do vírus.

Na contramão de tudo que as autoridades da saúde recomendam, o governo Bolsonaro continua com seus passeios imprudentes por Brasília e incitando a população a voltar ao trabalho. “Vivemos um total desgoverno que coloca nossas vidas em risco. Não há uma ação deste governo para conter a pandemia e amparar os trabalhadores, os desempregados e os informais”, avalia Hélio Rodrigues, coordenador-geral do Sindicato.

“Fora Bolsonaro” foi a palavra de ordem do 1º de Maio

Pela primeira vez na história do país as centrais sindicais não puderam sair às ruas no 1º de Maio para protestar. Mas, seguindo as recomendações de segurança, os protestos aconteceram online, durante toda a semana.

O grito “Fora Bolsonaro” foi ouvido em todos os debates da semana e também nas quatro horas de transmissão ao vido do 1º de Maio Solidário – saúde, emprego e renda – em defesa da democracia.

O presidente da CUT, Sérgio Nobre, ressaltou em sua fala a resistência dos trabalhadores frente ao maior inimigo dos brasileiros, o presidente  Bolsonaro, o que mais tirou direitos da classe trabalhadora em toda a história do Brasil.

“O ‘Fora, Bolsonaro’ precisa ser mais do que uma palavra de ordem para nós. Bolsonaro precisa sair porque o povo não merece viver a situação que está vivendo. Merece retomar o caminho do crescimento econômico caminho da geração de emprego das políticas sociais da tranquilidade social da igualdade e da melhoria dos serviços públicos e isso virá com a luta. Só na luta na pressão popular vamos afastar Bolsonaro e construir o país que queremos”, afirmou o sindicalista.

Nobre disse ainda que Bolsonaro não tem condições de governar o país, nem estrutura para ser presidente. “Faria um bem enorme a ele próprio e ao povo brasileiro se renunciasse e chamasse novas eleições, mas ele não vai fazer isso porque isso seria um ato de grandeza, e ele não tem”, ressaltou.

Para a ex-presidenta Dilma Rousseff, Bolsonaro não se envergonha de promover a desordem, a destruição da ordem democrática e não está preocupado em salvar vidas humanas. “Em vez de proteger os trabalhadores e os mais vulneráveis o presidente os entrega à própria sorte. O governo tem dinheiro para ajudar os bancos, mas nega apoio aos trabalhadores que estão perdendo condições de vida para se sustentar”, disse a ex-presidenta.

Um dos momentos mais aguardados do programa foi a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-presidente prestou solidariedade aos familiares de vítimas do coronavírus e “a todos aqueles que estão lutando para salvar vidas contra um vírus desconhecido”.

Lula mandou uma mensagem de esperança a todos: “como brasileiro tenho certeza que sairemos dessa tragédia para um Brasil melhor. Agora, em plena tempestade, os brasileiros revelam que são generosos, tolerantes, solidários e é com esse espírito, essa alegria, essa criatividade que estamos todos vamos sair das trevas e fazer chegar o mais depressa possível o amanhecer da justiça social, da liberdade e da igualdade”

Em sua participação, o ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou que 2020 é mais um ano difícil para a classe trabalhadora. “É o quarto ano consecutivo de ataques aos direitos, com Temer e Bolsonaro. Eles atacaram todas as conquistas históricas, desde 1920”.

Para Haddad, a tarefa é resistir mais uma vez, combater o neoliberalismo, eleger representantes de trabalhadores nas próximas eleições e cobrar deles o necessário para voltar a ter direitos.

A ‘live’ do 1º de Maio da CUT e demais centrais foi recheada com depoimentos emocionados de internautas e artistas que contaram porque e por quem ficam em casa. Os atores Rodrigo Santoro, Cauã Reymond, Renato Aragão, o Didi, dos Trapalhões e Lilia Cabral foram algumas das personalidades a pedir para que os brasileiros fiquem em casa durante a pandemia.

A boa música também fez parte da programação. Diversos artistas animaram a live e mandaram suas mensagens de esperança.

Odair José, Aíla, Preta Rara, Dead Fish, o grupo Mistura Fina, Zeca Pagodinho, além de outros, deram o tom musical da live.

Leci Brandão apareceu na tela dizendo “Deus ilumine cada trabalhador e trabalhadora desse Brasil” e logo vieram os primeiros versos de Canção Da América de Milton Nascimento, apenas com sua voz e a bela melodia no violão.

Logo após a participação, foi feita uma breve homenagem à cantora Beth Carvalho, que faleceu exatamente há um ano.

Leci Brandão e Beth Carvalho, dois dos maiores nomes da música brasileira sempre estiveram à frente na luta pela consciência de classe. Sempre participaram das celebrações do 1° de Maio da CUT e centrais sindicais.

Mas a grande expectativa do dia ficou por conta da participação internacional de Roger Waters, ex-integrante da banda inglesa Pink Floyd e ferrenho crítico de Bolsonaro. Rogers é famoso pelo engajamento político e pelo apoio à esquerda. O cantor participou com um vídeo da música “We Shall Overcome”.

*Com informações da CUT

Bolsonaro causa nova aglomeração no Planalto em plena pandemia

Ignorando mais uma vez todas as recomendações da autoridades de saúde Bolsonoro juntou gente na rampa do Palácio do Planalto como tem feito todos os finais de semana para falar com seus apoiadores. Aglomerados e sem qualquer proteção seus apoiadores gritavam palavras contra o regime democrático.

Também sem máscara Bolsonaro pegou crianças no colo e tirou fotos. E se referiu a manifestação como um “movimento espontâneo”. Disse ainda: “Na certeza que o povo está ao lado da verdade, do desenvolvimento, da democracia e da honestidade também. Como eu tenho dito, o Executivo está unido. Peço a Deus que não tenhamos mais problema esta semana, pois chegamos no limite, não tem mais conversa. Daqui pra frente, não só exigiremos, como faremos cumprir a Constituição. Ela será cumprida a qualquer preço. E ela tem dupla mão, não é mão de uma lado só não. Amanhã nomeamos o novo diretor da Polícia Federal e o Brasil segue seu rumo”, declarou.

Durante o ato profissionais de imprensa foram agredidos pelos manifestantes. O tom de ameaça de Bolsonaro e as agressões geraram várias notas de repúdio de órgãos de imprensa e políticos. Todos salientaram a importância da democracia e da liberdade de expressão.

Fotógrafo Sebastião Salgado lança manifesto em defesa dos índios

O fotógrafo Sebastião Salgado divulgou no último domingo (3) um vídeo em que apela ao governo brasileiro para que retire invasores ilegais das terras indígenas.
A campanha tem apoio de artistas brasileiros e internacionais. Os cantores Chico Buarque, Caetano Veloso, Paul MacCartney, Madona e Sting; o escritor Mário Vargas Llosa, os cineastas Pedro Almodóvar e Fernando Meireles, dentre outros.  Ao todo 50 personalidades apoiam a iniciativa do fotógrafo.
O vídeo alerta que a crise da Covid-19 representa para os índios um risco ainda mais violento do que para outras populações. O fotógrafo adverte que os índios estão “ainda mais despreparados para enfrentar as doenças dos brancos. Os indígenas brasileiros têm sido vítimas de epidemias há mais de 500 anos. Mas agora se junta a essa ameaça o relaxamento da vigilância do Estado, as invasões de garimpeiros, madeireiros e fazendeiros ilegais e os incêndios criminosos, que aumentaram nas últimas semanas”.
Confira o vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=x2uz-WdBqCQ&feature=emb_logo

Máscara passa a ser obrigatória no transporte público

A partir desta segunda (4) o uso de máscaras de proteção passa a ser obrigatório no transporte público de São Paulo.
A medida foi adotada por um decreto do governador, João Dória, para tentar diminuir a transmissão do coronavírus.
A medida é válida para passageiros das linhas de trem, metro e ônibus rodoviários, interestaduais e municipais e vale também para taxis e carros de aplicativos.

Desemprego ameça 1,6 bilhão de pessoas no mundo

O último relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), aponta que cerca de 1,6 bilhão de pessoas que estão na informalidade podem perder seus meios de sustento em função da constante redução de horas trabalhadas e do isolamento social em decorrência da pandemia de coronavírus. O número representa quase metade da força de trabalho mundial.
Só nos Estados Unidos, mais 3,8 milhões de trabalhadores deram entrada no  auxílio-desemprego na semana passada. Nos últimos 45 dias, o país já registrou 30,3 milhões de pessoas sem ocupação, cerca de 18,6% da força de trabalho.
Mas especialistas e pesquisadores da área econômica calculam que o número pode ser até 50% maior e o país pode ter hoje por volta de 45 milhões de desempregados.
“Para milhões de trabalhadores, ficar sem renda significa falta de comida, segurança e futuro. Milhões de empresas em todo o mundo mal conseguem respirar. Elas não têm poupança ou acesso ao crédito”, lamentou o diretor da agência, Guy Rider, durante divulgação do relatório Monitor da OIT: COVID-19 e o mundo do trabalho, publicado na última semana.
Para Rider, é imperioso proteger os trabalhadores mais vulneráveis, notadamente os do setor informal nos países mais pobres. “Essas são as faces reais do mundo do trabalho. Se não oferecermos ajuda agora, eles simplesmente perecerão”, alertou.
Sem uma ação ampla e imediata dos governos, a OIT prevê um desastre humanitário.
Segundo cálculos da organização, os trabalhadores tiveram uma queda de 60% na renda já no primeiro mês da crise. De acordo com a OIT, a pandemia afetou seriamente o funcionamento de mais de 436 milhões de empresas que estão na linha de frente da atividade econômica. Mais da metade delas estão no comércio atacadista e varejista. As quedas mais acentuadas estão na África e Américas, com um tombo de 80%. Europa e Ásia Central sofreram perdas na renda de cerca de 70% e, Ásia e Pacífico, 21,6%.
A OIT recomenda a adoção de “medidas urgentes, direcionadas e flexíveis” para a proteção de pequenas e médias empresas e empregados e trabalhadores da economia informal. “As medidas para reativação econômica devem seguir uma abordagem rica em empregos, apoiada por políticas e instituições de emprego mais fortes, sistemas de proteção social com melhores recursos e abrangentes”, aconselha o relatório da organização.
Para a OIT, um agravamento de um cenário de recessão no mundo do trabalho em 2020 irá depender dos resultados econômicos nos países, da capacidade de preservação dos postos de trabalho existentes e da geração de novos empregos quando o mundo experimentar uma nova fase de recuperação.