O governo Bolsonaro liberou o saque imediato de R$ 500 das contas do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para todos os trabalhadores, de suas contas ativas e inativas.
O objetivo do governo é injetar dinheiro rápido na economia, que está estagnada, e acalmar trabalhadores e desempregados que estão sem dinheiro e endividados. Porém, a medida deve fragilizar ainda mais o FGTS.
De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), com o desemprego em alta, os recursos do FGTS já diminuíram muito e, com a liberação do saque, devem diminuir mais ainda, afetando a execução de programas sociais como o financiamento da casa própria para o trabalhador de baixa renda. “O fundo é uma poupança de longo prazo, útil no momento do desemprego. Essa liberação é uma troca ruim num país em que a economia está paralisada”, explica Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese.
Ele explica ainda que os recursos do fundo também são alocados no financiamento de projetos sociais como saúde, habitação e saneamento.
O FGTS estima para os próximos anos uma defasagem entre a necessidade de financiamento e a receita líquida. Até 2022 faltarão R$ 93,5 bilhões para que o Fundo promova investimentos, calcula o Dieese.
De acordo com projeções do FGTS, de 2019 a 2022, o saldo do Fundo é estimado em R$ 215,5 bilhões, enquanto o total dos projetos orçados é de R$ 309 bilhões.