Depois de muitas conversas com o sindicato dos empresários, a diretoria do sindicato dos trabalhadores do setor farmacêutico arrancou dos patrões a reposição integral da inflação, 3,31% (referente aos últimos doze meses), e a renovação do acordo coletivo, com mais de 80 cláusulas, por dois anos.
Considerando uma conjuntura de crise econômica e estagnação da economia mundial provocada pelo COVID-19, a diretoria do sindicato considera o resultado das negociações bastante significativo.
Esse índice deve ser aplicado em todos os salários até o teto de R$ 8.800. Para quem ganha acima desse valor, o reajuste será de R$ 291,28.
Os novos pisos são: R$ 1.607,79 (até 100 trabalhadores) e R$ 1.805,67 (acima de 100 trabalhadores).
A PLR (Participação nos Lucros e Resultados) para empresas que não têm um programa próprio está garantida nos valores atuais: R$1.774,43 (até 100 trabalhadores) e R$ 2.461,94 (acima de 100 trabalhadores).
O vale-alimentação será corrigido pela inflação, mas a partir do mês de junho. Os novos valores são: R$ 240,71 (até 100 trabalhadores) e R$ 361,59 (acima de 100 trabalhadores). O subsídio para medicamentos foi garantido nos valores da atual Convenção Coletiva.
Na avaliação de Deusdete das Virgens, diretor do Sindicato e coordenador de Finanças da Fetquim (Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico), a manutenção de todas as cláusulas do acordo coletivo é, sem dúvida, um ganho muito importante para o setor farmacêutico neste momento.
“Garantimos a reposição da inflação e não podemos esquecer que a crise de saúde que o país vive hoje, em função da pandemia do coronavírus, terá reflexos consideráveis na economia do país e que o governo Bolsonaro só pensa em retirar mais e mais direitos dos trabalhadores. Portanto, nossa convenção é nossa proteção”, explica Deusdete.
Os sindicatos que negociam neste primeiro semestre, em sua maioria, estão com dificuldades de concluir suas negociações e renovar suas respectivas convenções. “Somos os primeiros do setor farmacêutico no país a garantir a renovação da convenção neste momento difícil”, observa o sindicalista.
A proposta negociada entre os empresários do setor e a Fetquim ainda precisa passar pela aprovação de todos os sindicatos que negociam conjuntamente. Nosso Sindicato está avaliando a melhor forma de viabilizar essa aprovação, uma vez que neste momento não estão permitidas assembleias e aglomerações. No entanto, independentemente da aprovação, há um compromisso dos empresários em repassar o reajuste imediatamente aos trabalhadores.