A Fetquim (Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico) realizou o seminário “Acidentes Maiores e Agrotóxicos”, com o apoio do nosso Sindicato, em 26 de abril.
O coordenador político da Fetquim, Airton Cano, ressaltou os inúmeros ataques do governo Bolsonaro aos direitos dos trabalhadores e lembrou a importância da luta permanente em defesa da saúde. “A pressão ao trabalhador causa estresse e acidentes também. Eu trabalhei em pólo petroquímico e até hoje sonho com o trabalho. Isso é resultado da pressão”, disse.
Brumadinho
O auditor do Trabalho de Minas Gerais, Marcos Botelho, apresentou as causas do acidente da Vale do Rio Doce, em Brumadinho.
O maior acidente de trabalho da história do Brasil matou
220 trabalhadores em poucos segundos. De acordo com o auditor que acompanhou a fiscalização do acidente, a tragédia era anunciada: “a empresa construiu uma barragem de 900 metros de altura em cima da lama, sem projeto técnico”.
Protesto
O secretário de Saúde da Fetquim André Alves, e o
secretário de Saúde do nosso Sindicato, Alex Fonseca, puxaram um protesto durante o evento e acenderam dezenas de velas. “O gesto simboliza as vítimas de acidentes de trabalho em todo o Brasil, e principalmente os trabalhadores mortos em Brumadinho”, disse Alex.
Agrotóxicos
A pesquisadora do Instituto de Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura de São Paulo, Soraia de Fátima Ramos, explicou que o modelo de produção agrícola adotado no País é pautado no uso de agrotóxicos.
A pesquisadora concluiu sua apresentação sugerindo como solução uma aliança entre a agricultura familiar e os trabalhadores para que se ampliem políticas públicas de produção agroecológica (orgânica com justiça social) e que se incentive a produção de bioquímicos na agricultura sem toxicidade.
Domingos Lino, especialista em Saúde e Segurança do Trabalho e assessor do nosso Sindicato, apresentou o panorama da toxicidade cancerígena (causa de epidemia de câncer) dos agrotóxicos no Brasil e a brutal contaminação de hortaliças, legumes e frutas. De acordo com ele cada brasileiro consome por ano aproximadamente sete litros de agrotóxicos.
Lino reforçou a necessidade de restringir o uso de agrotóxicos e lembrou que o atual governo age em direção oposta, se posicionando favorável a liberação do uso de venenos.
O assessor da Fetquim, Remigio Todeschini, apresentou um panorama do número de doenças mentais e suicídios também em decorrência da manipulação de agrotóxicos.
O secretário de Saúde da Fetquim, André Alves, encerrou o encontro dizendo: “O desafio é grande. Enquanto o governo tenta cortar mais e mais direitos, nosso desafio é lutar por condições de trabalho que preservem a saúde e a vida dos trabalhadores”.
*Com informações da Fetquim